텍사스 홀덤;홀덤 게임의 역사와 승률 높은 베팅 방법 / Vida digital para pessoas Thu, 29 Aug 2024 14:07:36 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png 바카라 라부쉐르-labouchere 배팅법 카지노;카지노사이트킴 / 32 32 프라그마틱 정품확인방법;온카패스 //emiaow553.com/duas-fatias-de-presunto-por-dia-podem-aumentar-risco-de-diabetes-tipo-2-em-15/ Thu, 29 Aug 2024 14:56:45 +0000 //emiaow553.com/?p=589006 The post Duas fatias de presunto por dia podem aumentar risco de diabetes tipo 2 em 15% appeared first on Giz Brasil.

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Seguindo a tradição de comidas gostosas fazendo mal à saúde, um novo estudo revela que comer duas fatias de presunto por dia aumenta o risco de diabetes tipo 2.

Utilizando dados de 2 milhões de adultos em 20 países, incluindo o Brasil, o estudo liderado pela da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, apresenta evidências entre o consumo de carne e o risco de diabetes tipo 2. Aliás, a análise só foi possível graças ao InterConnect, um projeto financiado pela União Europeia. O projeto reúne estudos sobre diabetes tipo 2 e obesidade em diferentes populações.

Um desses estudos é o ELSA �Brasil (Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto), que serviu para fornecer dados sobre doenças crônicas dos brasileiros.

Com isso, os pesquisadores analisaram dados individuais dos participantes dos diversos estudos, contribuindo para evidências mais concretas — ao contrário de estudos anteriores.

Graças a esse método, o estudo, publicado no dia último 20, conseguiu explorar a relação considerando diferentes fatores individualmente, como tabagismo e estilo de vida, que podem afetar a associação entre o consumo de carne e as diabetes.

Presunto e outras carnes associadas ao risco de diabetes tipo 2

Segundo o estudo, comer 50 gramas de carne processada �de duas fatias de presunto �por dia aumenta o risco de diabetes tipo 2 em 15%. No entanto, carne vermelha não processada não está de fora, de acordo com o estudo.

Comer um bife pequeno por dia (que corresponde a 100 gramas) aumenta em 10% o risco de diabetes tipo 2. Surpreendentemente, o consumo de frango também pode aumentar o risco em 8% no risco. Apesar de reduzir o risco de diabetes tipo 2 ao substituir o presunto pela picanha, o estudo destaca os riscos relacionados ao consumo de carne.

Apesar de apresentar apenas uma associação, em vez de causalidade, a pesquisa se alinha com outros estudos e recomendações alimentares, que destacam a importância em reduzir o consumo de carne vermelha processada.

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온라인 카지노;메이저 카지노;카지노 추천 //emiaow553.com/ultraprocessados-sao-fonte-de-proteina-na-alimentacao-de-vegetarianos-estritos/ Tue, 20 Aug 2024 14:25:07 +0000 //emiaow553.com/?p=586603 The post Ultraprocessados são fonte de proteína na alimentação de vegetarianos estritos appeared first on Giz Brasil.

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Texto: Gabriele Mello* / Arte: Diego Facundini* / Jornal da USP

O veganismo é um estilo de vida em que a pessoa não consome nenhum produto de origem animal, inclusive roupas e produtos de beleza testados em animais, por exemplo. Quando se fala exclusivamente de alimentação, a dieta recebe o nome de vegetarianismo estrito. Nesses casos, existe uma grande preocupação em relação à quantidade de proteína ingerida. A pesquisa conduzida pelo Centro de Medicina do Estilo de Vida da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), coordenada pelo professor Hamilton Roschel, mostrou que a quantidade de proteína consumida por vegetarianos estritos é adequada, mas se apoia no consumo de alimentos ultraprocessados.

Entre os mais de 500 participantes do estudo, a mediana do consumo de proteína foi de 1,12 gramas por quilo de peso corporal, valor que atinge e supera a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 0,8 a 1,0 grama de proteína por quilo de peso corporal. No entanto, para atingir a recomendação de ingestão proteica, os vegetarianos estritos recorrem a alimentos ultraprocessados, em particular, à proteína texturizada de soja �que passa por uma etapa chamada extrusão, por isso é considerada ultraprocessada �e aos suplementos proteicos à base de proteína vegetal. A pesquisa também analisou se vegetarianos estritos ingerem quantidades adequadas de aminoácidos essenciais �moléculas que formam as proteínas, mas que não são produzidas pelo corpo e têm funções específicas no metabolismo. Assim como no caso das proteínas, a adequação foi superior a 90%. As dietas dos participantes foram analisadas com base em diários alimentares. Enquanto o recordatório alimentar é preenchido por um nutricionista, como uma entrevista, o diário é preenchido individualmente com relatos das refeições em medidas caseiras, mas também passa pela conferência de um nutricionista. Os participantes tiveram acesso a instruções para registrarem os alimentos de forma padronizada. O trabalho contou com pesquisadores do Grupo de Fisiologia Aplicada e Nutrição, da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, e da FMUSP.

Nível de processamento na dieta vegetariana estrita

Mesmo dependendo do consumo de ultraprocessados para atingir a quantidade adequada de proteína ingerida, 66% das calorias ingeridas por vegetarianos estritos vêm de alimentos in natura, alimentos que não sofrem alteração para serem consumidos, e minimamente processados �que passaram apenas por processos que não envolvem adição de sal, gordura, açúcar ou outras substâncias.

A porcentagem de calorias vindas de ultraprocessados na dieta dos participantes do estudo é de 13%. “Esses indivíduos comem menos ultraprocessados e consequentemente mais alimentos in natura e minimamente processados que a população em geral. Então, esse é um achado interessante, porque mostra que as premissas de uma boa dieta à base de plantas estão sendo seguidas� diz Roschel.

Em comparação com os dados encontrados para a população geral no Brasil, os vegetarianos estritos têm 22% a mais de calorias da dieta vindas de alimentos in natura, e 10% a menos vindos de ultraprocessados.

Além disso, apesar de alimentos como a proteína texturizada de soja serem classificados como ultraprocessados, devido aos processos a que são submetidos e suas composições, alguns pesquisadores afirmam que eles se diferem dos ultraprocessados conhecidos pelos malefícios à saúde, já que não têm adição de sal, açúcar e gordura. “Apesar de se enquadrarem na mesma categoria, em termos de qualidade nutricional, é razoável assumir que uma proteína texturizada de soja não pode ser comparada a um pacote de salgadinho, por exemplo. Mesmo dentro da classificação de ultraprocessados, há nuances que precisam ser consideradas� pondera o docente. A ideia não é consenso entre os cientistas, e já foi objeto de debate.

Hamilton Roschel – Foto: Arquivo Pessoal

Roschel lembra que os resultados encontrados no trabalho em momento nenhum vão contra a classificação Nova �que divide os alimentos em in natura, minimamente processados, processados e ultraprocessados. “A Nova é absolutamente fantástica em termos de saúde pública� ressalta o pesquisador. Ele acredita porém, que existem nuances dentro da classificação que merecem consideração.

Aumento da variedade de ultraprocessados

O mercado de ultraprocessados cresce em variedade, e os alimentos voltados ao vegetarianismo estrito não são exceção, relata Roschel. Mas, ao contrário da proteína texturizada de soja e do suplemento proteico, boa parte desses alimentos que têm ganho espaço nos mercados são ricos em açúcar, gorduras saturadas e sal, ao mesmo tempo que são baixos em fibras. Ou seja, são alimentos que trazem prejuízo à saúde. Na França, de acordo com uma pesquisa realizada em 2021, 39% das calorias ingeridas por vegetarianos estritos vinham de alimentos ultraprocessados com baixa qualidade nutricional. “Esse [aumento do consumo de ultraprocessados] é o medo. Para eles [indústria alimentícia] começarem a fazer opções veganas para atender esse público com a mesma baixíssima qualidade nutricional, basta que enxerguem isso como um mercado interessante� relata Roschel sobre as perspectivas no Brasil.

Para o pesquisador, o resultado do trabalho mostra a importância de uma análise de contexto. “�um alerta de que a gente precisa de uma melhor educação nutricional do indivíduo que adere a uma dieta plant-based [baseada em plantas, vegetariana estrita]. É também um alerta para políticas públicas de regulação do mercado e para a indústria, que precisa entender a sua responsabilidade na elaboração de alimentos de melhor qualidade nutricional� finaliza.

Participaram do estudo os pesquisadores do Grupo de Fisiologia Aplicada e Nutrição da EEFE/FMUSP e do Centro de Medicina do Estilo de Vida da FMUSP: Alice Erwig Leitão, Gabriel Esteves, Bruna Mazzolani, Fabiana Smaira, Martin Santini, Heloísa Santo André, Bruno Gualano e Hamilton Roschel.

Mais informações: e-mail [email protected], com Hamilton Roschel

*Estagiária sob supervisão de Luiza Caires
**Estagiário sob supervisão de Simone Gomes

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미슐랭토토 【보증업체】 가입코드 이벤트 쿠폰;온라인바카라 //emiaow553.com/carne-vermelha-processada-aumenta-o-risco-de-demencia-aponta-estudo/ Thu, 01 Aug 2024 18:25:16 +0000 //emiaow553.com/?p=583607 The post Carne vermelha processada aumenta o risco de demência, aponta estudo appeared first on Giz Brasil.

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Amantes de cachorro-quente, bacon, salame e outros tipos de carne vermelha processada correm mais risco de desenvolverem demência. Pelo menos, é o que aponta um novo estudo.

Apresentado na AAIC 2024 (Conferência da Associação Internacional Contra o Alzheimer), na quarta-feira (31/7), o estudo é uma pesquisa extensa, que observou 130 mil adultos participantes ao longo de 43 anos, com 11.173 deles desenvolvendo demência.

O resultado mostra que aqueles que consumiram duas porções de carne vermelha processada por semana apresentaram um risco 14% maior de desenvolverem demência, em comparação aos que comiam menos de três porções por mês. Segundo estudo, salsichas, bacon e salames são os principais tipos de carne vermelha processada especificamente ligadas ao risco maior de demência.

Em contrapartida, a carne vermelha não processada, bovina ou suína, não apresentaram um aumento significativamente no risco de demência. No entanto, participantes que consumiam diariamente a carne vermelha não processada, informaram reduções cognitivas com maior frequência.

É importante ressaltar que a carne vermelha processada entra na categoria dos �a href="//emiaow553.com/comer-ultraprocessados-em-excesso-aumenta-risco-de-depressao-e-ansiedade/">alimentos ultraprocessados� que incluem vários aditivos para manter a conservação.

E o Brasil imita os EUA�mais uma vez 

O estudo observa a população norte-americana, comentando que “as comidas ultraprocessadas são uma parte importante da dieta dos EUA� correspondendo por cerca de 58% da ingestão calórica tanto em crianças quanto em adultos.

Essas comidas são associadas a vários problemas de saúde, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e certos tipos de câncer. Contudo, não são apenas os Estados Unidos que estão em maus lençóis.

Um estudo publicado em 2022 analisou o consumo de ultraprocessados em 10.775 brasileiros, constatando uma grande taxa de redução das funções cognitivas em uma média de 8 anos.

No Brasil, os participantes tinham idades entre 35 e 74 anos, que residiam nas quatro capitais do sudeste, além de Salvador e Porto Alegre.

A demência é a causa primária para invalidez em países ricos. Mas, embora a demência esteja no top 10 das causas por invalidez em países em desenvolvimento, estudo é um dos primeiros a avaliar os riscos cognitivos dos ultraprocessados no Brasil.

Além disso, ultraprocessados correspondem por 30% da ingestão calórica total dos brasileiros.

Similarmente, um estudo no Reino Unido também constatou o risco de demência associado ao consumo de carne vermelha processada. Esses estudos indicam, portanto, uma correlação entre demência e carne vermelha processada.

Por que carne vermelha processada causa demência?

Bacon é uma das carnes vermelhas processadas especificamente ligadas ao risco de demênciaImagem: David Trinks/Unsplash/Reprodução
A principal teoria dos especialistas é que os ultraprocessados podem impactar a saúde vascular, além de danificar células cerebrais. Isso porque doenças crônicas como hipertensão, obesidade e diabetes, que são ligadas ao consumo de ultraprocessados, podem afetar os vasos sanguíneos e, consequentemente, o cérebro.

Além disso, dietas com enorme quantidade de ultraprocessados, geralmente, não possuem comidas com nutrientes essenciais, presentes em opções mais saudáveis — possivelmente resultando em um declínio cognitivo.

O estudo apresentado ontem (31/7) não foi publicado, ainda, em uma revista acadêmica. Portanto, não passou pelo processo de revisão por pares. Contudo, as descobertas preliminares reforçam ainda mais a associação entre demência e o consumo de ultraprocessados.

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안전한 히어로 토토사이트 보증업체 먹튀검증;토토먹튀블러드 //emiaow553.com/uso-noturno-de-telas-esta-associado-a-alimentacao-menos-saudavel-de-criancas-e-adolescentes/ Mon, 06 May 2024 22:12:37 +0000 //emiaow553.com/?p=568798 The post Uso noturno de telas está associado a alimentação menos saudável de crianças e adolescentes appeared first on Giz Brasil.

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Texto: Agência Bori

Highlights

  • Qualidade da alimentação de crianças e adolescentes está diretamente associada à frequência com que usam dispositivos de tela como celular à noite
  • A tendência foi observada em escolares de 7 a 14 anos de Florianópolis (SC), com e sem sobrepeso
  • Anúncios de alimentos ultraprocessados visualizados nos dispositivos podem estimular seu consumo

Crianças e adolescentes que usam mais celulares, videogames e televisão à noite tendem a consumir menos alimentos saudáveis nas refeições noturnas. Em vez de frutas, verduras e legumes, a dieta desses jovens pode conter mais alimentos ultraprocessados e ricos em açúcares e gorduras, como doces, hambúrguer e pizza. A conclusão está em artigo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publicado na sexta (3) na “Revista de Nutrição�/a>.

Segundo a pesquisa, aqueles que usam até um dispositivo costumam consumir menos frutas, verduras e legumes; o uso de até dois dispositivos resulta em maior chance de ingerir doces, e usar três ou mais dispositivos está associado ao consumo de mais ultraprocessados e lanches.

A análise envolveu 1.396 escolares com idades entre 7 e 14 anos, com e sem sobrepeso, de 19 escolas públicas e 11 instituições particulares, localizadas em regiões diversas de Florianópolis (SC). Informações sobre seus hábitos cotidianos foram coletadas por meio do questionário Consumo Alimentar e Atividade Física de Escolares, aplicado de forma virtual entre novembro de 2018 e dezembro de 2019, como parte do Estudo da Prevalência da Obesidade em Crianças e Adolescentes de Florianópolis.

Conduzido desde 2002 na capital catarinense, o estudo monitora sobrepeso e obesidade entre crianças e adolescentes, buscando entender fatores associados a eles. Suas edições anteriores apontaram para tendências de aumento do sobrepeso e obesidade neste público, que foi de 30%, em 2002, para quase 34% no levantamento mais recente.

O uso de telas se destaca como fator associado ao ganho de peso que pode ser modificado. “A utilização das telas pode vir acompanhada de propagandas de alimentos ultraprocessados, que estimulam sua compra e consumo, e que devem ser evitados� ressalta a pesquisadora Patricia Hinnig, pesquisadora da UFSC e uma das autoras do estudo. Ela destaca a necessidade de orientação acerca do uso de telas e da alimentação saudável. “Essas ações podem ser realizadas no ambiente escolar como parte do Programa Saúde nas Escolas ou de atividades de Educação Alimentar e Nutricional. É fundamental que alcancem também as famílias e estejam associadas a outras ações de promoção da saúde no âmbito da Atenção Primária à Saúde� indica.

A próxima edição do estudo sobre prevalência de obesidade em crianças e adolescentes de Florianópolis está prevista para 2025, a primeira desde a pandemia de Covid-19. “Será possível avaliar o comportamento da obesidade nos escolares após a pandemia. Com dados de consumo alimentar, atividade física e uso de telas, poderemos avaliar as tendências ao longo do tempo� explica a pesquisadora.

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Texto: Ricardo Zorzetto/Revista Pesquisa Fapesp

Imagens de crianças yanomamis desnutridas voltaram a circular no noticiário em janeiro, um ano após o governo federal ter declarado emergência em saúde pública no território ocupado por essa etnia no extremo norte do Brasil e depois de 307 delas terem se recuperado. As cenas chocam por retratarem um problema de saúde grave que persiste entre as populações indígenas décadas após ter sido eliminado no resto do país, onde começa a se consolidar, já na infância, o excesso de peso.

Um aumento expressivo na proporção de crianças brasileiras com peso superior ao recomendado para a idade e a altura foi registrado em um estudo publicado em outubro de 2023 em um suplemento dos Cadernos de Saúde Pública. No trabalho, a equipe dos nutricionistas Gilberto Kac, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Inês Rugani Castro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), comparou a situação nutricional de milhares de meninos e meninas menores de 5 anos, avaliada em dois levantamentos. O primeiro foi a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), realizada em 2006 com 4.817 crianças de todas as regiões; o segundo trata-se do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), conduzido em 2019 com 14.558 participantes da mesma faixa etária. Nesses 13 anos, a proporção com excesso de peso cresceu de 6% para 10,1%.

A diferença de pouco mais de quatro pontos percentuais pode parecer pequena, mas serve de alerta para efeitos futuros potencialmente graves. O excesso de peso na infância tende a se manter até a idade adulta e é fator de risco para doenças cardiovasculares e metabólicas, como diabetes e colesterol elevado. Em termos populacionais, a proporção de crianças com peso superior ao desejável nessa faixa etária não deveria superar os 2,5%, que, segundo especialistas, é o valor esperado para o excesso de peso determinado por causas genéticas. O aumento na frequência de crianças com excesso de peso, no entanto, é um fenômeno global e, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), passou de 4,9% em 2000 para 5,6% em 2019.
Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESPAlexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP

“O valor medido pelo Enani-2019 deveria fazer soar o alarme das autoridades públicas brasileiras. Se nada for feito para modificar esse padrão de ganho de peso, uma proporção bem mais elevada dessas crianças deve apresentar sobrepeso ou se tornar obesa na idade adulta� afirma o pediatra Antônio Augusto Moura da Silva, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que analisou o estudo a pedido de Pesquisa FAPESP.

Silva é colaborador de uma pesquisa que, de tempos em tempos, reavalia a saúde de crianças nascidas em Ribeirão Preto (SP) e em São Luís (MA). “Entre os nascidos em 1978 em Ribeirão, 15% tinham excesso de peso aos 10 anos. Aos 40 anos, 74% estavam com sobrepeso ou obesidade. Em São Luís, estamos começando a ver esse efeito nas camadas mais ricas da sociedade� conta. Outros estudos de caráter regional, representativos da população do Sul e do Sudeste, aquelas em que o Enani encontrou uma proporção mais elevada de crianças com excesso de peso, observam o mesmo efeito. Em Pelotas, no Rio Grande do Sul, a equipe coordenada pelo epidemiologista César Victora e pelo pediatra Fernando Barros, ambos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), reavalia a cada 11 anos a saúde das pessoas que nasceram no município em 1982, 1993, 2004 e 2015. “Aos 18 anos, 20% das pessoas nascidas em 1982 tinham sobrepeso ou eram obesas. Aos 22 anos, quase 30%, e aos 40 anos, 74%� conta o também epidemiologista Bernardo Horta, da equipe de Pelotas.

Em um estudo publicado em 2019 no International Journal of Epidemiology, os pesquisadores gaúchos verificaram que a frequência de excesso de peso no primeiro ano de vida quase dobrou em quatro gerações. Era de 6,5% entre as crianças nascidas em 1982 e subiu para 12,2% entre as de 2015.

Esse efeito registrado entre gerações parece se manter ao longo do tempo. “Quando as pessoas nascidas em 1982 completaram 33 anos, 54% tinham sobrepeso ou obesidade. Entre as nascidas em 1993, a proporção chegou a 63%� conta Horta. “Estamos testemunhando uma explosão do excesso de peso no país.�/p> As causas da epidemia de excesso de peso entre adultos e crianças são complexas e semelhantes. Além de fatores genéticos, elas envolvem hábitos de vida sedentários, níveis elevados de estresse, sono pouco reparador e dieta com quantidades importantes de alimentos industrializados altamente calóricos �os ultraprocessados, ricos em açúcares, sal e gorduras e muito palatáveis. Um fator preocupante é que esses alimentos integram a alimentação infantil desde os primeiros meses de vida. A fim de conhecer a composição da dieta em uma das fases mais iniciais da infância, a nutricionista Elisa de Aquino Lacerda, da UFRJ, analisou os dados de 4.354 crianças que tinham de 6 meses a 2 anos quando as mães ou os cuidadores foram entrevistados para o Enani-2019. Nesse estágio, a criança deve começar a receber outros alimentos além do leite materno. Lacerda constatou que, com base na alimentação do dia anterior, 63% das crianças apresentavam uma dieta minimamente diversificada, com o consumo de alimentos de pelo menos cinco destes oito grupos: leite materno; laticínios; grãos, raízes e tubérculos; leguminosas, castanhas e sementes; carnes; ovos; frutas e hortaliças; e frutas e hortaliças ricas em vitamina A.

De acordo com o trabalho, publicado no suplemento dos Cadernos de Saúde Pública, a proporção de crianças com dieta diversificada foi maior (69,4%) no Sudeste e menor (54,8%) no Norte. Essa frequência também foi mais elevada (76,5%) entre aquelas com mães ou cuidadores com mais de 12 anos de formação escolar e menor (50,6%) entre aquelas cuja mãe ou cuidador havia frequentado a escola por menos de sete anos.

O mais surpreendente, porém, foi o consumo de ultraprocessados, comum em todo o país. Em média, 80,5% das crianças nesse grupo etário já se alimentavam com esse tipo de produto, em geral, biscoitos doces e salgados, farinhas para papinhas, além de iogurtes industrializados e bebidas adoçadas. Novamente, a proporção foi mais elevada (84,5%) na região Norte e, dessa vez, mais baixa (76,1%) na Centro-Oeste. Apenas 8,4% das crianças apresentavam uma dieta minimamente diversificada e que não incluía ultraprocessados.
Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESPAlexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP
Nem só dados preocupantes emergiram da comparação entre os levantamentos de 2006 e 2019. Nesse período, a situação nutricional das crianças melhorou muito. Um problema cuja frequência diminuiu de modo importante foi a anemia. Causada por carência de micronutrientes ou pela ocorrência de infecções e parasitoses frequentes, ela afeta 40% dos menores de 5 anos no mundo, segundo estimativas da OMS. Crianças com anemia podem sentir cansaço e apresentar baixo rendimento em atividades físicas e intelectuais. Há 40 ou 50 anos, cerca de 60% das crianças brasileiras menores de 5 anos eram anêmicas. Essa proporção, que já havia baixado para 20,5% em 2006, caiu para 10% em 2019.

Outra questão de saúde pública amenizada foi a deficiência de vitamina A. Adquirido pela ingestão de alimentos de origem animal e frutas e hortaliças de cor amarela ou laranja (ricos em betacaroteno), esse nutriente é importante para a multiplicação das células e o funcionamento dos sistemas nervoso e imunológico. A deficiência de vitamina A afetava 17,2% dos menores de 5 anos no Brasil em 2006 e 6% em 2019. De um levantamento para o outro, também diminuíram as desigualdades regionais. A diferença nas taxas de anemia e deficiência de vitamina A registradas nas cinco macrorregiões brasileiras se tornou bem menor.

Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESPAlexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP
“O país conquistou vitórias importantes nesse período. Normalmente a melhora nesses indicadores demora bem mais tempo� afirma Moura da Silva, da UFMA. De modo geral, avalia Inês Rugani Castro, da Uerj, o perfil nutricional das crianças brasileiras encontra-se em um nível intermediário. “Estamos melhores do que os países pobres e, em alguns aspectos, piores do que os ricos� relata. Esses avanços, segundo os pesquisadores, são fruto da estabilização da moeda e do controle da hiperinflação nos anos 1990 e da implementação continuada de políticas públicas que permitiram aumentar a renda das famílias, melhorar o nível educacional dos pais e ampliar o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS). Vários indicadores socioeconômicos que influenciam a saúde das crianças progrediram entre 2006 e 2019. A proporção de famílias com mães ou cuidadores com mais de 11 anos de formação escolar subiu de 32% para 56%, acesso a água tratada de 79% para 93% e coleta de esgoto de 46% para 75%.

A evolução de um indicador, no entanto, intrigou os pesquisadores: o da baixa estatura. Facilmente aferível, a baixa estatura costuma resultar de carência nutricional, infecções repetidas ou falta de estimulação psicossocial vividas por longos períodos. Na saúde pública, é interpretada como um indicador cumulativo de desnutrição. Ela afetava 37,1% dos menores de 5 anos no Brasil em 1974 e seus níveis baixaram nas três décadas seguintes, alcançado a marca de 7,1% em 2007, como registrou o epidemiologista Carlos Augusto Monteiro, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), no Bulletin of the World Health Organization em 2010.

De lá para cá, seu nível estacionou em 7%. “O percentual estava relativamente baixo em 2006, mas esperávamos que fosse melhorar. Não melhorou� conta Castro. Uma possível explicação é o fato de o levantamento de 2019 ter avaliado crianças que nasceram antes e depois do início da crise econômica e da redução de cobertura de programas de assistência social e de saúde observados a partir de 2016. A proporção de crianças com baixa estatura foi menor entre as que nasceram antes da crise (mais velhas) do que entre as que nasceram depois (mais novas). Em cenários de estabilidade, espera-se que a baixa estatura seja mais frequente entre as crianças mais velhas porque elas teriam passado por mais episódios de insegurança alimentar e infecção do que as mais novas. A comparação entre os dois levantamentos também mostrou que as mais velhas do Enani estavam melhores que as mais velhas da PNDS, sinal de melhoria de 2006 para 2019, e que as mais novas do Enani estavam piores que as mais novas da PNDS, sugestivo de que o avanço do período não se sustentou. “Para a taxa do indicador melhorar, o ciclo virtuoso iniciado nos anos 2000 não poderia ter sido interrompido� explica a nutricionista da Uerj. Uma região do país se desgarra das demais em alguns quesitos: o Norte. Com 17,3 milhões de habitantes (8,5% da população brasileira) e uma área equivalente a quase metade do território nacional, a região Norte é uma das mais pobres, com população de menor escolaridade e mais difícil acesso ao sistema público de saúde. Lá, a frequência de baixa estatura e de anemia ficaram, respectivamente, em 8,4% e 17%. “O Enani representa um grande avanço de qualidade em relação aos levantamentos anteriores. Mas seu desenho não permite caracterizar as diferenças entre as populações de ambiente urbano e rural ou que habitam áreas remotas, como ribeirinhos, quilombolas e indígenas� conta a nutricionista Marly Cardoso, da FSP-USP.
Mulheres e crianças na Terra Indígena Yanomami, em RoraimaMulheres e crianças na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Imagem: Fernando Frazão� Agência Brasil

Ela coordena um estudo que acompanha a saúde de pouco mais de 1 mil crianças nascidas em 2015 em Cruzeiro do Sul, cidade de 90 mil habitantes no interior do Acre, próximo à divisa com o Peru. Lá, Cardoso e seus colaboradores têm observado algumas condições mais graves e outras diferentes do que a registrada no resto do país. Em Cruzeiro do Sul, 39% das mães estavam anêmicas no parto e 42% das crianças tinham anemia ao fim do primeiro ano de vida. A taxa caiu à medida que as crianças cresceram e era de 5,2% aos 5 anos, segundo os dados apresentados em novembro em um suplemento da Revista de Saúde Pública. Já a proporção de crianças com baixa estatura aos 5 anos (2,3%) era bem inferior à média nacional, enquanto a daquelas com excesso de peso era superior (12,7%).

O que em geral não vai bem no país pode estar ainda pior entre as populações indígenas. Em 2008 e 2009, Bernardo Horta, da UFPel, e colaboradores realizaram o primeiro �e único �levantamento nacional sobre saúde e nutrição indígena. Eles analisaram as condições sanitárias de cerca de 12 mil pessoas em 113 comunidades de todo o país e apresentaram os resultados em 2013 na revista BMC Public Health. Entre as crianças de até 5 anos, 51,2% tinham anemia e 25,7% baixa estatura �essas proporções eram, respectivamente, 66,4% e 40,8% entre os indígenas da região Norte.

“Para melhorar o quadro nacional, em especial da região Norte e das comunidades mais afastadas� afirma Cardoso, “�necessário que se tome a decisão política de implementar e ampliar a cobertura de programas para promoção da saúde, infraestrutura sanitária e aumento de renda, mas com compromisso de continuidade dessas ações�

Projeto
Estudo MINA materno-infantil no Acre: Coorte de nascimentos da Amazônia Ocidental brasileira (nº 16/00270-6); Modalidade Projeto Temático; Pesquisadora responsável Marly Augusto Cardoso (FSP-USP); Investimento R$ 3.440.351,93.

Artigos científicos
DE CASTRO, I. R. R. et al. Nutrition transition in Brazilian children under 5 years old from 2006 to 2019. Cadernos de Saúde Pública. v. 39, suplemento 2. 23 out. 2023.
GONÇALVES, H. et al. Infant nutrition and growth: Trends and inequalities in four population-based birth cohorts in Pelotas, Brazil, 1982-2015. International Journal of Epidemiology. abr. 2019.
LACERDA, E. M. A. et al. Minimum dietary diversity and consumption of ultra-processed foods among Brazilian children 6-23 months of age. Cadernos de Saúde Pública. v. 39, suplemento 2. 20 out. 2023.
MONTEIRO, C. A. et al. Narrowing socioeconomic inequality in child stunting: The Brazilian experience, 1974-2007. Bulletin of the World Health Organization. v. 88, n. 4, p. 305-11. abr. 2010.
DE CASTRO, I. R. R. et al. Trends of height-for-age Z-scores according to age among Brazilian children under 5 years old from 2006 to 2019. Cadernos de Saúde Pública. v. 39, suplemento 2. 28 ago. 2023.
CARDOSO, M. A. et al. Prevalence and correlates of childhood anemia in the MINA-Brazil birth cohort study. Revista de Saúde Pública. v. 57, suplemento 2. 30 nov. 2023.
COIMBRA JR, C. A. E. et al. The first national survey of indigenous people’s health and nutrition in Brazil: Rationale, methodology, and overview of results. BMC Public Health. 19 jan. 2013.
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라이브 딜러 카지노;진짜 딜러와 즐기는 실시간 카지노 //emiaow553.com/comer-ultraprocessados-em-excesso-aumenta-risco-de-depressao-e-ansiedade/ Thu, 07 Mar 2024 17:22:45 +0000 /?p=556495 The post Comer ultraprocessados em excesso aumenta risco de depressão e ansiedade appeared first on Giz Brasil.

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Não é novidade que o consumo de alimentos ultraprocessados tem relação com o desenvolvimento de algumas doenças crônicas e com um aumento no risco de morte por elas. Agora, mais um estudo foi publicado confirmando essa associação.

De acordo com a pesquisa, há conexões diretas entre o consumo elevado desses alimentos e um maior risco de mortes relacionadas a doenças cardíacas, diabetes tipo 2, obesidade, chiado no peito. 

Mas não só: há também uma relação com condições de saúde mental, como ansiedade, depressão e problemas de sono. 

“Embora a relação exata de causa e efeito ainda seja desconhecida, a evidência observacional mais forte de estudos prospectivos sugere a ideia de que comer grandes quantidades de alimentos ultraprocessados aumenta o risco de depressão no futuro”, disse à National Geographic Melissa Lane, autora do estudo.

Ultraprocessados e saúde mental

A nova pesquisa mostra que, embora sejam saborosos e práticos para muitas pessoas, alimentos como refrigerantes, barras de cereal e pizzas congeladas, por exemplo, são prejudiciais à cognição. 

E estudos anteriores confirmam essa associação entre o consumo excessivo de ultraprocessados e os danos à saúde mental. Veja o que a ciência já reuniu de dados.

Os efeitos no cérebro

Embora os cientistas não possam bater o martelo em como essa relação se dá no organismo, eles têm algumas hipóteses. E elas são bastante similares às razões pelas quais os ultraprocessados estão associados às doenças crônicas.

Da mesma maneira que ingerir muito sal, açúcar e gordura saturada se relaciona com a inflamação crônica, pressão alta, açúcar alto no sangue, doenças cardíacas e diabetes tipo 2, essas condições também afetam o funcionamento do cérebro. 

Em geral, elas podem aumentar o risco de demência vascular, que é quando o fluxo sanguíneo que chega ao cérebro diminui. 

Além disso, esses alimentos possuem alta quantidade de aditivos. Alguns deles, como o glutamato monossódico, podem interferir na produção e liberação de substâncias químicas cerebrais. 

Quando isso acontece com a dopamina e a serotonina, por exemplo, afeta negativamente o bem-estar de uma pessoa.

O excesso de calorias contidas nos ultraprocessados também podem ter seu papel nessa relação. Em geral, por terem sabores acentuados, agradam ao paladar das pessoas. Ao mesmo tempo, não trazem saciedade e são feitos para serem consumidos constantemente, o que leva ao ganho de peso e acúmulo de gordura – não à toa eles estão relacionados à obesidade.

Nesses casos, as células de gordura se tornam disfuncionais e liberam moléculas inflamatórias, que são gatilhos para depressão, ansiedade e demência.

Por fim, cientistas também apontam que consumir alimentos ultraprocessados faz com que as pessoas negligenciem frutas, vegetais e grãos, que são repletos de nutrientes que fazem bem ao cérebro.

Por exemplo, existem cerca de oito mil variedades de polifenóis com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Em geral, uma alimentação com baixa quantidade dessas substâncias também estão ligadas à depressão.

Um vício que é preciso abandonar

“Você não encontra alimentos naturais ricos em açúcar e gordura. Isso é uma característica dos alimentos ultraprocessados. Adicione sal, aromatizantes artificiais e cores brilhantes, e nosso cérebro simplesmente perde o controle sobre esses alimentos”, afirmou à National Geographic a professora de psicologia Ashley Gearhardt.

Dessa forma, esses produtos têm mais em comum com um cigarro do que com alimentos naturais, segundo a pesquisadora.

Para Gearhardt, o primeiro passo para mudar a alimentação e sair do ciclo vicioso é “tratar-se com compaixão. Não é culpa sua, você está em um ambiente projetado para viciá-lo”.

O ideal é comer três refeições e dois lanches ao dia, embora o recomendado varie de pessoa a pessoa. Contudo, mantendo as refeições regulares, evita-se ficar com muita fome e, consequentemente, diminui o impulso de comprar opções baratas e rápidas, como os alimentos ultraprocessados.

Troque progressivamente as opções ultraprocessadas por aquelas que passam por menos processamentos. Por exemplo, nozes e frutas são boas possibilidades de lanches. Caso esteja em dúvida, leia os rótulos dos alimentos e opte por aqueles com menos ingredientes, menos sódio e menos açúcar adicionado.

Por fim, se ainda não souber fazer escolhas mais saudáveis, o Guia Alimentar para a População Brasileira lista os alimentos que se encaixam em cada classificação.

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먹튀검증 바카라 게임;바카라 게임,먹튀검증,온카검증 //emiaow553.com/pesquisadores-criam-ia-para-monitorar-comerciais-de-alimentos-ultraprocessados/ Wed, 15 Nov 2023 19:02:58 +0000 /?p=532728 The post Pesquisadores criam IA para monitorar comerciais de alimentos ultraprocessados appeared first on Giz Brasil.

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Highlights

  • Pesquisadores treinaram máquinas para reconhecer e classificar comerciais de alimentos de canais abertos e fechados de televisão
  • Inteligência artificial acelera processo de monitoramento de vídeos, com grande volume de análise de dados
  • Método pode influenciar protocolos internacionais de monitoramento de publicidade de alimentos

Pela primeira vez, cientistas treinaram computadores para identificar e classificar alimentos em vídeos publicitários de canais abertos e fechados de televisão �o que pode facilitar o monitoramento deste tipo de conteúdo em comerciais. A metodologia, desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e da Universidade de São Paulo (USP), está descrita em artigo publicado nesta sexta (10) na revista científica “Public Health Nutrition�/a>.

Com o uso do aprendizado de máquina, pesquisadores, gestores e órgãos reguladores podem reduzir em quase 100% o tempo gasto com a análise de comerciais, pois o processo manual passaria a ser feito de forma automática e com um grande volume de dados. Os computadores treinados pela equipe de pesquisadores conseguiram identificar vídeos com alimentos em 90% dos testes, o que indica uma alta precisão. A equipe treinou os computadores para reconhecerem alimentos em vídeos de comerciais publicitários a partir de dados de gravações de três canais da televisão aberta e dois canais pagos, coletados em meses específicos de 2018 a 2020, seguindo um protocolo internacional de monitoramento de publicidades de alimentos. Os computadores analisaram mais de 2 mil horas de vídeos de publicidade de diversos produtos e identificaram 20 mil publicidades não alimentícias de roupas, carros e eletrônicos, e 703 publicidades de alimentos, incluindo produtos in natura ou minimamente processados e ultraprocessados. Nos testes realizados, a análise de 1.420 anúncios levou 42 minutos. Em termos de comparação, uma equipe de pesquisa levaria duas semanas para analisar os mesmos anúncios, processo que incluiria gravar um total de 720 horas de programação de oito dias destes canais. Além de representar uma economia de recursos financeiros, o método validado pelo estudo pode aumentar substancialmente o volume de dados analisados em comparação com os métodos convencionais e simplificar a comparação e o compartilhamento de informação entre instituições e pesquisadores. Por identificar comerciais de alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras saturadas, sódio e açúcar, a ferramenta pode influenciar protocolos internacionais de monitoramento de publicidade de alimentos e órgãos reguladores do país. Michele Rodrigues, da UFMG, uma das autoras da pesquisa, acredita que ela pode ter um impacto positivo sobre o consumo alimentar. “Com essa ferramenta, podemos contribuir para o aumento de evidências científicas que irão embasar políticas públicas orientadas a reduzir a exposição individual à publicidade de alimentos não saudáveis, o que pode impactar em melhores escolhas alimentares� A pesquisadora explica que a ciência ainda precisa estudar o impacto das publicidades de alimentos na saúde pública para enfrentar os desafios globais de nutrição e alimentação, o que exige uma abordagem integrada entre diversas áreas do conhecimento. Nos seus próximos passos, o grupo de pesquisa vai investigar estratégias específicas de marketing e expandir a identificação de produtos saudáveis e não saudáveis de alimentação, ampliando o monitoramento para a mídia digital.
 

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한국 지역별 오프라인 카지노 상세 정보와 이용 가이드 //emiaow553.com/ultraprocessados-uma-lista-de-alimentos-que-matam-57-mil-brasileiros-por-ano/ Thu, 02 Nov 2023 19:30:22 +0000 /?p=527583 The post Ultraprocessados: uma lista de alimentos que matam 57 mil brasileiros por ano appeared first on Giz Brasil.

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Evitar alimentos ultraprocessados é uma das orientações do Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado de 2014. Apesar de ser uma classificação recente para alimentos, a categoria vem sendo bastante estudada na última década. 

Agora, diversas pesquisas confirmam o porquê desta instrução. Um estudo recente identificou que 98% destes produtos são altos em gordura, açúcar e sódio, o que ficou evidente com a nova rotulagem de alimentos.

Além disso, pesquisas indicam que os ultraprocessados matam 57 mil pessoas por ano no Brasil.

O que são os alimentos ultraprocessados

Até meados dos anos 2000, a classificação de alimento era feita com base nos macronutrientes dos quais ele era fonte – carboidrato, gordura e proteína, por exemplo. A partir de 2009, o entendimento sobre a questão começou a mudar.

A semente para esta mudança se deu após a publicação de um artigo do coordenador científico do Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde) na revista Public Health Nutrition. 

Nele, o pesquisador sugeriu que aquela classificação era insuficiente e propôs que as categorias levassem em consideração a extensão e o motivo do processamento. Surgiu, então, a classificação NOVA dos alimentos, que hoje é referência para diversos países, como Uruguai, Canadá, Peru e Equador.

De acordo com ela, os ultraprocessados são um grupo de alimentos – comidas e bebidas – que são feitos a partir de uma quantidade muito pequena de produtos in natura, como vegetais. A maior parte de sua composição é de aditivos.

São corantes, aromatizantes, espessantes e outros que têm como objetivo fazer um produto parecer como alimento natural, tendo muito pouco deste alimento em sua composição. Em geral, os ultraprocessados também contém diversos ingredientes que são usados exclusivamente na indústria alimentícia, ou seja, não são comuns aos preparos em casa.

As vantagens deste tipo de alimento é que são baratos e, por isso, altamente lucrativos, além de terem longa duração. No cotidiano, ganham o consumidor por sua conveniência, uma vez que estão prontos para comer, com pouca ou nenhuma necessidade de cozinhar.

Além disso, eles também tendem a ser super-palatáveis, o que significa que têm um sabor bastante intenso – muito doce, por exemplo. Isso porque, em geral, têm maior quantidade de açúcares e gorduras. Em compensação, são pobres em nutrientes como fibras, vitaminas e minerais.

O que evitar nos supermercados

Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, a lista de ultraprocessados inclui:

  • Refrigerantes;
  • Bebidas lácteas;
  • Néctar de frutas;
  • Sucos em pó;
  • Misturas de bolos em pó;
  • Misturas de sopa em pó;
  • Salgadinhos de pacote; 
  • Barras de “cerealâ€?
  • Biscoitos recheados;
  • Nuggets de frango ou peixe;
  • Salsichas;
  • Macarrão instantâneo;
  • Pizzas, tortas e pratos pré-preparados;
  • Sorvetes,

O documento ainda alerta que pães não são produtos ultraprocessados, mas podem se tornar. Para isso, eles devem ter ingredientes que vão além da farinha de trigo, leveduras, água e sal. 

Em geral, quando são ultraprocessados, os pães também possuem gordura vegetal hidrogenada, açúcar, amido, soro de leite, emulsificantes e outros aditivos. 

Identifique você mesmo um ultraprocessado

Ainda de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, há uma maneira bastante prática de identificar se um alimento é ultraprocessado ou não. Basta consultar a lista de ingredientes que, pela legislação do Brasil, deve constar no rótulo dos produtos.

Se a lista for grande, com mais de cinco ingredientes, já é possível desconfiar que aquele é um ultraprocessado. Além disso, observe também se há presença de itens com nomes que não são familiares e que não são usados nos preparos culinários em casa.

Essas são duas características determinantes para esta categoria de alimento. Se um produto se encaixar em ambas, evite e dê preferência a alimentos in natura.

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슬롯사이트;바카라사이트,카지노사이트,온라인카지노사이트 //emiaow553.com/7-em-cada-10-escolas-em-sao-paulo-tem-facil-acesso-a-alimentos-ultraprocessados/ Wed, 11 Oct 2023 10:51:40 +0000 /?p=524548 The post 7 em cada 10 escolas em São Paulo têm fácil acesso a alimentos ultraprocessados appeared first on Giz Brasil.

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Texto: Agência Bori

Cerca de 74% das escolas da cidade de São Paulo estão localizadas em áreas denominadas “pântanos de comida� um termo usado para descrever regiões com muitos comércios que vendem alimentos prejudiciais à saúde, como produtos ultraprocessados. A situação fica ainda mais grave no caso das escolas particulares, pois elas não possuem políticas de segurança alimentar e nutricional. O diagnóstico inédito do ambiente alimentar destas escolas foi realizado por pesquisadoras da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e está publicado na edição de segunda (9) da revista “Cadernos de Saúde Pública� Ao todo, foram analisadas 3.121 escolas da cidade de São Paulo que oferecem ensino fundamental e/ou ensino médio, e 75.832 estabelecimentos de venda de comida. Os dados das escolas foram coletados do Censo Escolar de 2017. As pesquisadoras também consultaram um banco de dados para verificar a localização e tipo de comércio. Um dos principais objetivos traçados foi entender a distribuição de locais vendendo comidas ultraprocessadas ao redor de escolas. Para isso, foi feita uma avaliação da densidade média de cada tipo de estabelecimento em um raio de 100 a 500 metros quadrados, seguida pelo cálculo da quantidade média e a prevalência de estabelecimentos dentro de um raio de 250 metros, que equivale a uma caminhada de 5 minutos. A pesquisa revelou que os comércios de alimentos não se instalam de forma aleatória ao redor das escolas: é como se as escolas fossem imãs para estabelecimentos como lojas de doces e minimercados. A administração das instituições de ensino tem influência na decisão, segundo a pesquisa. Nas proximidades de instituições privadas, há mais quantidade de pontos de venda expondo os alunos a alimentos ultraprocessados �o que é um problema, já que, assim como os lares, as escolas são ambientes que influenciam crianças e adolescentes em suas escolhas alimentares. Segundo Maria Alvim, uma das autoras do artigo e pesquisadora no Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens/USP), esse estudo tem o potencial de colaborar na promoção de políticas públicas. Além das mudanças necessárias dentro das escolas que ainda não possuem nenhum tipo de programa de incentivo a uma alimentação mais saudável, no caso, as particulares, a autora reforça a importância de pensar em alternativas para que os comerciantes da vizinhança não sejam prejudicados. “Precisamos de uma política que ofereça ao comerciante a oportunidade de incluir alimentos mais saudáveis no ponto de venda. É preciso controlar o ambiente para que ele seja mais apropriado para os jovens� afirma. Alvim ainda comenta que crianças e adolescentes são a população que mais consome ultraprocessados no mundo e, por isso, há um aumento de doenças crônicas e obesidade nessa idade. A pesquisa oferece um panorama mais detalhado sobre esse cenário a partir da quantidade de escolas e estabelecimentos analisados. “Os alunos da rede pública contam com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que fornece alimentos saudáveis e propõe estratégias de educação nutricional, enquanto as instituições privadas não têm qualquer tipo de regulamentação nesse aspecto. Queremos incentivar outros estudos em mais cidades, comparar os dados e apresentar alternativas� explica a pesquisadora. As pesquisadoras estão finalizando um outro artigo, que testa a associação entre as características do ambiente alimentar no entorno das escolas e o consumo efetivo de alimentos por adolescentes do 9º ano. O trabalho dará ainda mais insumos para a proposição de políticas de promoção de ambientes alimentares escolares mais saudáveis.

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바카라사이트;카지노사이트,온라인카지노사이트 //emiaow553.com/por-que-comer-ultraprocessados-faz-mal-a-saude-segundo-a-ciencia/ Thu, 05 Oct 2023 22:53:53 +0000 /?p=523856 The post Por que comer ultraprocessados faz mal à saúde, segundo a ciência appeared first on Giz Brasil.

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Uma pesquisa da USP apontou que os ultraprocessados contribuíram com cerca de 10% das mortes entre pessoas de 30 a 69 anos no Brasil em 2019. Outro estudo de pesquisadores chineses descobriu uma relação entre o consumo desses alimentos e o aumento no risco de demência.

Além disso, a ingestão de ultraprocessados tende a elevar o risco do desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade.

No Brasil, embora 98% dos ultraprocessados tenham ingredientes nocivos à saúde, pessoas passaram a ingeri-los cada vez mais. Na última década, os brasileiros aumentaram em 5,5% o seu consumo deste tipo de alimento. 

Mas o que são os alimentos ultraprocessados e por que eles fazem tão mal?

O que são alimentos ultraprocessados

Ao contrário dos alimentos minimamente processados ou in natura, os alimentos ultraprocessados tiveram sua composição original radicalmente alterada pelos fabricantes. Dessa forma, há pouco ou quase nada de produtos naturais em sua composição.

Por isso, eles são feitos basicamente de substâncias derivadas de alimentos e aditivos. Para identificar, basta procurar embalagens que listam muitos ingredientes, com itens que muitas vezes você nunca ouviu falar ou não consegue ter na cozinha da sua casa. 

Em geral, os ultraprocessados são repletos de conservantes, emulsificantes, aromatizantes e corantes que não são comuns na culinária caseira. Assim, eles têm a aparência e o sabor palatável como atrativos.

A definição abrange uma ampla variedade de alimentos que você encontra em qualquer mercado: desde sopas instantâneas até salgadinhos e certos produtos de carne, como salsichas.

Por que os alimentos ultraprocessados são tão prejudiciais?

Os alimentos ultraprocessados tendem a ser baixos em nutrientes benéficos e ricos em açúcar e calorias. No entanto, não é apenas isso que os torna prejudicial à saúde.

A classificação como ultraprocessado é relativamente recente e não considera apenas seus nutrientes, mas os processos que ele passa antes de chegar ao consumidor. 

Chamada de Classificação NOVA, ela foi estabelecida depois de pesquisadores concluírem que era insuficiente considerar apenas os nutrientes na relação entre alimentos e saúde. Por isso, passaram a considerar a maneira como esses alimentos eram modificados com o processamento.

Assim, cientistas que pesquisam alimentos ultraprocessados dizem que parece haver algo no próprio processamento – não apenas no conteúdo nutricional – que os torna prejudiciais. Em um estudo que apoia essa ideia, pesquisadores dividiram pessoas em dois grupos e controlaram o que elas comeram por duas semanas. 

Todas comeram quantidades idênticas de calorias, açúcar, gordura, fibras e micronutrientes. Contudo, um grupo comeu uma dieta repleta de alimentos ultraprocessados. No final, essas pessoas foram as que ganharam peso, enquanto as outras perderam alguns quilos.

Uma teoria para explicar isso, elaborada pelo Centro de Pesquisa Epidemiológica em Nutrição e Saúde Pública da Universidade de São Paulo, é que os ultraprocessados são feitos para o consumo excessivo. 

Isso porque eles são prontos para comer e são hiper palatáveis – muito doces ou muito salgados. Isso também pode influenciar as pessoas a comerem rápido demais.

Outra ideia é que alguns dos produtos químicos presentes nos alimentos ultraprocessados, especialmente os emulsionantes, perturbam as bactérias intestinais. Dessa forma, os sinais de satisfação enviados ao cérebro são prejudicados.

Por todos estes motivos, especialistas concordam que a redução do consumo de alimentos ultraprocessados não deve ser responsabilidade apenas do público. Eles alegam que é preciso implementar políticas para expandir o acesso a alimentos saudáveis, além de alertar o público sobre os perigos através da rotulagem clara.

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//emiaow553.com/estudos-associam-consumo-de-ultraprocessados-a-10-das-mortes-precoces-no-brasil/ Fri, 24 Mar 2023 22:56:40 +0000 /?p=478202 The post Estudos associam consumo de ultraprocessados a 10% das mortes precoces no Brasil appeared first on Giz Brasil.

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Dois trabalhos recentes feitos no Brasil apontam uma associação estatística significativa entre o consumo em excesso de alimentos ultraprocessados e a ocorrência de mortes evitáveis, somada à aceleração do processo de declínio cognitivo na população brasileira. Um artigo publicado em novembro passado na revista American Journal of Preventive Medicine estima que, em 2019, pelo menos 57 mil óbitos prematuros no país teriam sido causados pela ingestão em demasia de ultraprocessados. Outro estudo, que saiu em dezembro de 2022 na revista científica JAMA Neurology, sugere que o consumo exacerbado desse tipo de alimento acelera em 28% o declinío da cognição geral dos adultos.

Os alimentos ultraprocessados apresentam pouco do valor nutritivo de seus ingredientes originais. A categoria, genérica, abrange um conjunto de comidas às quais foram adicionados altos teores de açúcar, gordura, sal ou compostos químicos com a finalidade de aumentar sua durabilidade ou palatabilidade. Como exemplos desse tipo de alimento, figuram embutidos como salsichas, nuggets de frango, bolachas recheadas, refrigerantes, salgadinhos, sorvetes e doces industrializados. Os ultraprocessados são altamente calóricos. Comer um hambúrguer congelado de 80 gramas (g), por exemplo, equivale a ingerir 25% da quantidade diária recomendada de gordura. Uma lata de refrigerante representa 12% do total de açúcar que deveria ser consumido por uma pessoa em 24 horas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como mortes prematuras aquelas que ocorrem entre 30 e 69 anos e, portanto, não estão associadas apenas à velhice. Acidentes de carro, homicídios, quedas, envenenamentos estão entre as causas mais comuns de óbitos preveníveis, além das chamadas doenças não transmissíveis, como os problemas cardíacos, a obesidade e o câncer. A partir de uma modelagem epidemiológica, os pesquisadores calcularam o número de mortes não naturais ligadas ao consumo de ultraprocessados no Brasil em 2019. “Nossa modelagem considera como fator de risco para a ocorrência de mortes prematuras quanto uma população consome de ultraprocessados e associa esse dado à estimativa de risco e morte por todas as causas, segundo a literatura científica internacional� explica o biólogo Eduardo Nilson, pesquisador associado ao Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde, da Universidade de São Paulo (Nupens-USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Brasília, autor principal do primeiro estudo. O trabalho considerou a Pesquisa de Orçamento Familiar 2017-2018, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como indicador do nível de consumo de comidas ultraprocessadas no país. O levantamento estimou que o percentual diário da dieta composta por ultraprocessados varia entre 13% e 21% na população brasileira, de acordo com a idade e o sexo dos entrevistados. Esses dados, mais as informações do DataSUS, do Ministério da Saúde, permitiram estimar que cerca de 57 mil mortes prematuras estavam associadas, em 2019, ao consumo de ultraprocessados. O número equivale a 10,5% de todos os óbitos precoces de brasileiros no período. Se forem consideradas apenas as vítimas fatais atribuídas a doenças não transmissíveis, o consumo de alimentos industrializados responderia por uma fatia substancialmente maior: 21,8% dos óbitos dentro dessa categoria.
Estudo indicou uma diminuição de 28% das funções cognitivas em adultos cuja dieta era composta por mais de um quinto de ultraprocessados. Estudo indicou uma diminuição de 28% das funções cognitivas em adultos cuja dieta era composta por mais de um quinto de ultraprocessados. Imagem: Léo Ramos Chaves� Revista Pesquisa FAPESP
O artigo, que também contou com a colaboração de colegas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Católica do Chile, projeta, ainda, como seriam três cenários em que os brasileiros diminuíssem a média total de calorias obtidas por meio do consumo desse tipo de alimento pouco saudável. Reduzir em 10% o peso desses itens na dieta evitaria 5,9 mil mortes precoces. Uma redução de 20% pouparia 12 mil óbitos. Um corte mais significativo, de 50% no consumo de ultraprocessados, implicaria 29,3 mil vidas salvas por ano.

Os pesquisadores defendem a adoção de medidas que desestimulem a ingestão de comida ultraprocessada. Desde outubro passado, a legislação brasileira passou a exigir a adoção de um selo frontal nas embalagens de alimentos para informar a quantidade elevada de três nutrientes em sua composição: açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio (ver Pesquisa FAPESP nº 319). As grandes indústrias têm 12 meses para se adaptar à nova norma. Para os pequenos produtores, o prazo é de dois anos. “Outras medidas saudáveis incluem a regulamentação da comercialização de alimentos em ambientes escolares e de trabalho, a adoção de subsídios para a produção e a venda de produtos locais frescos e uma tributação maior para os ultraprocessados� diz Nilson.

Para Gunter Kuhle, professor de nutrição e ciência alimentar da Universidade de Reading, no Reino Unido, que não participou do estudo, não se pode descartar que os consumidores de ultraprocessados tenham outros fatores de risco, como o hábito de fumar ou a falta de atividade física, que também favorecem a ocorrência de mortes precoces. “Não sabemos até que ponto a comida ultraprocessada é responsável por problemas de saúde ou se é mais um marcador de um estilo de vida não saudável� pondera Kuhle, em entrevista a Pesquisa FAPESP.

O segundo artigo indica ter encontrado uma associação do consumo excessivo de ultraprocessados com um problema mais sutil: uma piora da performance cognitiva. O grupo investigou se uma dieta farta em comida industrializada poderia acelerar o declínio dos domínios de faculdades mentais, sobretudo das chamadas funções executivas. Além de serem importantes para o raciocínio e a capacidade de resolver problemas, essas funções regulam habilidades ligadas à autonomia, como o controle consciente de ações, pensamentos e emoções. Os dados do trabalho foram coletados entre 2008 e 2017 pelo Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa), que conta com financiamento da FAPESP e do Ministério da Saúde. Foram analisadas informações de 10.775 pessoas, de seis cidades brasileiras �as capitais do Sudeste, além de Porto Alegre e Salvador. Todos os voluntários eram funcionários universitários ativos ou aposentados com mais de 35 anos. A média de idade de todos os participantes era de 50,6 anos. Cada voluntário foi acompanhado por oito anos, em média, e avaliado em três momentos diferentes.
Alimentos ultraprocessados recebem a adição de altos teores de açúcar, gordura, sal ou compostos químicosAlimentos ultraprocessados recebem a adição de altos teores de açúcar, gordura, sal ou compostos químicos. Imagem: Léo Ramos Chaves� Revista Pesquisa FAPESP
Inicialmente, as pessoas responderam a um questionário com 114 itens sobre seus hábitos alimentares. As perguntas tinham como objetivo entender quanto de sua dieta era composta por comida não processada (como frutas, grãos integrais e vegetais frescos) e ultraprocessados. Em seguida, os participantes foram divididos em quatro grupos, de acordo com o nível de ingestão de comida industrializada. O grupo que mais consumia ultraprocessados, no geral, era composto por voluntários mais jovens, mulheres e brancos. Tinham maior escolaridade, fumavam menos e bebiam menos álcool. Faziam menos atividade física e tinham menos comorbidades, mas apresentavam sintomas depressivos. “Nos Estados Unidos, a tendência é que pessoas com menor renda tenham maior consumo de ultraprocessados. Por lá, esses produtos são muito baratos. Aqui no Brasil, percebemos a tendência inversa: quanto maior a renda, maior o consumo de ultraprocessados� diz a bióloga Natália Gonçalves, pesquisadora do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, autora principal do estudo. O desempenho cognitivo de cada grupo foi colocado à prova em testes de cognição. Quem obtinha mais de 20% de suas calorias diárias comendo ultraprocessados apresentou uma taxa de declínio geral da cognição 28% mais rápida do que o grupo que retirava menos de 20% de sua energia por meio do consumo desse tipo de alimento. O declínio da função executiva, mais ligada ao controle dos pensamentos e das ações, foi 25% mais rápido nas pessoas que ingeriam muitos ultraprocessados. Segundo os pesquisadores, as perdas cognitivas mensuradas no trabalho podem tornar um pouco mais difícil a realização de tarefas como armazenar e relacionar informações no curto prazo, retomar uma atividade após uma interrupção ou ler um texto em um ambiente barulhento. O declínio da capacidade cerebral, sobretudo nas funções executivas, começa a ocorrer, ainda que de forma lenta, a partir dos 25 anos e se acentua com o avanço da idade. “Isso é normal. O que estamos tentando entender é se uma boa alimentação, com poucos ultraprocessados, pode impedir que esses efeitos apareçam antes da hora� comenta Gonçalves. Os trabalhos que exploram a associação entre dois parâmetros, como o consumo de ultraprocessados e a ocorrência de doenças ou mortes, têm limitações. Eles indicam que há fortes correlações estatísticas de que a alteração de uma variável leva a mudanças na outra. No caso, a quantidade de comida industrializada ingerida parece influenciar no aparecimento de doenças e na quantidade de mortes prematuras. Esses estudos, no entanto, não conseguem demonstrar qual seria o mecanismo por trás dessa aparente correlação. A geriatra Claudia Suemoto, da Faculdade de Medicina da USP, que coordenou o estudo do Elsa sobre ultraprocessados e desempenho cognitivo, espera superar essa limitação em breve. Serão feitas imagens do cérebro de voluntários para ver se o alto consumo de ultraprocessados pode causar eventos isquêmicos ou pequenos derrames cerebrais, que, ao longo do tempo, poderiam comprometer as funções cognitivas. “Dessa forma, poderemos investigar possíveis mecanismos que expliquem a associação do ponto de vista estrutural� conta Suemoto.

Projeto
Os determinantes do envelhecimento cerebral saudável no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil) (nº 20/09468-9); Modalidade Projeto Temático; Pesquisadora responsável Alessandra Carvalho Goulart (USP); Investimento R$ 4.202.332,88.

Artigos científicos
NILSON, E. A. F. et al. Premature deaths attributable to the consumption of ultraprocessed foods in Brazil. American Journal of Preventive Medicine. v. 64, n. 1. jan. 2023.
GONÇALVES, N. G. et al. Consumption of ultra-processed foods and cognitive decline in the Elsa �Brasil study: A prospective study. JAMA Neurology. 5 dez. 2022.

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카지노에 대한 15가지 놀라운 통계;바카라사이트,카지노사이트,온라인카지노사이트 //emiaow553.com/mudar-rotulos-e-regular-publicidade-pode-diminuir-impacto-do-consumo-de-ultraprocessados/ Sun, 11 Sep 2022 15:03:26 +0000 /?p=438215 The post Mudar rótulos e regular publicidade pode diminuir impacto do consumo de ultraprocessados appeared first on Giz Brasil.

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Texto publicado originalmente na Agência Bori

A última edição da revista científica The British Medical Journal, uma das mais influentes na área da saúde, acrescenta importantes contribuições sobre o impacto dos alimentos ultraprocessados na saúde pública de vários países. Carlos A. Monteiro, pesquisador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP), e Geoffrey Cannon, pesquisador sênior da mesma instituição, escreveram o editorial que abre a nova edição do periódico que será publicado no dia 31 de agosto.

Os pesquisadores começam o editorial definindo que os alimentos ultraprocessados, pertencentes ao grupo quatro da classificação NOVA, são formulações industriais obtidas a partir da desconstrução de alimentos integrais que os transformam em componentes químicos, alterando e recombinando-os com aditivos. O resultado desse processo é o surgimento de produtos que aparecem como alternativas para alimentos frescos minimamente processados e refeições preparadas na hora.

“Não raro, esses alimentos têm como ingredientes aditivos cosméticos, que dão cor, sabor, aroma e textura, mimetizando alimentos in natura. Um exemplo é o biscoito recheado de morango, com cor, sabor e aroma próximos aos do morango, mas sem a presença da fruta na composição� explica o pesquisador Monteiro.

Inclusive, as mudanças de rótulos dos produtos nas prateleiras dos supermercados já são percebidos pela população. Segundo a reportagem da BBC, existem diversos relatos de alimentos que empobreceram a fórmula e a qualidade nutricional em razão da crise econômica, situação confirmada por Monteiro.

“O leite condensado é um exemplo. O leite subiu quase 80% apenas neste ano, o que tornou seus derivados muito mais caros. Quando a indústria passa a oferecer a “mistura láctea� o leite é, em parte, substituído por ingredientes como soro de leite e amido, e pode ganhar aroma artificial de leite condensado �ou seja, temos um alimento ultraprocessado� informa o pesquisador. Dessa forma, os estudos na área de epidemiologia nutricional têm aumentado nas últimas décadas. A nova edição da revista The British Medical Journal traz uma descoberta importante: os pesquisadores concluíram a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a ocorrência do câncer colorretal. “Hoje, temos um conjunto robusto de evidências científicas que mostram a associação do consumo de alimentos ultraprocessados com maiores riscos de desenvolvimento de quadros de obesidade, sobrepeso, diabetes, hipertensão e dislipidemias� explica o autor do editorial. Diante desse cenário, Monteiro afirma que existem alternativas que podem ser feitas para atenuar os impactos dos alimentos ultraprocessados na saúde dos brasileiros, como a iniciativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que em outubro aprovará uma nova rotulagem de alimentos, a fim de auxiliar a população a reconhecer alimentos com excesso de açúcares, sódio e gordura saturada. “Outras ideias seriam a taxação de bebidas açucaradas (como sucos de caixinha e refrigerantes) e a regulação da publicidade de ultraprocessados (principalmente aquela destinada ao público infantil)� conclui Monteiro.

Um projeto de lei (PL 239/22) dispõe sobre a regulamentação da publicidade de alimentos com altos teores de açúcar e ultraprocessados. Segundo a Câmara dos Deputados, “o texto proíbe que a propaganda sugira o consumo imoderado de alimentos ultraprocessados com grande quantidade de açúcar ou atribua a eles benefícios à saúde, ao crescimento ou ao desenvolvimento de crianças e adolescentes� O projeto aguarda parecer da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.

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Muito se fala sobre o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados e seus riscos para a saúde. Afinal, produtos como os salgadinhos, refrigerantes e macarrão instantâneo são ricos em açúcar, sódio e outros aditivos que diminuem sua qualidade nutricional. 

Mas os ultraprocessados não fazem mal apenas para a saúde humana. Um comentário de pesquisadores das universidades de São Paulo, Harvard (EUA) e Deakin (Austrália) publicado na revista BMJ Global Health aponta para os efeitos desses alimentos no meio ambiente. 

“A cadeia produtiva de alimentos é responsável por 80% da conversão do uso da terra e perda da biodiversidade, 80% do consumo de recursos hídricos e da contaminação de lençóis freáticos e por 20 a 30% das emissões de gases de efeito estufa� explicou Fernanda Marrocos, autora do artigo, ao Gizmodo Brasil.

Todos estes impactos estão associados à produção de poucas espécies, como milho, soja, trigo e cana de açúcar. Essas monoculturas fornecem a matéria-prima para a fabricação de xarope de glicose, amido de milho e outros ingredientes utilizados em alimentos ultraprocessados.

De acordo com Fernanda, “todos esses fatores têm alterado as dinâmicas territoriais, de modo que os territórios até então destinados à produção de uma variedade de alimentos frescos, incluindo aqueles da agrobiodiversidade, passam a ser substituídos por espaços utilizados para a produção de commodities, o que tem contribuído diretamente para a redução do número de espécies vegetais destinadas ao consumo humano�

As consequências ambientais são visíveis, mas o tema ainda é subestimado por organizações internacionais ligadas a sistemas alimentares, biodiversidade e mudanças climáticas. A falta de estudos que investiguem os impactos dos ultraprocessados sobre a agrobiodiversidade pode ser um dos fatores que leva à minimização do problema.

A pesquisadora também cita como culpada a chamada inércia política, “o efeito combinado de liderança política e governança inadequados para o enfrentamento da Sindemia Global �definida como a coexistência das pandemias de obesidade, desnutrição e mudanças climáticas�

Em resumo, o governo faz pouco caso da questão. A influência de empresas com interesses comerciais, como as transnacionais de alimentos e bebidas ultraprocessados, contribuem para essa situação. 

Fernanda acredita que ainda é possível virar o jogo, mas não sem que os representantes de organizações intergovernamentais e os formuladores de políticas reconheçam os efeitos dos alimentos ultraprocessados ​​para a saúde humana e planetária. 

“As diretrizes alimentares nacionais devem ser revisadas para enfatizar a preferência por uma variedade de alimentos minimamente processados ​​frescos� explica. “Como indivíduos, podemos passar a seguir a regra de ouro do Guia Alimentar Brasileiro: ‘prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados’�

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