?????? ¡¾????¡¿ 2024-2025? ??? ??? ?? / Vida digital para pessoas Sat, 03 Aug 2024 10:39:24 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png ?????? / 32 32 ????? ¡¾????¡¿ ??????? //emiaow553.com/estudo-com-gemeos-mostra-beneficios-da-dieta-vegana-no-envelhecimento/ Sat, 03 Aug 2024 20:55:16 +0000 //emiaow553.com/?p=583058 Apesar dos benefícios, o resultado pode estar relacionado à perda de peso entre os gêmeos que aderiram à dieta vegana

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Um estudo publicado na BMC Medicine analisou a influência da adesão da dieta vegana em irmãos gêmeos. O resultado descobriu que, a curto prazo, o veganismo pode alterar marcadores biológicos do envelhecimento.

Como foi a pesquisa com gêmeos

Na pesquisa, foram observadas as mudanças entre 21 gêmeos, com um seguindo uma dieta onívora e outro excluindo a carne por dois meses. Os cientistas observaram, através de amostras de sangue, as mudanças nos níveis de metilação do DNA, cujo aumento é considerado um marcador de envelhecimento.

Como resultado, os que seguiram a dieta vegana apresentaram uma redução na idade biológica, bem como nos marcadores de envelhecimento para o coração, hormônio, fígado e sistemas inflamatório e metabólico.

Benefícios da dieta vegana e a perda de peso

Sendo um estudo observacional, os autores não podem comprovar que a mudança na idade biológica é decorrente da dieta vegana. Outra explicação possível é a perda de peso, já que os “veganos” perderam, em média, dois quilos desde o início do estudo.

“Essas dietas não foram totalmente compatíveis, com os participantes veganos consumindo em média cerca de 200 kcal a menos por dia”, disse o nutricionista Dr. Duane Mellor. “Isso foi geralmente causado por aqueles na dieta vegana comendo menos proteína e gordura do que o grupo onívoro”.

Alimentação vegana também oferece riscos

Segundo Tom Sanders, Professor de Nutrição e Dietética, a dieta vegana também pode ter malefícios. Eles são a deficiência de vitamina B12 ou a perda muscular e distúrbios neurológicos a longo prazo.

“Estudos observacionais de longo prazo de veganos também encontram efeitos adversos na densidade óssea que provavelmente são causados ​​por ingestão muito baixa de cálcio e proteína marginalmente adequada”.

Além disso, não se sabe quais seriam os efeitos das mudanças na dieta a longo prazo. “Se você não deseja consumir produtos de origem animal, então fontes alternativas de nutrientes, incluindo iodo, ferro, cálcio, juntamente com vitaminas B12 e D, precisam ser incluídas em sua dieta.Juntamente com uma fonte de ácidos graxos ômega 3”, aconselha Mellor.

Estudos feitos anteriormente também já mostraram que vegetarianos e veganos têm menor risco de sofrer com distúrbios alimentares e de câncer colorretal, para os homens. Por fim, veja as 9 melhores fontes de proteína para vegetarianos e veganos nesta matéria do Giz Brasil.

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???? ¡¾????¡¿ ??????£»?????? //emiaow553.com/veganos-consomem-teor-adequado-de-proteinas-e-aminoacidos-essenciais-mas-dependem-de-ultraprocessados/ Mon, 29 Jul 2024 20:20:32 +0000 //emiaow553.com/?p=582994 Conclusão é de pesquisa da USP feita com 774 adeptos do veganismo residentes no Brasil. Resultados foram divulgados na revista JAMA Network Open

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Texto: Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP

Em estudo publicado na revista JAMA Network Open, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) analisaram a dieta de mais de 700 adeptos do veganismo residentes no Brasil.

Os resultados indicam que, em média, os participantes consomem a quantidade recomendada de proteínas e aminoácidos essenciais. E têm uma dieta baseada principalmente em alimentos não processados e minimamente processados. No entanto, foi possível observar que, aqueles que ingerem menos produtos alimentícios industrializados, como suplementos proteicos e proteína texturizada de soja, se mostraram mais propensos a ter uma ingestão inadequada de proteínas �o que sugere haver nessa população algum grau de dependência de nutrientes provenientes de alimentos ultraprocessados.

Cunhado por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP, o termo “ultraprocessado�se refere a formulações de substâncias obtidas na indústria por meio do fracionamento de alimentos, além da adição de aditivos químicos (corantes, aromatizantes, emulsificantes, espessantes etc.) que tornam esses produtos altamente palatáveis.

No estudo, os principais alimentos ultraprocessados que se mostraram determinantes para a adequação do consumo de proteína no cardápio dos veganos brasileiros foram a proteína texturizada da soja (foto) e os suplementos de isolados proteicos à base de plantas (foto: Elke Wetzig/Wikimedia Commons)

No estudo, os principais alimentos ultraprocessados que se mostraram determinantes para a adequação do consumo de proteína no cardápio dos veganos brasileiros foram a proteína texturizada da soja (foto) e os suplementos de isolados proteicos à base de plantas (foto: Elke Wetzig/Wikimedia Commons)

“Nossos resultados se contrapõem ao estigma de que a dieta vegana não seria capaz de fornecer a quantidade necessária de proteína e aminoácidos essenciais que uma pessoa precisa. Como pudemos observar, ela pode ser adequada do ponto de vista nutricional. Em relação aos alimentos ultraprocessados, observamos que os veganos avaliados consumiam menores quantidades desse tipo de alimento quando comparados à população em geral� afirma Hamilton Roschel, coordenador do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição do Centro de Medicina do Estilo de Vida da FM-USP e coordenador do estudo, financiado por meio de cinco projetos (19/14820-6, 19/14819-8, 20/07860-9, 22/02229-4 e 17/13552-2).

Os pesquisadores calcularam a ingestão de proteínas e aminoácidos essenciais, além do consumo de alimentos por nível de processamento. As informações tiveram como base um diário alimentar �enviado por cada um dos 774 participantes do estudo �que continha as informações de todo o alimento consumido durante um dia.

“Sabe-se que alimentos de origem animal são, em geral, mais densos não apenas em proteína, mas também em aminoácidos essenciais. Carne, leite ou ovos apresentam mais proteína por grama de alimento que o arroz ou o feijão, por exemplo. Por isso, era também importante investigar se essa demanda estava sendo suprida em dietas compostas apenas por proteínas vegetais� explica o pesquisador.

Assim, da mesma forma que o consumo adequado de proteínas pode ser uma questão na dieta vegana, também é esperado que haja naturalmente uma maior dificuldade em atingir os níveis necessários de aminoácidos essenciais.

Na análise, os pesquisadores identificaram que a alimentação dos participantes consistia, em grande parte, de alimentos in natura ou minimamente processados (66,5% da ingestão energética), enquanto os ultraprocessados correspondiam a 13,2%. Na população brasileira de modo geral, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), os valores são de 44,9% para in natura e minimamente processados e 23,7% para ultraprocessados.

O estudo também identificou uma importante associação entre a adequação da ingestão de proteínas e o consumo de alimentos ultraprocessados. “Apesar de essa população consumir uma quantidade baixa de ultraprocessados, uma parcela parece depender desse tipo de alimento para suprir a demanda proteica. Isso se deve, em parte, ao fato de os alimentos in natura serem, em geral, menos densos em proteínas, o que abriu uma avenida de exploração pela indústria dos chamados meat substitutes, que vêm ganhando mercado� diz.

É o caso de produtos que imitam diferentes tipos de carne a partir de proteínas vegetais processadas, como hambúrgueres, salsichas e nuggets veganos, ou outras preparações como substitutos de queijos e derivados, que se utilizam de proteínas vegetais alternativas (como da soja, ervilha, arroz ou batata) para a confecção de alimentos ultraprocessados ricos em proteína vegetal.

É importante destacar que o consumo de alimentos ultraprocessados está associado ao risco aumentado de ganho de peso, diabetes, hipertensão e outras doenças cardiovasculares, além de depressão, alguns tipos de câncer e mortes prematuras, por exemplo. Por outro lado, embora ainda não se conheçam todos os efeitos de produtos ultraprocessados à base de plantas, evidências recentes sugerem que estes podem ser igualmente danosos à saúde.

Os pesquisadores da FM-USP detectaram que os principais alimentos ultraprocessados que foram determinantes para a adequação do consumo de proteína no cardápio dos veganos brasileiros são a proteína texturizada da soja (PTS) e os suplementos de isolados proteicos à base de plantas.

“Embora estejam na mesma classificação de ultraprocessados, alimentos como PTS e suplementos proteicos não necessariamente são prejudiciais à saúde, o que não pode ser dito de alimentos ultraprocessados que contêm altas concentrações de gordura, açúcar, sódio, conservantes e aditivos artificiais, por exemplo� ressalta Roschel.

O pesquisador explica que, apesar de diversos estudos associarem a ampla categoria dos ultraprocessados a resultados danosos, existem evidências robustas de que derivados de soja não fazem mal a saúde.

“A proteína texturizada de soja é uma fonte proteica e de aminoácidos essenciais importante para os veganos, apesar de ser classificada como ultraprocessado. É importante entendermos que parece existir uma variabilidade significativa nas formulações de produtos ultraprocessados e, embora seja consensual que eles devam ser evitados de modo geral, não é razoável ignorar distinções claras entre eles� afirma o pesquisador.

De acordo com os pesquisadores, o mesmo pode ser dito a respeito de suplementos de isolados proteicos à base de plantas. “O uso de suplementos proteicos é considerado uma estratégia baseada em evidências para apoiar a saúde muscular em diferentes contextos. Como em casos cuja alimentação baseada em alimentos in natura e minimamente processados não satisfaz a demanda por proteínas. Outro exemplo seria a presença de alguma condição clínica que requeira outro tipo de manejo nutricional, os suplementos à base de proteínas vegetais cumprem um papel importante e não devem ser ignorados.�/p>

Roschel, no entanto, faz um alerta importante: “Os nossos dados não dizem que alimentos ultraprocessados são bons, tampouco devem servir para estimular o seu consumo. No entanto, não se pode fechar os olhos para distinções importantes entre eles e a importância que cumprem em alguns contextos� pondera.

“Os resultados do estudo sugerem que serão necessárias políticas que facilitem o acesso a alimentos mais naturais e saudáveis, além de esforços para uma melhor educação nutricional a fim de promover melhores escolhas nutricionais por essa população. Com a expansão do mercado plant-based, é urgente haver regulação governamental para que sejam desenvolvidos produtos acessíveis, transparentes quanto à sua composição, de melhor qualidade e mais saudáveis� finaliza.

O artigo Protein and Amino Acid Adequacy and Food Consumption by Processing Level in Vegans in Brazil pode ser lido em: //jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2820203.

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??? ¡¾????¡¿ ???? ??? ??£»?????? //emiaow553.com/startup-projeta-soja-mutante-com-dna-de-porco-para-plantar-a-carne/ Mon, 08 Jan 2024 19:50:30 +0000 /?p=543769 Primeiros testes resultaram em uma soja com DNA de porco e um sabor semelhante ao da carne - além de um característico tom rosado

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Buscando fornecer uma alternativa vegana mais rentável (e tão saborosa quanto a carne tradicional), uma startup está fundindo genes de porcos com soja. Com a “soja mutante”, a Moolec Science quer transformar a forma como a humanidade consome proteínas.

A técnica empregada pela Moolec, conhecida como agricultura molecular, utiliza culturas geneticamente modificadas, como tabaco ou cártamo, para produzir proteínas.

Embora essa abordagem seja comum na indústria farmacêutica desde a década de 1990, a aplicação da agricultura molecular na produção de proteínas de células animais para uso alimentar é uma novidade. Para isso, a empresa tem investido anos de pesquisa.

Cultivada, uma planta biofábrica, após sua colheita poderá ser processada em uma fábrica ou destinada ao consumo humano ou animal.

Testes em estufas na empresa, localizada em Wisconsin (EUA), resultaram em soja com mais de um quarto de suas proteínas solúveis provenientes de fontes suínas. Isso confere ao grão um sabor semelhante ao da carne — e um tom rosado, essencial para o aspecto visual do produto final.

Fotos da soja tradicional (acima) e a soja com DNA de porco (abaixo) mostram a cor rosada da soja modificada. Imagem: Moolec/Reprodução

Iniciativa pioneira com soja

Gastón Paladini, CEO da Moolec Science, destaca o foco da empresa em estender seu processo de proteína de células animais para plantas específicas, como soja e ervilha.

Ele ressalta que os isolados e concentrados dessas culturas são essenciais na produção de produtos vegetais. E a Moolec está aplicando o mesmo processo, mas incorporando células animais dentro dessas plantas.

“Todos partilhamos o propósito comum de redefinir a forma como produzimos alimentos de origem animal, para o bem e para todos. Esses compromissos reforçam nossa visão e os compromissos de longo prazo de nossos acionistas, ao mesmo tempo que motivam a equipe da Moolec a alcançar os marcos que estão por vir� disse, em um comunicado.

Outras startups que trabalham com agricultura molecular incluem Nobel Foods , Tiamat Sciences (ambas nos EUA), Miruku (Nova Zelândia), ORF Genetics (Islândia) e Bright Biotech (Reino Unido), entre outras.

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??????? ?? ????? ????? 20?? ??£»??????,??????,??????? //emiaow553.com/estudo-sugere-que-os-genes-determinam-uma-pessoa-ser-vegetariana/ Thu, 05 Oct 2023 15:37:04 +0000 /?p=523619 Uma criança nasce vegetariana? Pesquisadores procuraram diferenças nos genes para entender como a genética afeta a alimentação

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Com cerca de 80 milhões de adeptos no mundo, a dieta vegetariana tem ganhado cada vez mais força no mundo. Apesar disso, algumas pessoas parecem ter uma rejeição maior a ideia de parar de comer carne. Isso, segundo um novo estudo, pode estar nos genes.

De acordo com um novo estudo, 34 genes individuais foram identificados como associados ao vegetarianismo. A revista científica PLOS ONE publicou a pesquisa.

Os cientistas afirmam que a genética pode ser responsável por até 10% da preferência de uma pessoa por um determinado alimento. A descoberta surgiu após eles procurarem diferenças nos genes dos vegetarianos e dos não-vegetarianos.

“Mostramos basicamente que sim, existe uma influência genética no vegetarianismo� disse ao Washington Post Nabeel Yaseen, professor emérito da Northwestern University, nos EUA, e principal autor do novo estudo.

Como o estudo foi feito

A pesquisa comparou os genomas de 5.324 vegetarianos “estritos��definidos como pessoas que não consumiram carne animal no ano passado. Os cientistas também analisaram os genes de 329.455 não-vegetarianos do Reino Unido.

Além da predisposição genética, a pesquisa também apontou que conexões sociais e opções alimentares disponíveis também têm fortes efeitos sobre se alguém adota a dieta.

De acordo com Matthew Ruby, professor na Universidade LaTrobe, da Austrália, as preocupações ambientais atuais também estão entre as razões para parar de comer carne. “A minha forte impressão é que o número de pessoas que são reducionistas ou flexitarianas está provavelmente a crescer mais rapidamente do que aquelas que são vegetarianas ou veganas� acrescentou.

Realidade do vegetarianismo no Brasil

Segundo uma estimativa da Sociedade Vegetariana Brasileira, com base em uma pesquisa do IBOPE de 2018, cerca de 14% dos brasileiros se consideravam vegetarianos e estavam dispostos a escolher mais produtos veganos. Ou seja, são 30 milhões de pessoas somente no Brasil.

Já de acordo com dados da IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), em todas as regiões brasileiras – e independentemente da faixa etária -, 46% dos brasileiros já deixam de comer carne, por vontade própria, pelo menos uma vez na semana.

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?????? ??£»??????, ???£»??????? //emiaow553.com/risco-de-transtorno-alimentar-entre-adeptos-da-dieta-vegana-e-baixo-sugere-estudo/ Wed, 20 Sep 2023 22:55:50 +0000 /?p=520091 Ao avaliar grupo de mil veganos, pesquisadores observaram uma prevalência de comportamentos alimentares disfuncionais quase 10 vezes menor

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Texto: Julia Moióli | Agência FAPESP

Motivada pela vontade de controlar o peso ou alcançar a boa forma, uma parcela significativa da população apresenta comportamentos, pensamentos ou sentimentos disfuncionais em relação à alimentação e ao corpo â€?é o que os especialistas chamam de “comportamento alimentar disfuncionalâ€?ou “comer transtornadoâ€? um fator de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares. Estão nesse grupo as pessoas que adotam dietas restritivas de forma impulsiva, as que se submetem a longos jejuns ou comem em excesso, bem como os indivíduos que sentem culpa ao ingerir certos alimentos.

Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) decidiu investigar a prevalência de comportamentos alimentares disfuncionais entre os adeptos da dieta vegana, que tem se tornado bastante popular em tempos de sustentabilidade. De acordo com resultados divulgados na revista JAMA Network Open, apenas 0,6% dos quase mil participantes apresentaram o tal “comer transtornado� um valor dez vezes menor que os 6,5% observados na população brasileira em geral.

Os autores explicam que o objetivo do estudo foi verificar se havia uma associação entre comportamentos alimentares disfuncionais e a escolha por esse tipo de dieta. A hipótese aventada pela literatura é a de que a dieta vegana poderia ser utilizada para legitimar a rejeição a determinados alimentos ou a certas situações relacionadas à alimentação, camuflando possíveis sinais de comportamento alimentar disfuncional ou até mesmo de transtornos alimentares.

“No entanto, os resultados do estudo tiram esse peso da alimentação vegana, pois indicam que a presença de comportamentos alimentares disfuncionais está mais associada aos motivos que levaram à adoção de uma determinada dieta do que ao tipo de dieta em si� conta o professor Hamilton Roschel, que coordena o Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da USP.

Segundo ele, o fato de 62% dos participantes terem relatado a preocupação com “ética e direitos dos animais�como motivação para aderir a uma dieta vegana �enquanto apenas 10% terem mencionado “razões de saúde��ajuda a explicar a baixa prevalência de comportamentos alimentares disfuncionais no grupo estudado. “Entender as motivações para a adoção de uma dieta, bem como os motivos para as escolhas alimentares dos pacientes, nos ajuda a elaborar programas de atendimento nutricional mais focados e eficientes� afirma.

Metodologia

Por meio de um questionário on-line, os pesquisadores da USP colheram informações sociodemográficas (como escolaridade, renda e geolocalização, entre outras) e avaliaram o consumo alimentar de 971 pessoas maiores de 18 anos de todo o país. Com todos os dados em mãos, foi possível observar qual era a porcentagem de adeptos da alimentação vegana que exibiam “comportamentos alimentares disfuncionais�e, consequentemente, estariam em maior risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares.

Em uma segunda etapa, o estudo financiado pela FAPESP (projetos 19/14820-6, 19/14819-8, 20/07860-9, 22/02229-4 e 17/13552-2) analisou os determinantes das escolhas alimentares dos participantes. Os motivos “necessidade e fome� “gostar� “saúde� “hábitos�e “preocupações naturais�foram os mais importantes para essa população. Já “controle de emoções� “normas sociais�e “imagem social�foram os menos importantes.

“Naturalmente precisamos avaliar a adequação nutricional e possíveis deficiências em dietas restritivas, mas, quando se trata de saúde mental, fica claro que o mais importante é entender o que levou cada pessoa a fazer sua escolha para monitorá-la e, se necessário, encaminhá-la adequadamente� afirma Roschel. “Esses dados também podem ajudar a adequar intervenções públicas focadas na promoção da alimentação saudável e na prevenção ou tratamento dos transtornos alimentares.�/p>

O pesquisador destaca a importância de estudos adicionais com amostras probabilísticas mais heterogêneas, que incluam avaliações qualitativas. E adverte que, por seguir um modelo transversal, o trabalho não permite inferir causalidade.

A investigação foi conduzida pelo Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição, que reúne cientistas da Faculdade de Medicina (FM-USP) e da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE-USP), e foi liderada pelas pesquisadoras Bruna Caruso Mazzolani e Fabiana Infante Smaira. Colaboraram Bruno Gualano, Gabriel P. Esteves, Martin Hindermann Santini, Alice Erwig Leitão e Heloísa Santo André.

O artigo Disordered Eating Attitudes and Food Choice Motives Among Individuals Who Follow a Vegan Diet in Brazil pode ser lido em: //jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2806586. E um vídeo com mais explicações pode ser conferido em: www.instagram.com/reel/CusGxIpNrcG/?igshid=MTc4MmM1YmI2Ng%3D%3D.

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