Usinas para “fazer” água nas marginais, uma ideia para combater a crise hídrica
O engenheiro Pedro Ricardo Paulino apresentou ao Governo do Estado uma proposta de construção de mini-usinas que condensam a umidade do ar para "fazer" água
Em meio à maior crise hídrica da história, uma ideia inusitada pode ajudar o abastecimento de água em São Paulo. O engenheiro Pedro Ricardo Paulino, criador da Wateair –uma condensando a umidade do ar– apresentou ao Governo do Estado uma proposta de construção de mini-usinas similares aos equipamentos nas marginais dos rios Tietê e Pinheiros.
A Wateair é uma máquina patenteada por Paulino em 2010. Ela aspira o ar usando turbinas e condensa as moléculas de água. Depois, um sistema de filtros e raios ultravioleta purifica a água e adiciona sais minerais. Por fim, o líquido pronto para consumo é armazenado num reservatório. As mini-usinas propostas seriam versões em larga escala das máquinas.
Paulino diz que é possível construir 20 destas usinas nas marginais, onde a umidade do ar é maior. Cada uma delas poderia, segundo o engenheiro, gerar 2 milhões de litros de água por dia — pode parecer muito, mas isto seria suficiente para abastecer apenas 12.422 pessoas, levando em conta dados da Sabesp. “O objetivo não é suprir completamente o abastecimento, mas criar opções para que as represas não sejam a única fonte”, disse Paulino à .
O valor do projeto ainda é incerto, já que uma usina deste tamanho nunca foi construída. As máquinas Wateair custam entre R$7.000 (a menor, que produz 30 litros de água por dia) e R$350 mil (a maior, que faz até 5 mil litros por dia).
Além disso, há o custo com energia: o criador diz que cada litro custa R$0,17 centavos, dinheiro gasto em eletricidade. No projeto das mini-usinas, estão previstas placas de energia solar para ajudar no fornecimento de energia. []