Telescópio do Havaí revela manchas solares e “regiões silenciosas” do Sol

Dados gerados pelo telescópio solar mais poderoso do mundo ajudam na compreensão do campo magnético e das tempestades solares
imagens solares obtidas pelo telescópio Daniel K. Inouye
Imagem: NSF/Reprodução

O Telescópio Solar Daniel K. Inouye, que fica na ilha havaiana de Maui, gerou oito novas imagens do Sol com detalhes inéditos. Espera-se que elas ajudem os cientistas a entender melhor o campo magnético da estrela e o que há por trás das tempestades solares.

As oito imagens, reunidas no mosaico que você como destaque deste texto, mostram manchas solares e “regiões silenciosas” do Sol obtidas pelo Visible-Broadband Imager, um dos instrumentos de última geração do telescópio DKIST, na sigla em inglês – que começou suas operações em fevereiro de 2022.

As manchas são as regiões escuras que aparecem nas imagens, mais frias do que o ambiente ao seu redor. São áreas do tamanho da Terra ou maiores, em que o campo magnético é mais forte do que em qualquer outro lugar do Sol – e cerca de 2,5 mil vezes mais forte que o campo magnético da Terra.

A frequência e a intensidade das manchas visíveis na superfície do Sol indicam a presença de eventos como erupções solares e ejeções de massa coronal. Elas arremessam ao espaço bilhões de toneladas de plasma e campo magnético provenientes da coroa solar – a camada mais externa da atmosfera da estrela.

As novas imagens do telescópio também mostram “regiões silenciosas” do Sol, ou seja, áreas de menor atividade sem manchas. Nestas regiões, a fotosfera (superfície visível do Sol) exibe um padrão de plasma quente que flui para cima cercado por faixas escuras de plasma mais frio que flui para baixo – processo chamado de convecção.

O novo telescópio havaiano

O DKIST é o telescópio solar com , com 4 metros de diâmetro. Um espelho maior significa uma capacidade maior de coletar luz, como um balde maior coleta mais água da chuva. O DKIST coleta até sete vezes mais luz solar do que outros telescópios, portanto produz as imagens de maior resolução que já obtivemos.

O telescópio recém-inaugurado está na fase de comissionamento de operações, um período de “aquecimento” de seus instrumentos, durante o qual ele é levado gradualmente até suas capacidades operacionais totais. Astrônomos enviaram propostas de observação para esta fase, e as selecionadas foram executadas em 2022.

As fotos recém-divulgadas são parte das imagens obtidas neste primeiro ciclo do período de treinamento, e o telescópio continua sendo calibrado enquanto fornece novos dados aos cientistas.

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