??? ??? ?????? ???? ??????????? / Vida digital para pessoas Thu, 05 Sep 2024 14:18:44 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png ????? ??? Archives??? ??- ??? ??? / 32 32 ?? ?????? ????? ??? //emiaow553.com/exercicio-aerobico-a-noite-traz-mais-beneficios-para-idosos-hipertensos-do-que-o-realizado-pela-manha/ Thu, 05 Sep 2024 15:33:13 +0000 //emiaow553.com/?p=590605 Conclusão é de estudo conduzido na USP com 23 voluntários. Dados mostram que apenas treino noturno regulou a chamada sensibilidade barorreflexa ?mecanismo que compensa mudanças bruscas da pressão arterial

The post Exercício aeróbico à noite traz mais benefícios para idosos hipertensos do que o realizado pela manhã appeared first on Giz Brasil.

]]>
Texto: Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP

A prática de exercício aeróbico no período noturno trouxe mais benefícios para a regulação da pressão arterial de idosos hipertensos do que os treinos realizados pela manhã. Estudo conduzido na Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP) identificou que o motivo está relacionado à melhor regulação de um mecanismo que compensa mudanças bruscas da pressão arterial conhecido como sensibilidade barorreflexa.

“Existem múltiplos mecanismos para regular a pressão arterial e, embora o treino matinal tenha trazido benefícios, foi apenas o noturno que conferiu avanço no controle da pressão arterial de curto prazo ?melhorando a sensibilidade barorreflexa. Isso é importante, pois, além de o controle barorreflexo desencadear efeitos positivos no controle da pressão arterial, não existe medicamento disponível para a modulação desse mecanismo? conta à Agência FAPESP Leandro Campos de Brito, autor do artigo publicado em The Journal of Physiology.

O trabalho é fruto do projeto de pós-doutorado de Brito, apoiado pela FAPESP e supervisionado pela professora da EEFE-USP Cláudia Lúcia de Moraes Forjaz.

No experimento, 23 pacientes diagnosticados e medicados para hipertensão foram divididos em dois grupos: treinamento matutino ou noturno. Ao longo de dez semanas, ambos realizaram treinos de 45 minutos de bicicleta ergométrica na intensidade moderada, três vezes na semana.

Foram analisados parâmetros cardiovasculares importantes, como as pressões arteriais sistólica e diastólica (pressão sanguínea nos vasos) e a frequência cardíaca (batimentos do coração), após dez minutos de repouso. Os dados foram coletados antes e pelo menos três dias depois de os voluntários completarem as dez semanas de treinamento.

Além disso, os pesquisadores monitoraram mecanismos do sistema nervoso autonômico ?que funciona de modo involuntário, controlando os batimentos cardíacos e a pressão arterial, por exemplo ? como a atividade nervosa simpática muscular (que regula o fluxo sanguíneo periférico por meio da contração ou relaxamento dos vasos no tecido muscular) e a sensibilidade barorreflexa simpática (avaliação do controle da pressão arterial via alterações da atividade simpática muscular).

Aqueles que treinaram à noite apresentaram melhora nos quatro quesitos analisados: pressão arterial sistólica e diastólica, sensibilidade barorreflexa simpática e atividade nervosa simpática muscular. Já os que treinaram no período da manhã não tiveram redução na atividade nervosa simpática muscular, nem melhora na pressão arterial sistólica e tampouco na sensibilidade barorreflexa simpática.

“O treinamento à noite foi mais efetivo em promover melhora autonômica cardiovascular e redução da pressão arterial. Isso pode ser parcialmente explicado por meio da melhora da sensibilidade barorreflexa e da redução da atividade nervosa simpática muscular, que foram maiores durante à noite. Por enquanto, sabemos apenas que o controle barorreflexo é definidor ?pelo menos do ponto de vista cardiovascular ?para os treinos noturnos serem mais benéficos que os matutinos, pois é ele que desencadeia os demais benefícios analisados. No entanto, ainda precisamos avançar muito nesse entendimento? explica Brito, que atualmente é professor no Oregon Institute of Occupational Health Sciences da Oregon Health & Science University, nos Estados Unidos, e segue investigando a questão por meio de estudos sobre o ritmo circadiano.

O pesquisador ressalta que o controle barorreflexo faz a regulação a cada batimento cardíaco e controla a atividade autonômica do organismo. “?um mecanismo que está atrelado a fibras sensíveis, a deformações das paredes das artérias, que ficam em locais específicos, como o arco aórtico e o corpo carotídeo. Dessa forma, quando a pressão cai, essa região manda uma informação para a área do cérebro que controla o sistema nervoso autonômico, que por sua vez manda uma informação de volta ao coração para que ele bata mais rápido e às artérias para que elas contraiam mais fortemente. Caso a pressão aumente, ele manda a informação para o coração bater de forma mais fraca e às artérias para contraírem menos, modulando assim a pressão arterial batimento por batimento? explica.

Em estudo anterior, o grupo de pesquisadores da USP demonstrou que o treinamento aeróbico realizado à noite induz maior diminuição da pressão arterial que o treinamento matinal em homens hipertensos (leia mais em: agencia.fapesp.br/34212).

Em outro trabalho, a resposta mais efetiva do treinamento noturno na diminuição da pressão arterial também foi acompanhada por uma maior diminuição da resistência vascular sistêmica e da variabilidade da pressão arterial sistólica (leia mais em: agencia.fapesp.br/36989).

“A replicação de resultados obtidos em estudos anteriores e em diferentes grupos de pacientes com hipertensão, associada ao emprego de técnicas mais precisas para avaliar os principais desfechos, fortalece nosso entendimento para um maior benefício autonômico do exercício aeróbico realizado à noite em pacientes com hipertensão. Isso pode ser particularmente importante para indivíduos resistentes ao tratamento medicamentoso? diz.

O artigo Evening but not morning aerobic training improves sympathetic activity and baroreflex sensitivity in elderly patients with treated hypertension pode ser lido em: //physoc.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1113/JP285966#support-information-section.

The post Exercício aeróbico à noite traz mais benefícios para idosos hipertensos do que o realizado pela manhã appeared first on Giz Brasil.

]]>
???? ??? ??? ??? ??? | ????- ??? ??? //emiaow553.com/novo-aplicativo-pode-facilitar-o-diagnostico-de-hipertensao-e-diabetes-em-areas-remotas/ Wed, 14 Aug 2024 19:51:36 +0000 //emiaow553.com/?p=585786 Criado por uma equipe multidisciplinar, sistema foi testado e aprovado por profissionais de unidades de saúde de municípios do Vale do Mucuri (MG)

The post Novo aplicativo pode facilitar o diagnóstico de hipertensão e diabetes em áreas remotas appeared first on Giz Brasil.

]]>
Texto: Agência Bori

Highlights

  • Estudo de pesquisadores do Sudeste e Sul desenvolveu e testou em unidades de atenção primária de saúde aplicativo para diagnóstico de hipertensão e diabetes
  • Tecnologia identifica pacientes em risco de desenvolver essas doenças e direciona para próximas etapas de diagnóstico
  • Sistema pode aprimorar tomadas de decisão de profissionais da saúde na rede pública, em regiões com acesso limitado aos serviços de saúde

Um aplicativo para profissionais de saúde para dispositivos móveis, como celulares e tablets, pode tornar o diagnóstico de hipertensão e diabetes mais eficiente, preciso e rápido. Desenvolvida e testada em um estudo do Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e o Instituto de Avaliação de Tecnologias em Saúde (IATS), do Rio Grande do Sul, a tecnologia promete contribuir para investigações clínicas mais acessíveis e assertivas dessas doenças. Seu teste está descrito em artigo publicado na segunda (12), na revista científica “International Journal of Cardiovascular Sciences?

Chamada de Sistema de Suporte à Decisão Computadorizado para Triagem de Hipertensão e Diabetes, a tecnologia tem a capacidade de personalizar o atendimento a pacientes suspeitos de hipertensão ou diabetes. Ela monta um fluxograma de rastreamento dessas doenças a partir de dados do paciente, como peso, estatura e pressão arterial, coletados pelo médico ou enfermeiro. A partir disso, o aplicativo indica se o paciente deve ou não continuar a ser monitorado nas etapas seguintes.

Isso pode facilitar o diagnóstico e o acompanhamento de pacientes em áreas remotas. Hoje, segundo observam os pesquisadores, muitos deles acabam desassistidos por dificuldade de acesso às unidades ou baixa adesão aos cuidados de saúde.

O sistema foi criado por uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde e de tecnologia da informação, que identificou que a população do Vale do Mucuri, no nordeste de Minas Gerais, tinha pouco acesso a serviços especializados e tratamentos de saúde. Entre abril de 2017 e outubro de 2018, mais de 18 mil pacientes foram avaliados com o auxílio do aplicativo, em 34 unidades de saúde primária de dez municípios dessa região, resultando no diagnóstico de 225 casos de hipertensão ou diabetes.

A facilidade de uso do aplicativo foi um dos pontos positivos apontados pelos testes. Entre 258 profissionais de saúde que usaram o programa, 85% concordaram que o software é fácil de usar, enquanto 78% recomendariam a plataforma para seus colegas.

Para Laura Defensor Ribeiro de Melo, autora do estudo, uma das vantagens do sistema é a mobilidade. “O fato de ser um software disponível para dispositivos móveis favorece o acesso a pacientes que, por algum motivo, não podem se deslocar às unidades assistenciais? comenta. Durante os testes, o aplicativo foi eficaz nas unidades de saúde e, também, em feiras de saúde e visitas domiciliares ?mesmo sem conexão de internet.

A pesquisadora também ressalta a integração de dados como um diferencial. “O sistema é capaz de integrar informações inseridas em dispositivos distintos, facilitando o resgate de dados por diferentes profissionais durante toda a etapa do rastreamento? explica.

De acordo com Melo, ao apoiar a tomada de decisão de profissionais em relação ao diagnóstico de hipertensão ou diabetes, o aplicativo pode colaborar para melhorar a qualidade de vida desses pacientes. “O diagnóstico precoce dessas doenças, crônicas e silenciosas, permite o manejo clínico antecipado e a prevenção de complicações a longo prazo? diz. Ela salienta que tanto a hipertensão como a diabetes são fatores de risco para doenças cardiovasculares, principal causa de morte no Brasil e no mundo.

O trabalho indica que o sistema visa aprimorar a prevenção e tratamento dessas doenças na rede pública de saúde, principalmente, em áreas remotas. Ainda falta, no entanto, avaliar os benefícios financeiros da tecnologia, o que já está programado como próximo passo da pesquisa. “Para sustentar a possibilidade de agregação da plataforma aos sistemas de saúde, é crucial medir a economia orçamentária potencial decorrente do rastreamento precoce, manejo assertivo, mitigação de complicações e melhoria da qualidade de vida dos pacientes? finaliza Melo.

The post Novo aplicativo pode facilitar o diagnóstico de hipertensão e diabetes em áreas remotas appeared first on Giz Brasil.

]]>
BLOG ???????????? //emiaow553.com/cerca-de-400-mil-pessoas-morreram-em-2022-no-brasil-por-problemas-cardiovasculares/ Fri, 23 Feb 2024 23:09:31 +0000 /?p=553975 Infarto do miocárdio e diferentes formas de acidente vascular cerebral respondem por 76% dos casos

The post Cerca de 400 mil pessoas morreram em 2022 no Brasil por problemas cardiovasculares appeared first on Giz Brasil.

]]>
Texto: Felipe Floresti/Revista Pesquisa Fapesp

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil. Após uma breve perda da dianteira em 2021 para a Covid-19, que naquele ano causou 411 mil óbitos, as enfermidades do coração e do sistema circulatório retomaram a liderança. De acordo com os dados do relatório “Carga global de doenças e fatores de risco cardiovasculares?mais recente, publicado em dezembro de 2023 no Journal of the American College of Cardiology, um conjunto de 18 doenças cardiovasculares tirou a vida de aproximadamente 400 mil brasileiros em 2022, quase o equivalente ao total de mortos no pior ano da pandemia do novo coronavírus.

O relatório é parte de um estudo mais amplo chamado Carga global de doenças, ou Global burden of diseases (GBD), que envolve a participação de mais de 10 mil pesquisadores, brasileiros inclusive, e registra desde 1990 a evolução de 371 causas de morte e 88 fatores de risco relacionados a elas no mundo. Na edição de 2023 do documento sobre doenças cardiovasculares, os dados do Brasil são apresentados somados aos do Paraguai, que à época tinha 6,1 milhões de habitantes, o correspondente a cerca de 3% da população brasileira.

Nos dois países, os únicos integrantes da sub-região denominada América Latina Tropical no GBD, as doenças cardiovasculares mataram 408 mil pessoas em 2022, um aumento de 48,4% em relação às 275 mil mortes de 1990 ?no período, a população dos dois países cresceu 35,6%. No mundo todo, as mortes por doenças cardiovasculares aumentaram um pouco menos, 39,4%, passando de 12,4 milhões em 1990 para 19,8 milhões em 2022, período em que a população mundial cresceu 51%. No site do GBD é possível ver os números isolados de cada país até 2019.

Dois problemas responderam, sozinhos, pela grande maioria (76%) dos óbitos em 2022 na América Latina Tropical: o infarto do miocárdio e as diferentes formas de acidente vascular cerebral (AVC). Foram 170,5 mil óbitos pelo problema cardíaco e 138,4 mil por AVC. “Os números absolutos de morte crescem porque a população está aumentando e as pessoas estão vivendo mais? explica o médico e epidemiologista Paulo Lotufo, da Universidade de São Paulo (USP), um dos colaboradores do GBD.

Apesar da elevação no total de casos, devido ao crescimento e ao envelhecimento da população, em boa parte do mundo a situação vem melhorando e o número relativo de mortes por doenças cardiovasculares ajustados por idade, recurso estatístico que permite comparar dados de populações com estruturas etárias diferentes, encontra-se em queda nessas três décadas. No Brasil, a redução foi de 55,6%: baixou de 356 mortes por 100 mil pessoas em 1990 para 158 por 100 mil em 2022. No restante do planeta, a redução foi de 35%. Caiu de 358 óbitos por 100 mil em 1990 para 233 por 100 mil em 2022.

Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP

Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP

“Até os anos 2000, infarto e AVC competiam como principal causa de morte nos estados brasileiros. O diagnóstico e o controle da hipertensão arterial fizeram a taxa de mortalidade por AVC cair mais do que a taxa de mortes por infarto? conta a cardiologista Luisa Brant, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também colaboradora do GBD. A proporção de mortes por AVC em cada grupo de 100 mil passou de 138 em 1990 para 58 em 2019, queda de 58%. A de infarto baixou 52,5%, de 158 para 75, no mesmo período.

Embora a hipertensão seja o principal fator de risco para os dois problemas, distúrbios metabólicos como o diabetes não controlado e os níveis de colesterol elevados, frequentes na população brasileira, favorecem a ocorrência do infarto, ainda hoje a principal causa de morte em todos os estados brasileiros, explica a pesquisadora.

A melhora registrada ao longo desses 30 anos, no entanto, foi desigual. “Nos anos 2000, a mortalidade era maior nos municípios maiores e mais ricos, que concentraram as políticas de enfrentamento dos fatores de risco e a ampliação do acesso ao atendimento de emergência? conta Brant. “Conforme as cidades crescem, as pessoas passam a adotar um estilo de vida mais sedentário e o consumo de alimentos de menor qualidade. Estamos vendo uma migração dos casos dos estados do Sudeste e das grandes capitais para o Norte e o Nordeste e as cidades mais afastadas, com menos acesso aos serviços de saúde? conclui.

Apesar de a frequência de doenças cardiovasculares ser maior na população idosa, especialistas afirmam que elas não são uma característica natural do envelhecimento. Em vez disso, elas seriam consequência de danos provocados por hábitos pouco saudáveis que se acumulam ao longo dos anos. Fumar, consumir bebidas alcoólicas, dormir mal, ser sedentário, ter excesso de peso, além de não controlar o diabetes e a hipertensão, estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento dos problemas cardiovasculares.

“Um indivíduo que passa um ano com pressão alta vai ter um determinado risco de sofrer um infarto. Se ele não se cuidar de forma adequada, após 20 anos, o risco torna-se muito maior, uma vez que se soma ao envelhecimento natural das artérias e a diferentes fatores de risco e exposição, que se associam negativamente e geram danos? explica o cardiologista e pesquisador André Durães, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), outro participante do GBD. “Para que as estratégias de saúde pública surtam efeito e reduzam as mortes por problemas cardiovasculares, é preciso combater cada um dos principais fatores de risco. Para tanto, são necessárias a ampliação do acesso à atenção primária à saúde, que ainda não é universal, e a conscientização das pessoas para que tenham um estilo de vida saudável, incluindo dieta equilibrada e prática de atividade física? afirma.

Artigos científicos
MENSAH, G. A. et al. Global burden of cardiovascular diseases and risks, 1990-2022. Journal of the American College of Cardiology. dez. 2023.
MENSAH, G. A. et al. A heart-healthy and stroke-free world: Using data to inform global action. Journal of the American College of Cardiology. dez. 2023.

The post Cerca de 400 mil pessoas morreram em 2022 no Brasil por problemas cardiovasculares appeared first on Giz Brasil.

]]>
?????? ??????????????????? //emiaow553.com/alem-do-cotidiano-casais-tambem-podem-compartilhar-hipertensao-diz-estudo/ Thu, 04 Jan 2024 11:03:01 +0000 /?p=539578 Análise da pressão arterial de casais na China, EUA, Inglaterra e Índia indicou que pessoas tendem a ter hipertensão se parceiro também tiver

The post Além do cotidiano, casais também podem compartilhar hipertensão, diz estudo appeared first on Giz Brasil.

]]>
Muitas pessoas dizem por aí que, depois de passar tanto tempo juntos, os casais ficam parecidos. Mas a ciência levou essa brincadeira a sério e, surpreendentemente, descobriu que isso pode ter um fundo de verdade — mas quando o assunto é a hipertensão.

De acordo com um estudo publicado no Journal of the American Heart Association, se uma pessoa de um casal heterossexual tem pressão alta, frequentemente o outro parceiro também tem.

Entenda a pesquisa

Até então, pesquisas nesse sentido utilizaram amostras pequenas e de um único país. Então, os autores do novo estudo buscaram participantes em nações de alta e média renda. No total, um grupo de pesquisadores dos EUA analisou dados de pressão arterial para 3.989 casais nos Estados Unidos, 1.086 na Inglaterra, 6.514 na China e 22.389 na Índia.

Como resultado, a quantidade de casais em que ambos tinham hipertensão foi cerca de 47% na Inglaterra, 38% nos Estados Unidos, 21% na China e 20% na Índia. No entanto, dentro de cada país, as associações foram diferentes.

“A pressão alta é mais comum nos Estados Unidos e na Inglaterra do que na China e na Índia; no entanto, a associação entre o status de pressão arterial dos casais foi mais forte na China e na Índia do que nos Estados Unidos e na Inglaterra”, comenta Peiyi Lu, autor do estudo.

Os pesquisadores acreditam que o motivo para isso é cultural. Uma vez que na China e na Índia, há uma forte crença em permanecer juntos como família. Dessa forma, os casais muitas vezes têm os mesmos interesses, vivem no mesmo ambiente e têm hábitos semelhantes. Isso influencia a saúde um do outro.

O avanço na ciência

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a hipertensão atinge 1,28 bilhão de pessoas no mundo. Por ser uma doença crônica, informações como as do novo estudo revelam caminhos importantes para o desenvolvimento de estratégias de tratamento.

Por exemplo, as descobertas destacam o potencial de usar abordagens baseadas em casais, como o treinamento em dupla ou participação conjunta em programas de cuidado.

The post Além do cotidiano, casais também podem compartilhar hipertensão, diz estudo appeared first on Giz Brasil.

]]>
??? ????????, ????????????? //emiaow553.com/apenas-2-horas-no-transito-ja-deixa-motoristas-hipertensos-diz-estudo/ Wed, 03 Jan 2024 00:30:54 +0000 /?p=543134 Para o estudo, os participantes foram expostos à fumaça de diesel em ambientes fechados e tiveram sua pressão arterial medida

The post Apenas 2 horas no trânsito já deixa motoristas hipertensos, diz estudo appeared first on Giz Brasil.

]]>
Um estudo feito pela Universidade de Washington, nos EUA, revela que mesmo uma exposição breve à poluição do trânsito pode resultar em aumentos significativos na pressão arterial.

Publicado no Annals of Internal Medicine, o estudo foi liderado pelo médico e professor Joel Kaufman. Ele destaca que apenas duas horas no trânsito durante o horário de pico na cidade americana de Seattle foram suficientes para elevar a pressão arterial em quase 5 milímetros de mercúrio (mmHg).

E os efeitos são quase imediatos, levando alguém com níveis normais de pressão arterial a níveis elevados. Ou, para aqueles já em níveis elevados, à hipertensão estágio 1.

Esse aumento, equiparado a mudanças na dieta de baixo para alto teor de sal, tem implicações significativas no risco de ataques cardíacos e derrames quando extrapolado para a população em geral.

Como o estudo sobre hipertensão foi feito

O estudo, financiado pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA e pelos Institutos Nacionais de Saúde, incluiu testes em ambientes controlados e nas ruas.

Os participantes foram expostos à fumaça de diesel em ambientes fechados e, posteriormente, conduzidos por duas horas no trânsito de Seattle, com e sem filtragem do ar.

Surpreendentemente, os resultados indicaram aumentos semelhantes na pressão arterial tanto em ambientes fechados quanto nas ruas, destacando a necessidade de filtros mais eficientes nos veículos.

O estudo também aponta para as disparidades ambientais. Ressaltando que comunidades de baixa renda e trabalhadores têm uma probabilidade desproporcional de viver próximos às principais rodovias.

Essas áreas foram historicamente afetadas pela construção de estradas. Gerando uma discussão mais ampla sobre como o sistema rodoviário pode prejudicar aqueles cujas vidas diárias estão envoltas em poluentes do tráfego.

Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente quatro em cada cinco pessoas com pressão alta não recebem tratamento adequado. A pressão alta é a maior causadora de mortes no mundo, segundo o órgão mundial de saúde.

A condição pode causar derrames, ataques cardíacos, insuficiência cardíaca, danos renais e muitos outros problemas de saúde.

The post Apenas 2 horas no trânsito já deixa motoristas hipertensos, diz estudo appeared first on Giz Brasil.

]]>
?????? Archives??????? //emiaow553.com/dia-mundial-do-avc-como-combater-os-4-viloes-do-derrame/ Sun, 29 Oct 2023 16:04:54 +0000 /?p=528495 Responsável por grande parte das mortes no mundo, o acidente vascular cerebral também pode causar incapacitação; veja como evitar o AVC

The post Dia Mundial do AVC: como combater os 4 vilões do derrame appeared first on Giz Brasil.

]]>
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 15 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem um AVC (Acidente Vascular Cerebral) a cada ano. Destes, 5 milhões morrem e outros 5 milhões ficam permanentemente incapacitados.

De modo geral, há fatores de risco que são inevitáveis, como o envelhecimento e características genéticas. Contudo, cerca de 90% dos derrames poderiam ser evitados com pequenos cuidados no cotidiano.

No Dia Mundial do AVC, o Giz te conta como.

O que é o AVC

Um acidente vascular cerebral é uma condição causada pela interrupção do fluxo sanguíneo no cérebro, que tem como resultado a morte de células nervosas. Em geral, existem dois principais tipos de derrame.

O isquêmico é mais comum, responsável por 85% dos casos. Ele ocorre quando os vasos cerebrais entopem – o que pode acontecer pela formação de placas nas artérias cerebrais ou pelo deslocamento de um coágulo de sangue de outras áreas para o cérebro.

Já o acidente vascular hemorrágico envolve o rompimento de vasos sanguíneos, o que aumenta a pressão intracraniana. Ele acontece em 15% dos casos e tem uma alta taxa de mortalidade.

4 passos para combater o AVC

1. Acompanhe e trate sua hipertensão

A hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta, acontece quando uma pessoa tem a pressão arterial constantemente acima da média. Em geral, o saudável é que esteja na média de 12 por 8. 

Contudo, em pessoas com hipertensão, a pressão arterial pode se manter igual ou maior que 14 por 9. E isso é comum entre muitos brasileiros. No total, ao menos 25% da população do país convive esta condição, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão

Mais recentemente, a OMS lançou um relatório que contabiliza que cerca de 45% dos adultos no Brasil têm hipertensão. No entanto, apenas um terço dessas pessoas consegue controlar a doença. E é aí que está o problema.

Ter a pressão arterial constantemente elevada faz com que o coração, as artérias e os vasos sanguíneos se esforcem mais para levar sangue por todo o corpo. Esse trabalho excessivo causa danos e faz com que vasos do cérebro fiquem mais duros e estreitos, em um processo conhecido como aterosclerose. 

Dessa forma, aumenta o risco de bloqueios nos vasos sanguíneos do cérebro, o que causa o AVC. De modo geral, para cada 10 pessoas que morrem de acidente vascular cerebral, quatro poderiam ter sido salvas se a pressão arterial tivesse sido regulada, de acordo com a OMS.

Por isso é muito importante buscar acompanhamento médico. Somente assim uma pessoa consegue descobrir se tem hipertensão – já que é uma doença silenciosa – e tratá-la adequadamente.

Além do tratamento medicamentoso, também é importante evitar outros fatores que podem elevar a pressão arterial, como o hábito de fumar, o estresse, o sedentarismo, o consumo excessivo de álcool, alimentos gordurosos e cheios de sal, além do sobrepeso e da obesidade.

2. Pare de fumar

De acordo com a OMS, dois quintos das mortes por AVC de pessoas com menos de 65 estão ligadas ao tabagismo. Isso porque a fumaça do tabaco contém milhares de substâncias químicas nocivas que chegam até a corrente sanguínea.

Elas danificam as células, aumentam o risco de endurecimento das artérias e ainda tornam o sangue mais propenso à coagulação.

Dessa forma, parar de fumar é a melhor alternativa se uma pessoa quer evitar um derrame. Além de diminuir o risco do ex-fumante, abandonar o vício também reduz o perigo de acidente vascular cerebral naqueles que conviviam com a fumaça passivamente.

3. Busque uma alimentação saudável

O consumo excessivo de sal, açúcar e gorduras saturadas está ligado a um aumento no risco de acidente vascular cerebral. Por isso, o indicado é evitar alimentos ultraprocessados, como salgadinhos e bolachas recheadas, uma vez que eles costumam ser ricos nesses nutrientes.

Dessa forma, a dieta mais recomendada para a prevenção do AVC é baseada em muitos vegetais, com pequenas quantidades de carne e peixe. 

Tente consumir ao menos cinco porções de frutas, legumes e verduras a cada dia. Além disso, inclua óleos saudáveis, como castanhas e nozes, e leguminosas, como ervilhas, feijões e lentilhas.

4. Pratique exercícios físicos

Aproximadamente 1 milhão dos derrames cerebrais que acontecem ao ano estão associados à falta de atividade física. Dessa forma, exercitar-se é uma maneira simples de reduzir consideravelmente este risco.

De modo geral, uma pessoa deve tentar ser o mais ativa possível em sua vida diária. Contudo, pequenas atividades cotidianas, como caminhar por 30 minutos cinco vezes na semana, já podem reduzir o risco de acidente vascular cerebral em 25%.

The post Dia Mundial do AVC: como combater os 4 vilões do derrame appeared first on Giz Brasil.

]]>
?? ??? ??????? ?? ?????? ?? //emiaow553.com/cientistas-modificam-genes-de-bacterias-do-microbiota-intestinal-para-tratar-hipertensao/ Wed, 25 Oct 2023 23:51:23 +0000 /?p=528225 Com modificação genética, eles incentivaram camundongos a produzir proteína que reduz a pressão arterial, diminuindo a hipertensão

The post Cientistas modificam genes de bactérias da microbiota intestinal para tratar hipertensão appeared first on Giz Brasil.

]]>
Muito se fala sobre a importância de manter uma microbiota intestinal saudável e como isso reflete em todo o organismo. Agora, pesquisadores foram ainda mais a fundo no entendimento de como isso pode acontecer.

Em nova pesquisa, cientistas provaram que bactérias da microbiota que foram geneticamente modificadas podem reduzir a pressão arterial. 

O estudo, publicado na revista científica Pharmacological Research, abre novas possibilidades de utilizar a microbiota de uma pessoa para tratar sua hipertensão.

“Esta é a primeira vez que mostramos que realmente podemos fazer isso. É uma prova de princípio de que podemos usar a microbiota para produzir substâncias que melhoram mensuravelmente a nossa saúde”, afirmou Bina Joe, autora do estudo.

Contudo, a pesquisa só foi realizada em ratos de laboratório. Ainda são necessários estudos clínicos, em pessoas, para confirmar os efeitos positivos.

Entenda a pesquisa

Primeiramente, ela e outros pesquisadores modificaram geneticamente a Lactobacillus paracasei, uma bactéria benéfica da microbiota intestinal. Elas foram induzidas a produzir uma proteína chamada ACE2, que inibe o funcionamento de um hormônio chamado angiotensina II.

De modo geral, tende a elevar a pressão arterial de várias maneiras, inclusive por meio da constrição dos vasos. 

Em seguida, eles alimentaram os ratos de laboratório predispostos à hipertensão com a Lactobacillus paracasei modificada. A bactéria foi capaz de introduzir a proteína ACE2 no intestino dos animais.

Isso reduziu consideravelmente a quantidade de angiotensina II em seus organismos e, consequentemente, diminuiu sua pressão arterial.

Limitações do estudo

De acordo com o estudo, os resultados positivos foram observados apenas nas ratas fêmeas, embora não tenha havido diferença na expressão do ACE2 entre elas e os machos. 

Ainda assim, mesmo com as limitações, a pesquisa dá um passo importante entre a teoria e a prática de aproveitar as bactérias da microbiota intestinal para tratar doenças. 

“Por exemplo, se você não consegue controlar seu nível de açúcar, podemos ter uma bactéria da microbiota produzindo uma proteína que pode reduzir sua glicose no sangue? Ainda há muitas perguntas que precisam ser respondidas, mas agora sabemos que o paradigma funciona”, comenta Joe.

Assine a newsletter do Giz Brasil

The post Cientistas modificam genes de bactérias da microbiota intestinal para tratar hipertensão appeared first on Giz Brasil.

]]>
??????,??????,?????????2024?? ???? ?? ??? ??????, ?? //emiaow553.com/pressao-alta-maior-causadora-de-mortes-no-mundo-vira-alvo-da-oms/ Wed, 20 Sep 2023 16:02:59 +0000 /?p=519889 Número de pessoas que vivem com pressão alta saltou de 650 milhões para 1,3 bilhão em todo mundo, segundo dados da OMS; veja como combater

The post Pressão alta, maior causadora de mortes no mundo, vira alvo da OMS appeared first on Giz Brasil.

]]>
A OMS (Organização Mundial da Saúde) publicou seu primeiro relatório sobre os efeitos globais e devastadores da pressão alta. A organização agora mira no combate à hipertensão arterial e deu uma série de recomendações sobre como combater essa doença silenciosa.

Segundo o relatório, aproximadamente quatro em cada cinco pessoas com pressão alta não recebem tratamento adequado. No entanto, se os países conseguirem expandir a cobertura, 76 milhões de mortes poderão ser evitadas entre 2023 e 2050.

Mudanças no estilo de vida, como adotar uma dieta mais saudável, parar de fumar e ser mais ativo, podem ajudar a reduzir a pressão arterial. Além disso, algumas pessoas podem precisar de medicamentos para controlar a hipertensão de forma eficaz e evitar complicações relacionadas.

Prevenção é a chave

A prevenção, a detecção precoce e o tratamento eficaz da hipertensão estão entre as intervenções mais econômicas na área da saúde. Para a OMS, elas devem ser priorizados pelos países como parte de seu pacote nacional de benefícios de saúde oferecido no nível da atenção primária.

Assim, os benefícios econômicos de melhores programas de tratamento da hipertensão superam os custos em cerca de 18 para 1.

A hipertensão arterial afeta um em cada três adultos em todo o mundo. Assim, esta condição pode causar derrames, ataques cardíacos, insuficiência cardíaca, danos renais e muitos outros problemas de saúde.

Além disso, o número de pessoas que vivem com hipertensão dobrou entre 1990 e 2019, passando de 650 milhões para 1,3 bilhão, revelam os dados.

Embora a idade avançada e a genética possam aumentar o risco de hipertensão, fatores como uma dieta rica em sal, falta de atividade física ou consumo excessivo de álcool, também podem impactar a doença.

“A hipertensão pode ser controlada de forma eficaz com regimes de medicação simples e de baixo custo e, no entanto, apenas cerca de uma em cada cinco pessoas com hipertensão a controlam”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS em um comunicado.

“Os programas de controle da hipertensão continuam sendo negligenciados, pouco priorizados e amplamente subfinanciados. Assim, o fortalecimento do controle da hipertensão deve fazer parte da jornada de todos os países rumo ao acesso universal de saúde, com base em sistemas de saúde que funcionem bem, sejam equitativos e resilientes, construídos sobre uma base de atenção primária à saúde”, completa o documento.

Veja as recomendações da OMS para combater a hipertensão

  • Protocolos práticos: Etapas de ação específicas para o controle da pressão arterial não controlada com doses e medicamentos, para simplificar o atendimento e melhorar a adesão.
  • Fornecimento de medicamentos e equipamentos: O acesso regular e ininterrupto a medicamentos a preços acessíveis é necessário para o tratamento eficaz da hipertensão. Atualmente, os preços dos medicamentos anti-hipertensivos essenciais variam mais de dez vezes entre os países.
  • Atendimento em equipe: Os resultados dos pacientes melhoram quando uma equipe colabora para ajustar e intensificar os regimes de medicação para pressão arterial de acordo com as ordens e os protocolos médicos.
  • Serviços centrados no paciente: Para reduzir as barreiras ao atendimento, fornecendo regimes de medicação fáceis de tomar. Medicamentos gratuitos e visitas de acompanhamento perto de casa, além de disponibilizar prontamente o monitoramento da pressão arterial.
  • Sistemas de informação: Os sistemas de informação simples e centrados no usuário facilitam o registro rápido de dados essenciais no nível do paciente, reduzem a carga de entrada de dados dos profissionais de saúde e apoiam a rápida expansão, mantendo ou melhorando a qualidade do atendimento.

Assine a newsletter do Giz Brasil

The post Pressão alta, maior causadora de mortes no mundo, vira alvo da OMS appeared first on Giz Brasil.

]]>
?????? ??? ????? ???? ??????????? //emiaow553.com/estudo-associa-episodios-de-apneia-do-sono-em-bebes-a-maior-risco-de-hipertensao/ Sun, 28 May 2023 18:33:21 +0000 /?p=492843 Pesquisadores observaram que períodos de baixa oxigenação nos primeiros meses de vida podem levar à desregulação do sistema nervoso autônomo simpático.

The post Estudo associa episódios de apneia do sono em bebês a maior risco de hipertensão appeared first on Giz Brasil.

]]>
Texto: Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP

Bebês que passam por períodos de baixa oxigenação nos primeiros meses de vida ?decorrentes, por exemplo, de episódios de apneia durante o sono ?tendem a desenvolver problemas respiratórios e hipertensão arterial já na fase jovem e ao longo da vida adulta.

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) demonstraram, pela primeira vez, que nesses casos o aumento da pressão arterial se dá devido a uma desregulação no sistema nervoso autônomo ?que funciona de modo involuntário para controlar a pressão sanguínea, os batimentos cardíacos e a respiração, entre outros fatores. O estudo, publicado na revista Sleep Research Society, foi feito em modelo animal e demonstrou que o aumento da pressão arterial está associado a uma hiperatividade dos neurônios do sistema nervoso simpático (o ramo do sistema nervoso autônomo que é ativado em situações de estresse).

“Descobrimos que ratos que passaram por episódios de hipóxia intermitente no período pós-natal apresentavam maior atividade neuronal na parte final do tronco encefálico [bulbo] durante a vida jovem e adulta. Isso provavelmente se dá devido a uma adaptação do cérebro decorrente do período de baixa oxigenação durante uma fase crítica do desenvolvimento. Entre as adaptações está o aumento da atividade do sistema nervoso autônomo simpático, provavelmente por causa da maior expressão de uma proteína denominada fator induzível por hipóxia [HIF-1α] em neurônios do bulbo? conta Daniel Zoccal, professor da Faculdade de Odontologia de Araraquara (FOAr-Unesp).

Segundo o pesquisador, a maior expressão da proteína HIF-1α pelos neurônios do bulbo gera uma série de alterações na leitura de outros genes que, dentre várias ações, controlam a atividade celular. Como consequência, os neurônios com maior expressão de HIF-1α apresentaram maior atividade, acarretando em vasos sanguíneos de menor calibre e, portanto, maior pressão arterial. Esse fenômeno corresponde ao que os cientistas chamam de epigenética, ou seja, modificações bioquímicas nas células ocasionadas por estímulos ambientais que promovem a ativação ou o silenciamento de genes sem provocar mudanças no genoma do indivíduo.

Além de demonstrar pela primeira vez os mecanismos envolvidos na relação entre episódios de baixa oxigenação na vida pós-natal e hipertensão na fase jovem e adulta, o trabalho, apoiado pela FAPESP, pode trazer desdobramentos clínicos importantes.

“Embora a hipertensão tenha uma prevalência alta ?cerca de 30% da população mundial ? sua origem ainda precisa ser mais bem compreendida. Sabe-se apenas que há um risco associado a fatores como obesidade, sedentarismo, problemas renais e consumo de sal, por exemplo. Com o achado, podemos investigar novos tratamentos? afirma Zoccal à Agência FAPESP.

A descoberta também joga luz sobre a importância dos primeiros anos de vida do indivíduo para o desenvolvimento de doenças. “?preciso olhar com mais cuidado para a respiração dos bebês até como uma forma de prevenir o desenvolvimento de doença na vida adulta? diz. Episódios de apneia em recém-nascidos podem ocorrer com mais frequência em prematuros, quando o sistema nervoso central e o sistema respiratório ainda não estão completamente maduros, ou em bebês com hiperplasia de adenoide ou de amídalas, alguma deformidade anatômica ou obesidade.

Para o pesquisador, descrever todo o processo de como se dá a hipertensão arterial pela baixa oxigenação no período pós-natal (até cerca dos dois anos de idade em humanos) pode também auxiliar na busca de tratamento para aqueles pacientes que não respondem bem aos medicamentos anti-hipertensivos ?cerca de 20% dos pacientes hipertensos.

Estudos anteriores já haviam demonstrado que pacientes hipertensos, especialmente os que não respondem a tratamento medicamentosos, têm um aumento da atividade elétrica na interface entre os nervos simpáticos e os vasos sanguíneos. “Os vasos sanguíneos desses indivíduos têm menor calibre, o que resulta no aumento da pressão arterial? diz.

Baixa oxigenação

No estudo, os pesquisadores induziram a hipóxia em ratos durante os dez primeiros dias de vida. Nesse período, os animais passaram por episódios de hipóxia de curta duração, com a redução do oxigênio de 21% para 6% durante 30 segundos. Isso aconteceu a cada nove minutos, durante o período de sono dos animais.

A simulação gerava seis episódios de apneia do sono por hora, o que equivale a um caso de apneia do sono moderada. “Na clínica, existem casos de apneia severa em que o paciente chega a experiências de 30 ou até 60 episódios por hora? explica o pesquisador.

Depois de duas semanas, as simulações realizadas ao longo de oito horas por dia cessaram e os animais passaram a respirar normalmente. Quando os animais completaram 40 e 90 dias de vida ?o que em humanos seria comparável a 13-16 e 40-50 anos respectivamente ? os pesquisadores avaliaram parâmetros fisiológicos como pressão arterial e frequência cardíaca.

Em ambas as idades, os ratos que passaram por períodos de hipóxia intermitente na fase pós-natal apresentaram um aumento consistente da pressão arterial ?entre 10 e 20 milímetros de mercúrio (mmHg ) acima do grupo-controle. De acordo com os resultados, a média da pressão arterial em ratos jovens foi de 84±7 mmHg no grupo-controle, enquanto no grupo que passou por hipóxia intermitente foi de 95±5 mmHg. Já a média para os animais adultos ficou em 103±10 mmHg para o grupo-controle e 121±9 mmHg para o grupo que passou por episódios de baixa oxigenação. Vale destacar que os índices de pressão arterial tanto em roedores quanto em humanos são semelhantes.

“No estudo, não avaliamos quando os animais se tornam hipertensos, apenas verificamos que na fase jovem os ratos já apresentavam alterações relacionadas à pressão arterial e, na fase adulta, estavam hipertensos? explica o pesquisador.

Depois de concluir que a hipóxia intermitente gerava aumento de pressão arterial nos animais, os pesquisadores foram investigar a contribuição do sistema nervoso simpático nesse processo.

Vale lembrar que o sistema nervoso autônomo é dividido em duas partes: o sistema simpático e o parassimpático. De forma geral, o sistema simpático é responsável pelas alterações no organismo em situações de alerta, preparando o organismo para enfrentar ou fugir de uma ameaça. Envolve, portanto, maior gasto de energia. Cabe a esse ramo aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial, liberar adrenalina, dilatar os brônquios, dilatar as pupilas, aumentar a transpiração. Já o sistema nervoso parassimpático normaliza o funcionamento dos órgãos internos depois da situação de alerta.

Ao colocar eletrodos em contato com os nervos simpáticos dos ratos jovens, os pesquisadores observaram que os animais que passaram por hipóxia intermitente apresentavam uma quantidade maior de impulsos elétricos trafegando pelos nervos simpáticos em comparação com os animais que não passaram por episódios de baixa oxigenação. Em roedores adultos, foi utilizada uma abordagem farmacológica que obteve o mesmo resultado do estudo com ratos jovens.

“Utilizamos uma droga que inibe as ações do sistema nervoso simpático e, dependendo da resposta de queda da pressão arterial, foi possível inferir que a atividade simpática estava aumentada? diz.

Os pesquisadores da Unesp também analisaram a atividade dos neurônios do bulbo, uma região do cérebro que controla as funções vegetativas do corpo, como batimento cardíaco, respiração e a atividade simpática para os vasos sanguíneos.

“Focamos nossa análise na superfície ventral do bulbo, região essencial para gerar a atividade simpática e manter a pressão arterial em valores normais [em humanos cerca de 12/8 mmHg]. E observamos que, entre os animais que tinham passado por hipóxia intermitente pós-natal, existe uma maior taxa de disparo dos neurônios nessa região. Isso mostrou uma disfunção nesse grupamento do bulbo, causada pela exposição à hipóxia intermitente que mantém a atividade simpática aumentada, elevando a pressão arterial? explica.

Os pesquisadores também observaram que, além de apresentarem maior atividade, os neurônios do sistema nervoso simpático expressavam mais a proteína HIF-1α. “Essa descoberta permitiu que associássemos todo esse processo a uma possível causa epigenética”, conta.

Zoccal ressalta que a proteína HIF-1α foi objeto de estudo dos vencedores do Prêmio Nobel de Medicina de 2019. Os laureados descobriram que, quando os níveis de oxigênio estão baixos, a quantidade desse fator aumenta e induz adaptações celulares que garantem a sobrevivência das células e do organismo durante condições de hipóxia. Por outro lado, a concentração de HIF-1α diminui quando os níveis de oxigênio estão normais.

O estudo focou nos efeitos da hipóxia intermitente pós-natal sobre a pressão arterial decorrentes de uma disfunção no sistema nervoso simpático. No entanto, sabe-se que alterações nesse sistema podem acarretar outras modificações. Isso porque a atividade simpática controla muitas funções do organismo, entre elas a temperatura corporal e, consequentemente, o metabolismo.

“Em outro estudo que publicamos, usando o mesmo modelo experimental, notamos que os animais que passam pela hipóxia apresentavam menor peso que o do grupo-controle, o que pode ser uma consequência do aumento da atividade simpática. Também observamos que esses animais passaram a apresentar irregularidades respiratórias, com um padrão fora do comum de aceleração e desaceleração da respiração em repouso. Portanto, além de hipertensos, vimos que os animais podem apresentar problemas respiratórios e prováveis alterações metabólicas? conclui.

O artigo Sympathetic dysregulation induced by postnatal intermittent hypoxia pode ser lido em: //academic.oup.com/sleep/advance-article-abstract/doi/10.1093/sleep/zsad055/7067763?redirectedFrom=fulltext.

E o estudo Postnatal intermittent hypoxia enhances phrenic and reduces vagal upper airway motor activities in rats by epigenetic mechanisms está disponível em: //physoc.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1113/EP087928.

The post Estudo associa episódios de apneia do sono em bebês a maior risco de hipertensão appeared first on Giz Brasil.

]]>
??????????????? //emiaow553.com/app-brasileiro-ajuda-a-controlar-hipertensao-e-da-descontos-em-farmacias-e-lojas/ Sat, 03 Dec 2022 19:37:15 +0000 /?p=453567 App registra dados como peso, altura e pressão arterial, e alerta hora de tomar os medicamentos. Usuário pode acumular pontos e trocar por descontos

The post App brasileiro ajuda a controlar hipertensão e dá descontos em farmácias e lojas appeared first on Giz Brasil.

]]>
O aplicativo Elfie, desenvolvido no Brasil, tem a proposta de ajudar no controle da hipertensão rastreando os hábitos dos pacientes. Enquanto isso, ele permite aos usuários acumular pontos e descontos, que podem ser trocados em farmácias em compras de remédios.

No app, é possível inserir dados como peso, altura e pressão arterial. Ele ainda alerta quando é a hora de tomar os medicamentos e serve como um diário para o acompanhamento da pressão com os médicos. 

O objetivo é incentivar o controle da doença de forma autônoma. Um estudo da Universidade de Michigan, nos EUA, publicado em setembro, mostrou que apenas 48% das pessoas com hipertensão verificam a pressão arterial em casa. 

Para incentivar o controle, o app Elfie cria um plano de monitoramento de saúde que dá pontos aos usuários após a conclusão de tarefas. Depois, a pontuação se converte em descontos em farmácias e lojas de artigos esportivos. 

“Sabemos que um terço da população mundial sofre com a hipertensão e a única forma de se obter o diagnóstico é através da aferição da pressão arterial? disse o cardiologista Audes Feitosa, ex-presidente do Departamento de Hipertensão Arterial da SBC. 

Doença silenciosa, estima-se que quase 30% dos brasileiros sejam hipertensos. No mundo, a condição mata mais de 9 milhões de pessoas por ano. No Brasil, são 140 mil mortes anuais. 

O app é um incentivo aos pacientes porque não basta só fazer o tratamento: é preciso controlar a pressão arterial constantemente. Saber se sua pressão está desregulada pode ser uma informação essencial para agir de antemão e procurar um médico.

Isso pode reduzir o risco de morte por AVC (acidente vascular cerebral), que tem 80% dos casos relacionados à hipertensão. O controle também reduz a incidência de ataques cardíacos, que têm 60% das mortes associadas à doença. 

É possível fazer o download de forma gratuita do app Elfie na Google Play e App Store

The post App brasileiro ajuda a controlar hipertensão e dá descontos em farmácias e lojas appeared first on Giz Brasil.

]]>
?????? ???? ???? ??? ?? //emiaow553.com/condicao-rara-relaciona-tamanho-dos-dedos-a-hipertensao-mas-sem-dano-cardiaco/ Mon, 24 Oct 2022 16:38:05 +0000 /?p=445904 Em novo estudo, pesquisadores apontam mutação gênica em algumas famílias que é associada à condição. Entenda

The post Condição rara relaciona tamanho dos dedos à hipertensão, mas sem dano cardíaco appeared first on Giz Brasil.

]]>
Pesquisadores do Centro Max Delbrück, na Alemanha, investigaram durante décadas uma condição hereditária para lá de curiosa. Em algumas famílias, era possível encontrar pessoas com dedos bastante curtos, e que, obrigatoriamente, tinham a pressão arterial extremamente alta

Caso esses membros não recebessem tratamento adequado, poderiam morrer de acidente vascular cerebral (AVC) aos 50 anos. Porém, curiosamente, o grupo não desenvolvia problemas cardíacos, que costumam surgir em casos de hipertensão. 

A culpa parece estar em uma mutação no gene da fosfodiesterase 3A (PDE3A), que afeta o crescimento ósseo e causa a hiperplasia dos vasos sanguíneos, resultando em pressão alta

A pressão arterial elevada costuma deixar o coração mais fraco, mas isso não foi visto em pacientes que possuem mutação no gene PDE3A. O porquê dessa imunidade acaba de ser parcialmente respondido pelos pesquisadores na revista Circulation

Os cientistas realizaram testes em humanos com hipertensão e síndrome de braquidactilia (encurtamento dos dedos), camundongos e células do músculo cardíaco. Tanto os animais quanto as células tiveram o gene PDE3A alterado para imitar as mutações que levam aos dedos curtos.

Dessa forma, identificaram o segredo: há mutações na enzima que a tornam mais ativa do que o normal, o que parece resultar na degradação de uma das moléculas de sinalização importantes da célula, conhecida como cAMP (monofosfato de adenosina cíclico). Essa, por sua vez, está envolvida na contração das células do músculo cardíaco. 

Assine a newsletter do Giz Brasil

Em um segundo momento, os pesquisadores tentaram oferecer aos roedores um medicamento que induz a hipertrofia cardíaca, conhecido como isoproterenol. Então, perceberam que os animais modificados geneticamente estavam protegidos contra os efeitos do remédio.

A equipe sugere que a ativação seletiva de PDE3A poderá ser usada no futuro para prevenir e tratar doenças cardíacas induzidos pela hipertensão. De toda forma, mais estudos devem ser realizados para indicar como isso poderia ser feito e também a eficácia do método.

The post Condição rara relaciona tamanho dos dedos à hipertensão, mas sem dano cardíaco appeared first on Giz Brasil.

]]>