Universidade desenvolve chip que processa 2 bilhões de imagens por segundo
Chip usa rede neural para melhorar processamento de imagens complexas, como de objetos 3D
Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo chip óptico capaz de processar cerca de 2 bilhões de imagens por segundo.
O novo chip usa a tecnologia de “rede neural” – chamada assim porque ela é composta por nós que se interconectam da mesma forma que os neurônios. Inclusive, ela pode “aprender” a executar tarefas de maneira semelhante aos nossos cérebros.
A efeito de comparação, em um celular, por exemplo, a imagem de um objeto é formada inicialmente em um sensor da câmera. Em seguida, este sensor converte a luz em sinais elétricos e, posteriormente, em dados binários, para então ser processados, analisados e armazenados em chips. A nova pesquisa buscou um meio de acelerar todo esse processo.
O novo processo de classificação de imagens usa uma técnica chamada de “computação por propagação”. Em vez de sinais elétricos, o chip processa informações na forma de luz, dando assim vantagens em relação aos chips tradicionais.
Por mais que os chips atuais já executem bilhões de cálculos por segundo, o processamento de imagem ainda precisa ser melhorado para imagens mais sofisticadas, como as que envolvem objetos em movimento, cenas 3D ou classificação de células microscópicas, .
2 bilhões fps
Os cientistas construíram o chip a partir de camadas de fios ópticos, sendo cada uma delas especializada em um tipo específico de classificação. Durante a pesquisa, um chip de 9,3 milímetros quadrados fez o trabalho de categorizar uma série de caracteres parecidos com letras.
Após o sistema ter sido “treinado”, o chip conseguiu classificar as imagens com 93,8% de precisão para conjuntos com dois tipos de caracteres, e 89,8% para quatro tipos. Porém, o feito mais impressionante é que o ele conseguiu processar cada caractere em apenas 0,57 nanossegundos. Isso, em teoria, permitiria processar 1,75 bilhão de frames por segundo.
Segundo os pesquisadores, outra vantagem do sistema é que, durante o processamento, não é preciso enviar dados para a memória, tornando o procedimento não apenas mais rápido, mas também mais seguro e sem vazamentos.
O estudo foi publicado na revista científica e a expectativa é que a tecnologia pode ser adaptada no futuro para processar objetos tridimensionais, além de outros tipos de dados. “Já sabemos como converter muitos tipos de dados no domínio elétrico – imagens, áudio, fala e muitos outros tipos de dados. Agora, podemos converter diferentes tipos de dados no domínio óptico e processá-los quase instantaneamente usando essa tecnologia”, disse Firooz Aflatouni, um dos pesquisadores que assinaram o artigo.