Variante Mu: tudo o que sabemos sobre a nova cepa do coronavírus
A B.1.621 já está no Brasil e foi considerada variante de interesse pela OMS.
Na última sexta-feira (3), o estado de Minas Gerais registrou os 5 primeiros casos da variante do coronavírus denominada Mu, descoberta inicialmente na Colômbia, em janeiro. Também conhecida como B.1.621, ela foi detectada primeiramente no Brasil durante os Jogos da Copa América — ao todo, são 10 casos da cepa até agora.
Em seu boletim semanal, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também afirmou que está monitorando a variante, que já é responsável por 4,6 mil infecções em pelo menos 40 países, sendo quase 2 mil somente dos Estados Unidos.
Como ela é nova, ainda há muitas perguntas no ar. Mas reunimos tudo o que sabemos para você ficar em alerta.
A Mu foi vista pela primeira vez na Colômbia em janeiro de 2021, quando recebeu a designação de B1621. Esse é o país em que ela prevalece, já que 39% das infecções lá são relacionadas a ela.
Porém, a cepa já foi detectada em 40 países (inclusive no Brasil). Para se ter uma ideia, 13% das amostras analisadas no Equador foram Mu, com a variante representando 9% das amostras sequenciadas nas últimas quatro semanas. Já no Chile, ela apresenta um pouco menos de 40% das amostras sequenciadas. Isso sugere que o vírus não está restrito ao seu país de origem, mas sendo transmitido em outros países sul-americanos próximos.
Até agora, 45 casos foram identificados no Reino Unido e 2 mil nos Estados Unidos. Apesar disso, todos os casos juntos representam apenas 0,1% das infecções em todo o mundo.
Em artigo da plataforma acadêmica , o professor de bioquímica da universidade Trinity College, na Irlanda, Luke O’Neill, explicou quais são os perigos e especificidades da variante.
Ela tem, por exemplo, uma mutação chamada P681H, relatada pela primeira vez na variante alfa, que é potencialmente responsável por uma transmissão mais rápida. No entanto, este estudo ainda está em pré-impressão, o que significa que suas descobertas ainda precisam ser revisadas formalmente por outros cientistas.
Além disso, a Mu também tem as mutações E484K e K417N, que estão associadas à capacidade de evadir anticorpos contra o coronavírus. Isso também ocorre na variante beta e, portanto, é possível que a nova cepa se comporte como ela. Ou seja, algumas vacinas podem ser menos eficazes. A variante também tem outras mutações – incluindo R346K e Y144T – cujas consequências ainda são desconhecidas, daí a necessidade de análises adicionais.