???? ???? 2024-2025? ??? ??? ?? / Vida digital para pessoas Wed, 24 Jul 2024 15:49:40 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png ??? ?? ????? ?????? / 32 32 ?????????? ????????? //emiaow553.com/ele-tem-a-forca-robusto-e-boladao-besouro-hercules-e-considerado-um-dos-animais-mais-fortes-do-mundo/ Wed, 24 Jul 2024 18:02:32 +0000 //emiaow553.com/?p=582262 Após uma longa transformação, ele se torna um gigante entre os insetos e adquire a capacidade de levantar até 850 vezes o seu próprio peso

The post Ele tem a força: robusto e boladão, besouro-hércules é considerado um dos animais mais fortes do mundo appeared first on Giz Brasil.

]]>
Reportagem: Natasha Pinelli/Instituto Butantan

Nas florestas úmidas e nos bosques das Américas Central e do Sul vive um inseto de formas curiosas e ares mitológicos: o besouro-hércules (Dynastes hercules). Capaz de levantar nada menos do que 850 vezes o peso de seu próprio corpo, o nome do animal faz referência ao semideus da mitologia grega Hércules, famoso por sua força física.

A façanha do inseto tem relação com a presença de dois grandes chifres ?um localizado na região da cabeça e outro no tórax ? que funcionam como uma espécie de alicate. Restrita apenas aos machos da espécie, a “arma?de ataque e defesa costuma ser colocada para jogo nas disputas por território e, na conquista por uma fêmea durante o processo reprodutivo. Com a ajuda dessa estrutura, o animal consegue capturar e esmagar seus oponentes, muitas vezes “lançando-os?para longe.

Integrante da família dos escaravelhos, ou Scarabaeidae, o besouro-hércules é considerado um verdadeiro gigante entre os insetos, podendo alcançar cerca de 17 centímetros de comprimento. De coloração esverdeada, amarelada ou castanha com tons metalizados, utiliza sua carapaça robusta para fazer alarde e assustar seus predadores, mantendo-os o mais distante possível.

Mas antes de se tornar um besourão para lá de imponente, o Dynastes hercules precisa enfrentar um longo processo de metamorfose que pode durar até 21 meses. Para se ter ideia, o estágio mais demorado da transformação leva 465 dias ?haja paciência!

Com hábitos crepuscular e noturno durante a fase adulta, é só depois que o sol começa a se pôr que o inseto sai para comer, buscando frutas no chão. Sua alimentação é diferente na fase imatura, principalmente no período larval, quando prefere madeira de árvores caídas. Já no estágio de pupa, o inseto não se alimenta e fica apenas fazendo a metamorfose. Mas uma coisa é certa, em ambas fases da vida (larva ou adulto), ele ajuda na decomposição de parte da matéria orgânica presente nas florestas, atuando como um “reciclador??por isso, o besouro-hércules desempenha um papel importante para a manutenção dos ecossistemas tropicais, contribuindo para a fertilidade do solo, dentre muitas outras coisas.

BESOURO-HÉRCULES

Espécie: Dynastes hercules, da ordem Coleoptera, da família Scarabaeidae e da subfamília Dynastinae

Onde habita: nas florestas tropicais das Américas Central e do Sul

Características físicas: carapaça esverdeada, amarelada ou castanha medindo cerca de 17 centímetros. Os machos possuem um par de chifres que lembra um alicate

Alimentação: na fase larval, comem o tronco de árvores caídas; quando adultos, frutas podres

Curiosidade: foi batizado em homenagem ao semideus Hércules, conhecido por sua enorme força física

* Este conteúdo foi produzido com a colaboração da curadora da Coleção Entomológica do Instituto Butantan, Flávia Virginio, e dos biólogos e técnicos Natália Batista Khatourian e Eli Campos, todos do Laboratório de Coleções Zoológicas do Butantan.

Referências:
GLOBAL BIODIVERSITY INFORMATION FACILITY. Dynastes hercules (Linnaeus, 1758)
UNIVERSITY OF FLORIDA. Hercules beetle
UNIVERSITY OF THE WEST INDIES. Dynastes hercules (Hercules Beetle)

 

The post Ele tem a força: robusto e boladão, besouro-hércules é considerado um dos animais mais fortes do mundo appeared first on Giz Brasil.

]]>
??????? Archives??? ??- ??? ??? //emiaow553.com/doenca-de-chagas-como-e-transmitida-como-deve-ser-tratada-e-o-que-fazer-para-evitar/ Sun, 21 Jul 2024 17:25:00 +0000 //emiaow553.com/?p=581579 Parte da lista de Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS, enfermidade afeta principalmente pessoas em situação de vulnerabilidade social e é difícil de identificar

The post Doença de Chagas: como é transmitida, como deve ser tratada e o que fazer para evitar appeared first on Giz Brasil.

]]>
Reportagem: Guilherme Castro/Instituto Butantan

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a América Latina é campeã em casos anuais de doença de Chagas: são cerca de 30 mil, com 10 mil deles resultando em mortes. Um dos motivos para essa alta taxa de letalidade é a dificuldade de diagnosticar a infecção, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi: ela pode ser assintomática ou apresentar sintomas pouco específicos, facilmente confundidos com os de uma gripe ou resfriado. Por conta disso, a taxa de descoberta é menor que 10%.

Além do baixo índice de diagnósticos, o Ministério da Saúde destaca que, atualmente, apenas 1% das pessoas afetadas recebe tratamento. “A doença é curável, mas só se houver tratamento adequado durante a fase aguda, que é o início da infecção, mesmo em casos de transmissão congênita? alerta a diretora do Laboratório de Ciclo Celular do Butantan, Maria Carolina Sabbaga, que estuda a manutenção do DNA nuclear de tripanosomas.

A doença de Chagas é a principal endemia parasitária da América Latina e faz parte da lista de Doenças Tropicais Negligenciada da Organização Mundial da Saúde (OMS) porque afeta principalmente indivíduos em situação de vulnerabilidade social ?sem acesso à água, alimentos ou saneamento básico de qualidade.

Transmissão

Também conhecida como tripanossomíase americana, a doença de Chagas é uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que tem como hospedeiro insetos triatomíneos, os populares “barbeiros? “procotós? “bicudos?ou “chupões? No Brasil, as espécies de barbeiro Triatoma infestans e Triatoma brasiliensis são as que representam risco epidemiológico. O parasita é expelido por meio das fezes ou urina do inseto e, no corpo humano, invade as células, se desenvolve e reproduz.

Segundo o estudo Perfil epidemiológico da doença de Chagas aguda no Brasil, veiculado na revista Research, Society and Development por pesquisadores do Centro Universitário CESMAC, Universidade Tiradentes e Universidade Federal de Alagoas, o método mais expressivo de contágio é por via oral. Ou seja, por meio do consumo de alimentos contaminados por parasitos Trypanosoma cruzi oriundos de barbeiros ou, diretamente, por fezes do inseto que contenham o protozoário.

Outra forma de transmissão é a vetorial. Os barbeiros são hematófagos ?precisam se alimentar de sangue para sobreviver, por isso o contágio pode acontecer no momento em que um ser humano é picado por ele: o protozoário é expelido pelas fezes ou urina do inseto, junto ao ferimento; quando a pessoa coça o local, inadvertidamente insere o protozoário na sua própria corrente sanguínea.

“Na saliva do inseto há várias substâncias que geram irritação na pele e dão início à coceira, e o ato de coçar acaba fazendo com que as fezes sejam empurradas para a ferida e iniciem a infecção? explica o biólogo Thiago Franco, pós-doutorando do Laboratório de Ciclo Celular.

Mulheres infectadas pelo Trypanosoma cruzi podem transmiti-lo aos seus bebês durante a gravidez ou o parto, configurando a transmissão vertical. Há também a possibilidade de contaminação via transplante de órgãos de doadores que possuam o parasita. Já na transmissão acidental, é possível se contaminar ao entrar em contato com feridas da pele ou mucosas infectadas durante manipulação laboratorial ou manejo de caça.

O barbeiro tem hábitos noturnos: se esconde durante o dia e à noite sai para se alimentar. “Por isso, é comum que esses insetos fiquem entre as frestas de casas de pau a pique, em que podem depositar seus ovos e ficar livres de predadores? explica Thiago. Durante o sono humano, as regiões que costumam estar mais expostas são o rosto e os pés, sendo que o inseto é especialmente atraído pelas trocas de oxigênio e gás carbônico que realizamos. É justamente por ter preferência pela face na hora da picada que leva o nome popular de barbeiro.

Sintomas

A fase inicial do contágio, denominada de fase aguda, pode manifestar ou não sintomas. Caso apareçam, normalmente se apresentam como reações pouco específicas: inchaço no rosto e pernas, febre prolongada, dor de cabeça, fraqueza e um nódulo na região da picada.

Maria Carolina indica que é de extrema importância procurar um médico nesse período. “Se não forem tratadas, há a possibilidade de que cerca de 30% das pessoas afetadas desenvolvam uma doença crônica, que só irá aparecer anos depois, como o coração muito distendido ?uma das causas de insuficiência cardíaca.?As dificuldades de saúde oriundas da fase crônica são contínuas, como problemas digestivos, cardíacos ou cardiodigestivos.

Como identificar e tratar?

Apesar dos sintomas inespecíficos, há indícios que podem estar relacionados à doença de Chagas. Um deles é o chagoma, inflamação arredondada, vermelha e endurecida na pele que pode indicar o local da picada do barbeiro. Outro é o sinal de Romaña, edema em uma das pálpebras que pode aparecer em cerca de 10 a 20% dos casos agudos.

Fatores epidemiológicos também são levados em consideração para a avaliação do diagnóstico, como morar em regiões endêmicas ou em surto; já ter residido ou residir em locais propícios à transmissão do barbeiro, como casas de madeira ou taipa; ter contato com familiares ou amigos já diagnosticados com doença de Chagas, entre outros.

O exame de sangue que confirma o diagnóstico pode ser realizado de graça pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente o tratamento é feito por meio de um remédio: o benznidazol, também disponível gratuitamente. O medicamento é indicado para a fase aguda da doença, enquanto a fase crônica precisa ser avaliada caso a caso, pois há riscos de complicações.

Formas de prevenção

O barbeiro pode se esconder em frestas nas paredes, atrás de móveis, em galinheiros e estábulos. Repelentes comuns, que utilizam moléculas como icaridina ou DEET (N,N-Dietil-m-toluamida), não funcionam bem contra ele. “No uso de DEET, você precisaria de uma concentração acima de 90% para poder repelir o barbeiro, o que é tóxico para o ser humano? explica Thiago.

Por isso, o método mais eficaz de prevenção continua sendo o combate ao inseto e o investimento em saneamento básico de qualidade.

Se encontrar um barbeiro, não toque nele. Busque atendimento médico e procure o apoio do centro de zoonoses regional. Na cidade de São Paulo, a recomendação é ligar para o número 156. 

The post Doença de Chagas: como é transmitida, como deve ser tratada e o que fazer para evitar appeared first on Giz Brasil.

]]>
??? ???? 2024-2025? ??? ??? ?? //emiaow553.com/cientistas-propoem-usar-coco-de-insetos-para-alimentar-populacao-mundial/ Tue, 04 Jun 2024 16:12:23 +0000 //emiaow553.com/?p=573807 Estudo norueguês usa cocô de insetos cultivados para fertilizar algas ricas em proteínas; objetivo é economizar terra e água na produção de alimentos

The post Cientistas propõem usar cocô de insetos para alimentar população mundial appeared first on Giz Brasil.

]]>
Buscando encontrar fontes mais sustentáveis de proteínas, um grupo de cientistas descobriu o potencial do cocô de insetos como uma fonte de alimento. A agência governamental norueguesa NORCE, focada em biotecnologia marinha, realizou a pesquisa.

Trabalhando há anos com microalgas fotossintéticas como matéria-prima sustentável para alimentos, rações e mais, os pesquisadores pretendem usar os excrementos – incluindo resíduos de fezes, pele, esqueleto e comidas dos animais cultivados na Europa e na Noruega — para substituir os fertilizantes químicos no cultivo das microalgas.

Encontradas em águas salgadas e doces, as microalgas são pequenas “células vegetais” com alto teor de proteínas e aminoácidos que servem para a produção de alimentos. Além disso, os cientistas dizem que elas podem ser cultivadas em terras não aráveis e com pouca necessidade de água.

Como foi feito o estudo do cocô de insetos

A estudiosa Pia Steinrücken, junto com Hanna Böpple e Dorinde Kleinegris, da NORCE, e Oliver Müller, da Universidade de Bergen, investigaram essa possibilidade com a microalga Chlorella vulgaris. A pesquisa revelou que microalgas cultivadas com nutrientes do cocô de insetos cresceram tão bem quanto as outras, com alto teor de proteína — de 40% do peso seco.

Steinrücken explica o processo: “O excremento do inseto vem de Larveriet em Voss, que produz larvas alimentadas com resíduos orgânicos. É entregue em pó, que misturamos com água para liberar os nutrientes. Em seguida, centrifugamos as partículas não solúveis em água. O líquido é então esterilizado para minimizar o risco de infecção bacteriana e contaminação das algas.”

A ideia é que, para crescerem, as algas precisam de determinada quantidade de nutrientes como nitrogênio e fósforo. Eles são amplamente presentes em resíduos da indústria e da agricultura. No caso do nitrogênio, por exemplo, as microalgas usaram entre 71% e 78% da quantidade disponível nos excrementos. Ou seja, o cultivo viabiliza um uso benéfico dos resíduos, além de redução de custos com meios químicos de crescimento.

Mas, apesar dos testes promissores, a produção atual ainda é cara e em pequena escala. Dessa forma, é necessário investir em tecnologias de produção em maior escala para tornar possível a nova fonte de proteína sustentável.

Além disso, vale lembrar que esse processo também gera resíduos, como a massa úmida após a extração dos nutrientes. Porém, ela pode servir como fertilizante para plantas, segundo Steinrücken. A revista Bioresource Technology Reports publicou o estudo.

The post Cientistas propõem usar cocô de insetos para alimentar população mundial appeared first on Giz Brasil.

]]>
CU? ???? ???? ??? ?? //emiaow553.com/abelhas-nativas-sem-ferrao-parque-do-instituto-butantan-abriga-mais-de-uma-centena-de-ninhos-e-quase-dez-especies/ Tue, 28 May 2024 21:27:17 +0000 //emiaow553.com/?p=572522 Visitantes podem se deparar com exemplares minúsculos e até com ninhos feitos no chão; grupo é o principal responsável pela polinização das árvores brasileiras

The post Abelhas nativas sem ferrão: parque do Instituto Butantan abriga mais de uma centena de ninhos e quase dez espécies appeared first on Giz Brasil.

]]>
Reportagem: Natasha Pinelli/Instituto Butantan

Na cidade de São Paulo, o parque do Instituto Butantan é uma espécie de oásis para diversos exemplares da fauna nativa. Entre eles, estão as chamadas abelhas sem ferrão, ou meliponíneos. Segundo levantamento realizado por biólogos do Museu Biológico e do setor de Meio Ambiente do Butantan, são mais de uma centena de ninhos e cerca de dez espécies. Nos mais de 725 mil metros quadrados de área verde do Instituto, é possível encontrar a jataí (Tetragonisca angustula), a jataí-da-terra (Paratrigona subnuda), a tubuna (Scaptotrigona bipunctata) e a abelha-feiticeira (Trigona recursa), entre outras.

Além de lindas, as abelhas ?assim como outros insetos ?são essenciais para a manutenção da vida na Terra. Afinal, é por meio da polinização das flores que elas contribuem para a oferta e diversidade de frutos, verduras e legumes que servem de alimento para todos os animais ?inclusive os humanos, claro. “Durante o processo de captura de néctar e pólen, o inseto pode fecundar a planta. Os frutos gerados vão atrair aves e outros animais, ajudando na dispersão de sementes que futuramente vão produzir novos exemplares do vegetal, fazendo girar um ciclo importantíssimo? explica o biólogo e analista de exposição do Museu Biológico Marcelo Stefano Lucas.

O biólogo Marcelo confere a movimentação em um dos ninhos de abelhas nativas sem ferrão

O biólogo Marcelo confere a movimentação em um dos ninhos de abelhas nativas sem ferrão

O Brasil possui cerca de 3.000 espécies de abelhas, sendo que apenas 300 não têm ferrão e são responsáveis por polinizar mais de 60% das árvores nativas. Integrantes da tribo Meliponini, essas abelhas possuem formatos e tamanhos variados, tendo desenvolvido diferentes estratégias de defesa ao longo de seu processo evolutivo. Enquanto as maiores costumam usar o aparelho bucal para morder, as menores podem tentar invadir determinados orifícios do corpo de seus predadores ?como nariz, olhos e ouvidos ?e até secretar substâncias que conferem a sensação de “cola?ou “queimadura?

População do Butantan

O trabalho de levantamento das abelhas sem ferrão do Butantan começou há cerca de cinco anos. De acordo com Marcelo, o primeiro passo foi fazer o mapeamento e a contabilização do número de ninhos, assim como a identificação de suas respectivas espécies. As colmeias próximas às áreas de visitação do parque são acompanhadas com mais frequência, pois distúrbios tendem a ser mais corriqueiros; já as que se encontram dentro da mata são inspecionadas eventualmente. “?curioso, porque embora muitos ninhos estejam na área do parque, a maioria das pessoas passa batido e nem reconhece que são abelhas.?/p>

Abelhas-guarda de mirim-droryana protegem a entrada do ninho

Abelhas-guarda de mirim-droryana protegem a entrada do ninho

Diferentemente da “abelha comum? a Apis mellifera, as sem ferrão instalam suas colmeias dentro do tronco de árvores, onde a madeira está mais consumida. Quase em frente ao Museu Biológico, onde centenas de pessoas circulam diariamente, está localizada uma árvore que abriga dois ninhos: um de abelha-mandaguari (Scaptotrigona postica) e outro de tubuna. Já nas imediações do Serpentário e do Edifício Vital Brazil, onde se encontra a Biblioteca Científica do Butantan, há três colmeias: uma de jataí e duas de iraí (Nannotrigona testaceicornes) ?essa última possui, em média, quatro milímetros de comprimento e é considerada uma das menores abelhas sem ferrão do Brasil.

Apesar da escala reduzida, com um pouco de atenção é possível compreender parte da dinâmica do ninho. “Podemos ver as operárias indo e voltando com suas corbículas [parte da perna utilizada para o transporte de pólen] cheias, assim como a movimentação das abelhas-guardas, responsáveis pela segurança da entrada. Muitas vezes elas saem de ‘ré?e sobrevoam a região como um drone? explica o biólogo, que adora observar o vaivém dos bichos. Também há circulação daquelas que saem da colmeia levando os resíduos produzidos, garantindo a limpeza do espaço.

Minúscula, entrada do ninho de jataí-da-terra é praticamente imperceptível aos olhos

Minúscula, entrada do ninho de jataí-da-terra é praticamente imperceptível aos olhos

Em troncos um pouco mais afastados dos olhos dos visitantes, é possível encontrar espécies não tão amigáveis, como a borá (Tetragona clavipes), que persegue e morde seus inimigos, e a abelha mirim-droryana (Plebeia droryana), também adepta do método de perseguição. Distantes poucos metros umas das outras, de tempos em tempos elas entram em conflito. “Geralmente as borás, que são maiores, tentam invadir o ninho das abelhas menores. Mas depois tudo se acalma e elas voltam a viver pacificamente.?Para que as operárias não errem de endereço e invadam ninhos alheios, os insetos derramam uma certa quantidade de própolis na entrada das colmeias, uma vez que a substância produzida possui um odor único e característico.

Outro destaque são as jataís-da-terra, que fazem seus ninhos dentro da terra, aproveitando-se da estrutura de formigueiros abandonados. No Parque da Ciência Butantan, é possível encontrar alguns exemplares nas trilhas do Horto Oswaldo Cruz. Por serem quase imperceptíveis, esses pontos precisam ser monitorados constantemente pela equipe de biólogos, uma vez que correm o risco de ser pisoteados ?o que acaba bloqueando a entrada e saída das operárias. Ao passear por lá, a dica é manter os olhos bem abertos e a atenção redobrada!

Marcelo é apaixonado pelo universo das abelhas sem ferrão e adora observar a dinâmica dos ninhos

Marcelo é apaixonado pelo universo das abelhas sem ferrão e adora observar a dinâmica dos ninhos

Também é nessa região de mata do Horto Oswaldo Cruz onde está sendo estruturado o futuro meliponário do Butantan. As equipes já estão trabalhando na consolidação das colônias e na instalação das chamadas “caixas? Segundo Marcelo, a expectativa é que a nova população já esteja estabelecida até o início da primavera. O espaço será um dos pontos de visitação de um futuro roteiro educativo sobre a importância das abelhas nativas sem ferrão, a ser oferecido aos visitantes do parque.

Guerra dos tronos

A organização social da tribo Meliponini é bem similar à da A. mellifera: uma rainha faz a postura dos ovos e cada descendente vai assumir um papel específico para a manutenção e pleno desenvolvimento da colmeia. No geral, as mais novas começam executando trabalhos internos, auxiliando na limpeza do espaço e na produção de alimento, até se tornarem maduras o suficiente para sair e realizar a coleta de pólen e néctar, utilizados como matéria-prima para a produção de mel ?abelhas maiores podem voar até 1,5 quilômetro distante da sua colmeia, enquanto as menores se afastam por cerca de 300 metros.

Trabalhadoras, fiéis e essenciais para a vida na Terra: conheça o universo maravilhoso das abelhas

Apesar da boa convivência perdurar na maior parte do tempo, intrigas e tentativas de destituição da abelha-rainha podem acontecer. No melhor estilo Game of Thrones, uma princesa “virgem?pode levantar um motim contra a rainha. “Ela secreta substâncias adocicadas em cima de sua oponente para atrair o restante da população, que expulsa a abelha-rainha da colmeia? conta o analista do Museu Biológico. Mas o esperado é que a sucessão aconteça pacificamente, com a princesa assumindo o posto de uma rainha morta ou iniciando o seu próprio ninho “do zero?

Ninho de tubuna em árvore do Horto Oswaldo Cruz

Ninho de tubuna em árvore do Horto Oswaldo Cruz

Espécies ameaçadas 

Infelizmente, todas as espécies de abelhas estão seriamente ameaçadas, inclusive as nativas sem ferrão. Um dos principais problemas é o uso de agrotóxicos na agricultura, já que os defensivos utilizados contra a disseminação de pragas afetam outros insetos. Como uma única abelha pode acabar envenenando outras, colmeias inteiras têm sido dizimadas em um curto espaço de tempo. Outro impacto é a ausência de espaços para que elas façam seus ninhos. “A falta de árvores, mais especificamente de troncos podres, contribui para o declínio da população? pondera Marcelo. Por fim, há a ameaça do próprio aquecimento global, impulsionado pela ação humana, uma vez que as abelhas não se adaptam bem ao calor extremo.

Atentas, exemplares de jataí-da-terra observam a movimentação próxima ao ninho

Atentas, exemplares de jataí-da-terra observam a movimentação próxima ao ninho

Atualmente, o Brasil possui quatro espécies ameaçadas de extinção: a uruçu-amarela (Melipona rufiventris), nativa da região do Cerrado; a uruçu-capixaba (Melipona capixaba), originária da Mata Atlântica, mais especificamente de regiões montanhosas do estado do Espírito Santo; a uruçu-nordestina (Melipona scutellaris), que ocorre tanto na Caatinga como na Mata Atlântica do Nordeste brasileiro; e a cupira-paraibana (Partamona littoralis), também da Mata Atlântica, mais especificamente de pequenas áreas do Rio Grande do Norte e da Paraíba.

A fim de reforçar a importância desses polinizadores para o desenvolvimento sustentável do planeta e alertar sobre as crescentes ameaças que eles vêm enfrentando, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o Dia Mundial da Abelha. Celebrada em 20 de maio, a data também busca fomentar e fortalecer medidas de proteção direcionadas às abelhas e outros polinizadores.

The post Abelhas nativas sem ferrão: parque do Instituto Butantan abriga mais de uma centena de ninhos e quase dez espécies appeared first on Giz Brasil.

]]>
??????????, ???, ?????? //emiaow553.com/baratas-se-espalharam-pelo-mundo-mais-rapido-do-que-humanos/ Wed, 22 May 2024 15:44:16 +0000 //emiaow553.com/?p=571999 Estudo usou genética para mapear o caminho percorrido quando baratas alemãs se espalharam; pesquisa evidencia alta adaptabilidade do inseto

The post Baratas se espalharam pelo mundo mais rápido do que humanos appeared first on Giz Brasil.

]]>
Pequenas, com até 1,5 centímetros, elas se alimentam de restos de amido, açúcar e gordura e, felizmente, não têm capacidade de voar. Conhecidas popularmente como baratas alemãs, as Blattella germanicas não têm nada da Alemanha, segundo novo estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Elas, provavelmente, saíram do Sul da Ásia e, em um período de apenas dois mil anos, conseguiram ocupar diversos continentes do planeta.

Hoje, são consideradas baratas domésticas e comumente aparecem nos cantos das casas, apavorando os moradores. Apesar de sua afinidade com os habitats humanos, elas demonstraram uma proeza maior que os homens, que levaram muito mais tempo para se adaptar e espalhar pela Terra.

Em geral, o Homo sapiens surgiu na África entre 300 mil e 200 mil anos atrás. Mas só chegou à Oceania e à América há cerca de de 50 mil anos. Isso, claro, por suas características evolutivas muito mais complexas que as baratas.

Mas, ainda assim, os dados mostram como esses insetos têm uma alta capacidade adaptativa, muito creditada ao seu ciclo reprodutivo curto (de cerca de 60 dias) e o seu oportunismo. 

O caminho das baratas

Para o mapeamento, pesquisadores analisaram genomas de 281 baratas alemãs coletadas de 17 países e seis continentes. Então, utilizaram as características semelhantes e diferentes entre os genes para calcular quando e onde cada uma das diferentes populações podem ter se estabelecido.

De acordo com o estudo, a Blattella germanica provavelmente se originou da barata asiática Blattella asahinai, que ainda é encontrada no Sul da Ásia. Elas se separaram há cerca de 2.100 anos. Depois disso, há indícios de que a barata alemã rumou para o Oriente Médio a 1.200 anos atrás. 

Para os pesquisadores, isso aconteceu em meio ao tráfego comercial e militar dos governos islâmicos de Umayyad e Abbasid, uma vez que os insetos costumam se esconder em pacotes de alimentos, como nas cestas de pão carregadas pelos soldados.

Então, há apenas 390 anos, os cientistas acreditam que a B. germanica pegou carona no colonialismo europeu e suas empresas de comércio internacional, como as Companhias Holandesa e Britânica das Índias Orientais.

Mais uma vez, durante o tráfego comercial, elas percorreram grandes distâncias e chegaram a novos continentes, incluindo a Europa. Lá, em 1776, o biólogo sueco Carl Linnaeus descreveu o inseto e deu seu nome científico oficial. Como o título leva o termo “germânica”, a espécie ficou conhecida como sendo alemã.

“Elas não se originaram lá, mas foram domesticadas lá e então começaram a se espalhar pelo mundo? explicou à revista Nature o coautor do novo estudo, Qian Tang. Ele é biólogo na Universidade Nacional de Cingapura.

Assim, da Europa, a barata se espalhou para outras áreas do planeta, onde vive até hoje. Em geral, isso só foi possível graças à sua alta capacidade de adaptação – e seu oportunismo de aproveitar caronas nas invenções de transporte dos humanos.

The post Baratas se espalharam pelo mundo mais rápido do que humanos appeared first on Giz Brasil.

]]>
?????? ???? 2024-2025? ??? ??? ?? //emiaow553.com/cientistas-querem-usar-crispr-para-evitar-avanco-da-doenca-de-chagas/ Wed, 15 May 2024 09:57:03 +0000 //emiaow553.com/?p=565762 Pela 1ª vez, pesquisadores utilizaram edição de genes por CRISPR para alterar características do bicho barbeiro, vetor da doença de Chagas

The post Cientistas brasileiros querem usar CRISPR para evitar avanço da doença de Chagas appeared first on Giz Brasil.

]]>
Vetor da doença de Chagas, o bicho barbeiro é o principal alvo para controlar a disseminação da condição. Além dos métodos tradicionais, como uso de inseticidas e repelentes, pesquisadores acreditam que a edição genética com método CRISPR pode facilitar o combate ao inseto.

Dessa forma, uma equipe de cientistas do INCT-EM (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular) passou os últimos anos buscando maneiras de fazer isso. E, ao que tudo indica, conseguiram.

Em novo estudo publicado na revista The CRISPR Journal, os pesquisadores demonstraram que é possível fazer alterações genéticas no vetor da doença de Chagas, ainda que as mudanças testadas não tenham propriamente o objetivo de combate do inseto – por enquanto.

“Nós somos o primeiro laboratório no mundo que consegue editar o barbeiro. Mas a gente teve que se preparar bastante, aprender várias coisas sobre o inseto para tentar chegar nesse ponto”, explica a doutora em biofísica Helena Araujo, do INCT-EM, que coordenou o estudo.

O trabalho brasileiro

Como reconhecer a edição gênica é difícil, entre as etapas da pesquisa, os cientistas brasileiros se dedicaram na identificação de genes que, quando alterados, causam mudanças visuais notáveis.

“Nós identificamos os genes que fazem um inseto ter olhos vermelhos ou brancos em vez de ter olhos pretos e a cutícula mais clara. Então nós identificamos o gene que a gente tinha como reconhecer”, conta Araujo.

Esse processo foi longo e publicado em diversos artigos ao decorrer dos anos da pesquisa. No entanto, mesmo quando chegaram à resposta, os cientistas brasileiros ainda encontraram dificuldade em implementar o método CRISPR no bicho barbeiro.

Geralmente, a edição de genes é feita por meio de microinjeções com o material CRISPR diretamente nos embriões. Contudo, os ovos do bicho barbeiro são duros para perfurar. Foi neste quesito que o grupo brasileiro contou com a colaboração de Jason Rasgon, da Universidade da Pensilvânia.

“Nos encontramos em um congresso e conversamos sobre o assunto. E aí ele nos forneceu essa ferramenta, funcionou super bem”, explica a coordenadora da pesquisa.

Colaborações internacionais

De acordo com Jason Rasgon, métodos tradicionais de edição genética são muito difíceis de aplicar nos bichos barbeiros. Então, ele desenvolveu uma ferramenta  chamada Transdução de Ovário Mediada por Receptor de Carga ou ‘ReMOT Control. 

Ela consiste em injetar os materiais diretamente no sistema circulatório da mãe e guiar esse material para os ovos em desenvolvimento. “Nossa tecnologia tem o potencial de tornar a edição de genes mais eficiente, mais fácil e mais barata em uma ampla gama de animais”, afirma Rasgon.

No teste do método em bichos barbeiros, eles tentaram alterar os genes associados à cor dos olhos e da cutícula. Então, eles injetaram o CRISPR para edições genéticas na fêmea do inseto e, por fim, observaram que sua prole tinha as alterações desejadas. 

Além desta colaboração internacional, o estudo contou também com a participação de um grupo de pesquisa coordenado por Ethan Bier, do Tata Institute for Genetics and Society, Universidade da Califórnia, em San Diego.

Eles auxiliaram Araujo e outros pesquisadores a encontrar as melhores formas de sequenciar o genoma do Rhodnius prolixus. Ao fim da pesquisa, os três dos quatro bichos barbeiros testados tiveram alterações de cor nas cutículas e olhos.

Avanço na ciência

De acordo com os pesquisadores, o avanço permite que a comunidade científica passe a conversar sobre a edição genética com CRISPR para o controle da doença de Chagas

No total, há mais de 100 espécies do bicho barbeiro que se infectam com o Trypanosoma cruzi, responsável pela condição, e o Rhodnius prolixus é um modelo de vários deles. Assim, o método utilizado para edição genética no estudo recente pode permitir alterações que inibam a infecção pelo protozoário.

The post Cientistas brasileiros querem usar CRISPR para evitar avanço da doença de Chagas appeared first on Giz Brasil.

]]>
???? ??? ???? ??? ???????? //emiaow553.com/eles-sao-incriveis-e-cabem-na-palma-da-mao-conheca-5-reliquias-da-colecao-de-insetos-do-butantan/ Sat, 20 Apr 2024 13:30:21 +0000 //emiaow553.com/?p=565236 Tem moscas centenárias coletadas por Adolpho Lutz, uma caixa de charutos encontrada ao acaso com conteúdo surpreendente e até mariposa com características de macho e fêmea no mesmo corpo

The post Eles são incríveis e cabem na palma da mão: conheça 5 relíquias da coleção de insetos do Butantan appeared first on Giz Brasil.

]]>
Reportagem: Natasha Pinelli/Instituto Butantan

É no prédio do Laboratório de Coleções Zoológicas do Butantan (LCZ) que se encontram alguns dos valiosos acervos científicos do Instituto. São milhares de exemplares de répteis, anfíbios, aracnídeos, ácaros e insetos que não apenas fazem brilhar os olhos dos cientistas, como são essenciais para o desenvolvimento de inúmeras pesquisas nacionais e internacionais.

Entre os tesouros, está a Coleção Entomológica. Localizada em uma sala especial com mais de 230 gavetas, atualmente ela é composta por cerca de 20 mil espécimes ?principalmente dípteros (ordem que abrange moscas, mosquitos, varejeiras, pernilongos, borrachudos e mutucas), lepidópteros (popularmente conhecidos como mariposas e borboletas) e hemípteros (percevejos, também chamados de “barbeiros?.

Criada oficialmente na década de 1930 pelo acarologista e entomologista Flávio Oliveira Ribeiro da Fonseca, então diretor do Laboratório de Parasitologia, a coleção de insetos vem passando por um processo de reorganização há quase seis anos. “Realizamos a limpeza dos armários e dos espécimes, e trocamos todas as gavetas. Também revisamos e digitalizamos todas as informações contidas nas etiquetas, padronizando os processos. A ideia é valorizar e conservar o que já temos tombado para, então, receber novos exemplares? afirma a atual curadora, Flávia Virginio.

Neste intenso trabalho de reestruturação, a equipe de biólogos da Coleção Entomológica do LCZ já se deparou com grandes surpresas, como uma caixa de charutos com quase 300 moscas, além de exemplares de mutuca coletados por aquele que é considerado o pai da medicina tropical, Adolpho Lutz (1855-1940).

A seguir, conheça essas e outras relíquias do acervo entomológico do Butantan:

1. Mutucas anciãs

Capturados em 1902, quatro exemplares centenários de mutucas da família Tabanidae são os espécimes mais antigos da coleção. Provenientes da capital paulista, de Mogi das Cruzes, Ribeirão Preto e Batatais ?todas cidades localizadas no estado de São Paulo ? as coletas foram realizadas em expedições do renomado sanitarista Adolpho Lutz. Especializado em medicina tropical, o médico carioca desenvolveu trabalhos pioneiros para o combate e controle de doenças endêmicas e epidêmicas do século XX, entre elas cólera, febre amarela, febre tifoide e malária.

Famosas por suas picadas dolorosas, as mutucas são bastante robustas e podem ser agentes transmissores de patógenos, uma vez que as fêmeas se alimentam de sangue humano. Quando larvas, predam outros insetos e podem contribuir para o controle biológico de certos insetos-praga, mas diante da ausência de alimentos, chegam a adotar hábitos canibalistas.

2. Uma caixa de charutos, centenas de moscas

Foi durante uma de suas diversas empreitadas de organização do acervo que o biólogo e técnico de laboratório Eli Oliveira se deparou com um objeto para lá de curioso: uma caixa de charutos de madeira, com as inscrições Stender & Co estampada na tampa. “Fiquei muito surpreso ao abrir, pois me deparei com exatos 298 espécimes, entre eles uma aranha da família Salticidae, além de muitas moscas. Eles estavam cuidadosamente montados. Chamava a atenção que casais de machos e fêmeas estavam fixados juntos no mesmo alfinete, e havia a informação na etiqueta de que aqueles exemplares tinham sido coletados em cópula? conta o colaborador.

Durante os processos minuciosos de limpeza e reestruturação dos exemplares, em que o biólogo contou com a ajuda de outros especialistas, Eli analisou e preservou cada uma das etiquetas ?escritas à mão e devidamente assinadas. Assim, descobriu que a coleta foi realizada na década de 1930 pelo desenhista, fotógrafo e entomólogo Carlos Rodolpho Fischer. Alemão radicado no Brasil, o especialista teve passagens pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz, dedicando-se intensamente aos estudos de metamorfose, sistemática e distribuição geográfica dos insetos.

3. Mariposa que é literalmente “metade macho, metade fêmea?/strong>

Durante uma pesquisa de campo na cidade de Igaratá (SP), em 1995, o pesquisador aposentado do Instituto Butantan e antigo curador da coleção entomológica Roberto Henrique Pinto Moraes realizou uma coleta curiosa: um exemplar de Periga circumstans com ginandromorfismo bilateral. Na língua grega, gynos significa feminino, e andros, masculino; a condição diz respeito àqueles animais que apresentam características de macho e fêmea no mesmo espécime.

Como se fossem duas mariposas diferentes unidas pelo meio, o bicho apresenta padrões femininos à esquerda do corpo e masculinos à direita. “A diferença fica bem clara ao observar as duas antenas: de um lado ela é filiforme, como a das fêmeas; do outro, plumosa, típica dos machos. Além dessa, há diferenças no formato e na coloração das asas? esclarece a técnica de laboratório da Coleção Entomológica, Natalia Khatourian.

4. Espécimes-tipo: as “figurinhas brilhantes?/strong>

São conhecidos como “espécimes-tipo?os “indivíduos originais?utilizados na descrição de uma determinada espécie. Devido à sua relevância científica, eles precisam ser mantidos a sete chaves como uma forma de garantia, caso no futuro algum outro pesquisador necessite confirmar informações ou características que já foram previamente definidas. “Nós comparamos os tipos às figurinhas brilhantes dos álbuns colecionáveis. São itens raros e de alto valor científico? observa Flávia Virginio.

Na coleção entomológica do Instituto Butantan, por exemplo, há espécimes-tipo de diferentes espécies de flebotomíneos, datados do início do século passado. Conhecidos popularmente como mosquitos-palha, esses insetos hematófagos são de interesse para a medicina humana e veterinária, uma vez que podem estar relacionados à transmissão da leishmaniose.

5. Uma linguaruda tupiniquim

As mariposas com probóscide avantajada ganharam fama devido às previsões realizadas pelo naturalista Charles Darwin lá pelos idos de 1860. Ao observar o extenso nectário de uma orquídea-cometa (Angraecum sesquipedale), o britânico inferiu sobre a existência de uma mariposa de longuíssima espirotromba (órgão similar a uma língua), essencial para o processo de polinização e reprodução da planta. Quatro décadas após suas primeiras afirmações, o inseto linguarudo foi, enfim, descrito, confirmando mais a teoria do pai da evolução.

Apesar da “espécie de Darwin?ser nativa da Ilha de Madagascar, na África, existem mariposas com características bastante semelhantes a ela em outros lugares do mundo ?uma delas é a Neococytius cluentius, nativa do Brasil. Integrante da família Sphingidae, o espécime da coleção entomológica do Butantan possui 24 centímetros só de probóscide e demanda bastante cuidado nos momentos de manipulação e conservação. “Ele é um bicho robusto, por isso se torna mais propenso a ser colonizado por fungos quando a umidade fica descompensada? explica Natália, acostumada a trabalhar com o exemplar.

Além disso, se a coleção está com infestação de insetos-praga, como os da ordem Psocoptera, as mariposas da família Sphingidae são um prato cheio, já que possuem bastante massa corpórea. “Por isso, nossa equipe está sempre atenta a qualquer alteração, por menor que ela seja. O objetivo é manter problemas curatoriais bem longe do acervo? complementa Flávia.

Conservação e visita ao acervo

De tempos em tempos, todos os espécimes da coleção entomológica passam por um processo de manutenção a fim de evitar problemas causados pela umidade, como a possível proliferação de fungos, bem como a infestação de insetos-pragas.

“Semanalmente, realizamos em todas as gavetas a troca da sílica, a fim de reduzir a umidade, e da cânfora, que funciona como uma espécie de repelente para insetos que possam atuar como pragas. Já a limpeza demanda a aplicação de álcool isopropílico em todas as partes do animal e é realizada com total atenção e cuidado? explica Eli. Devido à delicadeza, os menores indivíduos ?como os mosquitos e pernilongos ?são justamente os mais complexos, exigindo maior dedicação.

Atualmente, a consulta ao acervo da coleção entomológica do LCZ é acessível apenas para pesquisadores e estudantes, mediante agendamento prévio. Entretanto, o laboratório possui uma coleção didática, utilizada em atividades educativas do Parque da Ciência Butantan. Por isso, fique sempre atento à programação e participe das futuras ações.

The post Eles são incríveis e cabem na palma da mão: conheça 5 relíquias da coleção de insetos do Butantan appeared first on Giz Brasil.

]]>
???? ????????????, ??? //emiaow553.com/vespa-brasileira-ganha-nome-em-homenagem-a-jackie-chan/ Wed, 10 Apr 2024 20:41:16 +0000 //emiaow553.com/?p=563327 O inseto foi descoberto em 2020 por cientistas brasileiros, que nomearam a vespa Jackie Chan em homenagem ao ator, de quem são fãs

The post Vespa brasileira ganha nome em homenagem a Jackie Chan appeared first on Giz Brasil.

]]>
Não é incomum que cientistas homenageiem celebridades ao batizar novas espécies de animais e plantas. Há, por exemplo, a cobra Harrison Ford, a aranha Messi e, agora, também há a vespa Jackie Chan — e pode aparecer no território brasileiro.

O inseto foi descrito em artigo científico publicado na revista Zootaxa. No total, o estudo apresentou 15 novas espécies de vespas, resultado de uma pesquisa com cientistas brasileiros do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Também participou um pesquisador da Finlândia.

Além da vespa Jackie Chan, o famoso artista marcial e ator de Hong Kong também inspirou a nomenclatura de outra espécie: o lagarto Cnemaspis jackieii. De acordo com o estudo, a estrela de Hollywood também foi inspiração pro nome da vespa porque o líder da pesquisa é um grande fã do ator.

Sobre a vespa Jackie Chan

Uma das 26 espécies já descritas que pertencem ao gênero Acrotaphus, a vespa Jackie Chan é uma parasita de aranhas das famílias Araneidae e Tetragnathidae. Em geral, ela pode ser encontrada na região amazônica, na América do Sul. Especialmente em partes de floresta do Brasil, Equador, Guiana Francesa, Nicarágua e Peru.

As principais características da vespa são sua cabeça preta, o aparelho bucal de cor laranja e as asas amareladas. Em geral, os representantes machos do inseto medem entre 0,8 e nove milímetros, enquanto as fêmeas têm aproximadamente de 13 a 16 milímetros. 

Em geral, as fêmeas possuem cerdas na cabeça, enquanto os machos apresentam essas formações no aparelho genital. 

Contudo, tanto machos quanto fêmeas têm ocelos nas laterais dos olhos. Essas estruturas são conhecidas como “olhos primitivos”, pois possuem células sensíveis à luz, que se conectam ao nervo óptico do animal.

Veja algumas imagens da vespa Jackie Chan abaixo.

Vespa brasileira ganha nome em homenagem a Jackie Chan

(Imagem: Pádua & Sääksjärvi/ Reprodução)

The post Vespa brasileira ganha nome em homenagem a Jackie Chan appeared first on Giz Brasil.

]]>
?? ??????? //emiaow553.com/um-besouro-com-pernas-muito-compridas-e-carapaca-espalhafatosa-conheca-o-maravilhoso-arlequim-da-mata/ Tue, 12 Mar 2024 23:04:44 +0000 /?p=557221 Também chamado de serra-pau, esse inseto adora se alimentar do tronco de árvores e pode esconder em seu corpo pequenos aracnídeos conhecidos como pseudoescorpiões

The post Um besouro com pernas muito compridas e carapaça espalhafatosa: conheça o maravilhoso arlequim-da-mata appeared first on Giz Brasil.

]]>
Reportagem: Natasha Pinelli/Instituto Butantan

Duas características saltam aos olhos de quem observa o curioso besouro arlequim-da-mata (Acrocinus longimanus). A primeira é a carapaça com padrões em vermelho, laranja e preto, que muito lembram os trajes alegres e multicoloridos dos carnavalescos arlequins ?daí a referência do nome popular da espécie.

Também são diferenciais as pernas dianteiras bastante longas. Capazes de atingir mais de 15 centímetros, muitas vezes os membros superam o dobro do tamanho do corpo do inseto. É por isso que parte do seu nome científico é ?em>longimanus? que em latim significa algo como “que tem mãos longas?

Com dois pares de asas, sendo as externas mais durinhas para proteção das internas ?essas, de aspecto membranoso ? o arlequim-da-mata faz parte da ordem Coleoptera (do grego koleos = estojo e pteron = asas). O grupo reúne mais de 350 mil espécies e representa cerca de 40% dos insetos e 30% de todos os animais do planeta.

Encontrado nas florestas tropicais do sul do México ao norte da Argentina, também integra a família dos Cerambicídeos, que são aqueles besouros conhecidos popularmente como serra-pau. Como uma broca, esses insetos têm a capacidade de perfurar a madeira das árvores. No Brasil, por exemplo, o arlequim-da-mata costuma ser encontrado em figueiras e jaqueiras, camuflando-se entre as manchas de líquen e os fungos dos troncos.

Tudo começa quando a fêmea da espécie abre um buraquinho milimétrico na casca de uma árvore para depositar seus ovos. Ao eclodir, as larvas vão se alimentar de madeira e abrir túneis ainda mais profundos, onde vão se transformar em pupas. Cerca de quatro meses depois, emergem os besouros adultos, que precisam abrir caminho para fora da madeira para dar sequência ao ciclo de reprodução.

Já as pernas longuíssimas são exclusividade dos machos e desempenham um papel importante no jogo da conquista. Além de servir como atrativo, os membros ajudam a “prender?a fêmea no momento do acasalamento.

O corpo do besouro-arlequim também pode hospedar pequenos aracnídeos conhecidos como pseudoescorpiões (Cordylochernes scorpioides). Vivendo na serrapilheira, camada de folhas secas, galhos e restos de frutas, flores e animais que ficam na superfície do solo, esses miniescorpiões pegam carona com o inseto para alcançar novas fontes de alimentos.

ARLEQUIM-DA-MATA

Espécie: Acrocinus longimanus, da ordem Coleoptera e família Cerambicídeo

Onde habita: nas florestas tropicais do sul do México ao norte da Argentina, incluindo todo o Brasil

Características físicas: carapaça colorida, com desenhos simétricos em preto, vermelho e laranja. Na fase adulta, mede aproximadamente 8 centímetros, enquanto os machos apresentam o primeiro par de pernas bem comprido, podendo superar os 15 centímetros

Alimentação: na fase larval, se alimenta de cascas e lenho das árvores; quando adulto, de vegetais, madeira e excremento de outros animais

Curiosidade: um exemplar da espécie estampou a capa do álbum “O Cair da Tarde?(1997), do cantor brasileiro Ney Matogrosso

* Este conteúdo contou com a colaboração da curadora da Coleção Entomológica do Instituto Butantan, Flávia Virginio, e dos biólogos e técnicos Natália Batista Khatourian e Eli Campos, todos do Laboratório de Coleções Zoológicas do Butantan.

 

Referências:

EMBRAPA. Caracterização do dano do Arlequim-da-Mata em figueira

EMBRAPA. Ordem Coleoptera

ENCYCLOPEDIA BRITANNICA. Harlequin beetle

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Arlequim-da-mata, Acrocinus longimanus (L., 1758) (Cerambycidae) – Coleção didática do Museu do Professor Ramiro Gomes Costa

The post Um besouro com pernas muito compridas e carapaça espalhafatosa: conheça o maravilhoso arlequim-da-mata appeared first on Giz Brasil.

]]>
????????????,????????? //emiaow553.com/o-que-aconteceria-se-os-insetos-fossem-extintos-do-mundo-entenda-a-importancia-desses-pequenos-animais/ Mon, 04 Mar 2024 23:23:21 +0000 /?p=555867 Esses invertebrados têm funções que auxiliam no equilíbrio do meio ambiente, mas também podem disseminar doenças humanas e causar prejuízos às lavouras

The post O que aconteceria se os insetos fossem extintos do mundo? Entenda a importância desses pequenos animais appeared first on Giz Brasil.

]]>
Reportagem: Mateus Carvalho/Instituto Butantan

Os insetos fazem parte do grupo de animais mais populoso do mundo e representam aproximadamente 70% dos indivíduos que habitam o planeta Terra. Embora muitos deles pareçam desnecessários para os seres humanos, esses pequenos bichinhos desempenham vários papéis ecológicos e são importantes para o desenvolvimento e equilíbrio do ecossistema. Mais do que isso, o planeta poderia entrar em colapso em uma hipotética e, praticamente impossível, extinção dos insetos.

Os insetos são essenciais para a polinização e produção de alimentos, na reciclagem de substratos, na decomposição de matéria vegetal, na contribuição para o controle de pragas que atingem vegetações, além de servir de alimento para outras espécies.

“Se não tivéssemos os insetos, não teríamos alimentos suficientes por conta da falta de polinização que alguns deles fazem. Muitos animais também sofreriam ou seriam extintos porque os insetos servem de alimento para eles. Outro exemplo é o mosquito, que na fase imatura se desenvolve na água atuando como filtrador? conta a curadora da Coleção Entomológica do Instituto Butantan, Flávia Virginio.  “Esses são só alguns exemplos para mostrar que o meio ambiente ficaria totalmente desiquilibrado sem a presença deles? acrescenta.

A importância dos insetos para a vida em geral, a relação estabelecida entre seres humanos e insetos, bem como a grande diversidade de insetos, faz com que a possibilidade de sua extinção seja impensável ?mesmo que alguns, como o mosquito Aedes aegypti, sejam vetores de doenças mortais, entre elas a dengue. O que se pode fazer é controlar as espécies que causam algum tipo de prejuízo à população, como os transmissores de enfermidades e pragas agrícolas, por meio de seus “inimigos naturais?que podem ser outros bichos predadores e microrganismos, ou até mesmo pelo controle integrado, que envolve os controles manual, químico e biológico.

“?complexo pensar em extinguir ou tirar uma espécie de circulação de uma cidade ou país porque os insetos não veem barreiras geográficas. O Aedes aegypti, por exemplo, foi eliminado do Brasil durante um tempo por conta da ação organizada com o uso de DDT, um inseticida que contribuiu para o controle do Aedes à época. No entanto, em pouco tempo, já podíamos ver os mosquitos voando pelo Brasil porque os insetos continuam entrando no país, seja pelo mar por meio de navios estrangeiros ou por terra? comenta Flávia.

Os mosquitos são vistos com mais frequência no dia a dia porque eles estão por toda parte, em ambientes externos e internos, já que se adaptam muito bem às cidades e até mesmo aos diferentes climas. Soma-se a isso a quantidade de ovos que uma única fêmea pode colocar durante sua vida, que pode variar entre 200 e 500, em média.

“A evolução dos insetos é muito rápida e eles estão sempre se adaptando. Os inseticidas acabam ‘forçando?essa evolução, já que sempre estão selecionando os indivíduos mais resistentes a eles. Por isso, de tempos em tempos, o produto químico utilizado precisa ser trocado? destaca Flávia.

A dieta pode explicar

Dentro dos diversos grupos de insetos há características específicas de alimentação, e isso explica algumas de suas “funções?no planeta ?tanto para o bem quanto para o mal. Eles possuem diferentes sistemas bucais, que incluem mastigação, sucção, picada e lambida.

Os coprófagos, como o besouro rola-bosta, se alimentam de fezes e matérias orgânicas e são responsáveis por fazerem a reciclagem de ambientes e a decomposição de compostos. Já os necrófagos comem matéria animal em decomposição, atuando também como recicladores. As moscas de ordem Diptera e das famílias Sarcophagidae, Muscidae e Calliphoridae são alguns dos insetos que fazem esse trabalho.

Os frugívoros, como as moscas das frutas e os percevejos, são aqueles que se alimentam especificamente de frutas e frutos, enquanto que os fitófagos, como gafanhotos e grilos, se alimentam de folhas e caules de plantas. Ambos, frequentemente prejudicam economicamente a produção agrícola.

Há também os insetívoros, que são predadores ou também parasitoides de outros insetos e ajudam a manter a quantidade de várias espécies na natureza equilibrada ?inclusive os bichos considerados “pragas? As joaninhas, vespas e formigas são alguns dos insetívoros que predam essas pragas agrícolas.

Imagem: Unsplash/Reprodução

Por fim, há ainda os hematófagos, que são os insetos que se alimentam de sangue e têm importância médica-veterinária porque podem atuar como vetores de patógenos (vírus, bactérias e protozoários), como alguns mosquitos, moscas e pulgas.

Uso de agrotóxicos e mudanças climáticas 

Para proteger as plantações de insetos-praga, muitos agricultores utilizam inseticidas. Mas como estes defensivos agrícolas em geral não são específicos para determinados insetos, o uso indiscriminado desses produtos acaba prejudicando toda uma cadeia, inclusive aqueles insetos que são considerados como bioindicadores, bem como os que auxiliam o ser humano no controle natural e sustentável dos predadores e parasitoides.

“O grande problema é que quando um agrotóxico é jogado nas plantações, ele não cai para matar um determinado inseto. Neste caso, o produto acaba atingindo todos os grupos que estão ao redor de uma vegetação e mata, inclusive, aqueles insetos que podem servir como bioindicadores que, por serem mais sensíveis, indicam que o ar está puro e que a água está limpa? explica Flávia.

Imagem: Unsplash/Reprodução

As mudanças climáticas impulsionadas pelas ações humanas ameaçam a vida de alguns insetos no planeta. Um estudo desenvolvido em 2022 pela Universidade de Londres e publicado na revista Nature mostra uma queda de 49% no número de insetos em regiões afetadas pelo aumento da temperatura em relação a habitats naturais com pouca alteração climática.

O Brasil, por ser um país predominantemente tropical e com temperaturas mais elevadas, abriga uma boa parte da biodiversidade de insetos. “Aqui na região neotropical há condições ideais para o desenvolvimento de insetos porque é quente e úmido de forma geral. O Brasil é considerado uma região com uma grande área de biodiversidade, e por isso boa parte de insetos está aqui, sem contar as espécies que ainda não conhecemos e que, provavelmente, serão extintas antes de as descrevermos cientificamente? completa Flávia.

O livro Viver no futuro, ainda tem clima para isso? Aquecimento global, seus impactos e a revolução dos artrópodes, que tem Flávia como uma das organizadoras, traz informações sobre como as mudanças climáticas afetam a vida dos artrópodes, que são animais com membros articulados como os insetos, e como o problema pode influenciar na vida dos seres humanos.

The post O que aconteceria se os insetos fossem extintos do mundo? Entenda a importância desses pequenos animais appeared first on Giz Brasil.

]]>
???? ???? ???? ??? ???????? //emiaow553.com/cientistas-encontram-vetores-da-leishmaniose-em-gruta-turistica-do-interior-de-sp/ Tue, 13 Feb 2024 12:30:48 +0000 /?p=550328 Prefeitura de Altinópolis alega que pesquisa não é motivo de alarde; município já está em contato com cientistas para sequência do estudo

The post Cientistas encontram vetores da leishmaniose em gruta turística do interior de SP appeared first on Giz Brasil.

]]>
Durante uma pesquisa em uma gruta turística de Altinópolis, no interior de São Paulo, cientistas da Universidade de Franca (UNIFRAN) encontraram flebotomíneos, insetos vetores da leishmaniose.

As amostras da Gruta de Itambé foram enviadas para análise ao Laboratório de Parasitologia Molecular do Departamento de Patologia Básica, Setor de Ciências Biológicas, da UFPR (Universidade Federal do Paraná). Lá, pesquisadores constataram o DNA de Leishmania em alguns dos mosquitos.

“Na gruta onde pratica-se o ecoturismo, encontramos diversos insetos, mas, principalmente, um dos principais transmissores da leishmaniose: Lutzomyia longipalpis. Logo, realmente, as pessoas que frequentam aquela área estão suscetíveis a uma infecção? explica o Prof°. Dr. Rafael Paranhos de Mendonça, orientador do estudo.

Além dos insetos já conhecidos pela ciência, a pesquisa também descobriu uma nova espécie de flebotomíneo que pode ser um possível transmissor da doença.

Cuidados

Em comunicado enviado ao Giz Brasil, a prefeitura de Altinópolis afirmou que casos de leishmaniose não são comuns na cidade. Até então, nunca houve relatos de moradores contaminados.

Apesar disso, os autores do estudo destacam que a atenção em saúde deve ser reforçada, já que a mesorregião de Ribeirão Preto, próxima à gruta, já teve notificações da doença.

Em contato com o líder da pesquisa, autoridades do município afirmam que se reunirão para explanação dos resultados e sequência do estudo. No entanto, ressaltam, em conjunto com o cientista, que a descoberta não é motivo de alarde.

Veja abaixo o comunicado na íntegra:

Cientistas encontram vetores da leishmaniose em gruta turística do interior de SP

Sobre a leishmaniose

A leishmaniose é uma das 25 doenças tropicais negligenciadas, conforme a classificação da ONU, sendo comum no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde.

Dessa forma, é um problema de saúde que afeta pessoas e regiões mais vulneráveis do planeta. Entre 2021 e 2022, o estado de São Paulo registrou 61 casos de leishmaniose visceral (LV) e 140 casos de leishmaniose tegumentar (LT), segundo dados da Secretaria de Saúde.

Em geral, a doença causa febre, perda de peso, anemia, fraqueza, diarreia, tosse seca, aumento do volume abdominal. Em casos de leishmaniose visceral não diagnosticados no início da condição, a pessoa pode apresentar sangramentos, icterícia e diminuição da quantidade de urina eliminada por dia. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental.

Além dos cuidados de saneamento do município, a população e os turistas também devem tomar precauções. Para visitar as frutas ou qualquer local com incidência do inseto vetor de leishmaniose, especialistas recomendam o uso de proteção como botas, camisas de manga longa, calças e repelentes.

The post Cientistas encontram vetores da leishmaniose em gruta turística do interior de SP appeared first on Giz Brasil.

]]>
????????????,??????,????????? //emiaow553.com/natureza-sem-nojinho-conheca-habitos-asquerosos-de-alguns-insetos-que-contribuem-para-o-equilibrio-ambiental/ Sat, 10 Feb 2024 21:30:51 +0000 /?p=551482 Dieta baseada em cocô de boi, cardápio turbinado com excremento do amiguinho e até circular por aí carregando o cadáver de suas presas têm lá suas vantagens!

The post Natureza sem nojinho: conheça hábitos asquerosos de alguns insetos que contribuem para o equilíbrio ambiental appeared first on Giz Brasil.

]]>
Texto: Natasha Pinelli/Instituto Butantan

O mundo é dos insetos. Espalhados por praticamente todos os cantos do globo, eles representam cerca de 70% dos animais ou mais de 50% das espécies vivas de todos os tipos de organismos conhecidos atualmente na Terra, superando a incrível marca de mais de 800 mil espécies já identificadas. Mas apesar da presença numerosa e do visual diferenciado que muitos desses bichos apresentam, é curioso que a grande maioria deles ainda passe despercebida aos olhos dos humanos.

Pequeninos no tamanho, mas gigantes na importância que representam para a manutenção da vida no planeta, os insetos são essenciais para manter o equilíbrio da natureza e a biodiversidade. Além de polinizadores, garantindo a reprodução das plantas e, consequentemente, a oferta de alimentos como frutas, legumes e verduras, muitos desses miniqueridos botam muitas partes de seus corpinhos na sujeira para realizar trabalhos valiosos, como a reciclagem de matéria-orgânica e a predação de diversas pragas.

Besouros do gênero Canthidium: pequeninos, mas cheios de força para rolar suas bolinhas de cocô por aí

Os chamados besouros-rola-bosta (família Scarabaeidae), por exemplo, têm parte importante de suas dietas baseadas no consumo de nada mais, nada menos do que cocô de boi. Já o simpático bicho-lixeiro (Chrysoperla externa) leva nas “costas?os restos mortais de suas vítimas, além de comer ácaros e cochonilhas. Outro hábito um tanto repugnante acontece entre a formiga e o pulgão. A amizade entre eles é tamanha que o primeiro nem se importa de comer os excrementos eliminados pelo segundo.

Sem fazer caretas e nem torcer o nariz, vamos saber mais sobre essas práticas um tanto asquerosas, mas definitivamente necessárias para a preservação da natureza?

Besouro-rola-bosta: um paladar diferenciado

No Brasil, estima-se que existam mais de 700 espécies de besouros com hábito coprófago, ou seja, que adoram se alimentar das fezes de mamíferos ?dá para imaginar o bafo?

As fêmeas do animal também aproveitam o cocô fresquinho para depositar seus ovos. Depois, com a ajuda dos machos, modelam bolas de fezes perfeitas que, quando secas, serão transportadas e enterradas em túneis cavados na terra pelo animal. Ao eclodirem, as larvas nascem no conforto de uma bolinha de fezes ?talvez não muito cheirosa, é verdade ?que também lhe servirá de alimento.

Esse nobre serviço executado pelos besouros-rola-bosta contribui para a adubação do solo, aumentando a quantidade de nutrientes nas camadas mais profundas e na aeração da terra, assim como na dispersão de sementes. Nos pastos, onde o cardápio de fezes é variadíssimo, o inseto promove a “limpeza?do local e evita a proliferação das moscas-do-chifre (Haematobia irritans) e das moscas-do-estábulo (Stomoxys calcitrans), uma vez que essas espécies também gostam de depositar seus ovos nas fezes dos bovinos.

Considerada um indicador biológico da qualidade de um ambiente, a presença do besouro-rola-bosta é mesmo valiosa. Quando eles deixam de ser encontrados, é sinal de alerta e de que a área precisa de mais cuidados de preservação.

Bicho-lixeiro: o acumulador

Também conhecido como crisopídeo, esse inseto faz parte da ordem Neuroptera. Ainda no início da vida, em estágio larval, apresenta uma característica um tanto bizarra: acumula os restos mortais de suas presas e de outros substratos que encontra pelo caminho em cima de seu corpinho, formando uma espécie de cápsula que serve para sua proteção e camuflagem.

Isso acontece porque, nessa fase, o bicho-lixeiro se alimenta de outros animais pequenos, como pulgões, ácaros e cochonilhas. Por isso, ele é bastante utilizado para o controle natural de pragas em plantações. Como seu aparelho bucal é desenvolvido “apenas?para sugar, depois de se alimentar do sangue de suas vítimas ele faz um enorme malabarismo e passa a carcaça do morto para as suas “costas? Andar com todo esse peso só é possível porque seu corpo possui cerdas longuíssimas e em enorme quantidade, que ajudam a segurar essa “barra?

Já na fase adulta, quando a metamorfose é finalmente concluída, o bicho-lixeiro transforma-se em um inseto voador verde, com lindas asas transparentes que lembram uma renda feita a mão. Para além do visual, há mudanças no hábito alimentar. Nesse estágio final da vida, o animal passa a se alimentar basicamente de pólen e líquidos açucarados, como o néctar das flores.

Pulgão e formiga: uma doce amizade

Esses dois insetos são “parças?e podem viver juntinhos em colaboração. Mas há quem chame as formigas de interesseiras. Afinal de contas, os pulgões fornecem a elas um elixir rico em carboidratos, capaz de proporcionar boa parte da energia de que eles precisam para sobreviver.

Conhecido como honeydew, esse líquido rico em açúcar é eliminado pelo ânus do pulgão depois que ele se alimenta da seiva das plantas. Sim, pode-se dizer que é uma espécie de “docinho de cocô??atenção ao acento, não estamos falando da fruta.

Essa relação de parceria não termina por aí. No melhor estilo “uma mão lava a outra? as formigas cuidam de seus queridos pulgões, protegendo-os dos predadores (joaninhas e aranhas) e, muitas vezes, até levando-os para morar debaixo do “teto?de seus formigueiros.

Diversos especialistas têm estudado os impactos dessa linda amizade para as plantas. Quando a relação está equilibrada, as verdinhas podem até sair ganhando, pois a ação das formigas evita o acúmulo do líquido doce excretado pelos pulgões, prevenindo o desenvolvimento nas folhas de fungos que prejudicam sua capacidade de fotossíntese. Porém, o excesso de proteção das formigas pode desequilibrar o ambiente e resultar em uma superpopulação de pulgões, causando assim o adoecimento da planta.

*Este conteúdo contou com a colaboração da curadora da Coleção Entomológica do Instituto Butantan, Flávia Virginio.

Fontes:

31º SEMINÁRIO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA REGIÃO SUL (SEURS). Os insetos: conhecendo, convivendo e preservando

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Informações sobre Chrysoperla externa

JORNAL DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). O lugar dos insetos na biodiversidade

UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA). Cartilha do bicho-lixeiro

UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA). Pesquisa da UFLA estuda efeitos da interação entre pulgões e formigas sobre feijoeiros

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ (UNIFESSPA). Pesquisa utiliza besouro-rola-bosta para avaliar qualidade ambiental em sistemas agrícolas

 

The post Natureza sem nojinho: conheça hábitos asquerosos de alguns insetos que contribuem para o equilíbrio ambiental appeared first on Giz Brasil.

]]>
???? ??? ??? ??? ??? | ????- ??? ??? //emiaow553.com/astronautas-terao-que-levar-insetos-se-quiserem-comer-em-marte/ Tue, 02 Jan 2024 18:00:39 +0000 /?p=536224 Segundo estudos, as excreções dos insetos podem fertilizar solos inóspitos, como o de Marte, viabilizando o cultivo de alimentos

The post Astronautas terão que levar insetos se quiserem comer em Marte appeared first on Giz Brasil.

]]>
De acordo com alguns astronautas, viajar para o espaço é quase como acampar. Isso porque eles levam comida liofilizada para sobreviver, que basicamente são alimentos desidratados em pó. Agora, uma nova companhia nas viagens espaciais para Marte pode mudar esse cenário: insetos.

De modo geral, para ficar por um tempo prolongado na superfície do planeta vermelho, os astronautas terão que cultivar alimentos e gerenciar seus resíduos. Mas um grande obstáculo para isso é o próprio solo marciano – inóspito, formado por uma mistura de rochas granulares e minerais erodidos.

Dessa forma, pesquisadores buscaram nos insetos uma maneira de tornar o solo de Marte mais receptivo ao cultivo de alimentos. Especificamente, eles estudaram a contribuição das moscas soldado negro.

O que é o frass

Primeiramente, os cientistas passaram a alimentar esses insetos. “Eles são comedores muito vorazes. E se você os alimentar bem, eles produzirão muito frass“, disse Hellen Elissen, que publicou um artigo sobre o composto recentemente. 

Frass é o nome dado ao resíduo produzido pelas moscas depois de comer (basicamente sua excreção). Ele funciona como um fertilizante para o solo, porque é rico em nitrogênio, potássio, fósforo, quitina e também bactérias.

De acordo com as descobertas de Elissen, o frass reflete o que as moscas comem. Dessa forma, quando ingerem grama, o fertilizante não é tão potente. Mas, ao comerem alimentos mais energéticos, os insetos produzem um frass de alta qualidade.

O frass no espaço

“Pensei, ‘Bem, o que me impede de usar isso como um catalisador para desenvolver meu interesse em agricultura espacial?'” disse Emmanuel Mendoza, estudante da Texas A&M University.

Então, a ideia de um sistema completo se concretizou. Para Mendoza, as larvas poderiam ser levadas ao espaço. Lá, comeriam os resíduos de alimentos dos astronautas e produziriam frass para fertilizar o solo de Marte. Assim, seria possível produzir alimentos. 

Além disso, as próprias larvas dos insetos poderiam ser moídas e utilizadas como fonte de nutrientes pelos astronautas como uma fonte de proteína. Para entender se tudo isso era possível, o pesquisador realizou testes com o uso de frass em ervilhas plantadas em solo marciano simulado.

Dessa forma, eles descobriram que tanto o uso em excesso quanto a falta do fertilizante dificultavam o desenvolvimento das plantas. Para o sistema funcionar, a quantidade ideal de frass na terra era de cerca de 10%. 

Por fim, Mendoza conseguiu que as ervilhas crescessem no solo que simula o de Marte. Os resultados de seu trabalho foram apresentados na conferência da Entomological Society of America.

O avanço na ciência

Outras pesquisas já buscaram maneiras de fertilizar o solo de outros elementos espaciais. Além do frass de insetos, um estudo recente publicado no jornal Communications Biology mostrou que três tipos de bactérias entrelaçadas ajudam as plantas a crescerem maiores e mais verdes na Lua.

Além disso, um novo conjunto de recomendações de pesquisa para a Divisão de Ciências Biológicas e Físicas da NASA abriu espaço para mais projetos como esses nos próximos 10 anos.

Contudo, a presença desses micróbios também levanta outras questões. Por exemplo, como eles podem mudar no espaço e como eles afetarão a microbiota dos astronautas.

The post Astronautas terão que levar insetos se quiserem comer em Marte appeared first on Giz Brasil.

]]>
??? ????-labouchere ????????????? //emiaow553.com/plantas-criam-mecanismo-para-compensar-desaparecimento-de-abelhas/ Fri, 22 Dec 2023 15:52:04 +0000 /?p=542149 Estudo concluiu que plantas com flores têm características diferentes de 20 anos atrás; cientistas alertam para preservação de insetos

The post Plantas criam mecanismo para compensar desaparecimento de abelhas appeared first on Giz Brasil.

]]>
Quando uma pessoa pensa em um jardim, a primeira imagem que vem à mente é de um lugar verde, repleto de flores coloridas e abelhas beijando as plantas no centro das pétalas. Contudo, o cenário atual pode não ser bem assim.

Nas últimas décadas, a população de insetos polinizadores de flores diminuiu. Por exemplo, um estudo feito na Alemanha concluiu que mais de 75% dos insetos voadores desapareceram de áreas protegidas no país durante os últimos 30 anos.

No entanto, conforme a quantidade de polinizadores diminuiu e a reprodução se tornou mais difícil, as plantas evoluíram. Agora, elas caminham em direção à autofertilização, segundo uma nova pesquisa publicada na revista New Phytologist.

A arte da adaptação

Pesquisadores da Universidade de Montpellier e do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique), na França, analisaram violetas silvestres que crescem na região de Paris. Eles compararam dados das flores atuais com aquelas do período entre 1992 e 2001.

Para isso, utilizaram sementes coletadas nessa época e recriaram as plantas em laboratório. Depois da comparação, eles perceberam que as flores tinham características diferentes.

Primeiramente, a pesquisa constatou que as violetas atuais são cerca de 10% menores que antes. Elas também produzem 20% menos néctar e são menos visitadas por polinizadores do que seus ancestrais.

Assim, os cientistas identificaram o que chamaram de círculo vicioso. Nesse padrão, a diminuição do número de insetos polinizadores leva à redução da produção de néctar pelas flores. 

Isso, por sua vez, pode piorar o cenário para esses animais, contribuindo para o declínio desses insetos. De modo geral, os pesquisadores consideraram que essa é uma evolução rápida.

Dessa forma, eles destacam no artigo que é preciso implementar medidas para preservar a população de polinizadores o mais rápido possível. Só assim é possível preservar as interações entre plantas e polinizadores, que existem há milhões de anos.

The post Plantas criam mecanismo para compensar desaparecimento de abelhas appeared first on Giz Brasil.

]]>
??? ??? ?????? ???? ??????????? //emiaow553.com/apesar-de-seguro-para-mamiferos-biopesticida-pode-exterminar-colonias-de-vespas-beneficas-para-plantas/ Sat, 02 Dec 2023 18:03:06 +0000 /?p=537103 Embora menos letal que inseticida sintético, substância à base de fungo não é detectada pelos insetos sociais e pode se disseminar entre os indivíduos, eliminando espécie importante para o controle de pragas e a polinização

The post Apesar de seguro para mamíferos, biopesticida pode exterminar colônias de vespas benéficas para plantas appeared first on Giz Brasil.

]]>
Texto: André Julião | Agência FAPESP

Algumas vespas e abelhas são capazes de reconhecer, pelo cheiro, um companheiro de ninho que esteja doente. Para evitar que toda a colmeia seja infectada, podem impedir que esse indivíduo entre, garantindo a sobrevivência da colônia e, no longo prazo, da espécie.

Estudo apoiado pela FAPESP e publicado na revista Environmental Science and Pollution Research mostra que esse reconhecimento não acontece em vespas da espécie Mischocyttarus metathoracicus infectadas por um biopesticida à base do fungo Beauveria bassiana.

O grupo de autores, liderado por pesquisadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP), determinou, por meio de testes moleculares, de sobrevivência e comportamentais, que não apenas o biopesticida mata as vespas, benéficas para as plantas por se alimentarem de pragas e fazerem polinização, como não é detectado pelos companheiros de ninho.

Entre os autores estão ainda cientistas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).

“O inseticida sintético [à base de imidacloprida] mata em 24 horas, podendo dizimar rapidamente colônias inteiras desse inseto. Já o biopesticida, embora cause uma mortandade menor num primeiro momento, demora 19 dias para matar. Com isso, poderia potencialmente infectar toda a colônia e prejudicar a espécie em longo prazo? explica André Rodrigues de Souza, pesquisador da FFCLRP-USP apoiado pela FAPESP, que coordenou o estudo.

Na comparação com o inseticida sintético, porém, o biopesticida leva vantagem. A substância biológica contém esporos do fungo Beauveria bassiana, que infecta exclusivamente insetos, poupando mamíferos e outros animais.

O pesticida sintético testado, um dos mais usados na agricultura, é tóxico inclusive para mamíferos, podendo ser um risco mesmo para humanos que não fizerem o uso correto.

Defesa

Nos testes de sobrevivência, cerca de metade das vespas expostas ao biopesticida morreu. Já no grupo exposto ao composto sintético morreram todas. O pesticida à base de imidacloprida estava 50 vezes menos concentrado do que o biopesticida, demonstrando sua maior toxicidade a esses insetos.

Menos de um quarto das vespas expostas a um produto inerte ou simplesmente água (controles) morreu, comprovando a mortalidade significativamente maior causada pelos pesticidas.

Os ensaios comportamentais, por sua vez, tinham como objetivo verificar se as vespas infectadas pelo fungo eram reconhecidas (mais atacadas ou evitadas) pelos companheiros de ninho. Nos testes, os pesquisadores colavam vespas mortas em varetas e as aproximavam da colmeia.

As vespas presentes nas colmeias souberam diferenciar os companheiros de colônia dos indivíduos de outros ninhos, atacando esses últimos com investidas de cabeça, ferroadas e mordidas.

Isso porque eles reconhecem, pelo olfato, os hidrocarbonetos dos companheiros, substâncias presentes na superfície do corpo desses insetos que servem para comunicação. Por serem bastante competitivas, nessa espécie são comuns a tentativa de invasão de ninho e a reação agressiva.

O problema para as vespas foi que companheiros de ninho infectados pelo biopesticida, isto é, com esporos do fungo na superfície do corpo, continuavam sendo aceitos na colônia.

“Se elas atacassem também os companheiros de ninho infectados, o biopesticida não seria um problema tão grande para a colônia. Porém, ao permitir que se aproximem, e provavelmente permaneçam no ninho, os 19 dias que vivem com o fungo podem ser suficientes para transmitir esporos e infectar outros adultos e larvas, potencialmente pondo em risco todo o grupo? conta Souza.

Aliado ameaçado

O biopesticida é administrado espalhando uma calda, rica em esporos do fungo, pela plantação. Pragas como lagartas, o ácaro-rajado, a broca-do-café, o gorgulho-do-eucalipto e a mosca-branca, que se alimentam de plantas de diferentes culturas agrícolas, são então colonizadas pelo fungo, morrendo em alguns dias.

Por se alimentarem de lagartas, as vespas podem ser importantes aliadas no controle biológico de pragas. Além disso, insetos sociais são conhecidos polinizadores, o que também contribui para a produtividade das lavouras.

Para Souza, longe de condenar o uso dos biopesticidas, o estudo alerta para a necessidade de testes tão rigorosos quanto os realizados para os pesticidas sintéticos, além da realização de um manejo adequado.

Por exemplo, poderia-se evitar a aplicação do biopesticida durante o dia, quando as vespas saem para se alimentar e podem levar os esporos para a colônia.

Nos últimos anos, estudos têm mostrado que apenas os testes de mortalidade não são suficientes para avaliar o risco de qualquer defensivo agrícola, seja sintético ou biológico, para espécies que não são alvo dos produtos.

Alguns compostos, por exemplo, podem não matar os animais imediatamente, mas causarem efeitos como a perda de fertilidade, o que afeta a manutenção das espécies em longo prazo. Por isso, o grupo estuda agora o efeito de um óleo essencial bastante utilizado como biopesticida na fertilidade de vespas.

A investigação recebeu financiamento da FAPESP por meio de outros cinco projetos (22/07997-0, 19/08029-4, 21/00984-7, 20/06632-2 e 18/10996-0).

O artigo A predatory social wasp does not avoid nestmates contaminated with a fungal biopesticide está disponível para assinantes em: //link.springer.com/article/10.1007/s11356-023-29770-5.

The post Apesar de seguro para mamíferos, biopesticida pode exterminar colônias de vespas benéficas para plantas appeared first on Giz Brasil.

]]>
h??? ?? ??? Archives??????? //emiaow553.com/cientistas-japoneses-encontram-virus-que-mata-so-insetos-machos/ Tue, 14 Nov 2023 23:04:46 +0000 /?p=533205 Lagartas que estavam contaminadas pelo vírus apenas geravam mariposas fêmeas. Morte dos insetos machos permite reprodução do micróbio

The post Cientistas japoneses encontram vírus que mata só insetos machos appeared first on Giz Brasil.

]]>
Tudo começou quando pesquisadores da Universidade Minami Kyushu, no Japão, resolveram guardar lagartas do tabaco (Manduca sexta) pensando em alimentar outros insetos que criavam nos laboratórios da faculdade.

Dias depois, as lagartas já haviam crescido, tornando-se mariposas. Surpreendentemente, todas eram fêmeas, o que intrigou os cientistas. 

Foi apenas depois de alguns testes que eles descobriram um vírus que se reproduz nas lagartas e que mata sistematicamente descendentes machos. A descoberta foi publicada na revista Proceedings of the National Academies of Sciences.

Entenda a pesquisa

Em laboratório, os pesquisadores cruzaram as fêmeas que encontraram com outras lagartas do tabaco que eram machos. De modo geral, eles viram a cena se repetir ao longo de 13 gerações: os insetos tinham filhas, suas filhas tinham outras filhas e por aí vai.

Durante o experimento, apenas três descendentes das mariposas eram machos. Então, os cientistas partiram para a análise genética, que revelou sinais de um vírus. Chamado de SlMKV, o micro-organismo infecta as lagartas e é hereditário, ou seja, passado de mãe para filha.

De modo geral, estudos anteriores já haviam revelado que micróbios podem pegar carona com seus hospedeiros para se reproduzir. Como isso acontece ainda é um mistério, mas os cientistas sabem que o vírus pode se fixar no citoplasma das células dos insetos.

Para os micro-organismos, não é vantajoso que as novas lagartas sejam machos, já que eles não podem ajudar a propagar o micróbio. Então, o SlMKV simplesmente elimina essa possibilidade.

Contudo, outras experiências dos cientistas japoneses revelaram que o potencial do vírus de matar filhos machos é vulnerável ao calor. Em temperaturas mais altas, o efeito de sua ação foi reduzido.

Agora, especialistas acreditam que a descoberta pode auxiliar no controle de pragas agrícolas, como é o caso da lagarta do tabaco.

The post Cientistas japoneses encontram vírus que mata só insetos machos appeared first on Giz Brasil.

]]>
???????????? ?? ????? //emiaow553.com/besouro-superman-esta-derrubando-arvores-no-brasil/ Mon, 30 Oct 2023 12:20:02 +0000 /?p=529012 Larvas do besouro metálico, que podem chegar a 14 centímetros de tamanho, corroem os troncos das árvores por dentro, tornando-as vulneráveis

The post Besouro “superman?está derrubando árvores no Brasil appeared first on Giz Brasil.

]]>
Conhecido como besouro metálico, o Euchroma gigantea tem causado estragos em Fortaleza, no Ceará. Nesta semana, representantes da espécie foram responsáveis por derrubar três árvores na cidade.

Ao todo, oito troncos já caíram na capital cearense durante o mês de outubro. E o inseto tem sua árvore preferida — as mungubeiras, que podem chegar a mais de dez metros de altura.

O besouro metálico

São cerca de oito centímetros de comprimento, cobertos por uma carapaça brilhante. A espécie tem origem na Amazônia. Contudo, por lá, o inseto tem predadores, o que faz com que o crescimento de sua população seja controlado.

Agora que se espalhou por diversas cidades do Brasil, o besouro metálico chegou a cantos onde não há predadores naturais. E, embora existam diversos estudos sobre o inseto, não existem produtos para combatê-lo. Por isso, sua reprodução está acelerada, sem contenção. 

Como eles destroem as árvores

Se o besouro metálico já é considerado grande, sua larva é maior ainda. Podendo chegar a 14 centímetros de comprimento e com cabeça que pode ter cerca de dois centímetros de largura, é ela a responsável pelos danos às árvores.

De acordo com especialistas, o besouro coloca seus ovos na base da planta e, ao eclodir, as larvas crescem se alimentando do tronco. Com o passar do tempo, o desenvolvimento do inseto acaba deixando diversos buracos na estrutura, o que torna a árvore vulnerável a ventos e chuvas.

Fique atento e evite a queda das árvores

Para evitar que o besouro metálico danifique uma árvore ao ponto dela cair e causar perigo aos pedestres e objetos por perto, fique atento aos sinais. Quando o inseto está presente, a planta fica com galhos secos e folhas pequenas e amareladas. 

Além disso, na base da árvore aparece uma secreção em tons de amarelo ou marrom. Neste momento, é preciso comunicar os responsáveis do município. Dessa forma, eles poderão avaliar, se necessário, autorizar o corte.

The post Besouro “superman?está derrubando árvores no Brasil appeared first on Giz Brasil.

]]>
?? ?? ?????? ?? ?????? ?? //emiaow553.com/paris-entra-em-guerra-contra-percevejos-antes-das-olimpiadas-de-2024/ Sun, 22 Oct 2023 22:02:18 +0000 /?p=526106 As ruas, o transporte público e até apartamentos em Paris, na França, estão sendo infestados por percevejos; entenda o problema que pode afetar os Jogos Olímpicos de 2024

The post Paris entra em guerra contra percevejos antes das Olimpíadas de 2024 appeared first on Giz Brasil.

]]>
Há semanas, imagens de percevejos em Paris, na França, estão repercutindo nas redes sociais. A cidade, que está há nove meses de sediar as Olimpíadas de 2024, está passando por uma crise de saúde e higiene, com lugares públicos, como metrôs, e até mesmo casas e apartamentos infestados pela praga.

Em 2023, houve um aumento de 65% nas visitas de controle de pragas para os insetos em todo o país em relação a 2022, segundo a Câmara Sindical de Controle de Insetos da França. Um dos motivos para a infestação é a temperatura, que aumentou cerca de 4,5ºC em Paris nos meses de setembro e outubro deste ano.

Isso porque, segundo o entomologista Jean-Michel Bérenger, o calor acelera o ciclo de vida dos percevejos. “Quando a temperatura dentro de sua casa é de 25 a 26 graus Celsius, leva apenas cinco dias para os ovos dos percevejos eclodirem. Em condições normais, quando a temperatura está em torno de 20 graus Celsius, são necessários 10 dias”, explicou à Wired.

Além disso, o alto fluxo de pessoas na cidade, incluindo turistas, também pode facilitar a infestação – o que é uma preocupação com a aproximação dos Jogos Olímpicos.

Para o entomólogo, a tendência é que crises como essa aumentem globalmente. “O número de percevejos provavelmente continuará a aumentar até atingir um patamar”, prevê. Portanto, o trabalho de profissionais é indispensável, já que os percevejos são animais resistentes.

Cães e controle de pragas tentam exterminar percevejos

De acordo com a reportagem da Wired, cães como Watson, da raça beagle, treinado para detectar a presença do inseto, visitam residências parisienses para identificar lugares com infestação. A tutora do animal, a fundadora da empresa WatsonDetect, Charlotte Ducomte, atua em apartamentos e escritórios há anos e tem recebido “muitas ligações de pessoas preocupadas ultimamente”.

Mas apenas os cachorros não são capazes de resolver o problema sozinhos – e é aí que as empresas de controles de praga assumem o trabalho. Segundo a especialista em insetos e ratos Hygiène Premium, por exemplo, o número de pessoas que buscam o serviço por problemas com percevejos, que era cerca de 50%, subiu para 80%.

Como forma de tratar o problema, as companhias estão substituindo os produtos químicos (muitos proibidos pela União Europeia) e priorizando soluções como vapor, criogenia e pistolas de ar quente. Apesar de mais caros, eles podem resolver o problema em um só dia, sem precisar esvaziar o local por semanas.

Como a França está resolvendo o problema?

De acordo com a agência nacional de segurança sanitária da França, Anses, o preço médio para tratar uma infestação de percevejos no país é de 890 euros (R$ 4.740).

O alto custo fez com que Direcção de Defesa do Consumidor de França registrasse 40 fraudes de serviços como esse nos últimos meses, levando à criação de um registro nacional de empresas certificadas.

Por outro lado, há também tratamento gratuito para pessoas de baixa renda, mas a demora no serviço pode atrapalhar no combate à crise.

Atualmente, a França está estudando formas de combater a crise sanitária. Autoridades parisienses estão pressionando pela adição de uma cláusula contra percevejos nos seguros residenciais, obrigatórios no país.

Ainda segundo a reportagem, o presidente da Câmara de Paris em contato com o governo e os deputados, que levaram o assunto à Assembleia Nacional. Além disso, uma reunião ministerial em 6 de outubro, também discutiu o tema, mas nada foi anunciado.

Veja imagens dos percevejos em Paris no vídeo abaixo:

The post Paris entra em guerra contra percevejos antes das Olimpíadas de 2024 appeared first on Giz Brasil.

]]>
???? ??? ????? ???? ??????????? //emiaow553.com/criatura-de-3-olhos-e-com-500-milhoes-de-anos-e-encontrada-por-cientistas/ Fri, 01 Sep 2023 16:53:07 +0000 /?p=516098 Fóssil de artrópode está bem conservado e fornece pistas sobre a evolução de outros animais do filo, especialmente de insetos

The post Criatura de 3 olhos e com 500 milhões de anos é encontrada por cientistas appeared first on Giz Brasil.

]]>
Parece um camarão gigante, mas não é. Kylinxia é um fóssil de um animal artrópode encontrado por pesquisadores na Província de Yunnan, na China. Com três olhos e um par de membros, o fóssil está encapsulado em rochas com quase 520 milhões de anos. 

Os autores investigaram suas características através de imagens obtidas com um scanner de tomografia computadorizada. Eles publicaram os achados na revista Current Biology.

O que se sabia dos artrópodes

Os artrópodes são um vasto grupo de animais invertebrados. Existem mais de um milhão de espécies descritas, mas grande parte do conhecimento sobre esse tipo de animal provém de vestígios de seus exoesqueletos, não de fósseis.

Essa é inclusive uma de suas principais características. Eles possuem um exoesqueleto feito de quitina, membros articulados e um corpo segmentado. 

Você já deve ter visto vários artrópodes por aí: tem os insetos, como abelhas e borboletas; os aracnídeos, como escorpiões e aranhas; e há também os crustáceos, como as lagostas, camarões e caranguejos.

Eles desempenham papéis fundamentais nos ecossistemas, como polinização e controle de população de outros animais. Por isso, é tão importante estudá-los.

Agora, a descoberta do fóssil de Kylinxia reformula a história de uma classe de criaturas que eventualmente deu origem às inúmeras formas de artrópodes que vemos hoje.

O que Kylinxia revela

Usando a tomografia computadorizada, os pesquisadores puderam girar as imagens do fóssil digitalmente. Assim, conseguiram ver que sua cabeça possui seis segmentos, assim como em muitos artrópodes vivos.

Kylinxia tem na cabeça um lado frontal com olhos, outra parte com membros grandes que possuem garras. Eles são seguidos ainda por mais quatro segmentos, cada um com um par de patas articuladas.

Antes, a maioria das teorias sobre a evolução da cabeça dos artrópodes se baseava em espécies de ramificação precoce que tinham menos segmentos do que as espécies que ainda estão vivas.

“A descoberta de dois pares de pernas previamente não detectados em Kylinxia sugere que os artrópodes vivos herdaram uma cabeça com seis segmentos de um ancestral com pelo menos 518 milhões de anos”, comentou Gregory Edgecombe sobre a descoberta. Ele trabalha no Museu de História Natural de Londres e foi um dos autores do estudo.

Assine a newsletter do Giz Brasil

The post Criatura de 3 olhos e com 500 milhões de anos é encontrada por cientistas appeared first on Giz Brasil.

]]>
???? ??? ??? ??? | ??? ??- ??? ??? ??? //emiaow553.com/estes-7-insetos-recem-descobertos-sao-verdadeiros-mestres-em-camuflagem/ Wed, 30 Aug 2023 19:19:19 +0000 /?p=515582 Novas espécies de insetos-folha fazem parte da mesma ordem que os insetos-pau; camuflagem desafia (até mesmo) cientistas

The post Estes 7 insetos recém-descobertos são verdadeiros mestres em camuflagem appeared first on Giz Brasil.

]]>
Cientistas da Alemanha, Filipinas, Estados Unidos e Canadá descobriram sete novas espécies de insetos-folha, aqueles que possuem habilidades impressionantes de camuflagem. A pesquisa foi publicada na revista Zookeys e acrescenta novos achados a uma lista que, até agora, já havia descrito cerca de 100 espécies deste tipo.

No entanto, de acordo com a Sociedade de Entomologistas Amadores, há mais de 2.500 espécies dos insetos-folha e de insetos-pau. Eles pertencem todos à mesma ordem, a Phasmatodea, e reúnem diversas maneiras inteligentes de se esconder pela natureza.

Alguns podem, inclusive, mimetizar folhas danificadas, como verdadeiros mestres do disfarce. “Embora eles representem apenas uma pequena fração dessa diversa família de insetos, sua aparência espetacular e inesperada os torna únicos”, afirmou o co-autor do estudo, Sven Bradler.

Para encontrar e identificar cada espécie de inseto-folha, a equipe de pesquisadores usou coletas de campo, registros de museus e também de colecionadores particulares.

Estes 7 insetos recém-descobertos são verdadeiros mestres em camuflagem

(Imagem: Sarah Bank-Aubin et al. / Reprodução)

Cientistas enganados

Apesar de ser um ótimo mecanismo de proteção, a camuflagem dificulta o trabalho de pesquisadores, que normalmente dependem muito da aparência física ao categorizar novas espécies. 

Os cientistas classificam (muitas vezes) indivíduos diferentes como pertencentes à mesma espécie com base em sua aparência.

Foi o que aconteceu com um dos insetos identificados no estudo. De início, quando foram encontrados na Índia, receberam a classificação de que eram pertencentes a uma espécie já conhecida e presente em grande parte do Sudeste Asiático. Mas os taxonomistas estavam errados.

Estes 7 insetos recém-descobertos são verdadeiros mestres em camuflagem

(Imagem: Sarah Bank-Aubin et al. / Reprodução)

Nesses casos, eles partem para outro recurso de pesquisa. “Só conseguimos identificar algumas das novas espécies por suas características genéticas”, explicou a líder do projeto, Dra. Sarah Bank-Aubin.

Dessa forma, apenas depois da análise genética os cientistas constataram que os insetos pertencem, na verdade, a uma espécie completamente nova.

Identificar para conservar

As pesquisas que identificam novas espécies são importantes por motivos que vão muito além do novo conhecimento adquirido. Em geral, essas descobertas são essenciais para a conservação das espécies. 

“Se todos os indivíduos desaparecerem na Índia, não é apenas um grupo dentro de uma espécie que está sendo reduzido, como se pensava anteriormente. Na verdade, uma espécie inteiramente distinta está sendo extinta. Isso significa que a espécie indiana é particularmente importante de se proteger”, disse Bank-Aubin.

Assine a newsletter do Giz Brasil

The post Estes 7 insetos recém-descobertos são verdadeiros mestres em camuflagem appeared first on Giz Brasil.

]]>