Ciência

Vacinas reduzem risco de Covid longa em crianças, diz estudo

Pesquisa do CDC, dos EUA, indica que vacinas contra Covid-19 reduzem sintomas prolongados da doença em crianças
Imagem: CDC/ Unsplash/ Reprodução

Crianças vacinadas têm menos probabilidade de desenvolver a Covid prolongada, de acordo com um estudo apresentado na conferência anual de saúde IDWeek. O evento aconteceu em outubro e a pesquisa deve ser publicada nos próximos meses, mas já foi divulgada pela revista .

De modo geral, os resultados estão alinhados com outros , que sugerem que as vacinas reduzem a incidência de Covid longa em adultos. No entanto, era preciso analisar os efeitos no sistema imunológico das crianças, que é diferente, pois elas estão em crescimento.

Entenda a pesquisa

Cientistas do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) selecionaram 1.600 crianças com idades entre 5 e 17 anos como participantes do estudo. Por mais de um ano, eles coletaram swabs nasais delas semanalmente, com objetivo de verificar a presença do vírus SARS-CoV-2. 

Dos 622 participantes que contraíram Covid-19 até o final do estudo, 28 desenvolveram Covid longa. Então, os pesquisadores calcularam as chances de crianças vacinadas e não vacinadas experimentarem esses sintomas contínuos.

Os resultados mostram que a vacinação reduziu a probabilidade de desenvolver pelo menos um sintoma de Covid longa em 34%. Já quando os cientistas testaram o risco de apresentar dois ou mais sintomas, notaram que as vacinas reduziram o perigo em 48%.

Anna Yousaf, autora do estudo, diz que os dados ainda devem subestimar as estatísticas reais. Isso porque o estudo só observou crianças que tiveram uma infecção. 

Dessa forma, não considerou que a vacina também reduz as chances de contrair a infecção, o que também diminui a probabilidade de Covid longa.

Segundo especialistas, isso demonstra às famílias como é importante proteger seus filhos. Não apenas da Covid aguda, mas também dos impactos a longo prazo da doença.

Atualmente, a vacina contra Covid é recomendada para crianças a partir dos seis meses nos EUA. No entanto, profissionais da saúde alegam que a adesão tem sido baixa.

No , a vacinação contra a doença terá como foco as crianças de 6 meses e menores de 5 anos a partir de 2024.

Pontos a melhorar

Outros especialistas apontaram melhorias a serem feitas pelo estudo. A primeira delas é na definição de Covid longa: enquanto os pesquisadores identificam o problema como a persistência de sintomas após um mês da infecção, a OMS (Organização Mundial da Saúde) descreve que tem duração de dois meses.

Além disso, os cientistas consideraram sintomas de Covid longa aquilo que foi relatado pelos participantes, sem confirmar as queixas com exames clínicos, o que seria mais adequado.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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