Vacina contra cólera feita de arroz moído é aprovada em fase 1

O imunizante é feito de arroz cultivado de forma especial e não requer refrigeração — o que o torna mais acessível.
Imagem: Unsplash

A cólera é uma doença causada por uma infecção no intestino provocada pela bactéria Vibrio cholerae. Ela é responsável por milhares de mortes ao redor do mundo e pode se agravar horas após a infecção. Embora vacinas contra a doença já estejam disponíveis, um novo imunizante pode potencializar a proteção da população.

A vacina MucoRice-CTB, que passou com sucesso nos testes de fase 1 em humanos, é fácil de ser produzida e seria a primeira que não requer refrigeração, o que a torna acessível para grande parte do mundo.

Segundo a pesquisa, publicada no , ela demonstrou uma boa resposta imunológica e não causou efeitos colaterais óbvios registrados em 30 voluntários do teste. “Estou muito otimista com o futuro dela, especialmente por causa dos resultados”, disse o imunologista Hiroshi Kiyono, da Universidade de Tóquio, no Japão. “Os participantes responderam à vacina nas doses baixas, médias e altas, com a maior resposta imunológica na dose mais alta.” Quatro doses diferentes foram administradas aos voluntários ao longo de oito semanas, com outros 30 participantes recebendo doses de placebo. Aqueles que responderam à vacina produziram anticorpos IgA e IgG específicos para a toxina B da cólera (CTB). A vacina é baseada em plantas de arroz japonês geneticamente modificadas, cultivadas em uma fazenda hidropônica coberta e protegida. Elas produzem uma porção não tóxica de CTB, que o sistema imunológico pode detectar e responder. Nesses testes, o arroz moído foi misturado a uma solução de sal para ser ingerido, mas a água deve ser igualmente eficaz, afirmam os pesquisadores. A vacina então entra no corpo através das membranas mucosas intestinais da mesma forma que os germes, desencadeando uma resposta.

“Os corpos das proteínas do arroz se comportam como uma cápsula natural para entregar o antígeno ao sistema imunológico do intestino”, diz Kiyono. Embora os resultados tenham sido promissores para muitos dos participantes do estudo, com acompanhamentos realizados até 16 semanas depois, 11 das 30 pessoas que tomaram a vacina mostraram uma resposta imunológica baixa ou nenhuma resposta. Os cientistas acreditam que isso pode ser porque diferentes tipos de micróbios no intestino têm um tipo diferente de resposta ao CTB. A ligação entre o microbioma intestinal e a imunidade está bem estabelecida, mas os detalhes não estão muito bem explicados neste momento. Ensaios maiores e mais variados devem revelar mais sobre essas discrepâncias e quaisquer limitações potenciais, mas esses resultados iniciais são encorajadores.

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