A USP (Universidade de São Paulo), uma das melhores universidades brasileiras, é pioneira na exploração do metaverso. A instituição de ensino terá seu primeiro prédio no espaço virtual imersivo, que está quase pronto, e pretende usá-lo para pesquisas e projetos.
A novidade é resultado de parceria da universidade com a USM (United States of Mars), que faz parte da RACA (Radio Caca) — plataforma baseada na tecnologia blockchain.
Basicamente, a USP terá suas próprias “terras virtuais” — em um ambiente de realidade virtual, aumentada ou mista –, onde poderá construir diferentes espaços para interação entre usuários. Isso inclui alunos, professores, pesquisadores e visitantes, por exemplo.
O ambiente virtual é usado por universidades de todo o mundo, bem como criadores de conteúdo de diferentes áreas, para construir aplicações e explorar o potencial da ferramenta.
A Escola Politécnica da USP é responsável pelo projeto. No momento, os coordenadores estão em busca de pesquisadores interessados em algum tema dentro do metaverso para definir projetos piloto.
O objetivo da parceria é fomentar pesquisas sobre aplicações, aspectos técnicos, econômicos e legais do metaverso. A USP receberá um NFT (Non-Fungible Token, ou Token Não-Fungível) como parte do acordo de cooperação internacional.
O token em questão se refere ao USM Metaverse, uma terra no metaverso que está sendo construída pela USM em parceria com outras instituições de ensino do mundo.
Para que vai servir?
Marcos Simplício, que é professor da universidade, explicou mais sobre a iniciativa ao. Ele destaca que é a primeira vez que a USP recebe um NFT como parte de seu patrimônio. “A USP é a primeira universidade da América Latina a ter uma parceria com a Radio Caca para apoiar na construção do seu Metaverso”, afirmou.
O metaverso poderá ser útil para pesquisadores em diferentes áreas, como, por exemplo, grupos de pesquisa interessados em modelagem 3D, realidade virtual e aumentada e ambientes imersivos. Lá, eles poderão modelar o espaço real da universidade dentro da plataforma virtual.
A iniciativa também pode ser interessante para pesquisas nas áreas de educação e psicologia, para avaliar o aprendizado e comportamento dos alunos em aulas e interações realizadas no metaverso.
Pesquisadores da tecnologia também podem analisar a eficácia de diferentes dispositivos de realidade virtual/aumentada para acesso ao ambiente virtual imersivo. Essas são apenas algumas das possibilidades.
Como funciona a parceria inédita
Inicialmente, a parceria se dará em colaboração com pesquisadores de convênio já firmado, com a UBRI (University Blockchain Research Initiative). Ela já contou com patrocínio da Ripple e tem sede na Escola Politécnica.
A Ripple Labs Inc. é uma empresa norte-americana que criou criptomoeda homônima (Ripple, código de negociação XRP), e está por trás de tecnologias como a XRP Ledger. Atualmente, o XRP está listado entre as maiores criptomoedas do mundo.
Mas a ideia do projeto da USP é ir muito além da engenharia. A iniciativa deve envolver a colaboração com uma grande variedade de pesquisadores da USP em iniciativas específicas explorando a plataforma, nas mais diversas áreas de conhecimento.
“É uma grande honra para nós da RACA ter a USP, a maior universidade pública da América Latina, dentro do USM Metaverso. Juntos vamos construir novas experiências que podem liberar todo o potencial da Web3 para as pessoas. Esse é o nosso objetivo, construir um metaverso aberto focado na liberdade do usuário”, destaca Jeff Watney, da USM.
Fundada em maio de 2021, a RACA é um ecossistema com diferentes plataformas, entre elas, o metaverso USM e o game play-to-earn Metamon. Além disso, por meio de um contrato de terceiros, a RACA também é a gerente exclusiva da NFT de Maye Musk (Mãe de Elon Musk).