Terremoto 4.0 no litoral de SP: por que não houve uma catástrofe

O técnico em sismologia da USP, José Roberto Barbosa, explicou ao Giz Brasil que o tremor desta sexta-feira (16) foi significativo, mas insuficiente para maiores danos. Saiba mais detalhes das explicações
Terremoto 4.0 em Santos: por que a cidade não sofreu consequências
Imagem: Google/Reprodução

Municípios da Baixada Santista sentiram tremores de um terremoto de magnitude 4.0 com epicentro nas cidades de Miracatu e Iguape, no interior de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (16). 

Segundo o , o tremor foi de 4.0 Richter às 8h22. Em entrevista ao Giz Brasil, o técnico em sismologia da USP, José Roberto Barbosa, afirmou que o evento foi significativo para os níveis sísmicos do Brasil. 

“Estamos baixando dados para melhorar a determinação epicentral do evento. Por enquanto, identificamos que o epicentro está entre Miracatu e Iguape”, afirmou. “Foi um evento só, mas é comum que a propagação das ondas seja sentida em outras cidades da região, como é o caso de Santos”, disse Barbosa. 

Evento significativo, mas sem estragos 

O terremoto chegou à marca de 4.0 na escala Richter, que tem como maior grau a movimentação sísmica 9.0. Isso significa que o tremor não foi grave, apesar de ser significativo para os níveis do Brasil.

Como o país fica sobre a placa tectônica Sul-Americana, é raro que terremotos catastróficos atinjam o território. Ainda assim, não é incomum surgirem esses eventos por aqui. 

“A magnitude de 4.0 é significativa para os níveis do Brasil”, explicou Barbosa. “Assusta as pessoas, pode até causar alguns prejuízos se as estruturas não forem muito fortes ou, se são mais firmes, ocasionar algumas trincas. Mas não é uma magnitude para causar destruição nem para matar pessoas”. 

 

Os especialistas também estão verificando qual foi a profundidade do ponto focal do terremoto. A principal hipótese é que o tremor tenha ocorrido a 1 km ou 2 km de profundidade. Isso porque, quanto mais “superficial” o tremor, maior a área onde ele é sentido. 

Se o movimento tivesse ocorrido a 100 km de profundidade, por exemplo, os efeitos na superfície ficariam evidentes para uma região menor do estado. “Esses eventos devem ter sido em torno de 1km, pois foi sentido em uma área muito grande”, disse o técnico da USP. “Mas não com destruição. Assustou, mas não causou problemas”. 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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