Ciência

Comer mais peixe que carne pode evitar 750 mil mortes, diz estudo

Pesquisa propõe cenários para utilizar os peixes pequenos da pesca global como alimentação da população, aproveitando seus nutrientes
Imagem: Ben Wicks/ Unsplash/ Reprodução

De acordo com um novo estudo japonês publicado na revista , substituir o consumo de carne vermelha por peixes pequenos, como sardinhas, arenques ou anchovas, tende a trazer benefícios à saúde de uma pessoa.

No total, até 2050, a mudança poderia evitar aproximadamente 750 mil mortes prematuras causadas por AVC ou câncer de cólon, por exemplo. Segundo a pesquisa, os países desenvolvidos seriam os mais beneficiados com essa troca.

Entenda o contexto

Em geral, a captura desse tipo de peixe representa 30% da pesca global. No entanto, apenas um quarto do que é coletado tem como destino o consumo humano. Todo o restante, geralmente capturado em países sob insegurança alimentar, é utilizado para alimentar peixes mais nobres, como o salmão ou a truta, nas fazendas em que são cultivados.

Depois, estes peixes nobres são vendidos a pessoas com maior poder aquisitivo, de forma que não chega àqueles em estado de insegurança alimentar. Além disso, essa forma de consumo dos peixes pequenos não aproveitam o potencial completo de seus nutrientes.

Eles  são ricos em ácidos graxos poli-insaturados que, através do consumo moderado, ajudam a reduzir o risco de problemas cardíacos. Também têm o menor impacto ambiental em relação ao seu valor nutricional.

Mas quando alimentam outros peixes, deixam de alimentar a população. “Por exemplo, menos de 50% [dos ácidos graxos dos peixes consumidos] são retidos no salmão de fazenda escocesa”, escreveram os autores no artigo do novo estudo.

De acordo com as estimativas dos pesquisadores, esse tipo de peixe poderia substituir cerca de 8% da carne vermelha consumida no mundo. Apesar de pouca, a quantidade já ajudaria o mundo a se aproximar dos níveis recomendados para o consumo global de peixes. 

O que diz a pesquisa para trocar carne por peixe

Para o estudo, os pesquisadores consideraram quatro cenários diferentes da distribuição de peixes em 137 países.

  1. Um priorizava o uso de peixes capturados em cada país para consumo nacional e para substituir o consumo de carne vermelha;
  2. O segundo priorizava o consumo adequado de peixes e o acesso a esse alimento em países com um consumo abaixo de 40 quilocalorias por dia;
  3. Em um terceiro cenário, substitui-se a mesma quantidade de carne vermelha em todos os países;
  4. Por fim, um quarto cenário era determinado pela disponibilidade desses peixes pequenos. 

Como resultado, eles concluíram que o terceiro modelo evitaria mais mortes pelo mundo. Já o primeiro seria o cenário com menos mortes evitadas. No total, algo entre 500 mil e 750 mil mortes prematuras poderiam ser evitadas. 

Contudo, os pesquisadores reconhecem que não consideraram o impacto das mudanças climáticas no tamanho das capturas de peixes. Em geral, estudos anteriores previam que a pesca dos peixes pequenos poderão variar em cerca de 3%.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas

카지노사이트 온라인바카라 카지노사이트