Arquiteto apresenta no FISL a Warka Water, uma torre de bambu que “faz” água
Uma das grandes atrações do FISL (Fórum Internacional de Software Livre) desse ano, o arquiteto italiano Arturo Vittori apresentou nesta quarta seu projeto : uma espécie de torre feita de bambu para captar umidade do ar e armazená-la como água potável, produzindo até 100 litros de por dia.
O projeto da Warka Water nasceu na Itália, em 2012. Em sua apresentação no FISL, Vittori mostrou imagens do protótipo que , onde há grande dificuldade de se obter água potável. A própria comunidade ajudou na construção da torre, não só na implantação, mas também na adaptação de materiais — Vittori conta que as cordas usadas são feitas pelos próprios moradores, usando folhas de bananeira secas.
Basicamente, a Warka Water é uma torre de 9,5 metros de altura, revestida de um material parecido com uma rede, que capta a água do orvalho e a condensação da umidade do ar — uma técnica inspirada no que as aranhas fazem em suas teias. A água vai para um tanque, que fica na parte inferior da torre. Há ainda um toldo, para fazer sombra no tanque e agregar a comunidade ao redor da Warka Water. Uma torre dessas pode extrair até 100 litros de água por dia, custa menos que US$ 1.000 na Etiópia e leva cerca de uma hora para ser montada com a ajuda de 8 pessoas.
A Warka Water não está pronta, entretanto. “Estamos no meio do caminho, e o que faremos daqui em diante vai depender do feedback deste protótipo”, explica o arquiteto. A análise dos dados vai ser feita por um hardware baseado em Arduino — “uma invenção italiana”, Vittori faz questão de lembrar. Segundo o cronograma, a produção em larga escala está prevista para 2019. Até lá, outra campanha no Kickstarter está prevista para levantar mais fundos — o projeto não tem fins lucrativos nem patrocinadores oficiais, e está .
Mas a Warka poderia ajudar São Paulo — uma das maiores cidades do mundo, que enfrenta uma seca de grandes proporções há cerca de dois anos? Vittori acha que, por enquanto, não: “A Warka foi desenvolvida na Etiópia, pensando na situação local. Em grandes cidades, você tem outras questões, como a poluição, então a água produzida muito provavelmente não seria limpa, e ainda iria precisar de tratamento. Mas, no futuro, quem sabe.”
Mas, ei, o que um projeto deste está fazendo num evento de software livre? Explica-se: a Water Warka é open source — os detalhes de estão disponíveis para quem quiser ver como se faz (ou até mesmo fazer) uma. Esta escolha, aliás, foi tomada desde o começo do projeto. “A natureza é open source. Nós só descobrimos os segredos dela com a tecnologia, mas ela é aberta”, diz Vittori.
(Imagem do topo: Tárlis Schneider via ; demais imagens: Warka Water via )
O Gizmodo Brasil viajou a Porto Alegre a convite do FISL