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“Uma Noite em Haifa” retrata vivência de israelenses e palestinos de um jeito morno

Novo filme de Amos Gitaï tenta mostrar um intercâmbio de culturas entre israelenses e palestinos - mas entedia quem assiste

uma noite em haifa

Imagem: Divulgação

“Uma Noite em Haifa”, que estreia nesta quinta-feira (10) no Brasil, é a prova de que nem todo filme premiado vai agradar ao público. Indicado a um Leão de Ouro, presente na seleção oficial do Festival de Cinema de Veneza, e dirigido pelo renomado cineasta Amos Gitaï, o filme mostra cinco mulheres em uma agitada noite na cidade israelense de Haifa. Só que a quantidade de personagens e histórias atrapalha bastante o enredo — e torna a experiência de quem assiste cansativa.

A intenção é nobre: mostrar uma troca cultural entre israelenses e palestinos em meio a seu conflito histórico, usando como cenário o clube real Fattoush, onde foram feitas as filmagens. Além disso, a escolha das protagonistas mulheres é uma forma de destacá-las. O diretor justifica: “O Oriente Médio é dominado por homens que frequentemente encorajam a guerra e o conflito”, diz.

As protagonistas são Laila (Maria Zreik), Naama (Naama Preis), Hanna (Hana Laslo), Khawla (Khawla Ibraheem) e Bahira (Bahira Ablassi). Ou, pelo menos, deveriam ser, já que outros personagens, como o fotógrafo Gil (Tsahi Halevi), por exemplo, acabam se destacando mais do que algumas delas.

Excesso de personagens e falta de enredo claro

São muitos personagens, com pouco aprofundamento para o tempo de duração do filme de 1h40. Sendo assim, não há conexão real do espectador com a maioria, que parece ser apenas rostos e nomes jogados ao léu. Talvez, por essa razão, o filme pudesse se beneficiar de um narrador, oferecendo uma introdução mais clara aos personagens.

Também não há começo, meio e fim. É apenas uma noite comum em um bar de Haifa, cheia de diálogos reflexivos que acabam por não levar a lugar nenhum, o que acaba se tornando profundamente cansativo. Principalmente quando a irmã de Gil, Naama, entra em cena, eu diria.

Um ponto positivo é a diversidade. Afinal, o filme aborda, além da cultura machista, um pouco da vivência LGBT+. Outro personagem que capta a atenção é a militante Bahira, embora sua trama também não se desenvolva o suficiente.

Assista ao trailer de “Uma Noite em Haifa” abaixo:

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