Ciência

Tipo raro de nanismo pode deixar o coração mais forte, revela estudo

Estudo encontrou associação de mutação genética rara que causa Síndrome de Laron à melhor saúde cardiovascular
Imagem: Jaime Guevara-Aguirre & Valter Longo/ Nature/ Reprodução

Uma mutação genética que causa a Síndrome de Laron também pode ser responsável por uma proteção natural contra doenças cardiovasculares. É o que aponta um novo estudo publicado na revista .A Síndrome de Laron é uma forma rara de nanismo, que afeta apenas entre 400 e 500 pessoas em todo o mundo.

Pesquisas anteriores já haviam indicado que pessoas com a condição também tinham – em geral, problemas de saúde que aparecem com o envelhecimento.

“De certa forma, este foi o estudo mais importante de todos. Era a última peça que faltava para mostrar que eles parecem estar protegidos de todas as principais doenças relacionadas à idade”, disse Valter Longo, co-autor do artigo, à revista .

Entenda o contexto

A síndrome acomete pessoas que têm uma deficiência no receptor de hormônio de crescimento, o que impede que o organismo use adequadamente a substância. Dessa forma, eles possuem uma produção normal ou até alta do hormônio, mas não crescem da maneira como deveriam, o que causa o nanismo.

A isso, os pesquisadores chamam de baixos níveis de IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina-1). Em geral, essa característica está associada a um maior risco de doença cardiovascular.

Por isso, cientistas presumiram que pessoas com a Síndrome de Laron tinham mais problemas cardiovasculares do que aquelas sem a condição. No entanto, estudos anteriores demonstraram que a síndrome está associada a efeitos positivos para a saúde.

Além disso, com uma condição parecida demonstraram que eles vivem cerca de 40% a mais – o que ainda não é uma certeza entre humanos, uma vez que só há evidências desse fato em animais.

O que diz a nova pesquisa do nanismo

Para checar os efeitos positivos à saúde do coração da condição que causa nanismo, pesquisadores equatorianos, estadunidenses e italianos examinaram 24 pessoas com síndrome de Laron e 27 de seus parentes.

Todos os participantes do estudo moram no Equador, país que abriga cerca de um terço de todas as pessoas com a Síndrome de Laron. Por meio de uma série de testes, os cientistas descobriram que essas pessoas tinham níveis normais ou melhorados de risco de doença cardiovascular em comparação com seus parentes sem a condição.

Em geral, elas demonstraram ter pressão sanguínea mais baixa, acúmulo reduzido de gordura nas artérias e parede arterial carotídea menos espessa.

Avanço na ciência

Embora os pesquisadores afirmem que são necessários estudos com grupos maiores de pessoas, resultados semelhantes já foram encontrados em outras pesquisas. Ravi Savarirayan, que também participou do novo estudo, descobriu um cenário parecido entre pessoas com outro tipo de nanismo, chamado acondroplasia.

Além disso, um pesquisador e endocrinologista brasileiro, chamado Manuel Aguiar-Oliveira, da Universidade Federal de Sergipe, também semelhantes em pessoas com mutação rara que causa baixa estatura. 

Ele tem acompanhado esse grupo de indivíduos por mais de 30 anos no Brasil e afirmou à Nature que os dados são muito semelhantes. 

Agora, os pesquisadores esperam que estudar o motivo desses benefícios permita desenvolver medicamentos com efeitos protetores semelhantes.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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