Desde dezembro, o Brasil de internet: o padrão wi-fi 6E, uma evolução do wi-fi 6. Trata-se de um tipo de conexão que opera em canais de 160 MHz (megahertz) de 6 GHz (gigahertz) – na prática, uma rede mais veloz e de menor latência, comparável ao desempenho do 5G.
Mas a tecnologia deve demorar a chegar efetivamente nos lares brasileiros. Até fevereiro, o wi-fi 6E só funcionará em testes e demonstrações na região do bairro de Campo Belo, bairro da cidade de São Paulo (SP).
Nos primeiros testes – que experimentam a estreia da conexão wi-fi 6E outdoor da América Latina –, em 6 de dezembro, a velocidade de download chegou a 910,65 Mbps (megabits por segundo).
A velocidade de upload ficou em 610,91 Mbps, com latência de 5,24 ms (milissegundos), segundo da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Na comparação, o 4G pode operar com velocidade máxima de 100 Mbps. A latência do 5G, por sua vez, fica entre 1 e 4 ms.
Como a implantação do wi-fi 6E ainda está em fase inicial no Brasil, não é necessário fazer nada além de aguardar o avanço dos testes da Anatel. Mesmo nos EUA, onde a tecnologia está mais avançada, a é que os usuários aguardem novas atualizações.
Isso porque não vale a pena migrar para o wi-fi 6E se ainda existem poucos dispositivos capazes de aproveitar a velocidade de conexão. Ainda que o padrão tenha sido adotado por lá em 2020, muitos fabricantes só adicionaram suporte nos equipamentos no ano passado.
Compatibilidade e benefícios
Apesar de todas as gerações de wi-fi serem compatíveis entre si – incluindo as redes 6E –, os benefícios da tecnologia mais recente podem não ser tão perceptíveis em dispositivos que não têm suporte ao novo padrão.
Vejamos: um notebook mais antigo, com wi-fi 3, poderia se conectar em um roteador 6E, assim como um smartphone que já tem o suporte para wi-fi 6E é compatível com o padrão wi-fi 4. A questão é que os futuros roteadores 6E só oferecerão “desempenho máximo” quando dispositivos compatíveis também funcionarem na faixa de 6 GHz.
Quando aproveitado ao máximo, o wi-fi 6E garante uma internet mais estável, uma vez que ele evita interferências e faixas congestionadas. Além disso, a conexão sem fio se torna muito mais veloz, especialmente quando as atividades online envolvem transmissões por vídeo ou games em realidade virtual, por exemplo.
Quem já tem wi-fi 6E
Até agora, o número de dispositivos com essa tecnologia é bastante limitado. A Apple, por exemplo, só tem compatibilidade com o wi-fi 6E no iPad Pro de 11 polegadas (4ª geração) e iPad Pro de 12,9 polegadas (6ª geração). Os lançamentos mais recentes, como iPhone 14 (e 14 Pro), MacBook Pro (2021) e MacBook Air (2022), são compatíveis com o wi-fi 6.
Nos smartphones, os seguintes dispositivos suportam o padrão 6E:
- Google Pixel 6
- Google Pixel 6 Pro
- Google Pixel 6a
- Google Pixel 7
- Samsung Galaxy S22 Ultra
- Samsung Galaxy S22 Plus
- Samsung Galaxy S21 Ultra
- Asus Rog Phone 5
- ZenFone 8
- Mi 11
- Mi 11 Ultra
O PlayStation 5 tem suporte para Wi-Fi 6, enquanto os consoles da Microsoft ainda estão no Wi-Fi 5.
Enquanto o Wi-Fi 6E mal chegou ao mercado, o Wi-Fi 7 já bate à porta. O futuro da rede sem fio promete velocidades até três vezes maiores que a última tecnologia. Mas os primeiros roteadores não devem sair até a metade de 2023, e os primeiros eletrônicos compatíveis muito depois disso.