Ciência

Uso noturno de telas está associado a alimentação menos saudável de crianças e adolescentes

Em vez de frutas, verduras e legumes, jovens que usam telas à noite tendem a consumir mais lanches e ultraprocessados
Foto: Freepik

Texto: Agência Bori

Highlights

  • Qualidade da alimentação de crianças e adolescentes está diretamente associada à frequência com que usam dispositivos de tela como celular à noite
  • A tendência foi observada em escolares de 7 a 14 anos de Florianópolis (SC), com e sem sobrepeso
  • Anúncios de alimentos ultraprocessados visualizados nos dispositivos podem estimular seu consumo

Crianças e adolescentes que usam mais celulares, videogames e televisão à noite tendem a consumir menos alimentos saudáveis nas refeições noturnas. Em vez de frutas, verduras e legumes, a dieta desses jovens pode conter mais alimentos ultraprocessados e ricos em açúcares e gorduras, como doces, hambúrguer e pizza. A conclusão está em de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publicado na sexta (3) na .

Segundo a pesquisa, aqueles que usam até um dispositivo costumam consumir menos frutas, verduras e legumes; o uso de até dois dispositivos resulta em maior chance de ingerir doces, e usar três ou mais dispositivos está associado ao consumo de mais e lanches. A análise envolveu 1.396 escolares com idades entre 7 e 14 anos, com e sem sobrepeso, de 19 escolas públicas e 11 instituições particulares, localizadas em regiões diversas de Florianópolis (SC). Informações sobre seus hábitos cotidianos foram coletadas por meio do questionário Consumo Alimentar e Atividade Física de Escolares, aplicado de forma virtual entre novembro de 2018 e dezembro de 2019, como parte do Estudo da Prevalência da Obesidade em Crianças e Adolescentes de Florianópolis. Conduzido desde 2002 na capital catarinense, o estudo monitora sobrepeso e entre crianças e adolescentes, buscando entender fatores associados a eles. Suas edições anteriores apontaram para tendências de aumento do sobrepeso e obesidade neste público, que foi de 30%, em 2002, para quase 34% no levantamento mais recente.

O uso de telas se destaca como fator associado ao ganho de peso que pode ser modificado. “A utilização das telas pode vir acompanhada de , que estimulam sua compra e consumo, e que devem ser evitados”, ressalta a pesquisadora Patricia Hinnig, pesquisadora da UFSC e uma das autoras do estudo. Ela destaca a necessidade de orientação acerca do uso de telas e da alimentação saudável. “Essas ações podem ser realizadas no ambiente escolar como parte do Programa Saúde nas Escolas ou de atividades de Educação Alimentar e Nutricional. É fundamental que alcancem também as famílias e estejam associadas a outras ações de promoção da saúde no âmbito da Atenção Primária à Saúde”, indica. A próxima edição do estudo sobre prevalência de obesidade em crianças e adolescentes de Florianópolis está prevista para 2025, a primeira desde a pandemia de Covid-19. “Será possível avaliar o comportamento da obesidade nos escolares após a pandemia. Com dados de consumo alimentar, atividade física e uso de telas, poderemos avaliar as tendências ao longo do tempo”, explica a pesquisadora.

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