???? ??? ?????? ???? ??????????? / Vida digital para pessoas Thu, 24 Oct 2024 20:37:06 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png ?????? ???? ???????????? / 32 32 ? ?? ????? ? ????? ??? //emiaow553.com/timpano-pode-ter-salvado-repteis-de-extincoes-em-massa/ Thu, 24 Oct 2024 21:25:37 +0000 //emiaow553.com/?p=605121 Membrana na parte interna do ouvido surgiu em ancestral comum de lagartos, crocodilos, jacarés, cobras, tartarugas e aves há 250 milhões de anos

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Texto: Enrico Di Gregorio/Revista Pesquisa Fapesp

Para um lagarto sobreviver no ambiente escuro, fumacento e com pouca comida que foi a Terra entre cerca de 250 milhões e 200 milhões de anos atrás, período marcado por dois eventos de extinção em massa, um bom ouvido era fundamental. Com ele, o réptil podia escutar melhor as presas e os predadores ou mesmo praticar a comunicação vocal com companheiros de espécie.

A membrana timpânica, uma película que se movimenta quando entra em contato com ondas sonoras, foi uma adição evolutiva que ampliou o espectro sonoro detectado por répteis. Essa pequena parte do sistema auditivo de aves, jacarés, crocodilos, cobras, lagartos e tartarugas foi fundamental para esses animais sobreviverem e se proliferarem ao longo da história evolutiva, segundo artigo publicado em 10 de outubro na revista Current Biology. As aves estão no estudo porque, evolutivamente, elas e répteis têm o mesmo ancestral comum.

A pesquisa tem implicações em um dilema importante na biologia evolutiva. “Há um grande debate sobre a evolução da audição em répteis: se ela surgiu de maneira independente em vários grupos ou a partir de um único ancestral? conta o paleontólogo Mario Bronzati, pesquisador brasileiro em estágio de pós-doutorado na Universidade de Tübingen, na Alemanha, e autor principal do artigo.

A disputa entre hipóteses era potencializada pelo tamanho do grupo dos répteis, que hoje tem mais de 20 mil espécies, e pela falta de estudos focados na evolução da audição desse grupo. “Muitas pesquisas se debruçaram sobre animais-modelo, como galinhas e camundongos? diz Bronzati. Com esse diferencial, os resultados expostos no artigo recente apontam que a audição surgiu a partir de um único evento e foi herdada pelos descendentes.

Os pesquisadores chegaram a essas conclusões por meio do estudo de fósseis e embriões de répteis, em uma combinação de duas áreas do conhecimento: a paleontologia e a biologia evolutiva do desenvolvimento, que estuda os embriões e o desenvolvimento dos organismos a partir da evolução e é chamada pelos pesquisadores de evo-devo.

“Não teríamos conseguido responder a todas as perguntas que fizemos sem essa combinação? explica a bióloga Tiana Kohlsdorf, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP) e coordenadora do estudo. “Por meio dos fósseis conseguimos inferir uma escala de tempo mais antiga, que inclui o ancestral comum, e o desenvolvimento no período de uma vida, a partir dos embriões, permite ver como a membrana se desenvolve em répteis ainda viventes.?/p>

A análise dos embriões também é importante porque a membrana timpânica é um tecido mole, que não se preserva nos fósseis. Isso gera um desafio para a identificação desse tipo de ouvido em animais ancestrais. Mesmo os caracteres ósseos associados à audição são variáveis e nem sempre servem como pista, como ocorre, por exemplo, com uma pequena concha do crânio de lagartos que não existe em jacarés.

“Os autores abordam a questão de uma maneira inovadora? diz a paleontóloga brasileira Gabriela Sobral, do Museu de Stuttgart, na Alemanha, que não participou do estudo. Em 2019, ela publicou um artigo na revista PeerJ sobre a identificação do tímpano na linhagem ancestral que daria origem a crocodilianos e a aves. “O artigo mostra como a principal característica usada para identificar a audição timpânica em fósseis, a concha, é uma condição específica de cobras e lagartos, e a identificação em outros grupos de répteis deve ser feita considerando outras características anatômicas.?/p>

“A paleontologia e a evo-devo se complementam: uma área fornece à outra exemplos concretos do que é factível existir dentro de um universo quase infinito de possibilidades? continua Sobral. “O artigo mostra como a paleontologia pode ir além do óbvio e como é uma peça fundamental para entendermos a evolução da vida na Terra.?/p>

Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP

Imagem: Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP

Uma parte da pesquisa foi comparar embriões de lagartos (Tropidurus) e jacarés (Caiman). Os pesquisadores coletaram os ovos em um ambiente urbano na cidade de São Simão, no interior paulista, no caso dos lagartos, e na fazenda de jacarés Caimasul em Corumbá, Mato Grosso do Sul. “Foi um grande desafio, ainda estávamos no período da pandemia? lembra Bronzati.

No laboratório, a equipe abriu com cuidado as finas cascas dos ovos para examinar os filhotes de jacarés e lagartos, ainda mergulhados na solução aquosa que forma o líquido amniótico. Foram utilizados microscópios, aparelhos de tomografia e técnicas tradicionais de exames de tecidos. Os pesquisadores viram que o processo de formação do ouvido timpânico era muito parecido entre os dois animais e tiveram os mesmos resultados quando compararam esses embriões com os de aves.

“Em todos esses animais, a cavidade timpânica se forma pela extensão da cavidade faríngea, conectada com a garganta? detalha Bronzati. “E a membrana timpânica surge em uma região chamada segundo arco faríngeo.?Para Kohlsdorf, outro ponto importante é que “enquanto vemos essa similaridade entre aves, jacarés e lagartos, nos embriões dos mamíferos o desenvolvimento é diferente, com a formação da membrana timpânica a partir do primeiro arco faríngeo?

“Isso tudo fica ainda mais intrigante quando notamos que vários parentes extintos dos répteis não tinham o ouvido timpânico? completa Bronzati. “Nós achamos que a evolução desse atributo favoreceu a sobrevivência do grupo, ainda mais considerando os eventos de extinção em massa.?/p>

Dois desses eventos de extinção marcaram o período crucial para o surgimento do ouvido timpânico. O primeiro, há 250 milhões de anos, ocorreu durante o período Permiano e varreu mais de 95% das espécies marinhas e 70% das terrestres. Não se sabe ao certo o que causou a extinção, mas uma das hipóteses levanta a possibilidade de uma combinação de mudanças climáticas e erupções vulcânicas. Fatores semelhantes levaram a uma nova catástrofe 50 milhões de anos depois, entre os períodos Triássico e Jurássico, com a extinção de 80% das espécies do planeta.

Para Sobral, é preciso investigar melhor a origem e o desenvolvimento da cavidade do ouvido médio e de estruturas relacionadas. “Essas questões só recentemente estão sendo analisadas em mamíferos, mas ainda são desconhecidas em répteis.?/p>

Outras respostas residem na genética. “Não sabemos se os genes que formam a membrana timpânica nas galinhas e nos outros animais são os mesmos? diz Bronzati. Há, ainda, a necessidade de investigar a perda de partes do aparelho auditivo em alguns répteis, como as serpentes, que perderam a membrana timpânica, e alguns lagartos. “?um artigo que abre portas para novas áreas de pesquisa? conclui Sobral.

Projetos
1.
Ecologia, evolução e desenvolvimento (eco-evo-devo) na herpetofauna brasileira (n° 15/07650-6); Modalidade Projeto Temático; Pesquisadora responsável Tiana Kohlsdorf (USP); Investimento R$ 1.261.130,44.
2. Evo-devo em ambientes dinâmicos: Implicações das mudanças climáticas na biodiversidade (n° 20/14780-1); Modalidade Projeto Temático; Programa Biota; Pesquisadora responsável Tiana Kohlsdorf (USP); Investimento R$ 3.229.900,69.
3. Preenchendo lacunas no entendimento da macroevolução de Crocodylomorpha usando métodos comparativos (n° 22/05697-9); Modalidade: Bolsa de Pós-doutorado; Pesquisador responsável Max Cardoso Langer (USP); Bolsista Pedro Lorena Godoy; Investimento R$ 88.743,56.

Artigos científicos
BRONZATI, M. et al. Deep-time origin of tympanic hearing in crown reptiles. Current Biology. v. 34, p. 1-7. out. 2024.
SOBRAL, G. et al. The braincase of Mesosuchus browni (Reptilia, Archosauromorpha) with information on the inner ear and description of a pneumatic sinus. PeerJ. v. 7. maio 2019.

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?????????? ???? ? ?? ?? ??? ?? //emiaow553.com/por-que-as-cobras-tem-sangue-frio-entenda-como-funciona-a-temperatura-corporal-desses-animais/ Fri, 27 Sep 2024 17:54:43 +0000 //emiaow553.com/?p=598220 Serpentes precisam de fontes externas de calor para ajudar na locomoção, função imunológica, alimentação e reprodução

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Reportagem: Aline Tavares/Instituto Butantan

Assim como outros répteis (e os anfíbios), as serpentes são conhecidas por terem “sangue frio??ou, cientificamente falando, por serem ectotérmicas. Mas, diferente do que se imagina, isso não significa que elas estão sempre frias: o que acontece é que as cobras dependem do ambiente externo para regular sua temperatura corporal, pois não conseguem produzir calor suficiente sozinhas.

Por outro lado, os animais endotérmicos ?aves e mamíferos (incluindo nós, humanos) ?usam calor gerado internamente por reações metabólicas para manter sua temperatura estável, tanto no verão como no inverno, além de contarem com recursos fisiológicos, como transpiração ou tremor, que ajudam nessa regulação.

A temperatura corporal influencia diversos aspectos comportamentais e fisiológicos das serpentes, como locomoção, função imunológica, alimentação e crescimento. Elas buscam o calor para ativar a circulação, produzir hormônios e até para ajudar na digestão ?por isso, são fãs de pegar um solzinho após o almoço.

Sem fontes de calor, as cobras não conseguem cumprir suas funções metabólicas. Assim, no inverno, tendem a ficar mais letárgicas e podem até evitar se alimentar, passando por um processo de dormência semelhante à hibernação dos mamíferos, chamado de brumação. Diferente dos amigos de “sangue quente? que se alimentam bastante antes de hibernar, as serpentes podem brumar sem se nutrir. Elas ficam em locais expostos ao sol e reduzem o ritmo da respiração e dos batimentos cardíacos.

O oposto também acontece: quando está muito quente, a cobra pode se abrigar em um lugar fresco e entrar em um estado de dormência conhecido como estivação, que a ajuda a sobreviver às altas temperaturas.

O calor também dita a reprodução: muitas serpentes se reproduzem de acordo com a época do ano. Entre as espécies brasileiras, o acasalamento geralmente acontece no outono ou inverno, mas é somente na primavera que as fêmeas entram em período fértil. Elas armazenam o esperma masculino até que os óvulos estejam prontos para serem fecundados. Os filhotes costumam nascer no verão, época mais propícia para seu desenvolvimento, com clima favorável e maior disponibilidade de alimentos.

Algumas cobras, no entanto, desafiam “as leis da natureza?e conseguem produzir calor sozinhas. É o caso das mamães pítons e cascavéis, que elevam a temperatura interna do corpo em prol de seus descendentes. Enquanto a píton, ovípara, se enrola em seus ovos e vibra diferentes músculos para aquecê-los, a cascavel, vivípara, gera calor quando está prenhe para ajudar no desenvolvimento dos filhotes.

Referências:
//www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/hibernacao-torpor-e-sono-distinguir-os-animais-que-de-fato-hibernam-daqueles-que-passam-por-um-estado-de-torpor-diario/
//www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4843938/
//bioone.org/journals/south-american-journal-of-herpetology/volume-23/issue-1/SAJH-D-18-00081.1/Effects-of-Pregnancy-on-the-Body-Temperature-of-the-South/10.2994/SAJH-D-18-00081.1.full
//bioone.org/journals/journal-of-herpetology/volume-47/issue-3/12-050/Revisiting-Python-Thermogenesis–Brooding-Burmese-Pythons-Python-bivittatus-Cue/10.1670/12-050.full

Essa matéria contou com a colaboração do biólogo e tecnologista do Laboratório de Ecologia e Evolução (LEEV) Fabiano Morezi.

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??? ?? ?? Archives??????? //emiaow553.com/dragoes-de-komodo-tem-dentes-revestidos-de-ferro-revela-estudo-britanico/ Thu, 25 Jul 2024 14:30:38 +0000 //emiaow553.com/?p=582295 Pesquisas anteriores já mostravam que alguns répteis tinham ferro em seus dentes, mas a concentração nos dentes dos Dragões de Komodo gera uma coloração alaranjada única.

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Os dragões de Komodo, a maior espécie de lagarto do mundo, possuem dentes revestidos de ferro para ajudar a estraçalhar suas presas, de acordo com um novo estudo. O revestimento do metal fica nas bordas e pontas dos dentes do animal, segundo cientistas britânicos, que publicaram a descoberta em um estudo na revista Nature, nesta quarta-feira (24).

Os dragões de Komodo são animais nativos da Indonésia, que chegam a pesar 80 kg e se alimentam de quase todos os tipos de carne, considerado um predador letal. Por isso, uma equipe de cientistas da King’s College, de Londres, não chegou perto dos dragões de Komodo para verificar se os dentes eram mesmo de ferro.

Em vez disso, os pesquisadores examinaram crânios e dentes fossilizados de coleções de museus de um dragão de Komodo do Zoológico de Londres que recebeu eutanásia no ano passado.

Para entender a composição química e estrutural dos dentes dos dragões de Komodo, os cientistas usaram análises químicas e de ressonância. Assim, descobriram o motivo pela presença do metal.

De acordo com o estudo, o ferro fica em um fino revestimento do esmalte dos dentes dos dragões de Komodo. Eles agem como uma cada de proteção para manter seus dentes afiados. Pesquisas anteriores já mostravam que alguns répteis tinham ferro em seus dentes. Porém, a concentração nos dentes dos Dragões de Komodo gera uma coloração alaranjada única.

Dentes de Dragão de Komodo revestido por ferro

Revestimento de ferro alaranjado em dente de dragão de Komodo. Imagem: Aaron LeBlanc/Reprodução

Ligação com os dinossauros

Aaron LeBlanc, coautor do estudo, afirma que a descoberta levanta novas questões sobre a anatomia dos dinossauros.

“Infelizmente, com a tecnologia atual, não é possível descobrir se os dentes de fósseis de dinossauro continham ferro ou não. As mudanças químicas que ocorrem durante o processo de fossilização obscurecem a quantidade de ferro presente nos dentes? disse o pesquisador.

No entanto, de acordo com LeBlanc, estudos posteriores em dragões de Komodo podem revelar marcadores adicionais de ferro nos dentes cujos revestimentos ficaram intactos durante a fossilização.

Desse modo, seria possível determinar se os dinossauros também possuíam dentes revestidos de ferro.

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??? ????????? //emiaow553.com/maior-repositorio-sobre-caracteristicas-de-mamiferos-aves-repteis-e-anfibios-e-criado-com-auxilio-de-ia/ Fri, 19 Jul 2024 17:54:10 +0000 //emiaow553.com/?p=581567 Plataforma reúne mapas de distribuição de todas as espécies de tetrápodes, como são chamados os vertebrados terrestres com quatro membros. Técnicas computacionais foram usadas para preencher lacunas nos casos em que faltavam informações

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Texto: André Julião | Agência FAPESP

Pesquisadores recorreram à inteligência artificial para complementar e consolidar uma série de informações até então dispersas sobre os chamados tetrápodes ?superclasse de vertebrados terrestres possuidores de quatro membros, como é o caso de mamíferos, aves, répteis e anfíbios.

Reunidos no repositório TetrapodTraits, os dados permitem aos usuários, por exemplo, conhecer os serviços ecossistêmicos prestados em uma determinada área ou estudar um grupo de espécies distribuído pelo mundo. Podem ainda ser úteis para esforços de conservação.

O trabalho teve apoio da FAPESP e foi publicado ontem (11/07) na revista PLOS Biology.

“Até agora, quem quisesse fazer um trabalho sobre múltiplos grupos de espécies precisava consultar diferentes bancos de dados, harmonizar essas informações para garantir que estava tratando das mesmas espécies em cada dataset e ainda lidar com a falta de dados sobre muitas delas. Nosso banco tem dados completos e harmonizados, no contexto espacial, filogenético e ecológico para cada espécie? explica Mario Moura, pesquisador do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) apoiado pela FAPESP e líder do estudo.

Mais do que a soma de outros bancos de dados, acrescido de informações contidas na literatura científica, o repositório tem como diferencial o uso de inteligência artificial para completar as informações deixadas em aberto pelos estudos científicos realizados até hoje sobre esse grupo de animais.

“Nas espécies em que faltavam informações, nosso algoritmo cruzou as que existiam sobre a própria espécie com as de outras evolutivamente próximas. Após 10 mil simulações, chegou-se a um valor que está agora informado no nosso banco de dados, com a ressalva de que é deduzido por inteligência artificial? explana.

Foram incluídos valores observados, predições e fontes de informação para as 33.281 espécies de tetrápodes de que se tem notícia. Os dados incluem tamanho corporal (comprimento e peso), período de atividade (noturno ou diurno), micro e macro-hábitat (aquático, terrestre, arborícola, fossorial etc.), ecossistema (floresta, savana, deserto etc.), grau de ameaça de extinção (criticamente ameaçado, não ameaçado, vulnerável etc.), mapa de ocorrência, se vive ou não em ilha, preferências ambientais e dados sofre influência humana na área de distribuição da espécie.

O repositório, com quase 800 mil entradas de dados, envolveu o uso de mais de 3,4 mil referências, sendo que 66% dessas informações foram harmonizadas a partir de bancos já existentes. Os pesquisadores focaram nas cinco informações que mais faltam nessas fontes: tamanho e massa corporal, período de atividade, micro-hábitat e grau de ameaça. Apenas 43% dos tetrápodes tinham todos esses dados disponíveis em repositórios.

Com a adição manual de informações contidas na literatura científica e os valores calculados por inteligência artificial, em 24 atributos desses animais existem agora 98% de informações completas.

Lacunas

O trabalho é parte do VertLife, plataforma criada na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, onde Moura realizou pós-doutorado. Desde 2012, a iniciativa vem criando bancos de dados por grupos de espécies. O TetrapodTraits também engloba informações do projeto Map of Life, que consolida mapas de distribuição provenientes de diferentes fontes.

Ao levantar um número tão grande de informações, sobre tantas espécies, os pesquisadores puderam entender os diferentes vieses na coleta de dados de história natural. Em um trabalho anterior, Moura havia apresentado os principais direcionamentos adotados em estudos sobre répteis (leia mais em: agencia.fapesp.br/40631).

“As espécies que mais se conhecia eram as de tamanho e peso maior, mais fáceis de serem detectadas. As que faltavam mais dados eram as de pequeno porte, como animais com menos de um grama, nem sempre possíveis de serem pesados nas balanças mais comuns? conta Moura.

“Existe muito conhecimento sobre o período de atividade de animais diurnos, enquanto a maioria dos dados faltantes foi predita como sendo referente a espécies noturnas, o que pode indicar maior dificuldade de amostragem desse grupo? avalia.

O TetrapodTraits terá uma plataforma interativa em que os usuários poderão atualizar os dados existentes, algo fundamental para manter a relevância do repositório. Isso porque novas espécies são descritas o tempo todo, outras reclassificadas. “Esse dinamismo é muito laborioso nos estudos de biodiversidade? comenta Moura.

O estudo também tem apoio da FAPESP por meio de outros três projetos (20/12558-0, 22/15247-0 e 16/25358-3).

O artigo A phylogeny-informed characterisation of global tetrapod traits addresses data gaps and biases pode ser lido gratuitamente em: //journals.plos.org/plosbiology/article?id=10.1371/journal.pbio.3002658.

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??????????????,??????,????????? //emiaow553.com/piscina-de-bolinhas-para-cobras-entenda-a-importancia-do-enriquecimento-ambiental-para-a-saude-dos-animais/ Sat, 13 Apr 2024 16:33:11 +0000 //emiaow553.com/?p=563128 No Museu Biológico do Parque da Ciência Butantan, serpentes, lagartos e outros animais recebem um tratamento especial para estimular seu desenvolvimento

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Reportagem: Aline Tavares/Instituto Butantan

A cascavel passeia pela piscina de bolinhas, enquanto a sucuri curte uma chuva de mangueira e a jiboia descansa no tapete colorido. Apesar de parecerem inusitadas para o público, essas cenas são muito comuns dentro do Museu Biológico do Parque da Ciência Butantan. Trata-se de uma técnica chamada enriquecimento ambiental, que tem como objetivo oferecer estímulos imprevisíveis a animais que vivem sob cuidados humanos e simular situações que eles encontrariam na própria natureza, contribuindo para sua saúde e desenvolvimento.

Os estímulos podem ser sensoriais, sociais, cognitivos, estruturais ou alimentares, e uma mesma atividade pode oferecer mais de um tipo de estímulo. No Butantan, o biólogo e tecnologista em manejo animal Lucas Simões Lima, especialista em bem-estar animal, utiliza os mais diversos materiais reciclados ?e muita criatividade ?para construir os enriquecimentos. Bolinhas, vassouras, folhas de manjericão, garrafas pet, argolas, caixas de papelão e tapetes são alguns exemplos ?tudo devidamente higienizado e seguro.

“O enriquecimento ambiental incentiva comportamentos naturais e ajuda a prevenir comportamentos indesejados, como movimentos repetitivos e estereotipados que acontecem devido à monotonia do recinto? explica. “As atividades também podem representar novos desafios e obstáculos a serem superados, semelhante ao que ocorre na natureza. É uma técnica muito importante para a manutenção do bem-estar e da saúde cognitiva dos animais.?/p>

Uma das estratégias é ofertar o alimento de formas diferentes ?dificultando o acesso, por exemplo ? o que ajuda a incentivar a exploração do recinto e a caça. Também é possível introduzir plantas com aromas característicos ou simular o encontro com animais de outras espécies, até mesmo predadores, usando espelhos, sombras ou colocando a pele de outro animal no mesmo recinto.

Um recurso comum, especialmente para as cobras, é a inclusão de estruturas verticais para o animal escalar. Assim como nós, as serpentes também se beneficiam do exercício físico. “Na academia, nós estimulamos vários músculos do nosso corpo, algo que os animais em cativeiro não conseguem fazer. Como os humanos, animais sedentários acumulam gordura. Mas recebendo o enriquecimento, a serpente trabalha músculos diferentes e favorece sua saúde? aponta o biólogo.

Além de criatividade, trabalhar com enriquecimento ambiental exige paciência: a interação entre o animal e o enriquecimento deve ocorrer sempre de forma voluntária. Segundo Lucas, no caso de um lagarto, por exemplo, a resposta costuma ser rápida, mas as cobras podem levar de horas até dias para interagir com os novos objetos.

O especialista também destaca que o equilíbrio é fundamental e é preciso respeitar as características de cada espécie. “Não podemos inserir muitas atividades e hiperestimular os animais, por exemplo, porque isso não faz parte de seu comportamento natural.?/p>

Sucuri: um caso de sucesso

O enriquecimento ambiental também pode servir como um método de dessensibilização. A ideia é usar associações positivas para algo que não é agradável para o bicho, com o objetivo de facilitar o cuidado e evitar o estresse do animal. Foi assim com a sucuri do Museu Biológico, uma cobra com nada menos que 4 metros e 77 kg, residente do Butantan há mais de 20 anos.

“Ela era muito agressiva e não gostava de contato humano. Na hora dos exames veterinários, era preciso cinco pessoas para contê-la e segurar a cabeça, o que representava um risco para os tratadores e para o próprio animal? conta Lucas.

Para fazer a cobra aceitar sua presença e seu toque, o biólogo se aproveitou de um recurso que ela adorava: a água. Ela se aproximava voluntariamente quando ele ligava a mangueira no modo “chuveiro? Com isso, aos poucos, Lucas conseguiu tocá-la mesmo sem o uso da água.

Acostumar o animal com os cuidados veterinários foi um processo que durou meses. Para simular o ultrassom, por exemplo, Lucas usava uma embalagem vazia de desodorante roll-on. A simulação foi feita diversas vezes, junto com a veterinária, até que o exame real começou a ser aceito pela serpente.

Evidências científicas

As atividades são planejadas semanalmente pela equipe do museu com base em dados da literatura científica e troca de conhecimento com profissionais de outras instituições. Algumas espécies podem receber o enriquecimento duas vezes por semana e, outras, a cada 15 dias.

Para validar o trabalho, os biólogos filmam e analisam detalhadamente o comportamento do animal antes, durante e depois do enriquecimento. Se houver uma mudança positiva ?por exemplo, uma cobra que estava parada na mesma posição há dias (comportamento indesejado) e começou a explorar o novo objeto ? significa que o enriquecimento funcionou.

Diferentes estudos já demonstraram os benefícios do enriquecimento ambiental. Em uma pesquisa com 15 corn snakes conduzida em 2021 pela Universidade de Lincoln, do Reino Unido, as serpentes mostraram uma clara preferência por um recinto enriquecido em comparação com um recinto padrão. Os pesquisadores recomendaram recursos que permitam a utilização do espaço vertical (escalada); possibilidade de escolha de abrigos (elevados e a nível do solo, úmidos e secos); e uma tigela de água para permitir a submersão.

Outro estudo recente da Universidade Estadual do Colorado, dos Estados Unidos, publicado em 2022, sugeriu que o enriquecimento aumentou o bem-estar de 18 cobras de diversas espécies, que apresentaram redução de comportamentos indesejáveis.

E por que não soltar os animais na natureza?

As serpentes, lagartos, aranhas, sapos e outros animais que vivem no Museu Biológico chegam ao Butantan após terem sido resgatados do comércio ilegal. Isso significa que, muitas vezes, esses animais são exóticos (não pertencem à fauna brasileira) ou são criados por humanos e não conseguem ou não sabem caçar. Dessa forma, são considerados inaptos para viver na natureza. “Soltar animais exóticos é um crime ambiental. E mesmo os animais nativos, nesse caso, não podem ser soltos porque são incapazes de se alimentar? esclarece Lucas Lima.

Outro impedimento é o fator genético. As jiboias, por exemplo, são cobras distribuídas por todo o território brasileiro, mas suas características genéticas podem variar muito de acordo com a região. “?impossível reintroduzir o animal com segurança sem ter certeza de onde ele veio? completa o biólogo.

Alguns animais ameaçados de extinção, como jararaca-ilhoa, jararaca da Ilha dos Franceses e monstro-de-gila, também são mantidos no museu para projetos de conservação das espécies e variabilidade genética.

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??? ?? ?????? ?????? ??? //emiaow553.com/estudo-de-brasileiros-e-angolanos-constata-morte-de-maioria-das-tartarugas-capturadas-na-costa-de-angola/ Fri, 05 Apr 2024 12:23:02 +0000 //emiaow553.com/?p=562121 As tartarugas-oliva (Lepidochelys olivacea), consideradas vulneráveis, foram as mais atingidas pela captura acidental

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Texto: Agência Bori

Highlights

  • 1624 tartarugas marinhas foram capturadas acidentalmente pela pesca artesanal em oito meses em duas comunidades angolanas
  • 59% das tartarugas capturadas morreram, sendo a tartaruga-oliva a espécie mais atingida
  • Decreto angolano que proíbe pesca de arrasto em lugares com ninhos de tartarugas pode servir de inspiração para consolidar leis e normas brasileiras

Estudo publicado na segunda (1) na revista científica “Global Ecology and Conservation?aponta a morte de 59% das tartarugas marinhas capturadas por acidente na costa angolana durante atividades de pesca. A pesquisa é parte do Projeto Kitabanga- Estudo e Conservação de Tartarugas Marinhas e foi realizada por pesquisadores de instituições brasileiras e internacionais, como a Faculdade de Ciências Naturais da Universidade Agostinho Neto, em Angola, e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

No total, 1624 tartarugas marinhas foram capturadas nas duas comunidades costeiras estudadas durante oito meses. Entre as cinco espécies relatadas nesses locais, as tartarugas-oliva, consideradas vulneráveis pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), foram as mais atingidas, seguidas pelas tartarugas-verdes.

O grupo de pesquisadores desenvolveu uma análise em duas frentes entre agosto de 2015 e março de 2016. Na primeira, 41 pescadores entrevistados detalharam locais, equipamentos e estratégias utilizadas durante as pescarias ao longo dos meses do estudo, além de informações sobre possíveis capturas não intencionais de tartarugas. Ao mesmo tempo, oito pescadores voluntários realizaram um monitoramento de suas próprias viagens, anotando e fornecendo dados importantes sobre a quantidade e o estado dos indivíduos pescados acidentalmente.

Segundo Juelma Lisandra Domingos dos Santos, autora do estudo, os altos índices de captura e letalidade de tartarugas podem ter impactos negativos para todo o ecossistema. A diminuição de tartarugas na costa prejudicaria o controle, por exemplo, de crustáceos, peixes e pequenos invertebrados e algas, sua fonte de alimentação. Além disso, os animais que se alimentam de tartarugas ou de seus ovos teriam que procurar outras fontes de alimento.

Para aumentar a proteção das tartarugas marinhas, o governo angolano emitiu, em 2021, o Decreto 1487/21, que regulamenta o posicionamento de equipamentos de pesca e proíbe a pesca de arrasto na área litorânea do Longa, onde há uma grande densidade de ninhos. Embora a ação já tenha proporcionado a redução da pesca de espécies em algumas regiões, dos Santos defende a adoção de outras medidas pela comunidade local, como a devolução ao mar das tartarugas capturadas acidentalmente e a denúncia de ações que coloquem em perigo seus habitats.

A pesquisadora destaca que o contexto de captura de tartarugas na Angola é bem parecido com o que pode estar acontecendo no Brasil. “Em algumas praias brasileiras, assim como em Angola, as capturas acidentais continuam a ocorrer de forma alarmante durante a época de desova, apesar do Brasil ser referência na conservação de tartarugas marinhas no país? alerta dos Santos. Ela cita, por exemplo, a Instrução Normativa nº 31, do Ministério do Meio Ambiente, de 2004, que determina a obrigatoriedade do uso de dispositivos de escape de tartarugas nas embarcações utilizadas na pesca de arrasto de camarões. A pesquisadora sugere que o governo se inspire em algumas medidas do decreto angolano para consolidar leis e instruções normativas já existentes.

Os próximos passos do grupo de pesquisa envolvem estudar os impactos da pesca industrial e semi-industrial na população de tartarugas marinhas. A equipe também quer intensificar os programas de sensibilização e educação ambiental nas comunidades pesqueiras de Angola.

Coleção: Ressoa Oceano

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???? ?? ?? ?? ?? //emiaow553.com/pior-do-que-cobra-cascavel-seu-veneno-e-cruel-conheca-a-vibora-azul-do-butantan-batizada-em-homenagem-a-rita-lee/ Sat, 23 Mar 2024 20:01:10 +0000 //emiaow553.com/?p=559876 Única serpente azul do gênero, espécie asiática que chegou em junho ao Museu Biológico ganhou o apelido pelas suas cores vibrantes e suas singularidades

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Reportagem: Camila Neumam/Instituto Butantan

A ligação de Rita Lee (1947-2023) com as cobras rendeu momentos icônicos na sua carreira. Um deles foi o resgate de duas jiboias do show de Alice Cooper em São Paulo em 1974. A cantora não curtiu a ideia de ver o roqueiro maltratando as serpentes e as levou embora do backstage.

O outro é quando Rita se vestiu de naja para cantar um de seus maiores hits: Erva Venenosa. A música faz referência à personagem dos quadrinhos Poison Ivy, que é pior do que cobra cascavel, seu veneno é cruel-uel-uel-uel. Um dos planos da anti-heroína da DC Comics é devolver a Terra à sua fauna e flora originais. Uma mensagem que refletia o amor da rainha do rock brasileiro pelos animais e pela natureza e sua ira contra seus maus-tratos.

Em 14 de junho de 2023, pouco mais de um mês depois do falecimento da estrela, em 8 de maio, chegava ao Museu Biológico do Instituto Butantan a verdadeira venenosa: a víbora-dos-lábios-brancos, de cor azul mar e grande beleza.

A pequena Trimeresurus insularis tem 65 centímetros e pouco mais de 60 gramas. Seus olhos vermelhos, tais quais as madeixas que a cantora cultivou por anos, lhes dão um ar agressivo. Mas seus movimentos calmos e precisos mostram que ela não é nenhuma Ovelha Negra. Porém, engana-se quem pensa que ela não dá o bote ao se sentir ameaçada. À espreita de presas, ela se transforma em um Doce Vampiro.

Por isso, não provoque!

A cor azul vibrante pode ajudar o animal a se camuflar e escapar de predadores

A cor azul vibrante pode ajudar o animal a se camuflar e escapar de predadores

Caso Sério

A Trimeresurus insularis chegou ao Butantan em 9 de fevereiro de 2023. Ela foi resgatada na Bahia com outros 59 animais que estavam sendo transportados ilegalmente dentro de um ônibus vindo de São Paulo. Os animais foram apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal e levados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres de Porto Seguro (BA). De lá, alguns foram trazidos ao Instituto, onde passaram por um período de quarentena até se instalarem no Museu Biológico do Parque da Ciência Butantan.

“Montamos um espaço com galhos de árvores e vegetação semelhante ao habitat natural da espécie para ajudar na adaptação. A serpente ficou uns dias sem querer se alimentar e praticamente não se locomovia até se sentir segura. Mas agora já está se alimentando normalmente? conta a pesquisadora científica e coordenadora de manutenção animal do museu, Silvia Cardoso.

A bióloga havia preparado o ambiente para receber o casal de Trimeresurus insularis que estava sendo transportado junto. A fêmea, mais avantajada, embora tão bela e azulada quanto o macho, chegou em situação ainda mais precária ao Butantan e morreu dois dias depois.

Coube ao Menino Bonito sobrevivente se adaptar à nova vida, com a sorte de passar a ser cuidado por uma equipe de biólogos que entende as particularidades da serpente proveniente de ilhas da Indonésia.

“?uma espécie arborícola, por isso tem preferência em ficar no topo das árvores, raramente descendo ao chão. Assim, fizemos a ambientação de um recinto com galhos de diferentes espessuras, cipós, rochas, abrigos e aquecimento, para ela escolher os locais de sua preferência para repouso, locomoção e alimentação? explica a bióloga.

A coordenadora de manutenção animal do museu, Silvia Cardoso, foi responsável por montar o novo lar da Trimeresurus insularis

Só vejo azul

A ocorrência da cor azul entre as víboras-de-lábios-brancos é considerada incomum, já que a maioria delas é esverdeada. “Esse padrão ocorre somente em algumas ilhas da Indonésia e se trata de um polimorfismo de cor, ou seja, quando espécies sofrem variações de cor, tamanho ou comportamento por questões ambientais e evolutivas, explica o biólogo e herpetólogo do Laboratório de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan Francisco Luís Franco.

A cor também pode ser uma forma de o animal se camuflar no ambiente para fugir de predadores e enganar suas presas. “?o que chamamos de cores miméticas, feitas para confundir? afirma o pesquisador científico e diretor do laboratório de Biologia Estrutural, Carlos Jared.

À noite, a espécie também se alimenta de pequenos mamíferos, anfíbios e lagartos. Por ter a cauda preênsil, consegue se pendurar em galhos e segurar as presas impedindo-as de escapar.

“Como são animais que estão acostumados a viver isolados em uma ilha e a comer pássaros, eles precisam se instalar no topo das árvores, se disfarçarem por lá, para não deixar as presas escaparem? ressalta Carlos.

O veneno da serpente Rita Lee pode causar hemorragias e necrose da pele

O veneno da serpente Rita Lee pode causar hemorragias e necrose da pele

Perigosa

Mas, afinal, a víbora-dos-lábios-brancos é realmente cruel e pior que uma cascavel?

“O veneno da Trimeresurus insularis tem ação local, mais parecido com o das jararacas. A picada causa necrose, mas não tem efeito neurotóxico, que afeta o sistema nervoso, como o veneno da cascavel? diz Silvia.

Apesar disso, este tipo de envenenamento pode causar grandes danos à saúde. Então, todo o cuidado é pouco.

“O veneno dela é hemolítico, e por isso destrói as hemácias do sangue, causando hemorragias. É também proteolítico, que causa necrose do tecido, corroendo a pele. Este veneno pode ser cruel sim? explica Carlos.

Outro problema que envolve acidentes com a serpente é que o soro contra este veneno não está disponível no Brasil, já que a espécie é exótica. O Butantan, maior produtor de soros antivenenos da América Latina, produz imunizantes contra venenos de espécies que ocorrem no Brasil. E somente tem ampolas disponíveis contra o soro da víbora por ter um exemplar da espécie no museu.

“?uma grande irresponsabilidade trazer estas serpentes dessa forma, sem qualquer cuidado com o animal e com risco de ocorrer acidentes sem o devido antiveneno disponível? pondera Silvia.

Chega mais

Mas qual a verdadeira relação da Santa Rita de Sampa, a protetora dos animais abatidos, com a serpente do Butantan?

“Essa serpente é a nossa ‘ovelha azul? por que ela é muito diferente, assim como a Rita, que foi inovadora nas ideias, na música e na conservação do meio ambiente através de seus livros. Quisemos fazer essa homenagem pela influência tão importante dela na nossa cultura, especialmente para as mulheres, e para incentivar as meninas a se interessarem mais por ciência? diz a pesquisadora e diretora do Museu Biológico do Butantan Erika Hingst-Zaher.

Agora só falta você ir visitá-la no Museu Biológico, localizado no Parque da Ciência Butantan.

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Nota do Giz Brasil

Aí vai uma curiosidade: famosa na voz de Rita Lee, a música “Erva Venenosa” é, na verdade, uma adaptação. A versão em português é de Rossini Pinto, e tem base em “Poison Ivy”, canção de Jerry Leiber e Mike Stoller. Quem lançou a primeira versão brasileira da música foi a banda Herva Doce, em 1982. 

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??? ????? ??????? ?? ??? ????????,??????,????????? //emiaow553.com/lagarto-de-cauda-espinhosa-esse-minidragao-e-um-escavador-profissional-que-usa-a-poderosa-cauda-para-se-defender/ Tue, 19 Mar 2024 20:11:02 +0000 //emiaow553.com/?p=558939 Animal nativo da Austrália gosta de fazer túneis para buscar alimento e abrigo; sua cauda grossa e cheia de espinhos ajuda a afastar predadores

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Reportagem: Aline Tavares/Instituto Butantan

Da mesma família do gigante dragão-de-komodo (Varanus komodoensis), o lagarto-de-cauda-espinhosa (Varanus acanthurus) parece uma miniatura de seu parente. Com 60 a 70 centímetros de comprimento, ele é muito diferente das outras espécies do gênero Varanus, que em geral costumam ter corpos bastante robustos, que podem chegar a 3 metros.

Outro diferencial da espécie é que não possui veneno na saliva para se defender ou caçar, como outros Varanus. Mas sua arma secreta contra predadores é bem eficiente: uma cauda grossa, dura e repleta de espinhos, que pode ter o dobro do comprimento de seu abdômen. Melhor não encostar nela!

Além de usar a cauda para se defender, o lagarto se aproveita do membro quando entra em fendas de pedras ou buracos, deixando-o para fora como uma “armadilha? Assim, fica muito difícil para o predador conseguir tirá-lo de seu esconderijo.

Com tronco robusto, pernas curtas e pescoço longo, o Varanus acanthurus é considerado um lagarto monitor ?tem o hábito de ficar com o pescoço para cima, como se estivesse sempre “de olho?no ambiente ao seu redor. Possui coloração marrom avermelhada com manchas amarelas.

O dragão-de-komodo, à esquerda, é parente do pequeno lagarto-de-cauda-espinhosa

O dragão-de-komodo, à esquerda, é parente do pequeno lagarto-de-cauda-espinhosa

Esse pequeno lagarto também é um escavador profissional: gosta muito de cavar e fazer túneis para procurar alimento, se esconder, fazer abrigo ou buscar locais mais úmidos e adequados para a postura dos ovos.

No Brasil, é praticamente impossível de encontrá-lo ?a não ser que você visite a exposição do Museu Biológico do Parque da Ciência Butantan. Afinal, ele é nativo da Austrália, onde habita regiões quentes do litoral e interior, principalmente áreas rochosas. Inclusive, por esse motivo, o recinto preparado para ele no Butantan é aquecido a mais de 30°C, simulando o seu habitat natural.

Repleta de espinhos, a cauda desse lagarto é sua principal estratégia de defesa

Repleta de espinhos, a cauda desse lagarto é sua principal estratégia de defesa

Podendo viver de 15 a 20 anos, o animal é bastante ativo durante o dia: gosta de caminhar, cavar e explorar. No final da tarde, se abriga embaixo de uma rocha ou dentro de uma toca, onde passa a noite bem escondidinho.

Quando filhote, o lagarto-de-cauda-espinhosa se alimenta somente de insetos; já os adultos podem caçar pequenos artrópodes e vertebrados.

LAGARTO-DE-CAUDA-ESPINHOSA

Espécie: o lagarto-de-cauda-espinhosa (Varanus acanthurus) é da família Varanidae, do gênero Varanus

Onde habita: regiões quentes no litoral e interior da Austrália

Características físicas: tem até 70 centímetros de comprimento e possui corpo robusto, cauda grossa com espinhos, pernas curtas e pescoço longo. Sua coloração é marrom avermelhada com manchas amarelas

Alimentação: insetos, além de pequenos artrópodes e vertebrados quando adulto

Curiosidades: é um excelente escavador de túneis e usa sua cauda espinhosa para se defender; também é parente do dragão-de-komodo (Varanus komodoensis)

 

Você pode visitar este e outros animais incríveis no Museu Biológico do Parque da Ciência Butantan.

 

Esse texto foi produzido com a colaboração da bióloga Danusa Maia, do Museu Biológico do Butantan.

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?? ????? ????? ??? //emiaow553.com/repteis-de-solos-arenosos-sao-mais-ameacados-pela-mudanca-climatica-do-que-se-pensava-aponta-estudo/ Sat, 16 Mar 2024 18:02:14 +0000 //emiaow553.com/?p=558348 Levantamento da área de ocorrência de dez espécies de lagartos e serpentes da região que abrange Chaco, Cerrado e Caatinga mostra que aumento das temperaturas nas próximas décadas pode levar algumas à extinção e diminuir ou deslocar áreas adequadas à vida de outras. Pesquisadores defendem aumento de unidades de conservação de proteção integral adequadas a esse grupo de animais

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Texto: André Julião | Agência FAPESP

Répteis que vivem em solos arenosos de áreas secas já foram apontados como beneficiários do aumento das temperaturas nas próximas décadas, por conta da suposta ampliação de áreas adequadas para a vida e por já tolerarem altas temperaturas.

Estudo publicado no Journal of Arid Environments por pesquisadores brasileiros mostra, porém, que o cenário pode ser bem diferente.

“Observamos que as mudanças climáticas vão alterar a distribuição geográfica dos répteis e provocar a extinção de algumas espécies, o oposto do que se pensava? resume Júlia Oliveira, primeira autora do trabalho, realizado como parte de seu mestrado na Universidade Estadual do Maranhão (Uema).

O estudo integra o projeto ?strong>Evolução e biogeografia da herpetofauna: padrões, processos e implicações para a conservação em cenário de mudanças ambientais e climáticas? coordenado por Thaís Guedes, professora do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) e orientadora de Oliveira.

“As espécies estudadas têm a peculiaridade de serem adaptadas a áreas de solo arenoso, o que lhes conferiu características como patas reduzidas ou ausentes, olhos reduzidos e escamas na ponta da cabeça levantadas, adaptações do corpo para viver nesse tipo de ambiente. Por isso, a área adequada para a vida dessas espécies, no presente e no futuro, depende também de condições específicas do solo? explana Guedes.

O estudo considerou registros de ocorrência de dez espécies adaptadas a solos arenosos (psamófilas) presentes na chamada Diagonal de Formações Abertas ou Diagonal Seca. Esses são dois dos termos usados para definir o corredor de florestas secas que cruza a América do Sul, do Chaco argentino e paraguaio, passando pelo Cerrado até a Caatinga.

Foram analisadas cinco espécies de lagartos e cinco de serpentes. A partir das informações de ocorrência das espécies, foram adicionados dados sobre clima atual, tipo de solo e outras variáveis que permitem a sobrevivência desses animais.

Posteriormente, foram feitas simulações de como estariam esses locais em cenários otimistas e pessimistas de concentração de gases do efeito estufa para 2040 e 2060. Esses cenários são projetados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os modelos apontaram também regiões adequadas para as espécies em que ainda não se realizaram estudos de campo para verificar a presença desses animais. Segundo os pesquisadores, essas são áreas prioritárias para futuras prospecções, como as dunas do São Francisco, na Bahia, e manchas de solo arenoso na Caatinga do Piauí, que se mostraram altamente aptas a abrigar inclusive espécies endêmicas, que só existem lá.

Extinção e perda de áreas

Mesmo no quadro otimista para 2040, com níveis moderados de emissões, todas as dez espécies analisadas perdem áreas adequadas, superando os ganhos de terreno e clima. O calanguinho-de-rabo-azul (Micrablepharus maximiliani) e o lagarto-do-rabo-vermelho (Vanzosaura savanicola) teriam a maior perda de área (88% e 99%, respectivamente), o que significa a extinção para o último.

O calanguinho-de-rabo-azul (Micrablepharus maximiliani) tem previsão de perda de área de 88%, num cenário otimista de aumento das temperaturas, até a total extinção, numa perspectiva de aumento dos gases de efeito estufa

O calanguinho-de-rabo-azul (Micrablepharus maximiliani) tem previsão de perda de área de 88%, num cenário otimista de aumento das temperaturas, até a total extinção, numa perspectiva de aumento dos gases de efeito estufa (foto: Thais Guedes/Unicamp)

As perspectivas não melhoram muito para o ano de 2060, ainda num cenário otimista de mudanças climáticas. Nele, todas as espécies analisadas perdem área de vida, de 2,5% até 100%. Seriam extintos o lagarto-do-rabo-vermelho e as serpentes conhecidas por nomes como falsa-coral (Rodriguesophis iglesiasi) e cobra-corredeira (Phalotris matogrossensis). Outros dois lagartos e uma serpente tiveram perdas de áreas previstas entre 60% e 82%.

O cenário climático pessimista para 2040 também prevê mais perdas do que ganhos de áreas adequadas para todas as espécies, com duas espécies previstas para sofrer perdas de área acima de 76%.

A perspectiva é parecida quando se consideram altas emissões em 2060, com perdas ainda mais significativas. Embora os ganhos previstos sejam maiores para algumas espécies do que em outros cenários, as perdas serão ainda superiores, inclusive com extinções como a do calanguinho-de-cauda-vermelha (Vanzosaura rubricauda).

Para os pesquisadores, os resultados são extremamente preocupantes, ainda mais porque esse tipo de ameaça tem sido negligenciado para os répteis que vivem enterrados em solo arenoso.

Os autores notam que a avaliação mais recente de ameaça de extinção de répteis do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que define o grau de ameaças de espécies em nível nacional, é de 2022, e ainda não considera as mudanças climáticas como um fator de ameaça. As diretrizes são as mesmas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), órgão de referência global para esse tipo de análise.

“Pelos critérios considerados atualmente ao avaliar o grau de ameaça, algumas das espécies que estamos prevendo grandes perdas, e mesmo a extinção, nem sequer estariam ameaçadas. Isso precisa mudar na próxima avaliação? defende Oliveira.

Uma das medidas para evitar, ou pelo menos amenizar a catástrofe anunciada, seria criar novas unidades de conservação de proteção integral, ou ampliar as existentes de forma otimizada, em locais aptos para essas espécies no presente e no futuro.

Comparadas à extensão territorial da Diagonal Seca, as áreas protegidas nesses biomas são diminutas, correspondendo a menos de 2% da Caatinga, 10% do Cerrado e 9% do Chaco.

“Nosso estudo demonstra que as condições climáticas do futuro podem diminuir a efetividade das unidades de conservação atuais em proteger a diversidade desses répteis? afirma Guedes.

Isso porque, ainda que 27 áreas protegidas tenham sido criadas nos últimos seis anos na Diagonal Seca, menos de 16% do total de unidades de conservação no Cerrado e na Caatinga têm aptidão para a ocorrência desses lagartos e serpentes em futuros cenários climáticos.

Com isso, os autores concluem que pode acontecer com os répteis de solo arenoso algo parecido ao que já foi previsto para aves, plantas e mamíferos da Caatinga. Estudos de outros pesquisadores já mostraram que para esses grupos o mais provável é ocorrer uma homogeneização de espécies, com poucas generalistas substituindo as raras e especialistas (leia mais em: agencia.fapesp.br/50015/ e agencia.fapesp.br/41840/).

“Uma mensagem otimista desse estudo é que ainda há potencial para descobrir novas áreas de ocorrência de espécies de répteis adaptados a viver em solo arenoso. Mas o principal alerta é que, num planeta em transformação, os cenários climáticos futuros precisam urgentemente ser incorporados no planejamento da conservação? encerra Guedes.

O trabalho teve apoio da FAPESP ainda por meio de bolsa de pós-doutorado para Karoline Ceron.

O artigo Climate change in open environments: Revisiting the current distribution to understand and safeguard the future of psammophilous squamates of the Diagonal of Open Formations of South America está disponível em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S014019632300188X.

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?? ??? ?? Archives??????? //emiaow553.com/cientista-descobre-lagartos-que-voavam-ha-200-milhoes-de-anos/ Wed, 31 Jan 2024 00:33:44 +0000 /?p=549026 Pesquisador acredita que os pequenos lagartos voadores vagavam pelo solo e escalavam árvores em busca de insetos

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Um pesquisador da Universidade de Bristol, na Inglaterra, descobriu uma nova espécie curiosa: um “lagarto voador” que viveu na região britânica das colinas de Mendip, há mais de 200 milhões de anos.

Mike Cawthorne, estudante de mestrado, descreveu a descoberta em um artigo publicado na revista Proceedings of the Geologists’ Association.

A espécie, que recebeu o nome de Kuehneossauro, compartilhava o espaço com crocodilos. Embora parecessem lagartos, eram parentes dos dinossauros.

O artigo descreve que os animais eram pequenos o suficiente para caber na palma da mão. Além disso, eram divididos em duas espécies: uma com asas extensas e outra com asas curtas, formadas por uma camada de pele esticada sobre costelas laterais alongadas.

Essa adaptação permitia que esses animais saltassem de árvore em árvore em busca de presas, semelhante ao moderno lagarto Draco volans, o dragão voador do sudeste asiático.

Aparência do Kuehneossauro lembra a do Draco volans (foto), o dragão voador. Foto: Zhuxiaoyufish/Flickr

O pesquisador acredita que os pequenos répteis voadores vagavam pelo solo e escalavam árvores em busca de insetos. Eles podiam se lançar no ar e pousar a 10 metros de distância.

Uma grande ilha subtropical, Paleo, se formou há 200 milhões de anos. No Triássico Superior, a área ao redor de Bristol era um arquipélago de pequenas ilhas submersas num mar subtropical quente. Isso proporcionou um ambiente único para esses animais.

“Lagarto?encontrado

Cawthorne fez a descoberta analisando fósseis em pedreiras de calcário na ilha Mendip Palaeo. O estudo aponta que as coletas, realizadas nas décadas de 1940 e 1950, revelaram ossos fossilizados difíceis de identificar.

“As coleções que estudei foram feitas nas décadas de 1940 e 1950, quando as pedreiras ainda estavam ativas. Os paleontólogos podiam visitá-las, ver faces de rocha fresca e conversar com os operários que trabalhavam nelas”, conta o estudante, em comunicado.

O estudo também registra a presença de répteis com dentes complexos, o trilofossauro Variodens e o aquático Pachystropheus, que provavelmente viveu um pouco como uma lontra moderna, comendo camarões e pequenos peixes.

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??????? ?? ????? ????? 20?? ????????,??????,??????? //emiaow553.com/reptil-que-tem-3-olhos-vive-na-terra-desde-os-dinossauros/ Tue, 30 Jan 2024 11:43:56 +0000 /?p=549085 Réptil neozelandês atrai cientistas por ter evoluído durante milhões de anos; tuatara possui características únicas de adaptação

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Eles vivem em terras neozelandesas, mas distantes de locais com muitos habitantes. Possuem três olhos, dentes especiais e um ritmo lento, que fez com que evoluísse por mais de 200 milhões de anos.

Os tuataras são a última espécie da ordem Rhynchocephalia (Sphenodontia). Dessa forma, compartilhou um ancestral comum com os répteis. Hoje, a linhagem é altamente diversificada, com características semelhantes a lagartos, tartarugas e até pássaros.

Como é um tuatara

Seu nome já descreve parte de suas características. Tuatara é uma palavra de origem Maori, que significa “picos nas costas”. O termo se refere à crista que o réptil possui ao longo de seu dorso e sua cauda.

Mas suas peculiaridades não param por aí: antes, o animal possuía três olhos que enxergavam. Atualmente, o chamado “olho parietal” não exerce mais o sentido da visão, embora tenha retina, lente e nervos conectados ao cérebro – mas que estão degenerados.

Ainda assim, o réptil possui uma visão apurada, altamente adaptada ao escuro e com capacidade de focar cada olho de forma independente. De acordo com cientistas, a permanência do terceiro olho deve cumprir alguma outra função, como termorregulação ou auxílio no ritmo circadiano.

Além do olho extra, o tuatara possui dentes diferentes de qualquer outro animal. São duas fileiras na parte superior da boca e uma na parte inferior, que crescem diretamente dos ossos. Mais especializados para mastigação que os dentes de répteis, eles permitem que o réptil triture insetos crocantes.

Com temperatura corporal abaixo do que é comum para outros répteis (algo entre 16°C e 21°C), conseguem passar até uma hora sem respirar. 

Também por meio do calor ou frio que o réptil consegue controlar sua prole: ovos incubados acima de 22°C se tornam machos, enquanto aqueles mais frios se tornam fêmeas.

Uma evolução lenta e constante

De acordo com especialistas, os tuataras têm um metabolismo muito mais lento que a maioria dos animais – por isso conseguem ficar tanto tempo sem respirar. Em geral, atingem a maturidade sexual apenas por volta dos 13 anos.

Depois, chegam ao seu tamanho completo até os 30 anos e podem viver até 100 anos com facilidade. Quando começam a se reproduzir, fazem isso com intervalos de dois a cinco anos, em um ritmo que parece conter um crescimento populacional grande.

Mas sua evolução lenta e constante fez com que ultrapassassem diversas adversidades e sobrevivessem por milhões de anos. Por exemplo, eles viveram uma queda de 8°C na temperatura global, passaram pela glaciação e presenciaram a mutação da fauna e da flora no decorrer de séculos.

Embora seja resistente, os tuataras estão na lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais).

E, coincidentemente, uma de suas maiores ameaças hoje é a mesma que substituiu o reinado dos répteis no passado: mamíferos. Mesmo convivendo bem com pássaros, os tuataras não têm defesa natural contra roedores que comem seus ovos.

Por isso, o governo da Nova Zelândia pretende erradicar ratos, doninhas e gambás de parte da Ilha Norte do país até 2050. A ideia é que criaturas nativas, como os tuataras, possam reconstruir seu lar por lá.

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??????????????? //emiaow553.com/nova-cobra-batizada-com-nome-de-harrison-ford-veja-o-que-ele-achou/ Wed, 16 Aug 2023 16:40:20 +0000 /?p=512227 42 anos depois de viver Indiana Jones pela primeira vez, Ford ganhou uma homenagem inusitada: uma cobra batizada com seu nome

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Enfrentar cobras em cavernas é nada além de uma terça-feira na vida de Indiana Jones. 42 anos depois de viver o personagem pela primeira vez, o ator Harrison Ford foi escolhido justamente para nomear uma espécie recém-descoberta desse réptil.

O nome inteiro da cobra é Tachymenoides harrisonfordi. A descoberta, uma colaboração conjunta entre pesquisadores do Peru e dos Estados Unidos, foi publicada na revista científica Salamandra

Ela mede cerca de 40 centímetros, tem coloração amarelada, a barriga preta e uma faixa acobreada sobre os olhos. Por isso, tem facilidade em se camuflar no pântano do Parque Nacional Otishi, no Peru, onde foi encontrada. A cobra não representa perigo às pessoas — apenas aos lagartos e sapos, que são a base de sua alimentação.

Além desta, o ator de Hollywood já nomeou também outras descobertas animais. Seu nome registra uma aranha da Califórnia, chamada Calponia harrisonfordi, e a uma formiga, a Pheidole harrisonfordi.

E o que Harrison Ford achou disso?

Em entrevista à organização ambiental Conservation International, Ford brincou. “Esses cientistas continuam nomeando criaturas em minha homenagem, mas sempre são aquelas que aterrorizam as crianças. Eu não entendo. Passo meu tempo livre bordando ponto-cruz. Canto canções de ninar para minhas mudas de manjericão, para que elas não fiquem com medo à noite”.

Atualmente, cientistas descobriram e descreveram cerca de 1,2 milhão de espécies na Terra. Isso é apenas uma pequena parte das 8,7 milhões de espécies que se estima existirem.

“Neste planeta, todos os destinos estão entrelaçados e, no momento, um milhão de espécies estão à beira do esquecimento. Temos um mandato existencial para reparar nosso relacionamento quebrado com a natureza e proteger os lugares que sustentam a vida”, finalizou Ford.

Em 2022, especialistas da Conservation International publicaram a Avaliação Global de Répteis. Nela, chegou-se a conclusão que um quinto destes animais estão correndo risco de extinção atualmente.

Dessa forma, nomear uma espécie em homenagem a uma pessoa pública bastante conhecida pode ser a maneira de chamar atenção para a conservação destes animais, que hoje em dia é negligenciada.

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??? ?????????? //emiaow553.com/pescoco-de-2-metros-facilitava-decapitacao-de-repteis-ha-200-milhoes-de-anos/ Wed, 21 Jun 2023 12:22:13 +0000 /?p=498934 Fósseis com mordidas mostram que o pescoço dos répteis do gênero Tanystropheus era seu ponto fraco

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No período Triássico, de 252 a 201 milhões de anos atrás, répteis do gênero Tanystropheus tinham pescoços com até 2 metros de comprimento. Não se sabe exatamente por que tanto pescoço. Mas eis uma hipótese: estes répteis poderiam levantar a cabeça bem acima do corpo para engolir peixes e outros animais marinhos desavisados.

“Acreditamos que eles apenas ficaram sentados esperando que suas presas viessem até eles ?algo que os crocodilianos modernos também fazem? disse Stephan Spiekman, pesquisador Museu Estatal de História Natural de Stuttgart, na Alemanha, ao NewScientist.

Répteis com tais pescoços habitaram o planeta por 175 milhões de anos, segundo Spiekman e seu colega Eudald Mujal, da mesma instituição. Isso significa que os benefícios que essa característica representava provavelmente eram maiores do que o risco de?ser decapitado.

Pois é: o longo pescoço dos répteis Tanystropheus era o calcanhar de Aquiles dos animais ?e a dupla da Alemanha acaba de fornecer a primeira evidência direta disso. Eles analisaram os fósseis de duas espécies, Tanystropheus hydroides e Tanystropheus longobardicus, com 242 milhões de anos. E mostraram que ambos os pescoços tinham marcas de mordidas.

O que mostram as evidências

Os espécimes estavam em exposição na Universidade de Zurique, na Suíça. Eles tinham o crânio e a coluna vertebral bem preservados ?mas um animal tinha apenas 10 de suas 13 vértebras; o outro, apenas sete. Havia marcas de dentes nos dois fósseis que indicam que um predador atacou os répteis por trás e por cima, esmagando seu pescoço.

“A parte quebrada dos ossos parece com um osso de galinha quando você o quebra? disse Mujal em entrevista ao New York Times. “O osso quebrou quando ainda estava fresco e provavelmente enquanto o animal ainda estava vivo.?Os pesquisadores usaram fotografia de alta resolução e modelagem 3D para avaliar os fósseis.

As mordidas estavam tão longe da cabeça que os animais provavelmente não viram seus predadores ?outros répteis marinhos, como das espécies Nothosaurus giganteus, Cymbospondylus buchseri ou Helveticosaurus zollingeri. Os pesquisadores especulam que eles miravam na mesma região do pescoço para dificultar a defesa do animal.

O estudo foi publicado nesta segunda (19) na revista Current Biology.

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??? ?? ?? Archives??????? //emiaow553.com/estudo-de-habitos-noturnos-capta-imagem-de-tartarugas-no-luar/ Wed, 05 Apr 2023 20:09:23 +0000 /?p=481246 Cientistas australianos sugerem que as tartarugas estavam saindo da água durante a noite para regular sua temperatura

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Durante o dia, é comum que os animais ectotérmicos, que dependem principalmente de fontes externas de calor, saiam da água para se aquecer com os raios solares. Tal comportamento garante a termorregulação de seus corpos. 

No entanto, cientistas da Universidade La Trobe, na Austrália, perceberam que algumas tartarugas de água doce também dão essas saidinhas durante a noite. O comportamento inédito foi descrito na revista Global Ecology and Conservation.

A equipe coletou mais de 870 mil fotografias de câmeras instaladas na América do Norte, Caribe, Europa, Ásia, África, ilhas Seychelles e Austrália. O estudo registrou dados de 29 espécies de tartarugas de água doce de sete famílias.

A equipe apontou o comportamento noturno em 13 espécies de seis famílias (Chelidae, Emydidae, Geoemydidae, Kinosternidae, Pelomedusidae e Trionychidae). Essas habitavam a América Central, Trindade e Tobago, África, ilhas Seychelles, Ásia e Austrália.

A primeira vez que os cientistas observaram o comportamento foi às margens do rio Ross, em Townsville, na Austrália.

“Elas vinham à noite e sentavam-se em toras exibindo praticamente o mesmo comportamento que faziam durante o dia; quando investigamos, não era algo que as tartarugas supostamente faziam? descreveu Donald McKnight, coautor do estudo, em comunicado.

A equipe observou o comportamento apenas em locais tropicais e subtropicais, o que sugere uma influência da temperatura do ambiente no comportamento. Provavelmente, a água fica quente demais à noite, levando as tartarugas a sairem da água para se refrescar.

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?? ????? ??? ?? ?? ?? ??? //emiaow553.com/cobras-e-lagartos-perderam-seus-membros-por-caminhos-evolutivos-diferentes/ Thu, 29 Sep 2022 11:47:08 +0000 /?p=441420 Espécie endêmica das dunas do rio São Francisco, no norte da Bahia, o lagarto Calyptommatus sinebrachiatus - que você vê na foto - perdeu os membros ao longo de sua evolução

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André Julião, da Agência FAPESP

Adaptado às dunas do rio São Francisco, no norte da Bahia, o pequeno lagarto Calyptommatus sinebrachiatus se destaca pela agilidade com que captura as presas e foge dos predadores. Curiosamente, é possível que essa habilidade se dê por uma característica não muito comum entre lagartos: ele não possui patas. A espécie pertence a um dos 26 grupos de animais que possuem membros reduzidos ou ausentes, entre eles o das serpentes.

Poderia-se imaginar que a perda dos membros ocorreu da mesma forma tanto nos lagartos como nas cobras, uma vez que esses grupos se diferenciaram cerca de 100 milhões de anos atrás. Porém, em artigo publicado na revista Cell Reports, pesquisadores da Alemanha e do Brasil mostram que a história é um tanto mais complexa.

“Em um trabalho anterior, em que analisamos apenas as serpentes, encontramos uma assinatura muito clara de mudanças genômicas associadas a genes envolvidos no desenvolvimento de membros. Nos lagartos, essa assinatura não é tão clara assim? relata Juliana Gusson Roscito, coordenadora científica do Dresden-Concept Genome Center, na Alemanha, que liderou os dois estudos (leia mais em: agencia.fapesp.br/29482).

No trabalho mais recente, o grupo de pesquisadores sequenciou o genoma do C. sinebrachiatus e de outro lagarto sul-americano aparentado, porém com patas, o Tretioscincus oriximinensis.

A fim de encontrar diferenças que pudessem explicar a ausência de patas nos lagartos, os genomas foram alinhados com sequências completas de outro lagarto sem patas (o asiático Dopasia gracilis), além de cinco espécies de serpentes, sete lagartos com patas e, além disso, mamíferos, aves e peixes, representando os outros vertebrados.

“Em vez de focar a análise nos genes que controlam a formação dos membros ?que estão todos presentes e intactos tanto nos lagartos sem membros quanto nas cobras ?buscamos mudanças em regiões que regulam o padrão temporal ou espacial de expressão desses genes. Observamos que regiões regulatórias que são conservadas entre os vertebrados com membros sofreram várias mutações nas espécies sem membros. Essas regiões são vizinhas aos genes envolvidos com a formação dos membros, indicando que mudanças na regulação da expressão dos genes, e não os genes em si, podem estar associadas à perda dos membros nessas espécies? explica Roscito.

Para a pesquisadora, foi interessante observar que diferentes mecanismos podem contribuir para a perda de membros. Nos lagartos, provavelmente, múltiplos caminhos evolutivos levaram a esse fenômeno.

Nas três linhagens de répteis sem membros analisadas, o conjunto de regiões regulatórias que sofreram mutações é relativamente diferente, indicando que não existe um único caminho evolutivo para a perda dos membros.

Tanto o trabalho atual como o anterior, sobre as serpentes, integram um projeto apoiado pela FAPESP no âmbito do Programa BIOTA e coordenado por Miguel Trefaut Urbano Rodrigues, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) e coautor do artigo.

Parte da pesquisa foi realizada durante o pós-doutorado de Roscito, no IB-USP, e em estágio de pesquisa que ela realizou no Instituto Max Planck de Biologia Molecular Celular e Genética, também em Dresden.

Diferenças

As análises genômicas das serpentes e dos lagartos revelaram três das 26 vezes em que os membros foram perdidos ou reduzidos durante a evolução da ordem Squamata, composta por esses dois grupos de répteis.

“Não se trata das mesmas regiões regulatórias. Nas serpentes, as mutações são bastante evidentes, uma vez que elas perderam os membros cerca de 100 milhões de anos atrás. É tempo suficiente para acumular muitas mutações no genoma. Nesses lagartos, que perderam os membros entre 30 e 40 milhões de anos, as alterações são mais ‘diluídas? mostrando que não houve tempo evolutivo suficiente para um acúmulo de mutações que permitiria identificar o possível mecanismo molecular envolvido com a ausência de patas? conta.

Ainda por cima, completa Roscito, as mutações não estavam predominantemente nas mesmas regiões dos genomas das serpentes. Os pesquisadores observaram que os elementos que regulam a ausência de membros são específicos de cada linhagem de réptil, mais um exemplo da chamada convergência evolutiva, quando características semelhantes podem ocorrer por caminhos evolutivos diferentes.

O artigo Convergent and lineage-specific genomic differences in limb regulatory elements in limbless reptile lineages está disponível em: www.cell.com/cell-reports/fulltext/S2211-1247(21)01795-2.

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??? Archives?????????? //emiaow553.com/area-de-protecao-na-amazonia-inibe-contaminacao-de-mercurio-em-tartarugas/ Tue, 27 Sep 2022 12:27:00 +0000 /?p=440919 Animais apresentam baixos níveis de mercúrio bioacumulado, o que é positivo para a saúde das comunidades ribeirinhas

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Os tracajás na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus (AM) estão saudáveis e com baixos níveis de mercúrio bioacumulado, o que indica que a área está cumprindo seu papel de proteção ambiental. Os animais, da mesma ordem das tartarugas, atuam como indicadores da qualidade do ambiente. A manutenção de sua saúde também é positiva aos habitantes locais, que se alimentam dos tracajás. A conclusão é de pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) em estudo publicado nesta sexta (23) na revista “Acta Amazonica?

A pesquisa analisou amostras de tecido muscular de 35 espécimes de tracajás da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus, no município de Beruri, Amazonas, avaliando aspectos como a presença de metais em decorrência da poluição. Os resultados mostram que os animais estão saudáveis e com níveis de mercúrio dentro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para consumo humano, o que indica que a área preserva a saúde dos tracajás e dos humanos que deles se alimentam.

O estudo teve como objetivo avaliar aspectos da saúde dos tracajás, para além das medições de mercúrio, que costumam ser o principal aspecto de estudos sobre poluição aquática com tartarugas selvagens no Amazonas. Os pesquisadores inovaram ao investigar a saúde do animal, como explica Fabíola Domingos-Moreira, uma das autoras do estudo. “Nem sempre só saber o nível de contaminante em um organismo nos dá uma noção se isto está sendo prejudicial para aquele animal. Então com esses parâmetros de saúde que nós avaliamos podemos ter uma ideia se esses animais estão saudáveis e, felizmente, foi isso que nós observamos?

Os resultados reforçam a importância das unidades de conservação, além de compor um conjunto de dados úteis para comparação em estudos futuros. “A gente espera que não ocorra, mas se houver alguma situação pontual de poluição em outra região da Amazônia com essa mesma espécie ou esse mesmo grupo, temos dados com indivíduos saudáveis que podemos usar para comparação? afirma Domingos-Moreira.

A pesquisadora diz que pesquisa semelhante deve ser realizada na Usina Hidrelétrica de Balbina, área em que o rio foi represado para a geração de energia elétrica. “Quando o rio é transformado numa represa, ocorre uma mudança muito brusca em todas as condições naturais que havia nesse rio, e com isso toda a parte de dinâmica de poluentes e de metais acaba sendo alterada. Estudos em hidrelétricas ao redor do mundo todo mostram, por exemplo, que as concentrações de mercúrio tendem a aumentar em regiões de reservatórios, então nós vamos verificar a saúde dos animais e se existe alguma correlação com as concentrações de mercúrio que vamos observar na região? conclui.

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Texto publicado originalmente na Agência Bori.

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???????? //emiaow553.com/aquecimento-global-pode-ter-permitido-ascensao-de-grandes-repteis-como-os-dinossauros/ Mon, 22 Aug 2022 19:49:43 +0000 /?p=435032 A morte de grandes mamíferos, há 250 milhões de anos, diminuiu a competição para os répteis - mas não parece ter sido o fator decisivo para o boom desses animais

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A extinção em massa que ocorreu há 66 milhões de anos já foi amplamente estudada por cientistas. Ela foi causada pelo asteroide Chicxulub, que deixou uma imensa cratera na Península de Iucatã, no atual México, resfriando o globo e levando a morte dos dinossauros. 

Mas essa não foi a única vez que a Terra perdeu grande parte de sua biodiversidade. Há 250 milhões de anos, no final do Período Permiano, duas erupções vulcânicas liberaram grandes quantidades de gases do efeito estufa na atmosfera e fizeram as temperaturas globais aumentarem cerca de 30ºC.

Como resultado, 86% das espécies que viviam no planeta morreram. Grande parte delas eram mamíferos, o que fez os cientistas acreditarem que a queda dos bebedores de leite diminuiu a competição, permitindo o surgimento de grandes répteis, como os próprios dinossauros. 

Um estudo recém publicado na revista científica Science Advances sugere que essa teoria está errada. Não foi o ambiente menos competitivo que possibilitou o aumento dos répteis, mas sim o clima mais quente, que parecia inevitável. 

Para chegar a tal conclusão, cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, avaliaram as condições climáticas em voga 70 milhões de anos antes e 70 milhões de anos após o grande evento de extinção. Além disso, estudaram fósseis de 125 espécies de mamíferos, répteis e aves que viveram durante este período. 

Mesmo antes das grandes explorações vulcânicas, a Terra já estava aquecendo. Ao mesmo tempo, os cientistas notaram que o número de répteis já estava aumentando 40 milhões de anos antes da extinção em massa. Dessa forma, perceberam que foi o calor que beneficiou esses animais.

O aquecimento que permitiu o boom dos répteis aconteceu de forma relativamente lenta, diferente das mudanças climáticas proporcionadas pelos humanos. Isso significa que a nossa interferência pode culminar em consequências enormes, embora ainda não saibamos quais serão elas.

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??????? Archives??? ??- ??? ??? //emiaow553.com/tartaruga-mais-ninja-do-mundo-sobrevive-a-3-tragedias-e-volta-ao-mar/ Fri, 05 Aug 2022 13:59:59 +0000 /?p=432408 Titan estava no meio de uma luta contra um tubarão quando foi resgatada por pesquisadores, que a encaminharam para uma ONG americana

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Se você acha que já passou por poucas e boas, é porque ainda não conhece Titan. Essa tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) viveu três tragédias até ser resgatada pela equipe da Sea Turtle Recovery, que reabilita estes animais marinhos e os devolve ao mar. 

Para começar, Titan foi atingido pela hélice de um barco. Depois, teve parte de sua nadadeira dianteira mordida por um tubarão. Como se não bastasse, um segundo tubarão atacou a tartaruga novamente, mas pescadores de Nova Jersey, nos EUA, viram a situação e salvaram o réptil. 

A dupla encaminhou a tartaruga para a ONG, baseada no mesmo estado em que o animal foi encontrado. Titan foi, então, cuidado e devolvido ao oceano na última terça-feira (2), junto a outros sete animais. Seis deles eram tartarugas-de-kemp (Lepidochelys kempii), uma espécie considerada em risco de extinção.

A Sea Turtle Recovery recebe e reabilita tartarugas marinhas feridas e/ou doentes desde dezembro de 2016. Até o momento, 85 répteis já voltaram ao seu habitat natural graças a equipe. De toda forma, os profissionais reconhecem que Titan é um dos pacientes mais fortes que já passou pelo local.

Grande parte das tartarugas salvas pela organização é encontrada “atordoada pelo frio? passando por algo similar a hipotermia para os humanos. Quando elas não conseguem migrar para áreas mais quentes no inverno, acabam sendo submetidas a baixas temperaturas, que interrompem o funcionamento de seus órgãos. 

Foi isso que aconteceu com as tartarugas Princess e Donashello, resgatadas pelo grupo. O segundo sofreu lesões pulmonares que o fizeram flutuar, impedindo-o de migrar para o sul antes que a água esfriasse demais. Outros, como Slater e Petunia, chegaram à ONG com ferimentos causados por barcos ou tubarões.

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??????-???????-rtg-slots???? //emiaow553.com/novo-reptil-de-225-milhoes-de-anos-e-descoberto-no-rio-grande-do-sul/ Wed, 11 May 2022 22:20:54 +0000 /?p=420709 No passado, fósseis de Maehary bonapartei foram atribuídos a outra espécie de dino. Mas uma nova pesquisa desfez a confusão: a espécie em questão, na verdade, era um primo dos pterossauros, mas que nunca teve a capacidade de voar

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Uma equipe formada por pesquisadores de diversas instituições brasileiras acaba de apresentar uma nova espécie de réptil: o Maehary bonapartei. Seus fósseis datam do período Triássico, 225 milhões de anos atrás. 

O réptil, que tinha cerca de 40 centímetros de comprimento, foi revelado em meio a uma grande confusão. Para entender, precisamos voltar ao ano de 2010, quando cientistas descreveram outro animal conhecido por Faxinalipterus minimus

O F. minimus foi descrito com base em fósseis encontrados no sítio arqueológico Linha São Luiz, no município de Faxinal do soturno, no Rio Grande do Sul. Foram desenterrados ali partes posteriores do crânio e uma mandíbula superior com vários dentes.

Mas tem um pequeno detalhe: as peças foram encontradas em expedições de campo diferentes, realizadas em 2002 e 2005. Apesar de terem sido atribuídas à mesma espécie, permanecia a dúvida de suas origens.

A questão foi elucidada agora, com direito a publicação na revista científica PeerJ. Felizmente, paleontólogos encontraram mais fósseis no mesmo sítio, que foram usados para comparação. A partir daí, os cientistas viram que se tratava de duas espécies, a Faxinalipterus minimus e a nova, Maehary bonapartei.

Vale dizer que os novos fósseis, encontrados recentemente e usados para comparação, pertenciam ao Maehary bonapartei. Agora, o pequeno réptil tem, além da mandíbula, uma escápula e vértebras para contar sua história. 

Seu nome, Ma’ehary, significa “quem olha para o céu” e vem da expressão utilizada pelo povo originário guarani-kaiowá. Já a segunda parte é uma homenagem a José Fernando Bonaparte, principal pesquisador de vertebrados fósseis da Argentina que trabalhou junto a brasileiros no Rio Grande do Sul, e morreu em 2020.

A nova espécie não foi a única descoberta do estudo. Por muito tempo, cientistas acreditaram que o Faxinalipterus minimus pertencia ao grupo Pterosauria, que reúne os primeiros vertebrados a desenvolverem o voo ativo.

Na verdade, F. minimus parece ser apenas um primo dos pterossauros, mas que nunca teve a capacidade de voar. Isso é comprovado pela ausência de feições específicas em seu úmero (osso do braço), como uma crista deltopeitoral projetada, e também pelo seu padrão de dentição.

Tanto o Faxinalipterus quanto o Maehary parecem estar mais relacionados aos lagerpetídeos, que juntos aos pterossauros formam o grupo denominado Pterosauromorpha.

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??????????????, ?????????? //emiaow553.com/21-dos-repteis-do-planeta-podem-sumir-do-mapa/ Thu, 28 Apr 2022 14:41:10 +0000 /?p=418736 De acordo com os pesquisadores, há pelo menos 1.829 espécies de répteis classificadas como vulneráveis, ameaçadas ou criticamente ameaçadas de extinção pela UICN

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Quando comparados a outros animais, os répteis são comumente negligenciados. Esses escamosos acabam recebendo menos atenção do público devido a suas características frias e o aspecto rústico. Até hoje, 31 espécies de répteis já foram extintas.

E esse número tende a aumentar. Um estudo publicado na revista Nature sugere que 21% dos répteis do planeta podem sumir do mapa. De acordo com os cientistas, há pelo menos 1.829 espécies classificadas como vulneráveis, ameaçadas ou criticamente ameaçadas de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Testudines (tartarugas, cágados e jabutis) e Crocodylia (jacarés, crocodilos e gaviais) são as ordens de répteis mais afetadas. Para ter uma noção, mais de 50% das espécies que compõem estes dois grupos estão dentro de alguma das classificações citadas acima.

O sudeste da Ásia, África Ocidental, norte de Madagascar, norte dos Andes e Caribe são as regiões mais afetadas pelo risco de extinção. Os répteis, assim como outras classes de animais, são ameaçados pelo desenvolvimento urbano, extração de madeira, destruição do habitat para expansão de áreas agrícolas e também pela caça e pesca. 

Existem, por exemplo, apenas três tartarugas da espécie Rafetus swinhoei –uma no Zoológico de Suzhou, na China, uma no lago Dong Mo e outra no lago Hoam Kiem, ambas no Vietnã. Com o trabalho publicado, os cientistas esperam ter dados para basear esforços de conservação e salvar animais como este. 

O tema deve ser discutido no final de agosto, durante a segunda parte da cúpula da COP15 (Convenção sobre a Biodiversidade). Na data, autoridades do mundo todo devem debater formas de reduzir a extinção que ameaça mais de um milhão de espécies pelo globo.

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