“Top Gun: Maverick”: Paramount processada por direitos autorais de artigo que inspirou filme

Família do autor do artigo que inspirou o clássico de 1986 entrou com ação judicial após o lançamento do novo filme alegando violação de direitos autorais
Top Gun
Imagem: Divulgação/Reprodução Paramount Pictures

Por um lado “Top Gun 2” está fazendo maior sucesso e rendendo milhões em bilheteria, por outro, também rendeu um processo à Paramount devido ao vencimento dos direitos autorais. Isso porque, segundo a família de Ehud Yonay, que escreveu um artigo detalhado em 1983 que deu origem ao filme original, os direitos do estúdio caducaram em 2020.

A Paramount conseguiu os direitos de contar a história real depois de estabelecer um acordo com Ehud Yonay. Com isso, o estúdio teria uma propriedade exclusiva sobre a obra por 35 anos, após comprar os direitos do artigo para produzir “Asas Indomáveis”. 

Só que em janeiro de 2020, esse prazo de 35 anos venceu. De acordo com a lei americana, isso significa que, para lançar a sequência, o estúdio teria que pagar novamente à família de Yonay, que morreu em 2012 e deixou a administração de seu legado com a viúva e o filho mais velho.

Ainda segundo a queixa aberta em um tribunal federal em Los Angeles, a Paramount Global não readquiriu os direitos para o artigo “Top Guns” de 1983, com a família de Ehud Yonay, antes de lançar a sequência “derivada” do texto. 

Por outro lado, Shosh Yonay e Yuval Yonay, que vivem em Israel e são, respectivamente, a viúva e o filho de Ehud, alegam que um aviso foi enviado ao estúdio de cinema em janeiro de 2020, destacando que os direitos haviam expirado. Ainda assim, para a família, o novo sucesso contém vários elementos da história original.

Por isso,  a viúva e o filho do escritor entraram com um processo contra a Paramount, para impedir que ela infrinja a história original. Eles pedem indenização de valor não especificado, incluindo lucros de “Top Gun: Maverick”, além do bloqueio à distribuição do filme ou de futuras sequências. 

O noticiou o processo contra a Paramount, detalhando um trecho em que os advogados da família Yonay dizem que entraram em contato com o estúdio para tentar evitar a ação judicial. “Apesar de a sequência de 2022 ser claramente derivada da história original, a Paramount conscientemente falhou em assegurar uma licença de direitos autorais fílmicos e ancilares, desrespeitando a lei de copyright vigente”, diz o texto, que exige que o caso vá a julgamento. 

No entanto, a Paramount disse que já havia completado a maior parte de “Top Gun: Maverick” em janeiro de 2020, e que portanto os direitos autorais estavam garantidos. Em declaração ao Deadline, o estúdio rebateu: “Esta acusação não tem mérito, e nós vamos nos defender vigorosamente”.

O filme “Top Gun: Maverick” é o maior sucesso de bilheteria do ano, gerando US$ 291 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão) na América do Norte, e US$ 548,6 milhões (cerca de R$ 2,6 bilhões) no mundo em seus primeiros 10 dias de exibição. 

O longa de ação, dirigido por Joseph Kosinski, recebeu boas críticas, e tem Tom Cruise voltando ao papel do piloto de caças da Marinha norte-americana, Pete “Maverick” Mitchell.

O novo “Top Gun” mostra o Maverick de Tom como mentor de uma nova geração de pilotos, que luta para se manter necessária em um mundo recheado de drones. O longa já é o mais lucrativo de Cruise nos Estados Unidos, ultrapassando “Guerra dos Mundos”, de 2005.

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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