Ciência

Telescópio Fermi da NASA faz mapa com 12 anos de imagens de raios gama

O telescópio Fermi, lançado em 2008, revolucionou o estudo dos raios gama, fazendo pesquisas além dos telescópios convencionais
Imagem: NASA/Fermi LAT/Divulgação

Na última quarta-feira (21), A divulgou um mapa completo do céu na faixa de luz dos raios gama, construído a partir de 12 anos de observações do telescópio Fermi.

Diferentemente de telescópios ópticos que captam a luz visível, o Fermi é especializado na detecção de raios gama — a forma de luz mais energética do espectro eletromagnético. Os raios gama tem comprimentos de onda extremamente curtos e carregam uma energia imensa, chegando a ser bilhões de vezes maior que a da luz visível.

Eles ocorrem devido a eventos cósmicos de alta energia, como explosões de supernovas, buracos negros e pulsares. Desse modo, o mapa de 12 anos de obervações do Fermi revela uma variedade de fontes de raios gama. Isso inclui pulsares, galáxias distantes bem como o plano central da Via Láctea. Veja abaixo:

Visualização completa do mapa de raios gama do telescópio FermiImagem: NASA/Fermi LAT/Divulgação
As cores indicam a intensidade da emissão, com regiões mais brilhantes em tons mais claros. A faixa central proeminente corresponde ao plano da nossa galáxia, onde se concentra grande parte da atividade estelar. Pontos brilhantes fora do plano galáctico representam galáxias distantes, enquanto muitos dos pontos dentro da Via Láctea são estrelas pulsares.

Além disso, as áreas azuis indicam a emissão difusa de raios gama de fontes distantes demais, impossibilitando a identificação individual.

O telescópio Fermi

O telescópio Fermi, lançado em 2008, revolucionou o estudo dos raios gama, detectando energias com mais de bilhões de elétrons-volts, muito além do alcance da visão humana. Essa capacidade única permite aos astrônomos estudar fenômenos cósmicos extremos e energéticos, como buracos negros, pulsares e explosões de raios gama.

Por isso, o telescópio Fermi já identificou mais de 300 pulsares de raios gama, incluindo o primeiro fora da Via Láctea; e as Bolhas de Fermi, estruturas gigantescas que se estendem por 50 mil anos-luz a partir do centro da nossa galáxia. Essas bolhas, possivelmente, se formaram pela atividade do buraco negro gigante no centro da Via Láctea.

Em 2022, por exemplo, o telescópio Fermi detectou a explosão de raios gama mais intensa já registrada. Ela foi denominada GRB 221009A, ou “BOAT” (sigla em inglês para “a mais brilhante de todos os tempos”).

As explosões de raios gama são eventos cósmicos extremamente energéticos. Essas explosões liberam em segundos a mesma quantidade de energia que o Sol emitirá ao longo de sua vida. Aliás, em julho, a NASA divulgou que o telescópio Fermi ajudou a descobrir uma nova característica nessa enorme explosão de raios gama. Veja o vídeo:

 
Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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