Em parceria com a consultoria de dados The Circus, a Vox Media consultou mais de 2 mil norte-americanos no mês de abril de 2023. O objetivo foi compreender o alcance das plataformas de IA, quais delas estão sendo adotadas mais rapidamente e a opinião das pessoas sobre o impacto dessa tecnologia na sociedade.

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A pesquisa mostra que apenas 1 em cada 3 norte-americanos já usou uma ferramenta de IA, considerando as maiores do momento (ChatGPT, Bing Chat, My AI, Bard, Midjourney e Stable Diffusion).

Levando em consideração a população acima dos 18 anos nos EUA, são quase 80 milhões de pessoas. Isso indica a rápida adoção dessas ferramentas, que estão crescendo cada vez mais, inclusive no Brasil.

O relatório Future of Jobs, do Fórum Econômico Mundial, aponta que 75% das companhias entrevistadas em diversos países, incluindo o Brasil, já adotaram práticas com uso de IA, ou estão se preparando para isso.

A Vox também aponta em seu estudo “Hope, Fear, and AI�?(Esperança, Medo e IA) que essa tecnologia ainda não tem sido tão utilizada por pessoas mais velhas.

“Apesar da ampla cobertura das notícias, o uso dessas novas ferramentas ainda é bastante limitado, pelo menos quando se trata de produtos de IA dedicados. E a experiência com essas ferramentas é decididamente voltada para usuários mais jovens�? diz o material.

Buscando popularidade

A pesquisa também indica que a maioria das plataformas ainda não conquistaram a mesma popularidade que o ChatGPT. Quando se trata dos demais aplicativos de IA, como o próprio Bard, do Google, 62% responderam que não conheciam a ferramenta. No caso do Stable Diffusion, da Stability AI, 77% desconheciam o app que transforma textos em imagens.

Em relação aos efeitos da IA nas profissões, quase metade dos norte-americanos consultados concordam que a tecnologia vai afetar o seu local de trabalho. 47% acreditam que a IA é muito ou moderadamente impactante para o setor em que trabalham. Cerca de um terço dos americanos (34%) pensa que essa mudança no mercado de trabalho já está acontecendo, ou vai acontecer em 2024.

As ferramentas criativas estão impulsionando a adoção mais rápida: 91% dos usuários de IA relatam que usaram as ferramentas para criar materiais escritos, imagens, músicas ou vídeos �?um sinal de como a IA tem transformado a indústria criativa. Confira aqui o relatório completo com os demais resultados da pesquisa.

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Um exemplo recente foi a foto do Papa Francisco vestindo uma jaqueta estilosa, que, na verdade, era gerada por IA.

Para evitar cair nessas armadilhas, você pode usar o recurso de pesquisa reversa de imagens do Google Lens, que permite descobrir a origem de uma determinada foto. Assim, você pode verificar se a imagem é verdadeira, modificada ou utilizada fora de contexto.

Pesquisa reversa no Google Lens pelo smartphone

Para fazer a pesquisa reversa pelo celular, você precisa baixar o aplicativo Google Lens, na Play Store ou na App Store. Após, siga os seguintes passos:

1. Abra o aplicativo do Google Lens e toque no ícone da câmera
2. Aponte a câmera para a imagem que você deseja pesquisar ou toque no ícone da galeria para selecionar uma imagem do seu dispositivo
3. Com a aba “Pesquisa” selecionada, toque no ícone da lupa para iniciar a pesquisa
4. Você verá uma lista de resultados que mostram onde a foto apareceu online, além de imagens e informações relacionadas.

Imagem: Giz Brasil/Captura de tela

É possível tocar em qualquer resultado para ver mais detalhes ou deslizar para a esquerda ou direita para ver mais resultados.

Imagem: Giz Brasil/Captura de tela

Pesquisa reversa no PC

No computador, a pesquisa reversa é ainda mais robusta e funciona nos navegadores Chrome, Firefox e Safari. Siga os seguintes passos.

Usando uma imagem da internet

• Clique com o botão direito na imagem que você encontrou online e escolha a opção “copiar link da imagem�?

Imagem: Giz Brasil/Captura de tela

• Vá ao site images.google.com, selecione o ícone da câmera e cole o link que você copiou anteriormente.

• Aperte o botão de pesquisar e o Google abrirá uma página com resultados relacionados à imagem.

Imagem: Giz Brasil/Captura de tela

Usando uma imagem do computador

Para fazer a pesquisa com uma imagem do seu computador, basta arrastar a imagem até à página do Google e clicar em pesquisar.

O Google Lens não é a única ferramenta que pode fazer pesquisa reversa de imagens. Existem outros sites e aplicativos que oferecem recursos semelhantes, como TinEye, Yandex, Bing e Baidu.

Porém, o Google Lens tem algumas vantagens sobre eles, como ser capaz de reconhecer objetos, pontos turísticos, animais, plantas e muito mais. Ele também pode traduzir textos, escanear códigos QR, copiar textos de imagens e identificar produtos.

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Primeiro, ele pediu que o GPT-4 criasse o roteiro. Até aí tudo bem: o texto fala das especialidades da casa, como a pizza de pepperoni, e o frete rápido. Segundo o autor, ele orientou a plataforma para que escrevesse usando um “inglês ruim�? 

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A narração do anúncio ficou por conta do ElevenLabs e a trilha sonora do Soundraw IA Music, que também saiu, digamos, como esperado.

O que chama a atenção é a completa bizarrice das imagens, geradas pelo Midjourney e os clipes no Runway Gen 2. Segundo o autor, as cenas foram montadas na plataforma AfterEffects, com a inclusão de um filtro de sobreposição VHS para deixar o anúncio “mais consistente�? O resultado você pode assistir abaixo: 

Definitely wasted 3 hours of my life making this today… Everything is AI from the VO to the video and images. Assembled in After Effects.
byu/PizzaLater inmidjourney

Bizarro (mas ainda assim, impressionante) 

O vídeo mostra olhos e rostos que parecem ir em direções diferentes, um braço incorporado à tábua da pizza, vegetais que mais parecem M&M’s e objetos cortantes que simplesmente não existem na vida real. 

O ponto alto é a moça comendo o prato (?) de uma deliciosa fatia de pizza. Detalhe: alguns dedos de sua mão saem de dentro do prato. Na cena seguinte, outra personagem parece ter uma conversa descontraída com a pizza enquanto seu rosto fica desfigurado. 

Corta para outra cena onde a mesma personagem está com a mão virada e faz “hmmm�?enquanto coloca sua língua para fora. Na última cena, mais rostos disformes. Uma das atrizes leva algo incompreensível à boca enquanto outra figurante fica excluída ao fundo. 

As imagens podem ser hilárias para nós, humanos exigentes, mas mostram o avanço da IA generativa. Esses sistemas têm aprendizado de máquina baseado na repetição do seu uso, o que tende a torná-los mais precisos no futuro. 

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Na prática, é toda mídia produzida por uma tecnologia. Ou seja, programas de IA que geram imagens ou vídeos por comandos de texto, vozes artificiais, livros escritos por chatbots e até programas de rádio narrados por robôs. 

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A mídia sintética �?ou mídia gerada por IA, como você também pode encontrar por aí �?acompanha a avalanche de inteligência artificial que acaba de chegar ao alcance da população. 

Se antes esses sistemas estavam mais restritos a pesquisadores ou especialistas em tecnologia, agora qualquer um pode acessar o ChatGPT e pedir que ele escreva um texto, esclareça um assunto complexo ou programe o código de um jogo parecido com o Sudoku. As possibilidades são infinitas. 

O que esperar 

Como em tudo na vida, a mídia sintética traz pontos positivos e negativos. Por um lado, as pessoas poderão criar conteúdo e ter acesso ao conhecimento de uma forma extremamente rápida e com o mínimo de esforço. 

A mídia sintética também possibilita a incorporação de diferentes gêneros textuais e artísticos, o que pode servir de subsídio para a criatividade humana descobrir novas formas de expressão. 

Esse aproveitamento é ilimitado e acontece em tempo integral. Além disso, as novas ferramentas de IA podem entrar em sites, aplicativos, ambientes de jogos e de realidade virtual, o que amplia em muito nossa experiência online. 

No outro lado, porém, encontramos alguns problemas que estão só começando �?e prometem dar muita dor de cabeça. O primeiro deles envolve os deepfakes, técnica de IA que cria imagens falsas de forma tão convincente que parecem reais. 

Na maioria das vezes, deepfakes substituem o rosto de personagens em vídeos já existentes pelo de outra pessoa. A tecnologia espelha até as expressões faciais do vídeo original para o “novo rosto�?colocado artificialmente. 

Apesar de aparecer em paródias na internet, o mais comum é encontrar deepfakes em pornografia com mulheres que nunca participaram do conteúdo adulto. 

Preocupação crescente 

Além da pornografia, as deepfakes já envolveram figuras conhecidas do público, como o Papa Francisco, Barack Obama e Donald Trump. Mas não só eles: qualquer pessoa pode se deparar com o próprio rosto em uma dessas tecnologias �?uma destruição de reputação que pode levar anos até ser revertida. 

Um exemplo recente é a foto do Papa Francisco com a jaqueta estilosa que viralizou na web no final de março. Demorou para todo mundo entender que se tratava, na verdade, de uma foto gerada pelo Midjourney. 

Aí chegamos em outro ponto em debate na mídia sintética: a dificuldade para mapear os usuários que criam conteúdos falsos. Como muitas dessas plataformas não exigem login, é comum que pessoas gerem o material anonimamente �?e até descobrir que é fake, está feito o estrago. 

Por causa disso, o Midjourney encerrou a geração gratuita de imagens, enquanto o ChatGPT só aceita usuários logados, mesmo na versão grátis. É uma tentativa de aplicar uma camada de proteção extra, dada a possibilidade que a IA tem de criar uma imagem próxima do real �?e alimentar o ciclo de desinformação que já vivemos. 

Propriedade intelectual 

Também tem a questão dos direitos autorais. Plataformas como o ChatGPT geram textos a partir de milhões de materiais disponíveis online, todos escritos por humanos. Por isso, é possível encontrar algo “muito parecido�?com o que já foi escrito por lá. 

Por esse motivo, a revista Clarkesworld fechou seu portal de submissões online. A publicação de ficção científica era 100% alimentada com histórias enviadas por escritores externos. Por causa da IA, as inscrições dispararam em fevereiro. 

“Isso enterrou nossa carga de trabalho e os envios que estávamos interessados em ler�? contou o editor-chefe Neil Clarke à emissora NBC. “�?como tentar conversar com alguém em uma sala e uma horda de crianças gritando entra�?

Debated posting it here, but…//t.co/IxePjTlpRx
This is a problem for short fiction submissions and it's not just going to go away. The link goes into details, but this is a graph of submission bans since 2019. Plagiarism and bot-written spam. pic.twitter.com/pRSVX4mpKt

— clarkesworld (@clarkesworld) February 15, 2023

Enquanto isso, pelo menos 200 e-books lançados na loja Kindle, da Amazon, têm o ChatGPT como autor ou coautor das obras. Mas é possível que o número seja muito maior: a Amazon não exige que os autores divulguem se usaram, ou não, IA. 

Já está mais do que claro: a mídia sintética veio para ficar �?e é por isso que vamos ouvir falar cada vez mais sobre ela daqui para frente. 

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Pelo menos oficialmente, Pequim nunca proibiu o software norte-americano de usar a imagem do presidente. Na verdade, trata-se de uma decisão do próprio fundador e CEO do Midjourney, David Holz. “Só queremos minimizar o drama�? justificou ele em um post no Discord, no ano passado, ao qual o jornal The Washington Post teve acesso. 

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“A sátira política na China não é legal. A capacidade das pessoas da China de usar essa tecnologia é mais importante do que sua capacidade de gerar sátira [sobre o país]�? afirmou. “Não nos motivamos por dinheiro e, neste caso, o bem maior é obviamente que as pessoas na China tenham acesso a essa tecnologia�? 

Nas mensagens no Discord, Holz disse que o Midjourney bloqueou uma série de palavras relacionadas a tópicos polêmicos em diferentes países, não só relacionadas à China. 

Ele não divulgou quais foram os termos banidos, mas usuários relataram que palavras como “Afeganistão�?e “afegão�?também não funcionam nos comandos de geração de imagens. 

Midjourney reclama de uso abusivo

Outros internautas relataram que alguns prompts sobre a representação de prisões caíram depois que as imagens de Trump sendo detido pela polícia viralizaram. As fotos criadas por IA (inteligência artificial) foram publicadas nas redes dias antes do ex-presidente se tornar réu em um processo criminal, nos EUA. 

Essas fotos não são reais! Feitas pela inteligência artificial Midjourney v5, elas simulam a possível prisão do ex-presidente americano Donald Trump, que o próprio suspeita que estão para acontecer.

É, vai ficar mais difícil ainda separar o que é real e o que é fake news. pic.twitter.com/UlBIQLgP1l

— Bruno Martinez (@showmetechbru) March 22, 2023

A repercussão sobre as imagens falsas fez com que a plataforma anunciasse o fim do serviço de geração gratuita. Ao alegar “uso abusivo da ferramenta�? o Midjourney agora cobra US$ 10 (cerca de R$ 52, no câmbio atual) mensais. 

É uma forma de monitorar o uso, uma vez que o pagamento facilita o rastreio da origem das imagens. “Não somos uma democracia�? diz o Midjourney em suas políticas da comunidade. “Comporte-se com respeito ou perca seus direitos de usar o serviço�? 

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O realismo da foto surpreendeu e fez muita gente — incluindo alguns veículos da imprensa — a acreditar que se tratava, sim, de uma imagem verdadeira. Isso já alimenta as discussões sobre deepfakes e o controle de imagens criadas por IA, algo que deve dar muito pano para a manga daqui para frente. 

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No caso do Papa Francisco, a imagem começou a se popularizar no sábado (25). O usuário do Twitter Leon (@skyferrori) publicou a suposta “fotografia�?do pontífice argentino, mas não escreveu que se tratava de uma imagem gerada por IA. 

OKAAYYY pic.twitter.com/MliHsksX7L

— leon (@skyferrori) March 25, 2023

Não demorou para que outros perfis do Twitter começassem a reproduzir a imagem. Muitos classificaram a jaqueta como um “marca do estilo de vida�?do papa. Pouco depois, a rede anexou um alerta de contexto abaixo da imagem. 

“Esta é uma imagem falsa do Papa Francisco criada pela IA do Midjourney�? diz o aviso. O Twitter também vinculou o link original do post: uma comunidade do Reddit onde usuários do Midjourney compartilham dicas e imagens criadas na plataforma. 

The Pope Drip
by inmidjourney

Junto da foto principal, o autor do post no Reddit também publicou as três alternativas geradas pelo Midjourney �?o serviço geralmente oferece quatro opções para as solicitações dos usuários. 

Como saber se uma imagem é falsa

Uma análise do site The Verge identificou pequenos detalhes que comprovam que a imagem da jaqueta chique do Papa Francisco não é real. 

As evidências incluem uma mão que não segura o copo de café adequadamente, um crucifixo com ângulos tortos, um Jesus que parece estar sentado, e a borda de uma lente do óculos que parece fazer a transição para a própria sombra. 

Detalhes que entregam por que a imagem do Papa Francisco de jaqueta branca é falsa. Imagem: Midjourney/The Verge/Reprodução

Esses traços são indicativos de que uma IA criou a imagem. Ainda assim, observadores mais distraídos poderão acreditar na foto realista �?mesmo que o Papa Francisco seja conhecido por um estilo de vida frugal e o hábito de usar roupas “mais simples�?

Outro caso recente são as fotos do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em um ato de prisão. Assim como as imagens do Papa Francisco, essas também foram geradas por IA e muita gente acreditou que fossem reais. 

Un internaute a créé de fausses images de Donald Trump en prison avec la nouvelle version de l'IA Midjourney (V5).

Ces images sont tellement réalistes qu’elles font la une sur la toile.

Crédit : @EliotHiggins pic.twitter.com/qfO6Voecx3

— Warketing Digital (@WarketingDigit) March 22, 2023

Assim como o Midjourney, outras plataformas criam imagens a partir de comandos de texto, como o Stable Diffusion e DALL-E, da OpenAI. Entre eles, o Midjourney é o mais provável de gerar imagens fotorrealistas. 

A plataforma é capaz de renderizar cenas complexas e cheias de detalhes a partir de prompts relativamente simples. Por isso, o mais provável é que o comando para criar a imagem do Papa Francisco tenha sido um mero “Papa Francisco em um casaco branco fofo�? Toda atenção é pouco na era da IA. 

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É comum que plataformas como DALL-E, Midjourney e Stable Diffusion, coloquem mais dedos que o necessário ou duas mãos em um membro só, o que cria uma imagem bastante confusa.

Nós, do Giz Brasil, geramos as duas imagens de destaque deste texto (que você vê acima) no DALL-E, da OpenAI �?e as mãos ficaram no mínimo… estranhas.

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Mas existe um motivo para isso. De modo geral, esses sistemas de IA não recebem treinamento o suficiente para criar mãos tão detalhadas quanto fazem com os rostos. 

Nos conjuntos de dados usados para treinar os sintetizadores de imagem, os humanos exibem menos suas extremidades, como explicou um porta-voz da Stable Diffusion para o BuzzFeed News. “As mãos também tendem a ser muito menores nas imagens de origem, pois raramente são visíveis em tamanho grande�? disse ele. 

pic.twitter.com/V1Yiwj7aum

— no context memes (@weirddalle) January 22, 2023

Por que isso acontece? 

Como os sistemas de IA generativa recebem treinamento a partir de bilhões de imagens extraídas da internet, eles não entendem o que é uma “mão�?e como ela se conecta com o corpo na anatomia humana. 

Pelo contrário, o mais comum é que as mãos apareçam ou segurando algo ou fazendo algum gesto �?mas nunca como simples mãos. 

“Os programas entendem a ideia geral de uma mão, com palma, dedos e unhas. Mas nenhum deles realmente entende o que é a coisa toda�? explicou Peter Bentley, professor e pesquisador em Ciência da Computação na University College London, à BBC. 

Talvez dê para dar um desconto para as IAs: as mãos integram as partes mais difíceis das ilustrações, por exemplo. Leonardo Da Vinci, por exemplo, era conhecido por ter uma obsessão pelo formato das mãos humanas. Ele fez vários estudos para esboçar os membros com perfeição. Uma coisa é fato: as próximas IAs geradoras de imagens precisam fazer como o criador da Mona Lisa e gastar um tempinho a mais tentando entender esses membros humanos.

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Em entrevista ao site Insider, ele conta que a obra nasceu da vontade de criar algo para sua filha. O livro conta a história de uma garota chamada Alice que quer aprender sobre o mundo da tecnologia, e seu amigo robô Sparkle �?daí o nome “Alice and Sparkle�? 

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Em um relato no Twitter sobre o livro, ele conta que o chatbot ChatGPT escreveu toda a história a partir de seus comandos. Depois, o gerador de arte por inteligência artificial Midjourney ilustrou a aventura. 

Em três dias, Reshi publicou o livro na seção de ebooks da Amazon. No dia seguinte, já tinha a brochura em mãos: ele criou sua versão física no serviço gratuito KDP, da própria varejista. 

Seu único gasto foi a assinatura mensal do Midjourney (US$ 30 por mês �?pouco mais de R$ 150 no câmbio atual). 

I spent the weekend playing with ChatGPT, MidJourney, and other AI tools�?and by combining all of them, published a children’s book co-written and illustrated by AI!

Here’s how! pic.twitter.com/0UjG2dxH7Q

— Ammaar Reshi (@ammaar) December 9, 2022

Questão de direitos autorais 

Reshi conta que passou horas aprimorando os prompts no Midjourney para se aproximar o máximo possível do que esperava para seus personagens. Mesmo assim, sua “obra�?recebeu críticas nada amigáveis na Amazon. 

“A escrita é rígida e não tem voz alguma�? avaliou um usuário. “E a arte é tão ruim que dói. Tangentes em todo o lugar, dedos estranhos em cada página e inconsistências a ponto de parecer que essas imagens estão apenas um passo acima do aleatório�? 

Faz sentido: recursos como o ChatGPT e Midjourney só reproduzem textos e ilustrações a partir do que já existe. Na prática, eles “aprendem�?mais a cada uso, mas nunca usarão a criatividade, como fazem os humanos, mas sim a base do aprendizado de máquina que possibilita a geração de novos conteúdos a partir do que já está online.  

Isso fez com que artistas reivindicassem o direito sobre as “obras�?criadas por essas ferramentas. Muitos dizem que geradores de imagens como o Midjourney usaram suas artes sem permissão. 

Por causa disso, a Amazon chegou a suspender as vendas do livro “Alice and Sparkle�?de 6 a 14 de janeiro. O motivo: “revisão de atividade suspeita�? Mesmo assim, Reshi já vendeu mais de 841 cópias do livro. 

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Soret fez os testes no programa de inteligência artificial Midjourney. Ele pediu que a plataforma gerasse material filmado com uma GoPro durante a agitação política nas ruas de Paris. 

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As imagens retratam o auge das manifestações pelo fim da monarquia e criação da república na França. A inteligência artificial conseguiu reproduzir o movimento com homens, mulheres, crianças e soldados em cores vívidas.

Dá impressão de que estamos assistindo ao movimento que se estendeu de 1789 a 1799 e inaugurou uma nova fase na política global.

Just recorded some GoPro footage of the French Revolution with #midjourney pic.twitter.com/4Q7IuPuIm2

— Tim Soret (@timsoret) August 18, 2022

Veja imagens da Revolução Francesa criadas por I. A. 

Imagem: Tim Soret/Midjourney/Twitter/Reprodução

Imagem: Tim Soret/Midjourney/Twitter/Reprodução

Imagem: Tim Soret/Midjourney/Twitter/Reprodução

Imagem: Tim Soret/Midjourney/Twitter/Reprodução

Além da Revolução Francesa, Soret também criou imagens via inteligência artificial de outros movimentos históricos, como a Queda do Muro de Berlim (1989)… 

Imagem: Tim Soret/Midjourney/Twitter/Reprodução

Imagem: Tim Soret/Midjourney/Twitter/Reprodução

… e Guerra do Ópio (1840).

Imagem: Tim Soret/Midjourney/Twitter/Reprodução

Imagem: Tim Soret/Midjourney/Twitter/Reprodução

Imagem: Tim Soret/Midjourney/Twitter/Reprodução

O que é o Midjourney

A plataforma está aberta para o público em versão beta desde julho. Ela vem de um laboratório de pesquisa de mesmo nome, criado para construir imagens com inteligência artificial a partir de descrições textuais. 

Para acessar, basta ter uma conta no Discord. A versão de teste grátis possibilita criar 25 imagens gratuitamente. Depois, o site oferece uma assinatura paga para ter acesso à geração ilimitada de imagens. 

Como acessar

1. Tenha uma conta no Discord (é fácil e gratuito, rapidinho de fazer) 
2. Acesse o site do Midjourney e selecione “Join the Beta”�?/span>
3. Isso levará ao Discord. Lá, selecione “Aceitar convite”�?/span>
4. Dentro do Discord, acesse um dos canais “Sala para iniciantes�? na barra lateral 
5. Na caixa de texto, digite �?imagine�?e digite o que quer que a I. A. crie. Exemplo: /imagine Brazil’s Independence (funciona melhor em inglês). Feito isso, envie. 
6. Quando finalizadas, as imagens serão exibidas em uma nova mensagem. 
7. Escolha entre as opções: U (Upscale, para criar uma versão maior da imagem); V (Variação, para criar uma nova imagem com base na que você selecionou); e Atualizar (obter quatro novas imagens com o mesmo comando) 

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