Ciência

Transgênicos ameaçam biodiversidade do milho no Brasil

A contaminação de milho crioulo por sementes transgênicas deixa o Brasil vulnerável às mudanças climáticas. Entenda
Unsplash: Jayson Roy/ Unsplash/ Reprodução

Em 2023, o Brasil superou os Estados Unidos e se tornou o maior exportador de milho em todo o mundo. Diversos fatores influenciaram nesse resultado, como a desvalorização do real, a possibilidade de ter duas colheitas ao ano pelo clima quente e um déficit na safra estadunidense.

E, ao que parece, a produção brasileira tem potencial de continuar na liderança a longo prazo, especialmente tendo a China como um grande comprador – em julho, o Brasil enviou 902 mil toneladas de milho ao país asiático.

Estudos anteriores analisaram a produção agrícola dos Estados Unidos – o maior produtor de transgênicos em nível global – e apontaram que este tipo de semente teve que aquelas naturais e ainda trouxeram um aumento do uso de .

Agora, uma nova pesquisa foi realizada no Brasil e constatou que o domínio das sementes de transgênicas estão acabando com a biodiversidade de milho crioulo do país. segundo dados da (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), 90% de todo o milho cultivado no Brasil é transgênico.

Entenda a pesquisa

O descobriu que das 1.097 amostras coletadas em 138 municípios no nordeste, mais de um terço continha genes modificados. Em alguns casos, até sete tipos diferentes de genes transgênicos foram encontrados em uma única semente.

O pólen das espécies transgênicas consegue viajar cerca de três quilômetros pelo ar. Dessa forma, pode contaminar culturas próximas. Quando o Brasil aprovou as plantas geneticamente modificadas, em 2005, já havia algumas evidências desse risco de contaminação.

O impacto disso é significativo porque o Brasil é rico em diversidade de grãos: existem 23 variedades de milho por aqui.

Portanto, essa contaminação pode reduzir a biodiversidade, o que torna o plantio de milho brasileiro mais vulnerável a mudanças climáticas, pragas e outros desafios que as colheitas podem enfrentar.

Em geral, isso acontece porque as espécies crioulas perdem suas características individuais. Assim, se houver uma praga ou condições climáticas extremas, haverá menos diversidade de sementes que podem superar as intempéries.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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