????? ??????????????????? / Vida digital para pessoas Tue, 24 Sep 2024 16:46:48 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png ???????????, ????????????? / 32 32 ????? ?? Archives??????? //emiaow553.com/hype-na-antiguidade-arqueologos-acham-jogo-de-tabuleiro-da-idade-do-bronze/ Tue, 24 Sep 2024 18:23:27 +0000 //emiaow553.com/?p=597347 Descoberta foi realizada na Península de Absheron, no território do Azerbaijão

The post Hype na Antiguidade: arqueólogos acham jogo de tabuleiro da Idade do Bronze appeared first on Giz Brasil.

]]>
Arqueólogos descobriram recentemente seis exemplares do que se acredita ser um dos jogos de tabuleiros mais antigos da história e também um dos mais famosos da Antiguidade. Ele é conhecido por especialistas como “Cães e chacais?ou ?8 buracos?— porque cada um dos artefatos têm literalmente 58 buracos. Os pesquisadores encontraram o jogo de tabuleiro na Península de Absheron, no Azerbaijão.

O European Journal of Archaeology publicou o achado. De acordo com os pesquisadores, esta não é a primeira vez que arqueólogos encontram exemplares dos artefatos. Na verdade, descobertas anteriores indicavam que o jogo havia sido criado no Egito. Porém, as evidências mais recentes refutam essa teoria.

Além de comprovar que o game era popular em diferentes territórios e ciclos sociais, os novos artefatos encontrados mostram que sua origem é ainda mais antiga do que se pensava. Especialistas estimam que ele foi criado entre a Idade do Bronze e Idade do Ferro — há cerca de 4 mil anos.

Imagem: European Journal of Archaeology/Reprodução

58 buracos

Arqueólogos já encontraram o tabuleiro em questão em pedra ou madeira, e sempre com duas fileiras no centro com 10 buracos e um arco com 38 buracos próximo às extremidades, totalizando 58. Os artefatos contém algumas linhas, que variam de formato e posicionamento a depender da região do planeta em que foram encontrados.

Os jogadores utilizavam pedaços de madeira para se mover através dos buracos e jogavam em turnos, que sempre se iniciavam com o lançamento de um objeto semelhante a um dado.

Os formatos também chamam a atenção por serem bastante diversos. No Egito, por exemplo, os shapes mais comuns eram de lâmina de machado e escudo. Enquanto isso, na Mesopotâmia, onde atualmente ficam localizados Iraque, Síria, Turquia e Kuwait, o formato mais comum era o de “violino? Arqueólogos também já registraram a existência de alguns exemplares em formato oval.

Apesar das diferenças de construção, os padrões de buracos eram exatamente os mesmos em todas as culturas. Acredita-se também que as regras do jogo poderiam variar dependendo da região.

Os exemplares encontrados no Azerbaijão são, ao mesmo tempo, a mais recente descoberta arqueológica a respeito do ?8 buracos?e os mais antigos “tabuleiros?que se tem notícia até hoje. Anteriormente, pesquisadores encontraram o mais antigo no Egito, na tumba de um dos prováveis oficiais do faraó Mentuotepe II.

VEJA TAMBÉM:

The post Hype na Antiguidade: arqueólogos acham jogo de tabuleiro da Idade do Bronze appeared first on Giz Brasil.

]]>
????? ???? ???????????? //emiaow553.com/dia-do-irmao-5-irmaos-que-fizeram-historia-na-arte-politica-e-mais/ Thu, 05 Sep 2024 20:27:46 +0000 //emiaow553.com/?p=591177 Hoje, 5 de setembro, é o dia do irmão: veja 5 duplas, trios e até quintetos de irmãos que fizeram história no mundo

The post Dia do irmão: 5 irmãos que fizeram história na arte, política e mais appeared first on Giz Brasil.

]]>
No Brasil, o dia do irmão é celebrado todo dia 5 de setembro. Embora não haja um registro oficial da data, a comemoração surgiu devido à Igreja Católica. Isso porque, desde 2007, 10 anos após a morte da missionária Madre Teresa de Calcutá, os religiosos decidiram homenagear seu aniversário de morte. Ela faleceu há 27 anos, em 5 de setembro de 1997. Para celebrar data, vamos relembrar alguns irmãos e irmãos que fizeram história.

Irmãs Tudor

As duas meia-irmãs Mary e Elizabeth, últimas governantes da Dinastia Tudor (1485 – 1603), deixaram seu legado na história inglesa. Mary assumiu o trono em um golpe após ser removida da linha de sucessão por seu meio-irmão, o rei Edward. Porém, por sua repressão ao protestantismo, prendeu Elizabeth por mais de um ano para evitar que ela liderasse um golpe.

Após a morte de Maria, Elizabeth assumiu o trono e teve um reinado considerado uma “era de ouro”. Isso porque ela transformou a Inglaterra em uma potência global, derrotou rivais, reduziu perseguições religiosas e terminou a Reforma Inglesa.

Imagem: Mary e Elizabeth Tudor. Imagem: Reprodução

Irmãos Grimm

Conhecidos por diversos contos infantis como “A Branca de Neve”, “Chapeuzinho Vermelho” e “João e Maria”, por exemplo, Jacob e Wilhelm Grimm nasceram em 1785 e 1786, respectivamente, no Condado de Hesse-Kassel, atual Alemanha. Ambos seguiram um caminho semelhante: eles entraram na faculdade de Direito, mas acabaram se dedicando ao estudo da história literária alemã.

Reunindo relatos de histórias locais, os irmãos Grimm publicaram em 1812 a coletânea “Contos de Grimm” – que não tinha como foco o público infantil. Além disso, eles também são responsáveis pelo maior dicionário alemão da história, com 32 volumes. Jacob ainda descobriu, em 1822, a Lei de Grimm, a fim de explicar variações fonéticas nas línguas germânicas.

irmãos Grimm

Jacob e Wilhelm Grimm. Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

Irmãos Jackson

Provavelmente os irmãos mais famosos da música, os Jacksons formaram o grupo infanto-juvenil “The Jackson 5” em 1964. A banda contava com Michael, Jackie, Tito, Marlon e Jermaine. Nascidos em Gary, em Indiana, nos EUA, eles venceram uma competição de talentos amadores no Harlem, em Nova York.

Após produzirem a faixa “Big Boy”, da Steeltown Records, fizeram um teste para a gravadora Motown e foram contratados por Berry Gordy. Em 1969, lançaram seu primeiro single, o hit pop e R&B “I Want You Back”, junto com “ABC” e “The Love You Save”.

Gordy encorajou Michael e Jermaine a seguir carreira solo paralelamente ao grupo, mas o sucesso de Michael foi maior. Nos anos 1970, a banda deixou a Motown e os irmãos seguiram como “The Jacksons”, sem Jermaine e com o irmão mais novo, Randy. Por fim, o grupo acabou em 1989, ano da saída de Marlon.

Irmãos Jackson

Jackson 5. Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

Irmãos Kennedy

Os Kennedy tem uma longa história dramática na política dos Estados Unidos. Forçado a concorrer a um cargo após a morte do irmão Joseph Jr. na Segunda Guerra Mundial, John atuou na Câmara dos Representantes, no Senado e na Presidência. Além disso, ele liderou os EUA durante o auge da Guerra Fria, antes de ser assassinado em 1963.

Já Robert foi procurador-geral durante a presidência de seu irmão e conselheiro durante a Crise dos Mísseis de Cuba. Ele também serviu no Senado e concorreu à presidência em em 1968, mas foi assassinado após vencer as primárias da Califórnia.

Por fim, Ted assumiu a cadeira de John no Senado, cargo que ocupou pelo resto de sua vida. Ele foi convidado a assumir a campanha presidencial de Robert após sua morte, mas recusou. Ele concorreu à presidência apenas uma vez, em 1980.

Robert, Ted e John Kennedy

Robert, Ted e John Kennedy. Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

Irmãos Kelly

Os gêmeos astronautas Scott e Mark Kelly são o único par de irmãos que já fez uma viagem espacial. Para Scott, a primeira vez foi em 1999, na terceira missão do Ônibus Espacial Discovery a fim de realizar uma manutenção no Telescópio Espacial Hubble. Em 2015, viajou por quase 11 meses a bordo da ISS, estabelecendo o recorde do número total acumulado de dias passados ​​no espaço por um astronauta americano (382).

Seu irmão, Mark, foi um aviador naval e voou em missões de combate durante a Guerra do Golfo. Em 2001, foi para sua primeira missão como piloto do Ônibus Espacial. Sua quarta viagem, em 2011, foi seu último voo espacial e a missão final do Ônibus Espacial Endeavour. Aliás, a dupla também já participou de uma pesquisa da NASA para avaliar os efeitos do espaço no ser humano.

irmãos Kelly

Scott e Mark Kelly. Imagem: Reprodução/University of Arkansas

The post Dia do irmão: 5 irmãos que fizeram história na arte, política e mais appeared first on Giz Brasil.

]]>
???????????,??????,????????? //emiaow553.com/historias-de-silvio-santos-e-seu-passado-vintage-pouco-conhecido/ Mon, 19 Aug 2024 18:17:59 +0000 //emiaow553.com/?p=586614 Irmão apresentador, cantor chorão, João da Praia e outras curiosidades do apresentador nos anos 60, 70 e 80; saiba mais

The post Histórias de Silvio Santos e seu passado vintage pouco conhecido appeared first on Giz Brasil.

]]>
Qualquer brasileiro adulto com até mais ou menos 60 anos de idade não sabe o que é uma vida sem Silvio Santos (1930-2024) na TV aos domingos ?pelo menos até a última aparição, em 2022, do apresentador no programa que ainda leva seu nome na emissora da qual era proprietário.

Pode-se gostar ou detestar Silvio Santos, mas é impossível ignorar o tamanho de sua fama e de sua importância na televisão brasileira. Nem sua influência nos costumes e hábitos de enorme parte da população.

O que é mais fácil de achar na internet e é cultuado pelas gerações mais recentes é o Silvio Santos desde os anos 1990.

O Silvio do “mas e o bambu?…? o idoso alegremente desbocado que falava qualquer barbaridade politicamente incorreta que lhe desse na telha, a vĩtima do stalking dos humoristas Ceará e Vesgo do programa “Pânico na TV? o apresentador que despencou numa tina cheia d’água em seu próprio show, o vovozinho que duelava verbalmente com a espertíssima menina Maísa?/p>

Histórias do Silvio Santos mais jovem

Mas há um Silvio Santos mais jovem, dos anos 1960 até a fundação de seu canal SBT em 1981, que vive mais na memória de quem viu ao vivo. Pouquíssimos vídeos sobraram em condições razoáveis.

E mesmo o SS e seus programas dos anos 1980 não são tão fáceis de achar na web nem tão cultuados quanto as peripécias a partir dos anos 1990.

A morte de Silvio aos 93 anos no último sábado (17/8) causou um impacto inimaginável (a cobertura detalhista, impecável e aprofundada que dominou a programação da concorrente Rede Globo foi algo que ninguém sonhava ser possível).

Aqui vai um fluxo de memória sem ordem cronológica do Silvio Santos e seus coadjuvantes na fase mais vintage, mais “raiz”. Pelo menos são estas que o autor tem.

No imaginário popular dos anos 1960 e 1970, Silvio Santos era “o homem mais rico do Brasil”. A revista americana de economia Forbes e suas listas anuais de bilionários do mundo todo discordariam. E havia pessoas bem mais ricas no país que apenas não apareciam na televisão.

Mas como discordar da lenda urbana quando, na época, SS chegou a emprestar dinheiro para Roberto Marinho para tirar a Globo do sufoco de seus primeiros anos?

Muito antes de sua filha Patrícia Abravanel nos últimos anos, Silvio Santos teve seus substitutos no programa dominical quando precisava se ausentar do ar, especialmente nas férias.

Nos anos 1970, os curingas que apresentavam o “Programa Silvio Santos” eram seu padrinho artístico Manuel de Nóbrega, morto em 1976, e o irmão mais novo Leon Abravanel, transformado em Leo Santos, morto em 1982.

Leon Abravanel (esq.), o Leo Santos, irmão de Silvio

Nóbrega, pai de Carlos Alberto de Nóbrega, criador da “Praça da Alegria” (futura “A Praça É Nossa”) e primeiro dono do Baú da Felicidade, se dava melhor, uma vez que era um profissional de comunicação bem rodado.

Já Leo Santos era meio duro, sem muito jogo de cintura. Esforçado, mas não tinha uma gota do carisma do irmão.

Sua maior glória televisiva foi dar no SBT o furo de que a cantora Elis Regina tinha morrido, em janeiro de 1982. No mês seguinte, o próprio Leo morreu.

Com Manuel de Nóbrega, pai de Carlos Alberto, de “A Praça É Nossa”

Em 1967, uma nota curtinha da revista “Intervalo”, da Editora Abril, assegurava que Silvio Santos já procurava meios para adquirir seu próprio canal de TV.

Ou seja, a história já era antiga quando Silvio finalmente conseguiu um canal no Rio de Janeiro em 1975. E, posteriormente, a sua rede nacional em 1981, rebatizada de SBT, no espaço aberto pelo fechamento da Rede Tupi em 1980.

Antes de se tornar proprietário, Silvio arrendou horários em emissoras para apresentar seus programas.

A partir de 1963 e até a implantação da transmissão via satélite, ele apresentava seus programas ao vivo apenas em São Paulo e região.

O de domingo era na TV Paulista, adquirida pela Globo em 1965. Nos meios de semana, Silvio também apresentava shows nas noites da TV Tupi. Um dos quadros era o “Cidade Contra Cidade”, que colocava equipes de duas cidades do interior paulista disputando a vitória do dia.

Silvio ficou na Globo até 1976, quando já tinha a TVS no Rio. Mudou seu programa para sua própria emissora. Também adquiriu metade da TV Record para salvá-la da falência.

Assim, entre 1977 e 1987, houve a situação bizarra de o “Programa Silvio Santos” ser exibido simultaneamente em DOIS canais para todo o Brasil.

Primeiro, na Tupi e na Record. Depois, no SBT e na Record. Isso acabou quando Silvio vendeu sua parte na Record.

O acima citado “Cidade Contra Cidade”, que foi integrado ao programa dominical nos anos 1970, revelou pelo menos um nome de destaque no meio artístico.

Em reunião com o ex-presidente João Batista Figueiredo

Em 1980, numa série de disputas entre universitários de Rio de Janeiro e São Paulo, um rapaz carioca chamado Sérgio roubava as atenções com seu humor moleque que tentava levar SS no bico.

Percebendo que havia um talento natural ali, Silvio estimulava as brincadeiras e insistia, em tom de falsa reprovação: “Mas, Sérgio, você é muito malandro?#8221;

No ano seguinte, o tal Sérgio universitário iniciava no SBT sua carreira com o nome artístico Sérgio Mallandro?/p>

O quadro “Show de Calouros” é o provável carro-chefe histórico do programa dominical. Apesar de esse nome ter sido consolidado apenas em 1977, a atração com amadores aspirantes ao estrelato já existia bem antes disso no show de SS.

O sucesso de João da Praia

Em termos de sucesso estrondoso, mesmo que temporário, pode-se dizer que a maior revelação do quadro de calouros foi um cidadão que se apresentava como João da Praia.

Em 1974, esse vendedor de sorvetes na orla carioca foi ao programa de Silvio Santos com seu violão com uma única corda e uma composição própria chamada “O Boi Vai Atrás”.

João da Praia foi imediatamente contratado pela gravadora Beverly e lançou um compacto duplo. O refrão “aonde a vaca vai / o boi vai atrás” e versos como “eu não vou na sua casa / pra você não vir na minha” dominaram as rádios AM brasileiras nos meses finais de 1974.

Diz a lenda que, no auge do sucesso, João da Praia se achou no direito de deixar Silvio Santos plantado esperando que ele aparecesse num domingo qualquer. Com essa pisada de bola, João nunca mais pisou nos estúdios de SS.

Na miséria, João da Praia morreu ou em 1988 (segundo a revista “VEJA”) ou em 1989 (segundo os poucos amigos dele). Tinha entre 38 e 39 anos.

Talvez a figura mais recorrente do “Show de Calouros” tenha sido Jordão, o cantor chorão.

No quadro de sucesso “Só Compra Quem Tem”

Desde o começo dos anos 1970, Jordão aparecia volta e meia no programa para tentar cantar uma música até o fim. Mas SEMPRE começava a chorar descontroladamente pensando numa mulher que o tinha abandonado e acabava gongado.

A saga de Jordão e seu choro durou até meados dos anos 1980. Silvio Santos sempre perguntava, desafiando: “Mas, Jordão, você vai conseguir hoje? Já esqueceu aquela mulher?”

E o pobre calouro jurava que daquela vez iria conseguir cantar até o final e já tinha esquecido a ingrata. Tente adivinhar o que aconteceu depois?/p>

A dupla Dom & Ravel (à esq.) durante apresentação

Em questão de bizarrice, meu favorito é um suposto uruguaio que entrou no palco do “Show de Calouros” com um cãozinho, garantindo: “Mi catchorro tchora quando yo canto”. É claro que o cão não esboçou qualquer reação enquanto seu dono “cantava”.

Silvio sabia que, como cantor, era um ótimo apresentador. Isso não o impediu de iniciar sua carreira fonográfica em 1965, quase sempre gravando marchinhas como “A Pipa do Vovô Não Sobe Mais” e “Coração Corinthiano”.

Mas há uma inusitada participação séria de SS em disco, embora seja falando, e não cantando. Em 1971, ele participou como contraponto romântico da faixa de abertura do LP da cantora Carmen Silva, a melodramática “Goodbye, Adiós, Adieu, Arrivederci”. Ouça abaixo esta pérola:

Um dos quadros clássicos do programa de domingo era “Só Compra Quem Tem”. Um jogo de perguntas e respostas em que os participantes só podiam se arriscar a responder se tivessem “saldo” para comprar uma pergunta.

O quadro fazia tanto sucesso que, por volta de 1975/76, SS lançou um jogo de tabuleiro Só Compra Quem Tem para diversão doméstica.

O cartão de perguntas mais inacreditável (e quem respondia tinha a chance de escolher entre as opções a, b e c) trazia o seguinte:

“Em qual Estado do Brasil aconteceu a Insurreição Pernambucana?”

Acho que a resposta é Pernambuco, seu Silvio?Bom repouso pro senhor.

The post Histórias de Silvio Santos e seu passado vintage pouco conhecido appeared first on Giz Brasil.

]]>
??? ??? ??????????, ??? //emiaow553.com/as-historias-os-segredos-e-os-poderosos-potenciais-terapeuticos-do-alho-uma-das-plantas-mais-versateis-do-mundo/ Sat, 17 Aug 2024 23:00:38 +0000 //emiaow553.com/?p=586032 O alho é utilizado em praticamente todos os países e sua popularidade tão longeva se deve justamente pelos seus benefícios culinários e as suas propriedades medicinais.

The post As histórias, os segredos e os poderosos potenciais terapêuticos do alho, uma das plantas mais versáteis do mundo appeared first on Giz Brasil.

]]>
Texto: Marli do Carmo Cupertino/ Adriano Simões Barbosa Castro / João Paulo Viana Leite / Rodrigo Siqueira-Batista/The Conversation

Como tempero, o alho é uma unanimidade quase universal. Presente na cozinha de todos os continentes, em centenas de países. Como remédio, já era usado pelos sumérios nos primórdios da civilização humana, e continua assim até hoje, tanto no Oriente quanto no Ocidente. Na religião de várias culturas, é tido como um elemento de proteção.

Mas o que fez do alho uma planta tão popular na geografia, na história, na gastronomia, na medicina e no imaginário da humanidade há tanto tempo e de forma tão abrangente? Possivelmente por conta de suas qualidades indiscutíveis, que fizeram ele ser cobiçado e comercializado entre a Ásia e a Europa desde há milhares de anos.

O alho é uma planta oriunda da Ásia, que se espalhou para diversas regiões do mundo através do comércio e das migrações humanas que remontam mais de 20 mil anos atrás. A Rota da Seda, que foi uma rede de comércio bastante ativa entre cerca de 500 AC e meados do século 15, facilitou muito a disseminação da planta para a Europa, o Oriente Médio e, depois do século 16, a África e as Américas.

Atualmente, o alho é utilizado em praticamente todos os países e sua popularidade tão longeva se deve justamente pelos seus benefícios culinários e as suas propriedades medicinais.

Cientificamente falando, o alho é uma planta do gênero Allium que possui um bulbo aromático muito apreciado em diferentes civilizações e culturas, que serve como tempero para inúmeras preparações, dado o seu sabor agradável ao paladar humano. Ele é considerado um ingrediente muito versátil, podendo ser consumido cru, cozido, assado, frito ou em conserva, com alterações no sabor de acordo com o modo de preparo.

Além da contribuição na alimentação, o alho também é tradicionalmente usado como remédio contra diversas enfermidades, em diferentes culturas, há milhares de anos. Há regitros de seu uso entre os egípcios, os sumérios, os chineses, os gregos e os romanos. Um costume que percorreu gerações e permanece até o presente, no Ocidente e no Oriente.

 Bulbos de alho (Allium sativum) Ralphs fotos. Licenciada por Pixabay.

Bulbos de alho (Allium sativum) Ralphs fotos. Licenciada por Pixabay.

O uso popular no tratamento e na prevenção de doenças é feito através do consumo direto das diferentes estruturas da planta ou da preparação de chás e/ou misturas com outros vegetais.

Uma curiosidade é que no Antigo Egito, os construtores de pirâmides acreditavam que consumir o alho diariamente ajudava no aumento da sua força e da sua resistência, utilizando-o, dessa forma, como um suplemento diário.

O alho já foi utilizado também como moeda de troca na economia de algumas sociedades ancestrais. Uma delas foi justamente a Egípcia, que o considerava um recurso valioso no comércio.

Devido à suas propriedades aromáticas marcantes, também existem registros históricos antigos do uso do alho como protetor contra o ataque de animais ferozes, como cobras e crocodilos. Essa característica contribuiu para que ele fosse também relacionado ao combate contra “maus espíritos?em práticas religiosas. Veio daí, também, a lenda popularizada pela literatura ocidental – e mais tarde pelo cinema norte-americano – de que o alho é capaz de afastar vampiros?/p>

Com toda essa relevância histórica e cultural, conhecer o alho e seus benefícios de modo mais aprofundado é muito importante para a biologia e a pesquisa farmacêutica.

Composição e princípios ativos

O alho é chamado cientificamente de Allium sativum. Ele possui uma composição complexa com mais de 2000 substâncias químicas, com destaque para os organossulfurados, os flavonoides e os ácidos fenólicos. Tais compostos estão presentes em concentrações diferentes de acordo com a parte da planta analisada.

Por exemplo, os flavonoides e ácidos fenólicos são encontrados majoritariamente nas folhas. Por outro lado, o composto organossulfurado bioativa alicina é identificado em boa quantidade nas raízes.

Monografias do Allium sativum estão presentes em farmacopeias de diferentes países. Na Farmacopeia Brasileira, a droga vegetal está descrita como um bulbo (ou bulbilhos de Allium sativum L.), desprovidos de raízes, caule e folhas.

 Fórmula estrutural da alicina: principal composto bioativo presente em Allium sativum. Ilustração elaborada pelos autores.

Fórmula estrutural da alicina: principal composto bioativo presente em Allium sativum. Ilustração elaborada pelos autores.

Poderes medicinais

Os componentes químicos de alimentos com ação na saúde podem ser chamados de agentes nutracêuticos, pois são nutritivos e terapêuticos ao mesmo tempo. No caso do alho, esses componentes nutracêuticos atuam por meio de diferentes mecanismos de ação no organismo humano, assumindo propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias, entre outras.

Nesse sentido, estudos realizados já demonstraram significativas propriedades terapêuticas em amostras de alho com destaque para a substância alicina, que atua contra infecções e hipertensão arterial sistêmica.

No Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira, o alho está indicado para auxiliar no controle dos níveis elevados de lipídios no sangue (hiperlipidemia) e como auxiliar na prevenção da aterosclerose. Além disso, é utilizado como coadjuvante no tratamento da hipertensão arterial leve a moderada.

Por outro lado, são necessárias mais informações sobre as doses terapêuticas e tóxicas desses compostos, em busca de, futuramente, ampliar o uso da planta nas diversas áreas de cuidado à saúde e de promoção do bem-estar. Apesar de bem descrita, a composição fitoquímica do alho apresenta variações na concentração dos componentes que podem ocorrer de acordo com a parte da planta utilizada, o modo de extração dos compostos e até mesmo de acordo com a característica do cultivo, o tipo de solo e a intensidade de chuvas e luz solar recebidas pela planta.

Vale ressaltar que em medicina veterinária e nutrição animal o alho é amplamente utilizado em cavalos, bois, aves e porcos para melhorar o paladar e controlar parasitas. Tal controle de parasitas se dá devido o odor da planta, que desempenha ação repelente ao ser liberado junto ao suor do animal, após o consumo. Ao ser eliminado nas fezes, o alho também inibe a reprodução de insetos parasitas, sendo que a adição de 1% de pó de alho na alimentação de bovinos pode diminuir em até 90% os índices de infestação pela mosca-dos-chifres.

Função anti-infecciosa

As substâncias anti-infecciosas – têm a função de matar ou inibir o crescimento de patógenos, incluindo bactérias, vírus, fungos e parasitas – também podem ser encontradas no alho, que tem excelente capacidade de inibição do crescimento de microrganismos.

Para chegar a essa conclusão, diversos estudos já demonstraram a existência de patógenos humanos que são mais sensíveis ao extrato de alho, com destaque para as bactérias Staphyloccocus aureus, responsável por grande parte das infecções de pele; a Escherichia coli, principal causadora de infecção urinária; a Klebsiela pneumoniae, importante geradora de quadros infecciosos do trato respiratório; e o fungo Candida albicans, agente etiológico da candidíase. Além disso, o alho também possui capacidade de inibir protozoários e vírus – mas em menor escala do que bactérias e fungos.

Também vale destacar que o alho possui também efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e antitumorais, o que amplia as possibilidades de sua utilização, futuramente, para o tratamento de distintas doenças.

Resistência bacteriana

A resistência antimicrobiana é conceituada, de acordo com o DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), como a “capacidade de microrganismos (especialmente bactérias) em resistir ou tornar-se tolerante a agentes quimioterápicos, antimicrobianos ou a antibióticos? Tal situação ocorre quando os agentes patogênicos sofrem alterações genéticas, que os tornam menos susceptíveis aos tratamentos que anteriormente os controlariam ou eliminariam.

Nesse sentido, observa-se atualmente que o crescimento da resistência aos medicamentos anti-infecciosos é uma preocupação global, visto que a terapêutica das infecções se torna mais difícil, aumentando a ocorrência de quadros graves e de difícil tratamento. Os riscos de complicações e morte crescem, assim como os custos dos tratamentos. O uso de anti-infecciosos de forma excessiva e de maneira inadequada tem contribuído para esse cenário.

Diante disso ?e levando em consideração o panorama atual e a necessidade da busca por novos medicamentos anti-infecciosos ?a possibilidade de associação do alho com antibióticos tradicionais surge como uma alternativa viável.

Entretanto, é válido ressaltar que boa parte das pesquisas desenvolvidas até agora foram realizadas em laboratório, muitas das quais com a utilização de células (estudos in vitro), de modo que investigações em seres vivos (estudos in vivo) precisarão ser feitas de maneira mais sistemática para que o alho possa ser empregado de maneira segura em seres humanos, com doses e intervalos de utilização bem estabelecidos.


Este trabalho contou com a preciosa participação das estudantes Rafaella Neves Fortini Duarte e Samara Angélica Cardoso Nascimento, que contribuíram para a preparação do texto.

The post As histórias, os segredos e os poderosos potenciais terapêuticos do alho, uma das plantas mais versáteis do mundo appeared first on Giz Brasil.

]]>
?????? ????????????? //emiaow553.com/escultura-achada-na-turquia-mostra-impacto-de-cometa-na-terra-ha-12-mil-anos/ Sat, 10 Aug 2024 21:50:17 +0000 //emiaow553.com/?p=584548 Arqueólogos da Universidade de Edimburgo sugerem que a escultura foi criada para ser “um memorial sobre um cometa devastador?

The post Escultura achada na Turquia mostra impacto de cometa na Terra há 12 mil anos appeared first on Giz Brasil.

]]>
Durante escavações em Göbekli Tepe, sítio antigo no sul da Turquia, arqueólogos encontraram uma escultura de cerca de 12 mil anos que pode representar o impacto ou explosão de um cometa (ou partes dele) sobre a Terra. Arqueólogos da Universidade de Edimburgo sugerem que a escultura, além de poder ser o primeiro calendário solar da história, foi criada para ser “um memorial sobre um cometa devastador?

A pesquisa foca na interpretação dos símbolos em V, particularmente no Pilar 43 do Recinto D, estrutura similar a um templo.

De acordo com Martin B. Sweatman, coautor do estudo, esses símbolos representam um sistema de calendário solar. Portanto, Göbekli Tepe é um dos locais com o calendário mais antigo conhecido, com 11 dias, representados nos pilares.

Tela grande de 6,8" 120Hz, 12GB de RAM para multitarefa e câmera de 200Mp que grava em 8K
Aproveite o descontão da Amazon no celular premium Galaxy S23 Ultra
R$ 5.489

Evidências sobre impacto de cometa em escultura

Mas, além disso, os arqueólogos também relacionam o simbolismo de Göbekli Tepe ao evento de impacto conhecido como Younger Dryas, há mais de 12 mil anos. O local do impacto de Dryas é incerto, mas o fenômeno foi marcado por mudanças climáticas e extinção de espécies entre 12.900 a 11.700 anos atrás.

Segundo o estudo, o impacto gerou transformações culturais e sociais importantes na região do Crescente Fértil. Essa região corresponde atualmente à região do Sudoeste da Turquia, além de Palestina, Israel, Líbano, Chipre e partes do Iraque.

Os arqueólogos afirmam que o alinhamento das esculturas de Göbekli Tepe com fenômenos astronômicos sugere que os construtores da escultura, além de saber da existência do meteoro, integraram o evento em seus sistemas de calendário. 

Pilar 43 é uma escultura representando o impacto de um cometa na Terra há 12 mil anos

Imagem: Time&Mind/Divulgação

De acordo com os arqueólogos, as esculturas no Pilar 43 podem ser representações de um evento cósmico catastrófico. Sweatman se embasa na hipótese ?não muito aceita, mas com algumas evidências ?de que um cometa causou o impacto de Younger Dryas.

Os símbolos em forma de V e ilustrações de animais na escultura do Pilar 43 também representam a precessão de equinócios.

Arqueólogos encontram placa de pedra que representa impacto de cometa há 12 mil anos

Placa de pedra mostra representações de queda de meteoro. Imagem: Time&Mind/Divulgação

Além disso, os pilares 2 e 38 possuem esculturas que, segundo os arqueólogos, ilustram a trajetória da chuva de meteoros dos taurídeos, que possui ligação ao cometa Encke. Além disso, elas se alinham com a data do impacto do Dryas.

Portanto, o calendário e a conexão entre as esculturas e o impacto de um cometa sugerem um conhecimento astronômico avançado do povo daquela época.

De acordo com o estudo, as esculturas podem representar um dos registros mais antigos sobre um evento astronômico de impacto significativo na Terra.

O Giz Brasil pode ganhar comissão sobre as vendas. Os preços são obtidos automaticamente por meio de uma API e podem estar defasados em relação à Amazon.

The post Escultura achada na Turquia mostra impacto de cometa na Terra há 12 mil anos appeared first on Giz Brasil.

]]>
??? ??? ?? ?? ??? ?? ?? //emiaow553.com/negativos-de-vidro-retratam-a-ciencia-do-inicio-do-seculo-xx/ Sun, 04 Aug 2024 18:48:50 +0000 //emiaow553.com/?p=584003 Jardim Botânico do Rio de Janeiro e outras instituições preservam acervos fotográficos raros

The post Negativos de vidro retratam a ciência do início do século XX appeared first on Giz Brasil.

]]>
Texto: Carlos Fioravanti/Revista Pesquisa Fapesp

Livres das camadas de poeira e fungos acumuladas durante décadas, 3.556 negativos fotográficos de vidro produzidos entre 1910 e 1961 encontram-se agora envoltos em papel branco sedoso, em caixas de papel-cartão dentro de armários de aço, no galpão envidraçado que desde 2021 guarda o acervo fotográfico do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ). Cada placa pesa entre 47 e 140 gramas, quase tanto quanto um celular.

Uma vez organizada, a rara coleção de frágeis placas fundamenta pesquisas acadêmicas e revela personagens apagados pelo tempo, como o fotógrafo João dos Santos Barbosa (1895-?), que fez pelo menos 419 negativos de vidro entre as décadas de 1940 e 1960. Em outras instituições, nem sempre esse tipo de material é mantido com zelo e oferecido para acesso público.

Um negativo de vidro e a cópia em papel de gelatina e prata. Da esquerda para a direita: Paul Brien, zoólogo; Paul Ledoux, botânico; Frederico Carlos Hoehne, naturalista brasileiro; Jean Massart, naturalista; João Geraldo Kuhlmann, naturalista do JBRJ; Raymond Bouillenne, botânico e fotógrafo; Alberto Navez, botânico.

Um negativo de vidro e a cópia em papel de gelatina e prata. Da esquerda para a direita: Paul Brien, zoólogo; Paul Ledoux, botânico; Frederico Carlos Hoehne, naturalista brasileiro; Jean Massart, naturalista; João Geraldo Kuhlmann, naturalista do JBRJ; Raymond Bouillenne, botânico e fotógrafo; Alberto Navez, botânico. Imagem: Acervo e Memória JBRJ

As placas de vidro resgatadas pela equipe do JBRJ têm 2 milímetros de espessura e três formatos distintos: 9 por 12 centímetros (cm), 13 por 18 cm ou 18 por 24 cm. Com fortes contrastes entre o branco e o preto, retratam exsicatas (amostras de partes de plantas), plantas vistas ao microscópio, instrumentos de pesquisa, dirigentes, funcionários, o chamado arboreto do próprio Jardim Botânico (uma área atualmente com cerca de 9 mil espécies de plantas de todo o mundo) e expedições científicas pela Amazônia ou pelo Centro-Oeste.

“O fotógrafo tinha de refletir muito antes de apertar o obturador, porque o material que usava era importado e caro? comenta a curadora de fotografia Márcia Mello, que coordenou a equipe de conservação do acervo histórico do JBRJ. “Podemos sentir o formalismo no resultado. As fotos são de uma beleza incrível.?/p>

A técnica de negativos de vidro sucedeu a daguerreotipia, inventada pelo cenógrafo e pintor francês Louis-Jacques Mandè Daguerre (1787-1851). Anunciada em 1839, consistia em uma chapa de cobre coberta com uma camada de prata polida; uma mistura de mercúrio e prata formava as áreas claras e a prata as escuras. Os primeiros negativos de vidro, de 1848, usavam albumina, uma proteína da clara de ovo, para fazer os sais de prata aderir ao vidro. A foto exigia uma exposição de 5 a 15 minutos.

Em 1851, o escultor inglês Frederich Scott Archer (1813-1857) inovou ao substituir a albumina por colódio, uma mistura de nitrato de celulose, éter e álcool. O fotógrafo banhava cada placa com uma emulsão gelatinosa com nitrato de celulose diluído em éter e álcool, colocava cada placa na câmera sobre um tripé e tinha de fazer a foto antes de a gelatina secar.

O médico inglês Richard Leach Maddox (1816-1902), em 1871, foi quem começou a usar gelatina, à qual aderiam os sais de prata. Na hora de usar, a gelatina inchava, permitia a reação com os sais e depois voltava ao estado inicial. Mas ainda havia uma limitação: o vidro era pesado e frágil.

Em 1885, para ampliar o uso da fotografia, o empresário norte-americano George Eastman (1854-1932), fundador da Kodak, lançou o filme em rolo, com papel previamente tratado com gelatina e impregnado com óleo de rícino para ganhar transparência ao ser revelado, e três anos depois uma câmera fotográfica com um rolo de papel para 100 fotografias. Feitas as fotos, a máquina era enviada para a fábrica e o negativo revelado. Em seguida, as fotos eram impressas em papel e enviadas para o fotógrafo, com outra câmera com filme.

A técnica acentua contrastes e detalhes, como na imagem desta flor do acervo on-line do Jardim Botânico do Rio

A técnica acentua contrastes e detalhes, como na imagem desta flor do acervo on-line do Jardim Botânico do Rio. Imagem: Acervo e Memória JBRJ

Uma parte dos negativos do JBRJ (1.106) está no acervo on-line. “?fundamental que esses materiais sejam acessados pelo público externo. Não podem ficar escondidos? enfatiza Raul Ribeiro, chefe da divisão de museu e acervo do JBRJ. Graduado em comunicação social, ele gerencia também o material que chega continuamente. “Recentemente recebemos 2 mil negativos sobre anatomia da madeira feitos por Raul Dodsworth Machado [1917?996], um dos pioneiros em microscopia eletrônica no JBRJ? relata.

Reveladas em um laboratório do próprio JBRJ, as placas de vidro vagaram durante décadas entre salas com condições inadequadas de conservação. “Com muito calor, a gelatina derrete e a imagem se perde? comenta Ribeiro. Em busca da história do acervo, ele apurou que dois funcionários do arquivo, os irmãos Domício e João Carlos Vieira (sem data de nascimento e morte), encontraram as caixas com as placas de vidro nos anos 1980 e, com apoio da direção, recuperaram o material.

Em 1989, o JBRJ recebeu um financiamento da extinta Fundação Vitae e as dezenas de caixas com os negativos foram para o Centro de Conservação e Preservação Fotográfica da Fundação Nacional de Artes (CCPF-Funarte). “Foi um dos primeiros projetos desse tipo no CCPF? conta Sandra Baruki, integrante e depois coordenadora do centro. Arquiteta de formação, ela sabia que se tratava de um material frágil: quando era criança, viu o avô, o fotógrafo Octaviano Serra (1904-1979), em Corumbá, em Mato Grosso do Sul, produzir esse tipo de foto.

A equipe do CCPF encontrou 40 negativos colados uns aos outros e 88 quebrados. “No final dos anos 1980, sabíamos pouco como limpar, preservar e amenizar os danos dos negativos, mas estudamos e aprendemos, com orientação de especialistas do Brasil, de Portugal e dos Estados Unidos? conta Baruki.

Curso no Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, em 1931

Curso no Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, em 1931. Imagem: Acervo da Casa de Oswaldo Cruz

A restrição orçamentária, que dificultava a compra de filmes especiais para duplicar as placas de vidro, motivou uma inovação: o fotógrafo do CCPF Francisco Costa criou um método para fotografar as placas diretamente em filmes flexíveis de acetato de celulose, usados nas câmeras fotográficas dos anos 1940 até a disseminação das digitais, a partir dos anos 2000. Depois, os filmes passavam por um processo químico de branqueamento, similar ao usado para a produção de slides, e resultavam em negativos flexíveis, usados para consultas, evitando o manuseio dos originais. A coleção voltou ao JBRJ em 2000 e, em 2021, digitalizada e guardada em armários de aço no galpão então recém-reformado, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Em seu mestrado, concluído em 2023 na Casa de Oswaldo Cruz da Fundação Oswaldo Cruz (COC-Fiocruz), Ribeiro examinou os 16 negativos feitos durante a chamada Missão Belga, expedição formada por biólogos belgas que chegaram ao Rio em agosto de 1922. Auxiliados por botânicos do JBRJ, pretendiam conhecer as matas tropicais e recolher material para cursos na Universidade de Bruxelas. Em janeiro de 1923, depois de percorrerem os estados do Rio e de São Paulo, o líder do grupo, o naturalista belga Jean Massart (1865-1925), partiu de Salvador de volta à Europa; seus companheiros seguiram para o norte e, até maio daquele ano, visitaram Pernambuco, Ceará, Pará e Amazonas.

“Precisamos examinar as imagens à luz de outros documentos? afirma a historiadora do JBRJ Alda Heizer. Ao consultar os negativos sobre a Missão Belga ainda antes de estarem organizados, ela caiu em uma pista falsa: “Pensei que fosse uma viagem no estilo do [antropólogo francês Claude] Lévi-Strauss [1908-2009], que percorreu o Sudeste e Centro-Oeste do Brasil entre 1935 e 1939, já que os belgas também fizeram fotos do dia a dia das comunidades que visitavam? ela conta. No entanto, após ler os relatórios e diários de campo, ela concluiu que algumas fotos, como a de uma mulher negra em frente a uma casa, decorria não de um olhar antropológico, mas do interesse dos viajantes belgas em conhecer objetos e construções feitas de plantas.

Laboratório fotográfico do Instituto Oswaldo Cruz nos anos 1910

Laboratório fotográfico do Instituto Oswaldo Cruz nos anos 1910. Imagem: Acervo da Casa de Oswaldo Cruz

“As imagens dizem muito sobre as técnicas empregadas nas fotografias e os valores de uma época? diz ela. “Nos relatórios e diários das primeiras décadas do século XX, como os da Missão Belga, os jardineiros e técnicos são tratados apenas pelo primeiro nome, expressando uma ciência centrada no cientista.?/p>

Pacientes, cérebros e cenas de crimes

Outros acervos similares encontram-se em diferentes estados de conservação. O da COC-Fiocruz, organizado a partir de 1986, consiste em 7.680 placas mostrando pesquisadores, laboratórios, objetos, pacientes, espaços de atendimento, microscopias, construção da atual sede da Fiocruz e expedições às regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Um dos principais autores das imagens foi o fotógrafo Joaquim Pinto (1884-1951), que trabalhou no então chamado Instituto Oswaldo Cruz de 1903 a 1946.

“Havia um laboratório e um investimento sólido na produção fotográfica, entendida como serviço auxiliar do trabalho científico? conta a historiadora Aline Lopes de Lacerda, do Departamento de Arquivo e Documentação da COC-Fiocruz. O acervo está digitalizado, o que facilita pesquisas como a do museólogo Lucas Cuba Martins. Em seu mestrado, concluído em 2023, ele examinou 529 imagens de peças anatômicas produzidas entre 1900 e 1960, quando o instituto deixou de usar negativos de vidro, substituídos por filmes flexíveis e de rolo.

Negativo de vidro em envelope de papel especial, no Museu do Ipiranga, em São Paulo

Negativo de vidro em envelope de papel especial, no Museu do Ipiranga, em São Paulo. Imagem: Léo Ramos Chaves? Revista Pesquisa FAPESP

No Museu de Saúde Pública Emílio Ribas (Musper), ligado ao Instituto Butantan, as 1.100 lâminas de vidro, produzidas entre 1922 e 1958, mostram fotos de pacientes em tratamento, com hanseníase ou doenças mentais, microscopias, ambulatórios e laboratórios. Em 2014, ao conhecer a coleção que começaria a cuidar, a socióloga e analista de documentação Maria Assad estranhou as imagens de cortes histológicos de cérebros e cenas de crimes ?como ela descobriu depois, estavam relacionadas aos serviços de psiquiatria e saúde mental na primeira metade do século XX em São Paulo.

“Os acervos fotográficos começaram a ser vistos como documentos somente a partir dos anos 1990, porque antes não tinham o mesmo peso dos documentos textuais, embora sejam importantes para comprovar investimentos em construções e equipamentos e no acompanhamento de casos clínicos? diz Assad, com base em sua pesquisa de mestrado sobre o tratamento de imagens da saúde pública, concluída em 2019 na Universidade de São Paulo (USP).

Como o acervo do Musper ainda está em tratamento, as consultas só podem ser feitas pessoalmente, sob o acompanhamento de um especialista da equipe do museu. Os cerca de 7 mil negativos de vidro do Instituto Biológico, produzidos entre as décadas de 1920 e 1940 por Alberto Federman (1887-1958), também não estão digitalizados; os 2.400 do ex-Instituto de Botânica (ver Pesquisa FAPESP no 187), incorporado pelo Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), também de São Paulo, estão digitalizados, mas não on-line. Já o site do Museu do Ipiranga, da USP, oferece acesso a 2.855 negativos, produzidos entre as décadas de 1890 e 1940, com registros de pinturas, móveis, documentos, do início do museu, do pintor Benedito Calixto (1853-1927), do inventor Alberto Santos Dumont (1873-1932) e da construção da ferrovia Madeira-Mamoré.

Ilha de Marajó em 1896: uma das fotos de Jacques Huber da coleção do Museu GoeldiMuseu Paraense Emílio Goeldi

Ilha de Marajó em 1896: uma das fotos de Jacques Huber da coleção do Museu Goeldi. Imagem: Museu Paraense Emílio Goeldi, Arquivo Guilherme de La Penha

Os acervos organizados e os trabalhos acadêmicos, feitos também em Maceió (AL) e Porto Alegre (RS), evidenciam os avanços. O reconhecimento aos profissionais que se especializaram na preservação de negativos de vidro se expressa por meio de pedidos para avaliarem ou resgatarem coleções pouco cuidadas durante décadas em instituições do Rio de Janeiro e de outros estados. Mas quem lida com esse tipo de material padece da mesma agonia: “Até estabelecermos os padrões e os espaços de conservação, muito material se perdeu ou se quebrou? comenta Lacerda.

O Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, mantém 1.421 negativos de vidro produzidos a partir de 1894 e restaurados com apoio da Caixa Econômica Federal e da Funarte entre 2006 e 2010. “Devem ter sido mais de 5 mil. A maioria se perdeu, em razão da incúria de algumas gerações? lamenta o historiador da ciência Nelson Sanjad, curador das coleções documentais históricas do museu. Por sorte, ele acrescenta, o botânico suíço Jacques Huber (1867-1914) guardou cópias em papel das fotos que fez quando trabalhou no Goeldi, entre 1895 e 1914.

Em 2013 e 2014, com apoio da família Huber e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Sanjad foi ao Arquivo Estatal do Cantão da Cidade da Basileia, na Suíça, para onde as fotos foram enviadas, digitalizou cerca de mil imagens e as trouxe de volta. Em abril, o museu da Universidade Federal do Pará (UFPA) abriu uma mostra com fotos de Huber, já expostas na cidade de São Paulo em 2022 e 2023.

A reportagem acima foi publicada com o título ?strong>Imagens de peso?na edição impressa nº 340, de junho de 2024.

Artigos científicos
HEIZER, A. Notícias sobre uma expedição: Jean Massart e a missão biológica belga ao Brasil, 1922-1923. História, Ciências, Saúde ?Manguinhos. v. 15, n. 3, p. 849-64. jul.-set. 2008.

The post Negativos de vidro retratam a ciência do início do século XX appeared first on Giz Brasil.

]]>
?? ?? ????? ?? ?? 2024 ??? ?? ??? //emiaow553.com/cubo-magico-faz-50-anos-novo-recorde-mundial-pertence-a-um-robo/ Sat, 06 Jul 2024 17:44:39 +0000 //emiaow553.com/?p=578996 Nos 50 anos da criação do brinquedo, veja recorde, história e dica do criador para resolver o cubo mágico

The post Cubo mágico faz 50 anos: novo recorde mundial pertence a um robô appeared first on Giz Brasil.

]]>
Já pensou em qual será a velocidade recorde para resolver um cubo mágico? O brinquedo está fazendo 50 anos este ano e já foi solucionado em meros 0,305 segundos. A proeza, claro, foi realizada por um robô da equipe da Mitsubishi Electric do Japão, em maio deste ano. A tecnologia superou o tempo do recordista mundial coreano-americano Max Park, de 3,13 segundos, ano passado.

Na ocasião, o perfil do Guinness World Records Japão no X/Twitter anunciou o feito e compartilhou um vídeo do momento, parabenizando a equipe.

“Anúncio oficial. A equipe da Mitsubishi Electric quebra o Recorde Mundial do Guinness para o Robô mais rápido a resolver o cubo mágico. O tempo é de impressionantes 0,305 segundos! Parabéns por alcançar o recorde”, escreveu. Assista:

História do cubo mágico

O arquiteto, designer, escultor e professor húngaro Erno Rubik inventou o “Cubo de Rubik” — como é chamado em inglês — em 1974. A Conferência de Matemática em São Francisco, realizada em janeiro deste ano, celebrou a data. Aliás, o inventor de 79 anos participou por videoconferência da Espanha, de acordo com o The New York Times.

A história do cubo mágico começou quando, preparando um curso sobre geometria descritiva e mexendo com os cinco sólidos platônicos, Rubik se interessou pelo cubo. Naquele ano, após brincar com o objeto por meses, ele o solucionou pela primeira vez. Então, enviou um pedido de patente no ano seguinte. Posteriormente, no final de 1977, o brinquedo chegou às lojas da Hungria.

Como resolver um cubo mágico?

Na conferência, Rubik deu dicas para quem quer aprender a resolver um cubo mágico. Ele recomenda que os cubistas descubram (sozinhos) um método de solução, com bastante paciência. No entanto, em seu caso, ele começou pelos cantos, pois depois deles, as bordas podem ser encaixadas com mais facilidade. “Meu método era a compreensão”, de acordo com o inventor.

O cubo mágico é um dos brinquedos mais complexos que existem. O usuário pode embaralhar o brinquedo em 43 quintilhões de posições diferentes. Aliás, este número, de acordo com o programador norte-americano Dr. Thomas Rokicki, é possivelmente maior do que todos os grãos de areia do mundo.

Por outro lado, com 54 facetas (nove de cada uma das seis cores), o número mínimo de movimentos necessários para resolver qualquer posição é 20. Rokicki descobriu essa resposta em 2010. Isso porque ele demorou cerca de 11 anos de cálculos com sua equipe (bem como uma mãozinha da tecnologia).

The post Cubo mágico faz 50 anos: novo recorde mundial pertence a um robô appeared first on Giz Brasil.

]]>
???? ????????????? //emiaow553.com/dia-da-internet-mitos-e-verdade-sobre-a-world-wide-web-em-2024/ Fri, 17 May 2024 15:44:47 +0000 //emiaow553.com/?p=571199 No Dia da Internet, especialistas comentam verdades e mitos sobre a ferramenta que conecta pelo menos 5,3 bilhões de pessoas no mundo

The post Dia da Internet: mitos e verdade sobre a World Wide Web em 2024 appeared first on Giz Brasil.

]]>

Todo dia 17 de maio comemora-se o Dia da Internet. Nessa data, em 1865, a ONU (Organização das Nações Unidas) fundou a UIT (União Internacional de Telecomunicações) para padronizar e regular o uso de ondas de rádio e telecomunicações.

Hoje em dia, a agência tem grande importância para a manutenção da internet, que conta com pelo menos 5,3 bilhões de pessoas conectadas no mundo. O dado vem de uma pesquisa realizada pelo WebsiteRating, em 2023.

O mesmo estudo catalogou mais de 1,13 bilhão de sites na World Wide Web, em 31 de dezembro de 2023. Outro levantamento, realizado pela TIC Domicílios 2023, informou que 156 milhões de pessoas com 10 anos ou mais se conectaram à internet no ano passado. O número equivale a 84% da população brasileira, sendo 3% maior do que em 2022.

Apesar da internet ser praticamente indispensável no nosso dia a dia e bastante útil, ela ainda é um espaço desconhecido ?e até perigoso. É por meio dela, por exemplo, que criminosos promovem ataques cibernéticos, como a disseminação de malwares e DDoS, para danificar computadores e roubar dados sensíveis de usuários.

Além disso, as pessoas estão cada vez mais expostas a conteúdos fraudulentos na forma de fake news e materiais criados a partir de inteligência artificial generativa. Por isso, o Dia da Internet funciona como uma data para lembrar de debater tópicos como conectividade global, inclusão digital, direitos digitais e uso ético da internet.

Aproveitando a data, especialistas comentam alguns mitos e verdades sobre a internet. Jonathan Aprigio, analista de rede na Leste; Lucas Galvão, CEO da Open Cybersecurity; e Allan de Alcântara, engenheiro de computação e sócio-proprietário na FrankFox Informática, analisaram como a internet impacta a vida das pessoas.

Mito: se estão na rede, todos os sites são confiáveis

Como dito acima, a internet tem lado positivo e outro negativo. Antes de entrar em qualquer site, é preciso analisar se é seguro. Sobre essa questão, Jonathan Aprigio explicou o seguinte:

“Ao clicar em links, especialmente em e-mails ou mensagens suspeitas, verifique cuidadosamente a URL antes de prosseguir. Certifique-se de que o endereço corresponde à página legítima que você espera visitar. Pequenas alterações na URL podem levar a sites maliciosos projetados para roubar informações pessoais?

Jonathan Aprigio, analista de rede na Leste.

Verdade: as ameaças cibernéticas aumentam a cada dia

Com cada vez mais pessoas conectadas à internet, maiores são os casos de ataques cibernéticos. Esses crimes podem surgir na forma de golpes de phishing, malwares, ataques DDoS, entre outros. Por isso, Lucas Galvão explicou que:

“Com o avanço da tecnologia, as ameaças cibernéticas também evoluem. Investir em soluções de segurança digital avançadas é uma medida essencial. Desde a utilização de gerenciadores de senhas até a implementação deautenticação de dois fatores, garantir a segurança de suas informações pessoais e profissionais é fundamental para aproveitar plenamente as vantagens da tecnologia?

Lucas Galvão, CEO da Open Cybersecurity, especialista em Cibersegurança, Governança Corporativa e Desenvolvimento e Lideranças.

Verdade: nem todo dispositivo aproveita a potência de conexão da mesma forma

Para entender o funcionamento da internet, é importante saber como cada dispositivo funciona. Aqui no Giz Brasil, por exemplo, explicamos o mais novo padrão de internet sem fio, o Wi-Fi 7, assim como formas de aumentar a velocidade da conexão em dicas simples. Em relação a esse ponto, Allan de Alcântara comentou:

“Mesmo que você tenha contratado um plano de 500 Mega em fibra óptica e tecnologia Wi-Fi 6, isso não significa que seu celular e seu PC, por exemplo, carregarão páginas e aplicativos online na mesma velocidade, mesmo que estejam próximos do roteador. Dispositivos mais antigos só conseguirão aproveitar uma porcentagem da conexão, isso se tiverem suporte à banda oferecida?

Allan de Alcântara, engenheiro de computação e sócio-proprietário na FrankFox Informática.

The post Dia da Internet: mitos e verdade sobre a World Wide Web em 2024 appeared first on Giz Brasil.

]]>
??? Archives?????????? //emiaow553.com/banheiro-de-alexandre-o-grande-e-descoberto-e-revela-intimidade-do-rei-da-macedonia/ Thu, 09 May 2024 23:55:19 +0000 //emiaow553.com/?p=569694 Programa de TV britânico revela escavações realizadas no banheiro de Alexandre, o Grande, rei do reino grego antigo da Macedônia

The post Banheiro de Alexandre, o Grande é descoberto e revela intimidade do Rei da Macedônia appeared first on Giz Brasil.

]]>
O episódio final da série “Bettany Hughes’ Treasures of the World“, da emissora britânica Channel 4, que vai ao ar no próximo sábado (11), descobriu, após 2.300 anos, o banheiro do palácio do antigo rei da Macedônia, Alexandre, o Grande.

De acordo com uma reportagem do Daily Mail, os arqueólogos encontraram o cômodo onde o jovem Alexandre se banhava com seu suposto amante, Heféstio, entre outros companheiros.

A apresentadora do programa, Bettany Hughs, considerou como “ritos de passagem” os banhos “homoeróticos” com os companheiros “cheios de testosterona” de Alexandre. “Eles eram incrivelmente ativos”, disse, citando como exemplo a prática da luta. “Eles foram treinados para caçar.”

O palácio tem 15 mil m² e ficava na primeira capital do reino da Macedônia, Aigai (atual cidade de Verginia), no norte da Grécia. Profissionais fizeram a escavação e 1.400 m² passaram por restauração nos últimos 16 anos. O projeto custou 20 milhões de euros.

Além do banheiro, Hughs ainda teve acesso ao túmulo da irmã de Alexandre, o Grande, Thessaloniki. “O quarto dele ainda não foi identificado, mas todos os aposentos do palácio estão lá”, disse a apresentadora.

Desde janeiro deste ano, o Palácio de Aigai voltou a receber visitantes, após uma reforma milionária. Aliás, o espaço abriga o Museu dos Túmulos Reais, que exibe as tumbas de reis como Filipe II, pai de Alexandre.

Aliás, os episódios da terceira temporada da série documental já lançados estão disponíveis em um canal do YouTube, no link abaixo:

Quem foi Alexandre, o Grande?

Alexandre Magno, ou Alexandre, o Grande, era discípulo do filósofo Aristóteles. A figura histórica subiu ao trono após o pai ser assassinado por um guarda-costas durante o casamento de uma de suas irmãs. A coroação, em 336 a.C., aconteceu em seu próprio castelo. Porém, aos 32 anos, ele morreu de febre tifóide, na Babilônia.

Durante sua vida, Alexandre liderou exércitos e conquistou territórios como o Egito, por exemplo. Sua maior vitória foi na Batalha de Gaugamela, quando derrotou os persas. Porém, por nunca ter perdido uma batalha, ficou conhecido como “Alexandre, o Grande”.

The post Banheiro de Alexandre, o Grande é descoberto e revela intimidade do Rei da Macedônia appeared first on Giz Brasil.

]]>
????? ? ??? Archives??????? //emiaow553.com/22-de-abril-por-que-o-dia-do-descobrimento-do-brasil-nao-e-feriado/ Mon, 22 Apr 2024 15:26:28 +0000 //emiaow553.com/?p=565440 O descobrimento do Brasil já foi considerado feriado nacional por um decreto de 1890, porém, a data comemorativa acabou sendo revogada

The post 22 de abril: Por que o Dia do Descobrimento do Brasil não é feriado? appeared first on Giz Brasil.

]]>
Nesta segunda-feira (22), é comemorado o Dia do Descobrimento do Brasil. Nesta mesma data, em abril de 1500, uma frota de Portugal desembarcou no território do país. Apesar de fazer parte do calendário cívico do país, o dia não é um feriado nacional. Entenda por que com o Giz Brasil:

A descoberta do Brasil indica o momento em que Pedro Álvares Cabral chegou à Porto Seguro, na Bahia. Ao chegar ao país, os portugueses apelidaram o local de “Terra de Vera Cruz?

Inicialmente, a suposição é de que o nome era uma referência ao feriado de Santa Cruz, fazendo com que o rei de Portugal Dom Manuel I transferisse a comemoração para 3 de maio. Porém, em 1817, com a publicação da Carta de Pero Vaz de Caminha (testemunhos da chegada dos portugueses ao Brasil), confirmou-se que o evento ocorreu antes, em 22 de abril.

Fone de ouvido sem fio TWS Philips TAT1108WT/00 - bluetooth com microfone, formato em hast...
R$ 135

Aliás, diferentemente de 22 de abril, o 3 de maio já foi comemorado com o “Dia do Descobrimento” — inclusive, como um feriado nacional. Isso aconteceu em 1890, após a Proclamação da República (15 de novembro).

Na mesma ocasião, também foi definido o feriado de Tiradentes. A data de 21 de abril relembra a morte de Joaquim José da Silva Xavier, símbolo da Inconfidência Mineira. O movimento surgiu em Minas Gerais e planejava o fim do domínio de Portugal sobre o Brasil, visando o estabelecimento de uma República.

A comemoração do Descobrimento do Brasil em maio continuou até o ano de 1930. Isso porque um decreto promulgado pelo então presidente Getúlio Vargas definiu a celebração do descobrimento em 22 de abril. Porém, ele não incluiu a data comemorativa no calendário de feriados nacionais.

De acordo com historiadores, a provável razão de 3 de maio ter sido escolhido como feriado era para evitar a existência de dois feriados consecutivos em abril.

Proposta de lei tentou transformar descobrimento do Brasil em feriado

Em 2020, por exemplo, tramitou na Câmara um projeto de Lei com a proposta de incluir o 22 de abril na lista de feriados nacionais — além de retirar o 21 de abril. O autor do projeto é o deputado federal Luiz Philippe De Orleans E Bragança (PL-SP), descendente dos antigos imperadores Dom Pedro I e Pedro II.

No mesmo projeto, o deputado criticava o fato de 21 de abril (o Dia de Tiradentes) ser um feriado nacional. “Essa data é uma criação do regime republicano, instalado no Brasil através de um golpe militar que baniu a família imperial brasileira? dizia Orleans e Bragança.

Porém, em meio à pandemia, o próprio autor solicitou o arquivamento do projeto. O deputado alegou que não era bom para a economia do Brasil criar mais um feriado nacional.

Uma curiosidade é que, ao contrário do Brasil, os Estados Unidos celebram o descobrimento da América. O país comemora a data na 2ª segunda-feira de outubro. O italiano Cristóvão Colombo foi quem descobriu o continente americano, se estabelecendo primeiro nos EUA, em 12 de outubro de 1492.

O Giz Brasil pode ganhar comissão sobre as vendas. Os preços são obtidos automaticamente por meio de uma API e podem estar defasados em relação à Amazon.

The post 22 de abril: Por que o Dia do Descobrimento do Brasil não é feriado? appeared first on Giz Brasil.

]]>
????? ????????????? //emiaow553.com/conheca-5-eclipses-do-sol-que-entraram-para-a-historia/ Mon, 08 Apr 2024 16:04:12 +0000 //emiaow553.com/?p=562765 Seja parcial ou total, um eclipse solar sempre marca quem o assiste. Mas a experiência pode ir além e entrar para a história; confira

The post Conheça 5 eclipses do Sol que entraram para a história; um deles no Brasil appeared first on Giz Brasil.

]]>
Os olhos dos curiosos pelo Universo estão voltados para o Eclipse Total do Sol que acontece nesta segunda-feira (8). Nele, a Lua ficará posicionada entre a Terra e o Sol, cobrindo exatamente e temporariamente a grande estrela de nosso Sistema Solar. 

Para as pessoas que estão em algum lugar na América do Norte — em partes dos Estados Unidos, do México e do Canadá, de onde o eclipse será visível — isso significa ficar alguns minutos sem a luz do sol. 

Embora o eclipse total do Sol que acontece hoje não seja visível do Brasil, é possível acompanhar o fenômeno online. Aqui, o Giz Brasil deu algumas das opções de como assistir o astro rei ser coberto pela Lua.

Mas esta não é a primeira vez que um eclipse solar acontece – e não será a última. Muitas vezes a Lua encobriu parcial ou completamente o Sol e, abaixo, você pode conferir aquelas mais marcantes ao longo da história.

1. Eclipse solar na Bíblia

Um dos registros mais antigos de um eclipse solar é o do ano de 1207 a.C – há tanto tempo que é citado, até mesmo, na Bíblia. Este foi um eclipse solar anular — aquele que acontece quando a lua se alinha ao sol, deixando um anel de luz. Por isso, pessoas chamam o fenômeno de “anel de fogo“.

De acordo com o que está escrito no Antigo Testamento, ele teria acontecido no meio da tarde de 30 de outubro de 1207 a.C.

Então Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor entregou os amorreus na mão dos filhos de Israel, e disse na presença de Israel:

Sol, detém-se sobre Gibeão, e tu, Lua, sobre o Vale de Aijalom.

E o Sol se deteve, e a Lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos.

Não está isto escrito no livro de Jasar? O Sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro.

Livro de Josué (10:12-14)

O físico Colin Humphreys e o astrofísico Graeme Waddington foram os cientistas que interpretaram a passagem da Bíblia.

2. Fim de uma guerra e início da ciência

Era 28 de maio de 585 a.C., em um campo de batalha montado no Planalto da Anatólia Oriental (atual Turquia), o dia escureceu. Um eclipse total do Sol fez o dia virar noite e deixou os povos rivais de Lídios e Medos assustados, de forma que colocaram fim à guerra que travavam há cinco anos.

Sem conseguir entender o que tinha acontecido, ambas civilizações acreditaram que o eclipse era, na verdade, um sinal dos deuses. Por isso, entraram em acordo imediatamente.

De acordo com escritos de historiadores e filósofos antigos, Tales de Mileto previu este mesmo eclipse solar. Astrônomo, matemático, engenheiro e comerciante, Mileto era apaixonado pelo céu.

Não se sabe ao certo como ele conseguiu prever o fenômeno, mas especialistas acreditam que pode ser pela análise dos ciclos entre os eclipses ou pela predição das posições da Lua e do Sol no céu.

Dessa forma, ele sabia que o eclipse não era algo místico, mas sim natural. E, com isso, abriu as portas para explicações científicas dos acontecimentos da natureza.

Até hoje, este é considerado um dos eclipses mais importantes que já aconteceram. Para muitos, além de encerrar uma guerra, foi também o que marcou o nascimento da ciência.

3. A descoberta do elemento hélio

Antes mesmo de detectarem a presença de hélio na Terra, cientistas identificaram o segundo elemento mais abundante do Universo na atmosfera do Sol. E isso aconteceu durante um eclipse.

Em 1868, enquanto a Lua cobria parte do Sol, o astrônomo francês Jules Janssen utilizou um prisma para observar o fenômeno. Na cromosfera do astro rei, ele notou uma faixa de luz que correspondia a uma linha amarela no espectro solar. 

Janssen conclui que a coloração provavelmente era de algum elemento ainda desconhecido, ao qual ele nomeou de hélio — palavra grega que significa “Sol”. Cerca de 10 anos, cientistas descobriram o mesmo composto também na Terra.

Atualmente, sabe-se que esse elemento químico está presente em cerca de 24% da massa dos astros no Universo observável.

4. Experimentos de Thomas Edison

Em 1878, outro eclipse solar entrou para a história. Desta vez, o inventor norte-americano Thomas Edison (aquele da lâmpada) queria aproveitar o fenômeno para estudar a coroa do sol, que é a pequena camada que envolve a estrela. 

Para isso, ele viajou para Wyoming, nos EUA, e implementou uma de suas novas invenções: uma máquina sensível ao calor, instalando-a em um galinheiro. A ideia era que captasse informações sobre a estrela. Contudo, quando a Lua encobriu o Sol e a luz sumiu por uns minutos, as galinhas que ali estavam se assustaram e movimentaram a invenção de Edison. Dessa forma, o experimento não teve sucesso.

5. Comprovação da Teoria da Relatividade

Em maio de 1919, um eclipse total do sol foi visto no céu de Sobral, no Ceará. Mas este não foi um fenômeno como os outros. Na cidade nordestina, havia um grupo de pesquisadores brasileiros e britânicos que queriam aproveitar a obstrução da luz solar para comprovar o modelo de Albert Einstein sobre o Universo.

De acordo com a Teoria da Relatividade, tempo e espaço formam um único tecido que pode ser distorcido pela gravidade. O modelo de Einstein dizia que, quando os fótons (as partículas de luz) passavam por regiões distorcidas por um grande corpo (como o Sol, por exemplo), a luz também era desviada.

Então, em maio de 1919, a luz do Sol sumiu por cinco minutos e treze segundos. Durante esse período, os cientistas observaram e fotografaram as estrelas que estavam em posições próximas ao astro rei e, portanto, seus raios atravessavam o campo gravitacional solar.

Como parte do experimento, mais fotos foram tiradas meses depois, sem a interferência de um eclipse. A ideia era comparar as imagens nos dois momentos, analisando as mudanças nos raios das estrelas vizinhas do Sol. 

De acordo com a Teoria da Relatividade de Einstein, a comparação deveria revelar uma diferença de 1,75 segundo de arco. E, com os registros do eclipse solar total de Sobral, cientistas britânicos confirmaram que o famoso cientista alemão estava certo. Aliás, este eclipse foi tão importante que Einstein chegou a visitar o Brasil.

The post Conheça 5 eclipses do Sol que entraram para a história; um deles no Brasil appeared first on Giz Brasil.

]]>
???? ?????????????? //emiaow553.com/inteligencia-artificial-decifra-parte-de-papiro-da-antiguidade/ Mon, 25 Mar 2024 21:23:14 +0000 //emiaow553.com/?p=560244 Equipe brasileira está entre os vencedores do prêmio internacional Vesuvius Challenge para identificar escrita em rolos carbonizados há quase 2 mil anos

The post Inteligência artificial decifra parte de papiro da Antiguidade appeared first on Giz Brasil.

]]>
Texto: Maria Guimarães/Revista Pesquisa Fapesp

O Vesuvius Challenge propõe um desafio: desenrolar virtualmente papiros carbonizados durante uma das erupções do vulcão Vesúvio, na Itália, há quase 2 mil anos. “Apesar de armazenados há décadas em museus na Itália, eles haviam sido dados como perdidos? conta o cientista da computação Odemir Bruno, do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), integrante de uma das equipes vencedoras. A cerimônia de premiação aconteceu no dia 16/3 na Villa Getty, em Los Angeles, Estados Unidos. O local é uma reprodução da mansão do Império Romano onde os papiros foram encontrados e três brasileiros estavam lá, celebra o pesquisador, que não pôde comparecer.

“Achava-se que não restava nada escrito neles, as tentativas anteriores destruíram o material? relata Bruno. Os papiros foram desenterrados em 1750, em Herculano, Itália, inicialmente por um fazendeiro que cavava um poço e encontrou a mansão que provavelmente pertenceu a Lúcio Calpúrnio Pisão Cesonino (?-43 a.C), sogro do imperador Júlio César (100 a.C.-44 a.C.). As cinzas que soterraram a edificação preservaram, pelo que se sabe até agora, mais de 600 rolos de papiro. Em contato com o ar, já se teriam desfeito.

A carbonização paradoxalmente os preservou, protegidos da decomposição natural, mas como abri-los? A resposta veio em 2015, quando o cientista da computação norte-americano Brent Seales, da Universidade do Kentucky, propôs usar a digitalização por tomografia de raios X para registrar e virtualmente desenrolar os papiros. Foi esse o ponto de partida do concurso lançado em 2023: seria investigado um dos quatro rolos digitalizados no acelerador de partículas Diamond, no Reino Unido. O processo gera uma infinidade de imagens que, empilhadas, formam uma imagem tridimensional. O prêmio foi criado pelos investidores norte-americanos Nat Friedman e Daniel Gross, em parceria com Seales, e custeado por uma série de financiadores ?sobretudo a Fundação Musk.

“A técnica para desenrolar estava desenvolvida, mas continuava tudo preto? conta Bruno. Isto é, não dava para enxergar nada. Haveria algum resquício identificável de tinta no material carbonizado? O caminho foi apelar à inteligência artificial para encontrar as marcas. “Uma comunidade global de competidores e colaboradores se uniu para desvendar o problema com visão computacional, aprendizado de máquina e trabalho duro? relata o site do concurso. O primeiro desafio, identificar uma letra, foi superado pelo físico australiano Casey Handmer. Ele descobriu, nas imagens, padrões craquelados que sugeriam a forma de letras. Depois disso, a ambição foi crescendo.

 O desafio de 2023 permitiu detectar 5% do texto

O desafio de 2023 permitiu detectar 5% do texto. Imagem: Institut de France? Vesuvius Challenge

O objetivo da etapa final era ler, em um dos quatro pergaminhos já digitalizados, quatro trechos com um mínimo de 140 caracteres, reconhecendo ao menos 85% deles. A meta foi ultrapassada pelas quatro equipes vencedoras. Em primeiro lugar ficou a composta por um doutorando em biorrobótica egípcio, um estudante de engenharia norte-americano e um estudante de robótica suíço, que receberam US$ 700 mil de prêmio. Em segundo lugar, três equipes empataram e receberam US$ 50 mil cada uma ?uma delas brasileira, liderada pelo físico computacional Elian Rafael Dal Prá, estudante de iniciação científica, com participação também de Leonardo Scabini, pesquisador em estágio de pós-doutorado, ambos do grupo de Bruno. “Dal Prá leu sobre o prêmio e trouxe a ideia para nosso grupo, então resolvemos mudar seu projeto? conta o orientador, que avalia que essa forma criativa de abordar um enigma científico foi um sucesso, atraiu muitos jovens e divulgou o assunto.

O desafio é mais do que uma competição. De acordo com o site, o avanço não teria se dado sem que os resultados das etapas sucessivas fossem compartilhados com toda a comunidade. Bruno define os adversários: “Somos colegas, o avanço na leitura se dá pela combinação dos resultados de todos? Essa etapa pós-computacional é feita por uma equipe de historiadores e papirólogos, ávidos por decifrar os escritos milenares. O que dá para saber por enquanto é que o texto foi escrito em grego e tem por base a filosofia de Epicuro, em que o prazer tem importância central. Na parte decifrada, que corresponde a 5% do total, o autor ?supostamente Filodemo, aprendiz de Epicuro, que seria filósofo residente na mansão ?se questiona se a disponibilidade de bens afeta o prazer que proporcionam. “Como é o caso com respeito à comida, não pensamos de imediato que as coisas escassas sejam absolutamente mais prazerosas do que aquelas que são abundantes? escreveu.

Este ano, Dal Prá entrou no mestrado e pretende continuar o trabalho. “Não necessariamente para ganhar o próximo prêmio, mas queremos estudar quais avanços podem ser atingidos pelos códigos desenvolvidos no contexto do desafio? explica Bruno. A receita de bolo de cada equipe, ele conta, está disponível na plataforma Github para que qualquer pessoa possa continuar o desenvolvimento. “A comparação entre os quatro métodos premiados pode gerar conhecimento sobre estratégias computacionais que sejam úteis também para resolver outros problemas.?/p>

Da mesma maneira que os códigos computacionais conseguiram encontrar sinais de tinta em papiros carbonizados, também podem ajudar a identificar células tumorais em uma imagem, por exemplo. O grupo de São Carlos é reconhecido por seu trabalho com esse tipo de aplicação: o método computacional para análise de textura batizado como Radam (sigla para Random encoding of Aggregated Deep Activation Maps), descrito em novembro na revista científica Pattern Recognition, está há um ano no topo do ranking DTD, da plataforma ?em>papers with codes? grupo independente que compara resultados das publicações sobre inteligência artificial.

O desafio de 2024 será chegar a 90% de leitura dos quatro rolos já digitalizados. A corrida já começou.

Projetos
1. Rumo à convergência de tecnologias: De sensores e biossensores à visualização de informação e aprendizado de máquina para análise de dados em diagnóstico clínico (nº 18/22214-6); Modalidade Projeto Temático; Pesquisador responsável Osvaldo Novais de Oliveira Junior (USP); Investimento R$ 14.050.528,68.
2. Análise de autômato de rede (network automata) como modelo para processos naturais e biológicos (n° 21/08325-2); Modalidade Auxílio à Pesquisa ?Regular; Convênio Research Foundation ?Flanders (FWO) Pesquisador responsável Odemir Martinez Bruno (USP); Investimento R$ 333.063,71.

Artigo científico
SCABINI, L. et al. RADAM: Texture recognition through randomized aggregated encoding of deep activation maps. Pattern Recognition. v. 143, 109802. nov. 2023.

The post Inteligência artificial decifra parte de papiro da Antiguidade appeared first on Giz Brasil.

]]>
?????? ????????????? //emiaow553.com/descoberta-de-sitio-arqueologico-no-maranhao-pode-reescrever-historia-do-brasil/ Thu, 25 Jan 2024 22:45:25 +0000 /?p=547733 43 esqueletos e mais de 100 mil artefatos pré-históricos de sítio arqueológico mostram que humanos chegaram no Brasil antes do imaginado

The post Descoberta de sítio arqueológico no Maranhão pode reescrever história do Brasil appeared first on Giz Brasil.

]]>
Era apenas um procedimento comum antes do início de uma grande obra. Uma construtora brasileira contratou uma empresa de arqueologia para realizar um estudo de impacto no terreno de seu próximo prédio em São Luís, capital do Maranhão. 

Mas, diferente do comum, os arqueólogos encontraram no local ossos e resquícios humanos que indicam que eles chegaram ao Brasil ao menos 1.400 anos antes do que se pensava. No total, eles acharam 43 esqueletos humanos e mais de 100 mil artefatos, de acordo com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

O que se sabe até agora

Desde a década de 1970, pesquisadores já analisaram vestígios encontrados na Fazenda Rosane, local onde fica o sítio arqueológico. Por exemplo, em 1991, encontraram parte de uma mandíbula humana. No entanto, não sabiam a magnitude dos artefatos presentes no lugar.

Na escavação recente, que teve início em 2019 e segue até hoje, pesquisadores encontraram uma série de ferramentas de pedra, cacos de cerâmica, conchas decoradas e ossos. De acordo com o arqueólogo líder da pesquisa, Welington Lage, em entrevista à CBS, são quatro eras distintas de ocupação no local.

A camada superior foi deixada pelo povo Tupinambá. Eles já habitavam a região quando os colonizadores fundaram a cidade de São Luís, em 1612. Em seguida, vem uma camada de sambaqui.

Em geral, sambaqui é um sítio arqueológico litorâneo, com formações de conchas, moluscos, sementes, ossos de animais pequenos e outros sedimentos. Então, cerca de dois metros abaixo da superfície, fica mais uma camada, repleta de cerâmica rudimentar que data de oito a nove mil anos atrás.

Essa informação mostra que os humanos habitaram a região – e muito provavelmente, o restante do Brasil – muito antes do que o imaginado. Até agora, o pré-sambaqui mais antigo já documentado remonta a 6.600 anos atrás.

Próximos passos

Depois de quatro anos de escavações, a pesquisa ainda segue firme, com uma equipe que inclui arqueólogos, químicos, um historiador e um cineasta documentarista. De acordo com o Iphan, o sítio já foi cadastrado e está protegido pela lei 3.924/61

Além disso, o instituto brasileiro também exigiu “garantia financeira do empreendedor para a pesquisa e para a instituição de guarda e manutenção dos artefatos encontrados”. Em comunicado, o órgão afirmou que o sítio arqueológico representa um marco em nossa compreensão do Brasil pré-histórico.

Além disso, as descobertas também chamam a atenção da comunidade científica nacional. Agora, os pesquisadores agora planejam catalogar os artefatos, analisá-los em detalhes, exibi-los e publicar seus resultados. 

O Iphan também encarregou a Instituição de Guarda da UFMA (Universidade Federal do Maranhão) como responsável. Mas, diante do alto volume de peças, um novo laboratório está em construção. “Estamos trabalhando há quatro anos e mal arranhamos a superfície”, disse Lage à CBS.

The post Descoberta de sítio arqueológico no Maranhão pode reescrever história do Brasil appeared first on Giz Brasil.

]]>
???? ???? ???? ??? ?? //emiaow553.com/pesquisadores-brasileiros-recriam-perfume-caracteristico-de-cleopatra/ Wed, 08 Nov 2023 16:14:03 +0000 /?p=531182 Cleópatra governou o Egito de 51 a.C a 30 a.C e seu perfume era um dos mais famosos e exclusivos do antigo Egito

The post Pesquisadores brasileiros recriam perfume característico de Cleópatra appeared first on Giz Brasil.

]]>
Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) resolveram recriar o perfume usado por Cleópatra, a icônica rainha do Egito. O projeto foi conduzido pela equipe do laboratório Quimidex, grupo de extensão e pesquisa vinculado ao Departamento de Química da universidade brasileira.

Cientistas alemães foram os primeiros a recuperar a receita do perfume. Eles publicaram a fórmula em um artigo científico em 2021, sob o nome de “Eau de Cleopatra”. O perfume usava canela, óleo de balanos, resinas e mirra na sua composição.

A rainha que governou o Egito de 51 a.C a 30 a.C é considerada uma das mulheres mais importantes da antiguidade. Assim, o perfume dela era um dos mais famosos e exclusivos do antigo Egito.

Agora recriada, a fragrância está em exposição no campus universitário, localizado na capital Florianópolis. Na visita interativa, integrantes do laboratório explicam, por exemplo, desde a história das fragrâncias até processos químicos que levaram à extração de óleos essenciais.

De Cleópatra à inteligência artificial

Com origem no latim, a palavra “perfume’ significa fumaça e está associada à descoberta do fogo. Na época, os povos antigos queimavam vegetais perfumados para fazer homenagens aos deuses.

No entanto, os aromas não ficaram restritos aos rituais religiosos. No Egito, há cerca de 3 mil anos antes de Cristo, fragrâncias se popularizaram para uso pessoal na forma de águas perfumadas, óleos essenciais e incensos.

Além disso, os gregos aperfeiçoaram a arte da perfumaria com novas técnicas de extração. Hoje em dia, marcas estão usando, até mesmo, a inteligência artificial para criar novas fragâncias.

“Empresas têm usado essa ferramenta para encontrar tendências e novas combinações de notas que perfumistas às vezes não pensam? explica Anelise Regiani, professora do curso de Química da UFSC e uma das coordenadoras do Quimidex.

Mas, embora seja de uso constante nas casas de perfumaria, a inteligência artificial não substitui o trabalho humano. “No final, tudo passa pelo nariz do perfumista? diz Regiani.

The post Pesquisadores brasileiros recriam perfume característico de Cleópatra appeared first on Giz Brasil.

]]>
??????????? //emiaow553.com/sequestro-do-voo-375-novo-filme-relembra-o-11-de-setembro-brasileiro/ Mon, 06 Nov 2023 20:53:08 +0000 /?p=530739 Longa nacional estreia em dezembro e é baseado em história real. Sequestrador queria arremessar um avião no Palácio do Planalto, em Brasília

The post “Sequestro do Voo 375? novo filme relembra o ?1 de setembro brasileiro” appeared first on Giz Brasil.

]]>
O filme nacional “Sequestro do Voo 375?— com estreia prevista para o próximo mês de dezembro — mostrará nas telonas um sequestro aéreo frustrado que ocorreu no Brasil no ano de 1988. O incidente entrou para a história da aviação do país e tem semelhanças com o famigerado 11 de setembro, quando ocorreu um ataque terrorista contra os edifícios do World Trade Center e do Pentágono, nos Estados Unidos, 13 anos depois.

Baseado em uma história real, o novo longa “Sequestro do Voo 375?conta a tentativa de um homem desempregado chamado Nonato ?no filme, interpretado por Jorge Paz ?de tomar o avião do voo nº 375 da Vasp (Viação Aérea São Paulo) e derrubá-lo em Brasília. Aliás, o alvo era especificamente o Palácio do Planalto.

Segundo a sinopse oficial, Nonato estava descontente com a situação política e econômica do país em 1988, em pleno governo do presidente José Sarney, e que acabava de voltar à democracia após 21 anos de ditadura militar.

Por isso, coube ao piloto Murilo (interpretado por Danilo Grangheia) literalmente lutar para que o avião, um Boeing 737-300, não fosse derrubado.

“Para evitar a tragédia, o piloto acaba sendo obrigado a executar manobras que jamais haviam sido tentadas com um avião daquele tamanho. Um filme de ação eletrizante, cheio de acontecimentos inacreditáveis – mesmo sendo uma história real? diz a sinopse do Estúdio Escarlate.

O filme estreia no próximo dia 7 de dezembro nos cinemas. Confira o trailer:

 

História de cinema, mas foi real

Segundo o jornal britânico The Guardian, Raimundo Nonato Alves da Conceição escondia um revólver calibre 32 e munição na mochila durante o voo.

O avião partiu de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro no dia 29 de setembro, transportando 98 passageiros, além de 7 tripulantes. O homem invadiu a cabine, matou o copiloto Salvador Evangelista e anunciou o plano. Por outro lado, o comandante Murilo teria se engasgado com o susto e empreendeu uma luta para manter o avião nos ares.

Inclusive, o momento foi pouco antes da chegada ao Rio de Janeiro.  Contudo, o piloto decidiu fazer manobras como um giro de 360 ​​graus em torno do eixo longitudinal do Boeing, seguido de um mergulho em espiral, de acordo com o jornal.

Em 2018, em entrevista ao Canal ASA no YouTube, o piloto comentou que estava sem combustível e decidiu arriscar as manobras ?que não são recomendadas para o modelo que dirigia (veja o vídeo abaixo).

“Conforme ele foi dando os tiros, eu coloquei o código de sequestro no transponder. Eu já estava subindo. Eu saí com combustível de Confis para o Galeão alternando Guarulhos. Não era muito combustível. Subi até o teto do avião que era 370 pés, 37 mil pés, e reduzi um pouco a velocidade? contou.

Em Brasília, por sua vez, as autoridades já tinham recebido a informação do sequestro. Fernando Murilo decidiu enganar Nonato colocando o avião em cima de uma nuvem.

“Eu estava completamente sem combustível, então pensei que, como vou morrer de qualquer maneira, vou tentar fazer algo para me salvar e salvar a todos? disse.

Fernando Murilo morreu em 2020

O comandante, falecido há 3 anos, fez um pouso de emergência em Goiânia. Nonato foi baleado e levado ao hospital, morrendo três dias depois. Na época, a polêmica certidão de óbito do sequestrador indicou a causa da morte como infecção generalizada.

O diretor do filme, Marcus Baldini, disse ao The Guardian que os atores vomitaram ao refazer as cenas das manobras. Ele diz ainda que o filme é uma homenagem ao comandante Murilo.

“Como é que tivemos um episódio como esse ?um 11 de setembro brasileiro ?e ninguém sabe o que aconteceu? É surpreendente. É uma história impressionante ?e penso que este tipo de curiosidade atrairá as pessoas aos cinemas? disse ele.

De acordo com o diretor, a raiva diante da situação do país na época está personificado na trama do filme. “Foi uma das coisas que me ajudou a entender a mentalidade dos personagens?esse sentimento de esperança e abandono? disse.

“O Sequestro do Voo 375?tem direção de Marcus Baldini e roteiro de Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque.

The post “Sequestro do Voo 375? novo filme relembra o ?1 de setembro brasileiro” appeared first on Giz Brasil.

]]>
?? ????? ?????? ?? //emiaow553.com/plataforma-digital-traca-conexoes-culturais-entre-paises-do-atlantico/ Sun, 22 Oct 2023 13:04:27 +0000 /?p=525846 Artigos abordam temas que vão da música à diplomacia a partir do final do século XVIII

The post Plataforma digital traça conexões culturais entre países do Atlântico appeared first on Giz Brasil.

]]>
Texto: Juliana Vaz/Revista Pesquisa Fapesp

Na Nigéria do final dos anos 1980, os leitores de histórias em quadrinhos se depararam com um super-herói diferente. Vestindo um uniforme verde, com o mapa do continente africano estampado na altura do peito, além de uma capa voadora movida a energia solar, o Capitão África era um empresário negro, urbanizado e bem-sucedido, que se transformava em super-herói para cumprir sua nobre missão de lutar contra as forças do mal. A personagem foi criada pelo desenhista ganense Andy Akman em resposta a uma série televisiva norte-americana da década de 1950, As aventuras do Capitão África, protagonizada por um ator branco enviado do outro lado do Atlântico para combater crimes no continente africano. Com seu próprio Capitão África, Akman aproveitava para criticar quadrinhos de teor imperialista como Tarzan O Fantasma, que narravam peripécias de homens brancos em meio a figurantes negros na selva africana.

Esses e outros casos de intercâmbio cultural entre países do espaço atlântico, situados na África, América e Europa, estão reunidos na plataforma digital Transatlantic cultures, projeto franco-brasileiro de livre acesso desenvolvido pelas Universidade de São Paulo (USP), Universidade Paris-Saclay e Universidade Sorbonne Nouvelle. Os artigos são assinados, em sua maior parte, por autores do Brasil e da França, mas há também colaboradores dos Estados Unidos e de outros países da América Latina e da Europa. Por ora, a África é representada pelo historiador senegalês Moustapha Sall, da Universidade Cheikh Anta Diop, que compôs o comitê editorial do projeto, e africanistas em outros pontos do Atlântico.

O site, disponível para consulta desde o ano passado, contou com financiamento da FAPESP e da Agence Nationale de la Recherche (ANR). Sua meta é tratar da história do espaço atlântico entre o final do século XVIII até os dias atuais por meio de artigos sobre música, cinema, edição, diplomacia, entre outras temáticas. “Queremos ampliar o escopo da história atlântica, que ainda permanece muito ligada ao estudo do período colonial e do Atlântico Norte? conta a Pesquisa FAPESP Anaïs Fléchet, professora da Université de Versailles-Saint-Quentin-en-Yvelines, na França, e uma das idealizadoras da plataforma. “No projeto buscamos entender esse espaço atlântico como um laboratório da globalização cultural que estamos vivendo no mundo de hoje.?/p>

Em sentido horário, cena do filme Sambizanga, de Sarah Maldoror; exemplar de história em quadrinhos protagonizada pelo Capitão África; cena do longa-metragem O leão de sete cabeças, de Glauber Rocha; capa do disco Gilberto Gil, lançado em 1971 pelo músico baiano durante exílio em Londres

Em sentido horário, cena do filme Sambizanga, de Sarah Maldoror; exemplar de história em quadrinhos protagonizada pelo Capitão África; cena do longa-metragem O leão de sete cabeças, de Glauber Rocha; capa do disco Gilberto Gil, lançado em 1971 pelo músico baiano durante exílio em Londres. Imagem: Transatlantic-cultures.org; Mubi; Wikipedia

Uma das histórias marcadas pela travessia do “mar de Atlas?é a de Sarah Maldoror (1929-2020), pioneira do cinema africano. A mãe da cineasta era francesa e o pai, de Guadalupe, no Caribe, mas, como informa a plataforma, não é possível precisar a nacionalidade de Maldoror. Sabe-se, contudo, que começou a carreira artística no teatro francês e foi uma das primeiras diretoras de cinema a retratar a luta anticolonial na África. Seu longa-metragem mais conhecido é Sambizanga (1972), inspirado no livro A vida verdadeira de Domingos Xavier (1961), do escritor luso-angolano José Luandino Vieira. O filme de ficção aborda o processo de independência de Angola contra as forças coloniais portuguesas por meio de três linhas narrativas: a tortura e a morte do tratorista Domingos Xavier, acusado de pertencer a um grupo político de oposição ao regime; a busca da mulher, Maria, pelo marido em prisões de Luanda; e a articulação da organização clandestina para tentar resgatar o preso.

“Apesar de não ter nascido na África, Sarah Maldoror é uma figura fundamental para se refletir sobre o cinema daquele continente? comenta o historiador Eduardo Morettin, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e responsável pelo bloco sobre cinema da plataforma. “Nos filmes, ela costuma conjugar ativismo, protagonismo feminino e rigor estético.?Dos anos 1960 a 2000, a diretora rodou mais de 40 títulos para cinema e televisão, inclusive na América Latina, sendo a maioria documentários de curta-metragem. Um traço marcante em sua obra é a conexão com a literatura. Amiga de intelectuais como Aimé Césaire (1913-2008), Maldoror fez do poeta martinicano e militante da negritude o tema central de alguns de seus filmes, entre os quais o documentário Aimé Césaire, le masque des mots (1987).

Mesmo as trajetórias de personalidades mais conhecidas, como Glauber Rocha (1938-1981), ganham nova luz ao serem analisadas em sua dimensão transatlântica. De trajetória nômade, com passagem por lugares como Cuba, Itália, França e Portugal, o cineasta baiano sempre teve como foco principal a experiência histórica brasileira. Com o passar dos anos sua proposta cinematográfica se expandiu em termos geográficos. “Glauber foi muito impactado pelo pensamento do martinicano Frantz Fanon [1925-1961], um dos intelectuais que nos anos 1950 e 1960 questionaram o processo de colonização? diz o historiador. “E, graças a essa influência, Glauber passou a pensar o cinema como uma forma de integrar os países em desenvolvimento.?Segundo Morettin, na abertura do filme Terra em transe (1967), o cineasta faz referência à questão afro-atlântica ao mostrar imagens aéreas do oceano embaladas pelos cantos rituais do candomblé. Mais tarde, essa ideia seria materializada de forma mais concreta no longa O leão de sete cabeças (1970), rodado na África, cujo enredo fala de um país em revolução contra a opressão colonial.

Na seção dedicada à música, outro artista baiano se destaca como mediador cultural transatlântico: Gilberto Gil. O artigo escrito por Fléchet sobre o cantor e compositor aponta o exílio em Londres, iniciado em 1969, durante a ditadura militar brasileira (1964-1985), como sua porta de entrada para o Atlântico negro. É na Inglaterra que ele descobre o reggae e se interessa por ritmos afro-brasileiros. Ao retornar para Salvador, em 1972, o músico se aproximaria de blocos do Carnaval baiano, como Filhos de Gandhi. “A passagem por Londres foi importante para conectar Gil com a África? afirma Fléchet. “Ele não se descobre negro na Europa, mas foi lá que começa a prestar atenção na identidade racial. Quando volta ao Brasil, seu olhar sobre o continente africano era outro. A viagem a Lagos [Nigéria], em 1977, foi outra experiência que modificou sua perspectiva a respeito da África.?/p>

A plataforma continua sendo atualizada e até o momento conta com mais de 130 artigos, que podem ser buscados por tema, região ou período histórico. Os textos estão disponíveis em ao menos um dos quatro idiomas: inglês, francês, português e espanhol. Para Gabriela Pellegrino Soares, professora de história latino-americana da USP e uma das coordenadoras do projeto, o formato digital e multilíngue facilita o acesso e encoraja perspectivas descentralizadas. “Cada vez mais a história da modernidade vem sendo analisada como resultado de um processo policêntrico, que não contou apenas com o protagonismo da Europa? afirma a historiadora.

Projeto 
Dicionário de História Cultural Transatlântica, séculos XVIII-XXI (Transcultur@) (nº 15/50187-5); Modalidade Auxílio à Pesquisa ?Regular; Pesquisadora responsável Gabriela Pellegrino Soares (USP); Investimento R$ 112.703,30.

The post Plataforma digital traça conexões culturais entre países do Atlântico appeared first on Giz Brasil.

]]>
?????? ???? Archives??????? //emiaow553.com/cometa-que-caiu-na-terra-ha-12-mil-anos-alterou-vida-em-vila-na-siria-diz-estudo/ Mon, 09 Oct 2023 17:19:53 +0000 /?p=524350 Segundo registros, impacto do cometa mudou hábitos alimentares e clima na região da vila no Oriente Médio. Hoje, local está submerso

The post Cometa que caiu na Terra há 12 mil anos alterou vida em vila na Síria, diz estudo appeared first on Giz Brasil.

]]>
Há cerca de 12 mil anos, uma vila no Norte da Síria viu sua vida mudar drasticamente. O motivo? O impacto de um cometa na atmosfera da Terra.

Um novo estudo publicado na revista Airbursts and Cratering Impacts buscou compreender os efeitos desse fenômeno no cotidiano dos habitantes da região. 

“Com base nas análises atuais, este seria o exemplo mais antigo de um assentamento humano afetado catastroficamente por um evento de impacto cósmico“, escrevem os pesquisadores no novo estudo.

O cometa

Hoje, a vila pré-histórica de Abu Hureyra está submersa no reservatório do Lago Assad. No entanto, vivia ali uma comunidade que tinha como base de sobrevivência a prática da caça.

Então, aproximadamente 12 mil anos atrás, a Terra colidiu com fragmentos de um corpo espacial gelado e desintegrado. Segundo os pesquisadores, esses objetos têm uma natureza dual: parecem asteroides, mas deixam uma cauda de gás e poeira em seu rastro, como cometas.

O incidente teria causado uma explosão na atmosfera terrestre, lançando ondas de choque intensas sobre a vila e cobrindo a região de poeira. Isso bloqueou a luz solar e desencadeou um período de inverno.

Como o impacto do cometa foi uma explosão no ar, não há crateras no solo. Contudo, a equipe investigou o acontecido através de materiais escavados da vila na década de 1970.

A vida na vila antes e depois do impacto

Segundo registros, a população que vivia na vila Abu Hureyra consumia frutas selvagens, bagas e leguminosas, além da caça.

Em geral, os registros indicam que a dieta desta comunidade mudou após o impacto do cometa. Pesquisadores encontraram evidências de que eles passaram a comer grãos e lentilhas, resultado de experimentações na agricultura.

Além disso, a região também testemunhou um aumento nas culturas resistentes à seca, refletindo uma transição de um clima ameno para um clima muito mais seco.

Ainda de acordo com os pesquisadores, as evidências encontradas na escavação deixam claras evidências dessa mudança de hábitos, mensurando as consequências da explosão do cometa no local.

Assine a newsletter do Giz Brasil

The post Cometa que caiu na Terra há 12 mil anos alterou vida em vila na Síria, diz estudo appeared first on Giz Brasil.

]]>
???????? ????????????? //emiaow553.com/papiro-aponta-que-egipcios-ja-praticavam-aborto-ha-mais-de-3-mil-anos/ Mon, 25 Sep 2023 23:09:30 +0000 /?p=521197 O pergaminho é uma das mais antigas compilações de textos médicos já encontrada, e foi escrito em cerca de 1550 a.C.

The post Papiro aponta que egípcios já praticavam aborto há mais de 3 mil anos appeared first on Giz Brasil.

]]>
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Rosa Weber, votou, na última sexta-feira (22), pela descriminalização do aborto) até a 12ª semana de gestação. A decisão é importante, já que uma em cada sete brasileiras de 40 anos já interrompeu ao menos uma gestação.

O julgamento foi suspenso temporariamente por pedido do ministro Luís Roberto Barroso para análise presencial do plenário, ainda sem data. Mas, antes deste ano, em 2018, uma audiência pública já discutiu o tema no STF.

Ainda que seja um assunto atual na discussão dos direitos das mulheres em vários países ocidentais, o aborto é uma prática antiga, conhecida no Egito há mais de 3 mil anos. Segundo o website acadêmico The Conversation, o papiro egípcio Ebers é tido como uma das primeiras evidências escritas da interrupção voluntária da gravidez.

O pergaminho é uma das mais antigas compilações de textos médicos, datado de cerca de 1550 a.C. Ele contém fórmulas e remédios para curar dores e doenças, livrar a casa de pragas, bem como uma descrição precisa do sistema circulatório.

O documento foi adquirido pelo egiptólogo e romancista alemão George Maurice Ebers, em 1873, de acordo com a enciclopédia Britannica.

O que o papiro diz sobre o aborto?

O Ebers descreve a prática do aborto, dizendo que “a mulher esvazia o concebido no primeiro, segundo ou terceiro período”. Além disso, recomenda o uso de ervas, duchas vaginais e supositórios. Métodos semelhantes de indução ao aborto também foram registrados, mas não recomendados, pelo médico Hipócrates, por volta do século 4 a.C..

O The Conversation ainda aponta que práticas antigas registradas também poderiam servir para corrigir irregularidades menstruais, e não só interromper uma gravidez. Isso porque nem todos os registros sobre aborto mencionam diretamente o termo.

No entanto, receitas de “abortivos” estavam presentes em textos médicos como os da freira alemã Hildegard von Bingen, em 1150. As civilizações do Antigo Egito também usavam maconha para tratar doenças. Saiba mais no Giz Brasil.

The post Papiro aponta que egípcios já praticavam aborto há mais de 3 mil anos appeared first on Giz Brasil.

]]>
??????? ????? ??- ???? ????? //emiaow553.com/brinquedo-radioativo-em-1950-empresa-criou-mini-laboratorio-de-energia-atomica/ Sun, 10 Sep 2023 16:45:15 +0000 /?p=514024 Mini laboratório de energia atômica vinha com urânio. Ele é considerado um dos brinquedos mais perigosos de todos os tempos

The post Brinquedo radioativo: em 1950, empresa criou mini laboratório de energia atômica appeared first on Giz Brasil.

]]>
Depois de assistir o filme “Oppenheimer” (2023), talvez você ache absurdo um brinquedo infantil que ensina sobre energia nuclear. Imagine, então, um kit para crianças que simula um laboratório de energia atômica com materiais radioativos? Na década de 1950, uma empresa teve essa ideia e vendeu esse brinquedo, considerado um dos mais perigosos de todos os tempos.

O “Laboratório de Energia Atômica Gilbert U-238” (Gilbert U-238 Atomic Energy Lab) fez sucesso na época. A iniciativa foi da A. C. Gilbert Company, empresa norte-americana que já foi uma das maiores fabricantes de brinquedos do mundo, antes de fechar as portas no final da década de 1960.

Laboratório de Energia Atômica Gilbert U-238. Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

Brinquedo emitia radiação

O nome U-238 faz referência ao Urânio 238, o isótopo estável do urânio, que não causa reações nucleares. Mesmo assim, ele emite radiação; ou seja, a brincadeira com certeza oferecia perigos às crianças. O conjunto tinha amostras de urânio e outros materiais radioativos.

O kit vinha com quatro amostras de urânio, além de itens como um eletroscópio, usado para identificar a presença de carga elétrica em objetos, e um contador Geiger, que mede radiação. Além disso, possuía outros tipos de metais com baixa radiação, como o chumbo, o rutênio e o zinco.

Em 1952, a empresa substituiu o produto por outro kit de energia atômica, que tinha menos urânio. Mas a grande preocupação era o valor alto, e não o perigo – na época, cada unidade do kit custava US$ 50.

 

 

Hoje, existem cerca de 500 kits do Gilbert U-238 Atomic Energy Lab espalhados pelo mundo. O brinquedo é considerado relativamente seguro, desde que os pequenos compartimentos com materiais radioativos não fossem rompidos.

Segundo o Museu da Radiação e Radioatividade, que fica no Tennessee, nos EUA, o brinquedo não foi primeiro produto “atômico” para crianças, mas foi o kit mais elaborado já comercializado.

Assine a newsletter do Giz Brasil

The post Brinquedo radioativo: em 1950, empresa criou mini laboratório de energia atômica appeared first on Giz Brasil.

]]>
?????????, ???, ????????????? //emiaow553.com/pegadas-sugerem-que-humanos-usavam-sapatos-ha-148-mil-anos/ Fri, 01 Sep 2023 20:29:23 +0000 /?p=516140 Encontradas na África do Sul, as pegadas são arredondadas e não marcam os dedos dos pés, o que indica uso de sapato na Idade da Pedra Média

The post Pegadas na África do Sul sugerem que humanos usavam sapatos há 148 mil anos appeared first on Giz Brasil.

]]>
Quando surgiram os sapatos? E desde quando passaram a fazer parte do vestuário dos humanos? Uma nova pesquisa publicada na revista Ichnos nos deixou mais perto de encontrar a resposta.

Nela, cientistas analisaram pegadas em um local chamado Kleinkrantz que devem ter entre 79 mil e 148 mil anos. Elas chamaram a atenção porque as marcas estão bem preservadas e não mostram indícios de dedos dos pés.

Pelo contrário: elas exibem “extremidades anteriores arredondadas, margens nítidas e possíveis evidências de pontos de fixação de correias”, como relatado no estudo.

Além disso, as pegadas têm dimensões amplamente consistentes com as das pegadas de hominídeos, o que descarta a possibilidade de serem de algum animal. 

Outras marcas semelhantes já haviam sido encontradas em Goukamma e o The Woody Cape, no Parque Nacional dos Elefantes de Addo, também na África do Sul. Elas datam de 73 mil a 136 mil anos atrás.

Hipótese à prova

Para testar essa suposição, os pesquisadores fizeram suas próprias pegadas. Eles utilizaram sandálias que se assemelham a dois pares de sapatos usados historicamente pelos povos indígenas San, do sul da África. 

No experimento, o sapato com solado rígido encontrou a areia úmida e deixou pegadas com bordas nítidas. 

Não havia impressões digitais dos dedos dos pés, mas era possível ver as marcas de onde as tiras de couro se encontravam com a sola – exatamente como as marcações em Kleinkrantz.

“Embora não consideremos a evidência conclusiva, interpretamos os três locais como sugerindo a presença de fabricantes de pegadas hominídeas calçadas com sandálias de solado rígido”, escrevem os pesquisadores no artigo. 

Ainda assim, a descoberta deve ser mais investigada. Até hoje, nenhum sapato da Idade da Pedra Média foi encontrado – qualquer sandália de couro desse período teria se decomposto há muito tempo.

E por que usar sapatos ali, naquela época?

De acordo com os pesquisadores, a região oferece riscos: na coleta de alimentos, por exemplo, os povos indígenas tinham que subir em pedras afiadas. Além deste, outro risco também era pisar em ouriços-do-mar.

“No [Período da Idade da Pedra Média], um ferimento significativo no pé poderia ter sido uma sentença de morte”, afirmam os autores do estudo. Nesse cenário, os sapatos teriam sido um salva-vidas.

Assine a newsletter do Giz Brasil

The post Pegadas na África do Sul sugerem que humanos usavam sapatos há 148 mil anos appeared first on Giz Brasil.

]]>