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Uma a uma, todas as mudanças polêmicas do 1º ano de Elon Musk no X/Twitter

Próximo de completar um ano a frente do Twitter, o bilionário sul-africano Elon Musk coleciona algumas polêmicas em sua gestão

X já perdeu 71% de valor de mercado sob o comando de Musk

Imagem: Bret Hartman/Flickr/Reprodução

Elon Musk completará um ano como proprietário de X/Twitter no próximo dia 27/10. O curioso é que parece que o bilionário está no comando da empresa há muito mais tempo por conta das mudanças profundas e polêmicas que promoveu no período. 

Antes de tudo, o processo de aquisição, que girou em torno de US$ 44 bilhões,  foi bastante conturbado. Durou cerca de seis meses e chegou até a ser judicializado quando Musk ameaçou desistir do negócio. A alegação foi ter recebido informações falsas sobre o número de robôs na plataforma.

Depois de todos esses percalços, no fim de outubro do ano passado, Musk iniciou sua polêmica gestão à frente da rede social. Os principais pontos estão abaixo:

Demissões em massa

Um dos primeiros atos de sua gestão foi desligar toda a cúpula diretiva do Twitter, incluindo o antigo CEO, Parag Agrawal, que estava no cargo a menos de um ano. Dessa maneira, o executivo assumiu a função para substituir Jack Dorsey, co-fundador da rede do pássaro azul, que decidiu se afastar do cargo.

As demissões não ficaram restritas aos executivos de alto escalão da empresa. Em uma decisão bastante controversa, Elon Musk cortou aproximadamente 50% de todo o efetivo. Algumas informações indicam que áreas essenciais, como a de moderação de conteúdo, foram seriamente prejudicadas com a ação.

Regime de trabalho intenso

Posteriormente, após as demissões, Musk afirmou aos que restaram que se quisessem continuar atuando na companhia teriam de adotar um regime de trabalho mais intenso, algo que não foi muito bem recebido internamente. Alguns funcionários relataram que durante alguns dias se tornou comum jornadas de trabalho superiores a 12 horas.

Neste mesmo período viralizou uma foto da então diretora de gerenciamento de produtos, Esther Crawford, dormindo no escritório. Segundo ela, uma das poucas apoiadoras da “cultura hardcore”, dormir na sede do Twitter tinha sido necessário para ajudar a empresa a cumprir todos os prazos e metas.

Insatisfeitos com o novo regime de trabalho instituído pelo bilionário, muitos profissionais do Twitter decidiram deixar a empresa, reduzindo ainda mais o quadro de trabalhadores e aumentando o temor de que a rede social pudesse ficar fora do ar.

Poucos meses depois, Crawford, que havia se tornado uma espécie de braço direito de Musk, acabou demitida juntamente com outros 200 profissionais da empresa. Ainda não se sabe os motivos da demissão da funcionária, que era uma das principais entusiastas das mudanças que vinham acontecendo na empresa.

Restabelecimento de contas suspensas

Em seus primeiros meses à frente da empresa, Musk tentou colocar em prática algumas ações para promover a defesa das liberdades individuais e liberdade de expressão. Uma das medidas mais polêmicas foi o restabelecimento de contas banidas da plataforma.

O ex-presidente americano Donald Trump foi um dos beneficiados pela medida e teve sua conta no Twitter de volta após ser banido por supostamente incitar apoiadores a invadir o Capitólio, sede do congresso dos EUA, no que se tornou um dos episódios de violência mais marcantes dos últimos anos.

Mesmo tendo sua conta de volta, Trump não quis retornar ao Twitter, que era sua rede social favorita.

O rapper Kanye West, banido por publicar conteúdo antissemita, também voltou à plataforma, mas cerca de  dois meses após ter sua conta de volta. Em contrapartida, Ye, como é legalmente conhecido, voltou a publicar conteúdo de ataque contra judeus e teve que ser novamente banido.

Twitter Blue e selos de verificação

O Twitter Blue foi anunciado ainda na gestão Parag Agrawal como uma forma de aumentar as receitas da plataforma, mas sem realizar mudanças profundas no funcionamento da rede social. Após assumir a empresa, Musk considerou o serviço de assinatura como essencial para aumentar as receitas da plataforma — que vem perdendo cada vez mais anunciantes.

Uma das medidas que mais causaram polêmica na plataforma foi oferecer selo de verificação para todos os assinantes do plano. Anteriormente os verificados eram distribuídos para usuários famosos e relevantes para evitar a ação de agentes mal intencionados com perfis falsos.

Quando lançou a novidade, Elon Musk se viu no centro de uma enorme polêmica. Muitos usuários estavam utilizando o benefício para se passar por pessoas famosas e organizações de vários setores. Entretanto, as ações da farmacêutica Lilly tiveram uma queda após um perfil falso verificado sugerir a distribuição gratuita de insulina.

O bilionário teve que retirar o plano de assinatura do ar para reformulá-lo e evitar que o problema se repetisse. A solução foi a implementação de três diferentes selos: azul para indivíduos, dourado para empresas e prateado para entidades governamentais ou funcionários de estado.

Com o retorno do Twitter Blue reformulado, os usuários mais antigos também descobriram que mesmo os perfis verificados pelos critérios anteriores — notabilidade e relevância — precisam pagar a assinatura para não perder o selo, fato que até hoje não é bem aceito pela comunidade do X.

Resposta “mal-educada” para jornalistas

Durante todo o período à frente da empresa, o bilionário esteve quase sempre nos noticiários, principalmente nos especializados na cobertura de tecnologia — como o Giz Brasil. No entanto, a cobertura, que muitas vezes era desfavorável, acabou irritando bastante o bilionário.

Para demonstrar todo o seu carinho pela classe jornalística, Elon Musk instituiu uma nova e única resposta padrão para todo os tipos de solicitações da imprensa: um emoji de cocô. A ação de atacar a imprensa é vista como o contrário do que havia sido prometido quando a aquisição da empresa foi finalizada, que era promover a liberdade de expressão e o recurso livre.

Reformulação de marca

Recentemente, Musk anunciou uma reformulação na marca que, além de mudar o logo do passarinho azul, também alterou o nome da plataforma. Agora conhecido como “X” em todo o mundo, a plataforma enfrenta a resistência dos usuários que ainda preferem se referir ao nome anterior.

A troca foi defendida pela CEO Linda Yaccarino, que afirmou que a mudança é um dos fatores essenciais para a os planos futuros da empresa. Nesse sentido, especula-se que a executiva se referia ao desejo de Elon Musk de transformar a rede social em um superapp nos moldes do chinês WeChat.

Ao mesmo tempo, o X ainda conta com uma grande base de usuários. Porém, as mudanças têm encorajado cada vez mais pessoas a testarem versões semelhantes ao Twitter. Com isso, Mastodon, Koo e BlueSky — que tem o envolvimento de Jack Dorsey — vêm ganhando cada vez mais popularidade.

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