Tempestades solares colocam satélites em risco
Na última semana, tempestades solares, também chamadas de tempestades geomagnéticas, atingiram a Terra. Felizmente, elas foram fracas o bastante para não causar impactos significativos por aqui. Mas nem sempre é isso que ocorre.
Em 1859, uma tempestade solar que atingiu a Terra de operadores de telégrafos e causou incêndios. Se um episódio do tipo ocorresse hoje, o planeta teria um prejuízo de US$ 2 trilhões em danos.
Mas como ocorrem essas chamadas tempestades solares? Basicamente, elas acontecem quando o material ejetado do Sol colide com o campo magnético da Terra.
Esse material nada mais é do que um amontoado de partículas carregadas. Ao serem lançadas, elas atingem primeiro a magnetosfera. Essa é a região que cobre a atmosfera da Terra, e é preenchida com plasma feito de elétrons e íons.
Quando ocorre esse contato, a magnetosfera acaba absorvendo parte da energia do material ejetado pelo Sol. Mas, se a carga é grande demais, ela “vaza”, e transfere o excesso para as camadas superiores da atmosfera da Terra próxima aos polos.
É aqui que mora o perigo. Quando a atmosfera absorve a energia da tempestade solar, ela acaba se aquecendo e se expandindo. A expansão leva a uma maior densidade da termosfera, o que gera o arrasto de objetos espaciais. Em fevereiro, 40 satélites da SpaceX foram destruídos após sofrer os efeitos de uma tempestade solar.
Os problemas não param por aí. Pense em uma nave espacial. O aumento de elétrons na magnetosfera pode fazer com que mais dessas partículas entrem na blindagem do veículo e se acumulem nos componentes eletrônicos, danificando seu funcionamento.
Sem falar na interrupção da comunicação entre a Terra e satélites. As tempestades solares podem distorcer ondas de rádio, dificultando o uso de GPS, por exemplo. Isso causaria um grande prejuízo para as indústrias de transporte e militar.
Para evitar os riscos, é necessário investir em materiais capazes de proteger os eletrônicos da radiação. Outra opção é melhorar a capacidade de prever esses fenômenos, permitindo que os cientistas reorientem os satélites sempre que necessário.