Apesar de gerar paisagens deslumbrantes no céu, as tempestades solares já causaram prejuízos para satélites de comunicação — em especial os da Starlink, a empresa de satélites de Elon Musk. Em fevereiro de 2022, uma ejeção de massa coronal do Sol danificou 49 satélites da empresa que estão numa órbita a 200 km da Terra.
Observatórios registraram uma explosão de classe M (média intensidade) na superfície solar em 29 de janeiro do ano passado. Os resquícios de massa coronal chegaram à Terra causando uma tempestade solar em 3 de fevereiro – ocasião que danificou os equipamentos da Starlink.
Segundo um grupo de pesquisadores da NASA, a massa de plasma saiu de uma região ativa no quadrante nordeste do Sol. O material viajou quase 690 quilômetros por segundo, como uma nuvem magnética de choque.
Na comparação, é como se uma longa corda de plasma viajasse se contorcendo no espaço. À medida que avançava, se tornava maior, o que possibilitou que atingisse diversos satélites ao mesmo tempo.
Depois disso, o plasma colidiu com a magnetosfera e criou uma tempestade geomagnética – fenômeno por trás das auroras boreais na região dos polos da Terra. A Starlink teve um prejuízo milionário, mas já havia sido alertada sobre os efeitos de uma tempestade geomagnética ao lançar os satélites.
Em 7 de fevereiro de 2022, diversos equipamentos da Starlink reentraram na atmosfera terrestre. O motivo: a tempestade geomagnética impediu que eles atingissem a órbita pretendida, afirmou a SpaceX. Um vídeo no YouTube mostra o retorno dos detritos espaciais. Assista:
Entre as estruturas atingidas pela tempestade solar estava o , nave de observação da NASA que orbita o Sol desde 2006. A agência espacial dos EUA não divulgou se o satélite enfrentou problemas por causa da tempestade.
Por que se proteger das tempestades solares
A maioria das companhias de satélites prestam atenção aos relatórios sobre o clima espacial. Quando recebem os alertas com antecedência, podem tomar medidas para proteger seus equipamentos. Astronautas da ISS (Estação Espacial Internacional), por exemplo, também se abrigam até passar a tempestade.
Isso porque esses fenômenos podem causar verdadeiros estragos no corpo humano e nos equipamentos lançados da Terra. Para os astronautas, o risco maior é por causa da radiação. Para satélites, pode aquecer demasiadamente e interromper a rede elétrica e linhas de comunicação com o planeta.
O tema das tempestades solares é mais frequente agora pois o Sol se aproxima do máximo do ciclo solar, momento em que os polos norte e sul do astro se invertem. A conclusão está prevista para 2025, o que significa que a atividade solar continuará alta até lá.