A missão Polaris Dawn, financiada pelo bilionário Jared Isaacman, pretende fazer história ao promover a primeira caminhada espacial realizada por uma empresa privada. Por mais que a viagem seja um marco para o turismo espacial e as operações comerciais em órbita, ela ainda está longe de ser uma atividade segura.
A tripulação da Polaris Dawn é composta exclusivamente por civis treinados para viajar ao espaço. Ou seja, eles não são astronautas profissionais.
A viagem terá duração de cinco dias e será a bordo de uma capsula Crew Dragon, da SpaceX, que possui um suporte limitado. Aliás, o principal hype da Polaris Dawn representa um dos maiores riscos da missão: a primeira caminhada espacial por astronautas comerciais.
Por isso, confira os principais riscos da missão:
Caminhada espacial da Polaris Dawn
Diferentemente dos ambientes controlados da ISS (Estação Espacial Internacional), a Dragon não possui o sistema de comportas de ar, obrigando ela ser totalmente despressurizada durante atividades fora da nave.
Desse modo, a tripulação, incluindo os que ficarem na nave durante a caminhada do bilionário, estará exposta ao vácuo do espaço, dependendo apenas dos trajes que a SpaceX desenvolveu para a missão.
Aliás, a nave não foi desenhada inicialmente para esse tipo de atividade. Por isso, a SpaceX precisou adaptar a tradicional escotilha de atracação da Crew Dragon com a ISS para permitir esta caminhada espacial.
Além disso, como os astronautas não vão utilizar aquela famosa mochila de astronauta para se locomover no espaço, durante toda a caminhada — que deve durar entre 15 e 20 minutos — as mãos ou os pés do bilionário estarão envoltos em um sistema de segurança que foi chamado de “Skywalker”. Ele também estará conectado a um cabo de cerca de 3 metros que fornece oxigênio durante o passeio fora da nave.
Quanto ao traje espacial, esta será a primeira vez que ele será testado no vácuo do espaço. Veja:
So cool!
— Space Sudoer (@spacesudoer)
Altitude
Outro risco que a missão enfrenta é a ambiciosa trajetória de enorme altitude. Ao atingir 1.400 km acima da Terra — mais do que o triplo da altitude da ISS, por exemplo –, a tripulação da missão Polaris Dawn enfrentará os riscos do alto nível de radiação, sobretudo quando a nave passar pelo Cinturão de Radiação Van Allen.
A propósito, um dos objetivos da missão Polaris Dawn é justamente estudar os efeitos dessa radiação espacial na saúde humana, mas, ao mesmo tempo, os tripulantes correm riscos ao serem expostos a ela.
Micrometeoritos
Encontrar detritos espaciais e micrometeoritos é sempre uma preocupação nas viagens espaciais. Até mesmo um impacto pequeno pode causar danos à nave, resultando na perda de pressão da cabine ou em danos aos sistemas vitais.
Apesar da SpaceX desenvolver a Crew Dragon para suportar impactos menores, a missão Polaris Dawn não está livre dos riscos de impactos por objetos espaciais.
Riscos inerentes à exploração espacial: o acaso e o desconhecido
Mesmo com todo o planejamento e testes de segurança da Polaris Dawn, qualquer missão a exploração espacial sempre enfrentará riscos por se aventurar no desconhecido.
Portanto, há riscos como falhas em equipamentos, eventos climáticos inesperados e outras circunstâncias que podem afetar o sucesso da missão e o bem-estar dos astronautas civis.
Tripulação civil
Por fim, um dos maiores riscos à missão é a composição da própria tripulação da . Apesar de capazes e bem treinados, a missão será a primeira viagem espacial de três dos quatro membros da tripulação. Vale lembrar que o bilionário Jared Isaacman viajou ao espaço durante a missão Inspiration4.
A falta de astronautas profissionais — treinados extensivamente por anos — pode trazer desafios para lidar com situações inesperadas ou complicações que podem surgir durante a missão.
Enfim, a Polaris Down é uma iniciativa corajosa e audaciosa, mas é importante reconhecer os riscos inerentes a uma missão que pode revolucionar a exploração espacial comercial.