O Waze é um aplicativo muito popular entre motoristas. Mas, para quem não dirige, ou prefere outros meios de transporte, não há muitos motivos para usar essa ferramenta. Pensando nesse público, o app Waze Carpool foi lançado no Brasil em agosto de 2018 para facilitar o compartilhamento de caronas. Agora, a empresa anunciou que pretende difundir cada vez mais o recurso, principalmente na cidade de São Paulo.
Desde que o Carpool chegou aqui no Brasil, foram realizadas mais de 2 milhões de corridas nessa modalidade, segundo o Waze. Por isso, para incentivar mais pessoas a utilizarem o serviço e facilitar a logística do processo, a empresa instalou quatro totens de embarque e desembarque, além de um parklet – uma extensão da calçada para servir como área de convivência.
Os pontos foram determinados seguindo uma análise dos locais com maior tráfego e concentração de usuários do Carpool. A cidade de São Paulo é a primeira do mundo a receber essas instalações físicas e a ideia é que o projeto chegue a outras metrópoles brasileiras, sendo que Joinville (SC) deve receber algumas dessas áreas ainda este ano. Na capital paulista, o parklet fica na Rua Raul Saddi, 70, no Butantã, enquanto as áreas de embarque e desembarque estão nos seguintes endereços:
- Av. Hélio Pellegrino, 1341
- Av. Cidade Jardim, 125
- Praça Luís Carlos Paraná
- Viaduto Antártica (Av. Francisco Matarazzo com Rua Pedro Machado)
Durante um evento para a imprensa nesta terça-feira (5), Thais Blumenthal, líder global do Waze for Cities Data, disse que a iniciativa surge para mostrar que a ideia da empresa não é simplesmente trazer a tecnologia, mas pensar como ela se complementa no desenho da cidade.
Ponto de carona do Waze Carpool. Crédito: Waze
Por enquanto, a prefeitura de São Paulo concedeu um tipo de autorização de evento para o Waze, o que permite que esses pontos instalados em locais públicos permaneçam por 30 dias. Como o projeto piloto ainda está em fase de testes, Blumenthal afirma que a ideia é manter um diálogo com os órgãos públicos para pensarem em soluções a longo prazo.
Desafios do Waze Carpool
São Paulo é a cidade que concentra o maior número de usuários do Waze, sendo 4,5 milhões de usuários ativos. O que o aplicativo faz é tentar balancear o tráfego, indicando rotas para os motoristas a fim de gerar uma melhor distribuição de veículos. “O problema é que não há estradas suficientes para a quantidade de carros que são comprados todos os anos”, explica o CEO do Waze, Noam Bardin, em passagem pelo Brasil. E foi por isso que surgiu o Carpool, para tentar resolver o problema do trânsito de uma forma simples, sem grandes mudanças ou investimentos na infraestrutura das cidades; apenas colocando mais pessoas nos assentos vazios dos carros.
Imagem: Waze
Um ponto ressaltado por Bardin é que o Carpool não é um Uber. Os motoristas não ganham dinheiro com isso, apenas dividem os gastos com combustível e pedágio. Por não ser um serviço comercial, as pessoas também podem escolher com quem estarão no carro.
Quando perguntamos sobre como o Waze pretende garantir a segurança de passageiros e motoristas, Bardin explicou que essa possibilidade de escolher quem estará com você no carro é o que ajuda as pessoas a evitarem situações de risco. Uma passageira mulher, por exemplo, pode escolher apenas motoristas mulheres e vice-e-versa. Também é possível pegar ou oferecer carona apenas para pessoas da sua empresa ou que moram na sua vizinhança. Assim, vão sendo criados grupos de confiança e o usuário não terá que necessariamente dividir carona com uma pessoa diferente a cada dia.
O maior desafio para o Carpool, segundo o Waze, é promover essa mudança cultural e educar as pessoas a não dirigirem sozinhas. A proposta é realmente muito interessante, principalmente em uma cidade como São Paulo, em que provavelmente existem várias pessoas indo para o mesmo lugar, mas isoladas em seus carros, o que é péssimo para o trânsito e para o meio-ambiente.
A vantagem do Carpool para o motorista é a possibilidade de economizar ao dividir os custos de combustível, enquanto que passageiros podem evitar o transporte público, mas pagando mais barato que uma corrida de Uber – os preços variam de R$ 4 a R$ 25 por carona, com pagamento apenas via cartão de crédito. Porém, um desafio será realmente essa mudança de cultura.
O Uber já incluiu a opção de indicar para o motorista que você não quer conversa e o Waze Carpool também oferece esse recurso. Mas, você pediria para uma pessoa que está te dando carona para não falar com você? E, claro, você está dividindo o custo do combustível, mas isso te dá o direito de pedir para o dono do carro ligar o ar-condicionado ou mudar a estação de rádio? Obviamente, isso são só detalhes perto dos benefícios que o compartilhamento de carona traria para uma cidade como São Paulo. Mas tudo isso faz parte do desafio de convencer as pessoas de que o Carpool é, sim, uma boa ideia.
Caso você queira tentar pegar carona no Waze Carpool, basta instalar o app, que está disponível para e .