Desde o início da invasão russa, na última semana, a Ucrânia vem recebendo dezenas de milhões de dólares em doações por meio de bitcoins e outras criptomoedas. O dinheiro é usado pelo governo ucraniano e ONGs locais no esforço para proteger militarmente o país invadido.
Até o fechamento desta matéria, o país havia recebido mais de 59 mil doações em criptoativos, arrecadando cerca de US$ 42 milhões (R$ 214 milhões na cotação atual do dólar). A informação é da , uma empresa de análise da rede blockchain.
Deste total, 5,8 milhões de dólares foram doados por Gavin Wood, o fundador da moeda digital Polkadot. Entretanto, Wood está sendo duramente criticado nas redes sociais por ter pedido que o governo ucraniano postasse no Twitter um endereço da Polkadot em troca da doação. A exploração da crise para fazer “autopromoção” do ativo digital não pegou nada bem.
Ajuda financeira à Ucrânia
As doações começaram após as contas do governo da Ucrânia no Twitter solicitarem financiamento coletivo para apoiar os militares do país, no último dia 26 de fevereiro.
A vantagem das moedas digitais é que elas são um método alternativo para doações rápidas e proveniente de qualquer país, com o benefício de contornar potenciais bloqueios de instituições financeiras.
Até o momento, a maior parte das doações foram feitas em Bitcoin, Ethereum, além de moedas estáveis (“Stablecoins”, no jargão do mercado) em dólar americano. Além das criptomoedas, doadores estão enviando NFTs para a conta Ethereum do governo ucraniano.
Alerta de golpes
Fora da Ucrânia, a organização autônoma descentralizada, UcrâniaDAO, também está empenhada nos esforços de arrecadar Ether para ser doado para os militares ucranianos.
Entretanto, como era de se esperar, pessoas mal-intencionadas também estão usando a crise na Ucrânia para aplicar golpes fraudulentos, algo que a Elliptic recomenda atenção e cautela aos potenciais doadores.
Além dos ucranianos, as criptomoedas também podem acabar ajudando invariavelmente os russos. Conforme a cotação do rublo (a moeda russa) despenca diante das sanções dos Estados Unidos e da União Europeia aos bancos da Rússia, o Bitcoin e outras moedas digitais surgem como um potencial meio de pagamento alternativo para contornar o bloqueio econômico ocidental.