Varíola dos macacos no Brasil: crianças também testam positivo e gestantes preocupam

Foram registrados 17 casos de infecção em menores no estado de São Paulo. Em surtos anteriores, os pequenos tiveram maiores taxas de mortalidade. Veja mais
Imagem microscópica mostra vírus causador de varíola dos macacos (vermelho) em células infectadas (azul).

Há mais de 33 mil casos de varíola dos macacos confirmados no mundo, sendo 2.700 deles no Brasil. A doença, que costuma passar de forma espontânea entre duas e quatro semanas após o surgimento de sintomas, causou apenas 10 mortes em seu surto recente. 

Apesar da taxa de mortalidade ser consideravelmente baixa, cientistas e pesquisadores se preocupam quanto aos riscos para as crianças. Só no estado de São Paulo, foram confirmados 17 casos envolvendo os pequenos. Países como Estados Unidos, França, Holanda, Espanha e Alemanha também registraram a infecção em menores de idade.

Como há poucos casos, ainda é cedo para confirmar se o surto atual é mais perigoso para as crianças ou não. No entanto, é possível usar como base os casos que ocorreram em países endêmicos nas décadas passadas.

A República Centro-Africana, por exemplo, teve uma taxa de mortalidade infantil de . Para os adultos, o índice foi de 5,2%. Um surto ainda mais antigo, registrado em 1985 no Zaire, matou 14,9% das crianças com 4 anos ou menos que contraíram a infecção. O número caiu para 6,5% quando considerados os jovens de 5 a 9 anos.

A doença também é preocupante para gestantes. O vírus pode ser transmitido para o feto através da placenta, levando à varíola congênita, ou durante o contato próximo logo após o nascimento. Em , o infectologista Rico Vasconcelos disse que a literatura existente aponta para uma porcentagem de 75% de óbitos fetais causados pela infecção. 

O Ministério da Saúde encomendou 50 mil doses da vacina fabricada pela empresa Bavarian Nordic. Os primeiros lotes devem ser entregues ao Brasil em setembro, sendo inicialmente oferecidos para profissionais da saúde.

A varíola dos macacos é transmitida através do contato com lesões de pessoas infectadas ou gotículas respiratórias. Higienizar as mãos com água e sabão, usar álcool em gel e andar sempre de máscara são medidas essenciais para barrar a transmissão.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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