??? ????????????? / Vida digital para pessoas Fri, 25 Oct 2024 20:07:53 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png ????? ???? ???? ?? ??? ??? / 32 32 ????? ???? //emiaow553.com/esteatose-hepatica-como-e-por-que-o-acumulo-de-gordura-no-figado-se-tornou-uma-epidemia-global-e-preocupante/ Fri, 25 Oct 2024 21:56:46 +0000 //emiaow553.com/?p=605312 Estilo de vida talvez seja o fator de risco mais comum para a causa da esteatose. Consumo elevado de álcool e alimentos ultraprocessados, aliados ao sedentarismo, são determinantes para aumento da gordura hepática, que pode levar a problemas graves como esteato-hepatite, fibrose, cirrose e câncer.

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Texto: Maria Fernanda Barca / The Conversation

?Eu sou seu fígado. Estou sendo prejudicado pelo excesso de gordura infiltrado entre as minhas células. Por favor, cuide disso antes que eu comece a falhar.

Se pudesse, o fígado de uma a cada três pessoas faria esse apelo. Estima-se que entre 25% e 30% da população adulta mundial tenham algum grau de gordura no fígado, condição chamada de esteatose hepática ou doença esteatótica associada à disfunção metabólica (sigla MASLD, em inglês).

No Brasil, dados citados pela Sociedade Brasileira de Hepatologia indicam em torno de 20% de esteatose hepática na população geral. Quando pacientes diabéticos são avaliados pelo ultrassom em relação à presença de esteatose, 70% são portadores da doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) se preocupa com o aumento de casos de esteatose hepática, especialmente em países com altos índices de obesidade e diabetes, caracterizando uma epidemia global e silenciosa que já afeta populações mais jovens.

A doença costuma progredir em silêncio, e agrava os riscos à saúde com o passar do tempo. O fígado, a maior glândula do corpo, desempenha funções essenciais como filtrar o sangue, eliminar toxinas, produzir bile, armazenar vitaminas e minerais, regular a coagulação sanguínea e metabolizar hormônios e medicamentos.

O excesso de gordura afeta essas funções, causando inflamação e predispondo o órgão a problemas graves como esteato-hepatite, fibrose, cirrose e câncer.

Esse acúmulo pode ocorrer por várias razões. Uma delas é a entrada excessiva de ácidos graxos no sangue, provenientes da dieta ou da oxidação da gordura. Ácidos graxos são componentes básicos de lipídios, que são moléculas essenciais para armazenar energia e formar estruturas celulares, como as membranas.

Outra via é a produção aumentada de gordura pelo fígado a partir da glicose, comum em pessoas com resistência à insulina (hormônio que leva a glicose para dentro das células) ou ingestão de carboidratos em excesso. Problemas nas mitocôndrias (as “usinas?de energia das células) também diminuem a queima de gordura, favorecendo o acúmulo.

As alterações na composição da microbiota intestinal (a disbiose) também podem prejudicar a produção de ácidos graxos e aumentar a permeabilidade intestinal, facilitando a entrada de toxinas que inflamam o fígado. A microbiota é o conjunto de microrganismos (como bactérias, vírus e fungos) que habitam diversas partes do corpo, especialmente o intestino. Além disso, mudanças na microbiota afetam o metabolismo de gorduras e açúcares, agravando a resistência à insulina.

Quem está mais vulnerável?

Os grupos de maior risco incluem indivíduos com sobrepeso ou obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e dislipidemias (alterações das diversas frações de gordura no sangue, como colesterol e triglicérides).

Nota-se também que a síndrome dos ovários policísticos, a apneia obstrutiva do sono e algumas condições hormonais, como o hipotireoidismo, estão associadas ao desenvolvimento da esteatose hepática. O uso de alguns medicamentos, como certos corticosteroides (entre outras substâncias), pode também contribuir para o processo.

O diagnóstico precoce é fundamental, pois a esteatose geralmente não apresenta sintomas evidentes. Quando surgem, incluem dor abdominal, fadiga extrema e perda de peso inexplicável. Isso significa que a doença já evoluiu para sua forma mais grave, como fibrose avançada ou mesmo cirrose, insuficiência hepática e câncer.

Especialmente aqueles que se encaixam nos grupos de risco devem realizar exames de rotina para monitorar a saúde do fígado. O ultrassom abdominal é o exame mais acessível para diagnosticar a esteatose hepática, permitindo a avaliação do acúmulo de gordura no órgão.

A elastografia hepática (FibroScan) é também um exame não invasivo que permite avaliar a rigidez do fígado, além da quantidade de gordura e fibrose presentes. Outro método altamente preciso para quantificar a gordura depositada é a ressonância magnética. Já a biópsia hepática, que faz uma análise direta da quantidade de gordura e detecta inflamação e fibrose, é indicada apenas em casos mais graves.

Identificada precocemente, a esteatose pode ser revertida com mudanças na alimentação, hábitos e uso de terapias medicamentosas. O acompanhamento médico, testes e exames periódicos são essenciais para avaliar o sucesso dos tratamentos adotados.

Estilo de vida importa

O estilo de vida atual talvez seja o fator de risco mais comum para a esteatose hepática. O consumo elevado de alimentos ultraprocessados (ricos em açúcares e gorduras saturadas) somado ao sedentarismo é determinante para o aumento da gordura hepática.

A ingestão constante e exagerada de bebidas alcoólicas tem sua parcela de culpa. O limite saudável para mulheres é de menos de 140 gramas de álcool por semana (9-10 taças de vinho ou 10-12 latas de cerveja). Para os homens, menos de 210 gramas (14-17 taças de vinho ou 15-18 latas de cerveja).

Portanto, adotar um estilo de vida saudável, praticar com regularidade uma atividade física, limitar o consumo de álcool, realizar exames de rotina e prestar atenção aos sinais do corpo são atitudes que podem fazer diferença na prevenção da esteatose hepática e para saúde em geral.

Gerenciar o estresse e procurar ajuda psicológica igualmente podem ser medidas positivas, uma vez que os fatores emocionais influenciam os hábitos alimentares e o cuidado com a saúde.

A compreensão da gravidade da esteatose hepática é muito importante para toda a sociedade. Atualmente, as doenças hepáticas são a décima causa de morte da população em geral, mas a terceira entre os pacientes com gordura no fígado e inflamação.

Abordagem holística

A natureza multifacetada das causas da doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica e a relação entre essa e outras condições, como diabetes, síndrome metabólica, diverticulite ou inflamação crônica, fundamentam a necessidade de uma abordagem holística para o tratamento.

Quando prossegue sem freios, a esteatose seguida pela esteato-hepatite faz o fígado se tornar fibroso e a a cirrose. Nessa condição, ele não mais realiza as suas funções adequadamente, com aumento do risco de insuficiência hepática. Muitas vezes, a perda de 5% a 10% do peso corporal se desdobra em melhorias significativas na saúde do fígado.

O uso de inibidores de SGLT2, como empagliflozina (nome comercial Jardiance) e dapagliflozina (Forxiga) é, atualmente, uma das grandes esperanças. Esses medicamentos tem sido eficazes na redução do risco cardiovascular e gordura hepática especialmente em pacientes com diabetes tipo 2. A pioglitazona (Actos) também melhorou a resistência à insulina e a inflamação hepática.

As pesquisas evidenciam ainda que a liraglutida (Saxenda), exenatida (Byetta) e semaglutida (Ozempic), além de tratar o diabetes tipo 2, atuam com sucesso na redução da gordura hepática e na melhora dos parâmetros do perfil lipídico. A combinação de medicamentos, como dapagliflozina e exenatida, e outros fármacos antidiabéticos, promove resultados promissores em termos de segurança e eficácia no tratamento do problema.

Em estudo preliminares, a tirzepatida, um agonista dos hormônios GIP e GLP-1, mostrou boa ação sobre a esteatose. Em relação à fibrose, estão em andamento ensaios clínicos controlados (ERC), mas os resultados iniciais sugerem que o medicamento pode diminuir o grau de fibrose hepática.

Novas terapias estão em desenvolvimento, incluindo medicamentos que visam diretamente a inflamação e a fibrose hepática. Em março deste ano, a agência reguladora norte-americana, a FDA, aprovou o resmetirom, primeiro medicamento para pacientes com esteato-hepatite não alcoólica e fibrose moderada a avançada, associado à dieta e exercícios. Comercializado sob o nome Rezdiffra, é um agonista seletivo do receptor de hormônio tireoidiano tipo b (THR-b).

De todo modo, para ter êxito, a medicina já sabe que o cuidado com a esteatose hepática precisa ser feito de forma integrada, considerando as comorbidades associadas e com a promoção de mudanças no estilo de vida. Minha sugestão é que você não ignore os riscos e converse com a sua médica ou clínico geral sobre o que fazer para proteger a saúde do seu fígado.

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?? ????????????, ?????????? //emiaow553.com/cientistas-encontram-microplasticos-em-gordura-nas-arterias-de-pacientes/ Sun, 10 Mar 2024 19:01:26 +0000 /?p=556577 Segundo novo estudo, a presença de microplásticos em artérias e vasos sanguíneos pode elevar risco de doenças cardíacas. Saiba mais!

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Microplásticos já foram encontrados em um coração humano, como o Giz Brasil contou aqui. Agora, porém, um novo estudo encontrou evidências que associam essas partículas a problemas cardiovasculares.

Ao analisar o quadro de mais de 200 pessoas que passaram por cirurgia em uma artéria no pescoço, os pesquisadores constaram que quase 60% deles tinham microplásticos neste vaso sanguíneo. 

Além disso, quando essas partículas estavam presentes, as pessoas que eram 4,5 mais propensas a sofrer um ataque cardíaco, um derrame ou a morte nos 34 meses após a cirurgia. Os resultados foram publicados na revista The New England Journal of Medicine.

Entenda a pesquisa

Giuseppe Paolisso teve a ideia para o estudo a partir de uma curiosidade. Ele sabia que os microplásticos são atraídos por moléculas de gordura. Então, queria compreender se isso aconteceria também dentro dos vasos sanguíneos.

Junto a uma equipe de cientistas, acompanhou 257 pessoas. Todas elas já iam passar por cirurgias para remoção de placas de gordura em uma artéria do pescoço. Depois, Paolisso analisou essas placas.

No total, 150 participantes (quase 60% da amostra) continham microplásticos na gordura presente nas artérias. A maioria das partículas era de polietileno, comum em sacolas e embalagens. Contudo, os pesquisadores também encontraram amostras de microplásticos de PVC.

Além disso, as análises revelaram que aqueles participantes que tinham mais microplásticos em suas amostras também apresentavam níveis mais altos de biomarcadores para inflamação.

De acordo com os pesquisadores, isso sugere que as partículas de plástico podem desencadear processos inflamatórios e, assim, aumentar o risco de rompimento de uma placa de gordura. Isso obstruiria os vasos sanguíneos e causaria graves problemas cardíacos.

Isso sugere como as partículas poderiam contribuir para problemas de saúde, diz Brook. Se elas ajudam a desencadear a inflamação, elas podem aumentar o risco de que uma placa se rompa, derramando depósitos de gordura que poderiam obstruir os vasos sanguíneos.

Quem tem mais microplásticos no coração?

Segundo o estudo, os participantes que apresentaram microplásticos na artéria eram mais jovens que aqueles que não tinham as partículas no coração. Em geral, também eram majoritariamente homens, que fumavam e que eram mais propensos a ter diabetes ou doenças cardiovasculares. 

Contudo, os cientistas explicam que a pesquisa incluiu apenas pessoas que precisavam de cirurgia para reduzir o risco de AVC. Dessa forma, eles não podem afirmar que foi uma amostra representativa da população.

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??? ??? ?????????????????? //emiaow553.com/gordura-no-figado-medicos-mudam-nome-da-doenca-para-combater-estigma/ Thu, 16 Nov 2023 17:56:46 +0000 /?p=533415 Medida é consenso entre profissionais da área. Ela visa traduzir melhor o que é a doença e como afeta o fígado

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Em busca de eliminar palavras que carregam certo estigma consigo, profissionais que trabalham com os cuidados do fígado mudaram o nome de uma doença que atinge o órgão: a doença hepática gordurosa não alcoólica, popularmente conhecida como gordura no fígado.

Um painel multinacional do EASL (Congresso da Associação Europeia para o Estudo do Fígado) fez o processo. Participaram 236 pessoas, entre elas médicos, pacientes, representantes de saúde pública e funcionários de agências reguladoras. 

Todos concordaram que o termo “gordurosa” poderia causar uma impressão estigmatizada da condição. Além disso, consideraram a expressão “não alcoólica” como exclusiva. 

“A doença hepática não alcoólica é um diagnóstico de exclusão. Você está dizendo o que não é – ‘Não é álcool, mas o que é?'”, explicou Mary Rinella, uma hepatologista da Universidade de Chicago.

A resposta: é uma doença metabólica. Agora, o novo nome para a condição é “doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica”, ou simplesmente MASLD, na sigla em inglês. Segundo especialistas, a nova nomenclatura reflete os fundamentos da doença e muda a conversa com os pacientes.

O que é a MASLD, doença hepática com novo nome

A MASLD consiste em uma doença em que a gordura se acumula nas células do fígado. Isso causa inflamação e cicatrizes que podem levar ao câncer de fígado ou à necessidade de um transplante.

Geralmente, pessoas com diabetes, obesidade, pressão alta e colesterol alto têm alto risco de desenvolver a doença. No total, ela afeta cerca de 30% dos adultos em todo o mundo – muitas vezes sem que eles saibam, já que é uma condição assintomática.

De acordo com Rinella, o novo nome – “doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica” – fala do metabolismo anormal que leva a essa condição. Por enquanto, a nomenclatura está sendo difundida, com organizações fazendo a transição.

A ideia é que isso aconteça sem confundir os pacientes ou perder identidade e encaminhamentos médicos. 

Até agora, a nova nomenclatura foi publicada nas revistas Hepatology, Journal of Hepatology e Annals of Hepatology. De acordo com Rinella, o novo nome “foi adotado extremamente bem” e está sendo usado em todo o mundo.

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??? ????????, ??? ?????????? //emiaow553.com/como-o-cerebro-nos-empurra-para-os-alimentos-com-muita-gordura/ Sat, 04 Nov 2023 14:31:26 +0000 /?p=528011 Spoiler: textura de alimentos gordurosos é parte essencial de efeito deles no cérebro, segundo estudo da Universidade de Oxford, na Inglaterra.

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Existem alguns alimentos que agradam mais o paladar. Por isso, geralmente produtos ricos em gordura e açúcar, como os sorvetes, são preferências quase que universais. Mas agora, um novo estudo inglês buscou entender o porquê dessa predileção.

E, para isso, os pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, utilizaram uma bebida adorada em grande parte do mundo, especialmente por crianças e adolescentes: os milkshakes. As descobertas foram publicadas na revista Journal of Neuroscience. 

A importância da sensação na boca

A ideia dos cientistas era explorar como as texturas desses alimentos influenciam os hábitos alimentares. Dessa forma, eles prepararam vários milkshakes com teores variados de gordura e açúcar.

Primeiramente, eles testaram a bebida em línguas de porco, deslizando a mistura para medir a fricção com a superfície. Assim, conseguir alcançar um índice numérico sobre a suavidade da textura de cada milkshake.

Depois, fizeram com que 22 pessoas experimentassem as bebidas nas proporções em que eles já haviam preparado. 

Para mensurar o quão palatável eram os milshakes, os participantes fizeram lances sobre quanto gastariam para beber cada uma das misturas, indicando o quanto tinham gostado delas individualmente.

Além disso, os pesquisadores também acompanharam a degustação, analisando a atividade cerebral dos participantes.

De modo geral, os resultados mostraram que os padrões de atividade em uma área chamada córtex orbitofrontal (COF) refletiam a textura gordurosa dos milkshakes. Esta região do cérebro está envolvida no processamento de recompensas.

Em complemento, a análise identificou que a atividade no COF também refletia os lances que os participantes deram às bebidas. Dessa forma, os cientistas relataram que essa região do cérebro liga a sensação na boca ao valor atribuído a esse alimento.

Para confirmar se este mecanismo também acontece quando as pessoas ingerem alimentos, não só bebidas, os pesquisadores realizaram um novo teste. Desta vez, eles serviram pratos de curry com teores variados de gordura.

Aqueles participantes cujos COFs eram mais sensíveis à textura gordurosa tinham mais propensão a comer maiores quantidades do  curry com alto teor de gordura.

Agora, os pesquisadores esperam que as descobertas ajudem a moldar formulações de alimentos com baixas calorias e menos prejudiciais à saúde. Segundo Fabian Grabenhorst, autor do estudo, os resultados também podem auxiliar na compreensão dos mecanismos neurais da compulsão alimentar.

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?????? ???? ???? ??? ?? //emiaow553.com/gordura-saturada-pode-interferir-na-criacao-de-memoria-no-cerebro-envelhecido/ Thu, 28 Sep 2023 15:37:12 +0000 /?p=522037 Estudo identificou que dieta rica em gordura saturada interfere em processos importantes de células cerebrais, além de causar inflamação

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Um novo estudo encontrou uma relação entre uma alimentação rica em gordura e a  deterioração da memória em idosos. Em análises in vitro e em camundongos, os pesquisadores perceberam produção excessiva de sinais cerebrais e inflamação nas células.

É a primeira vez que uma pesquisa faz essa observação separando os efeitos em cada tipo de célula. Os resultados foram publicados na revista Frontiers in Cellular Neuroscience.

Entenda a pesquisa

O estudo foi feito em duas etapas. Na primeira, os pesquisadores realizaram testes em células imortalizadas, que são cópias de células animais. 

Elas são programadas para se dividir continuamente e responder apenas à estimulação em laboratório. Dessa forma, o comportamento não necessariamente é idêntico às células animais. Em geral, eles focaram nos impactos em dois tipos de células: os neurônios e as microglias. 

Nesta etapa, os cientistas expuseram essas células ao ácido palmítico, que é muito presente em banha, gordura vegetal, carne e produtos lácteos. A gordura causou mudanças na expressão genética, aumentando a inflamação das microglias e dos neurônios.

Na segunda etapa do estudo, os pesquisadores examinaram os efeitos de uma dieta rica em gordura saturada em camundongos idosos. 

Dessa forma, observaram que o excesso de gordura saturada influenciou em um processo bastante importante, chamado “poda sináptica”. Ele é feito pelas microglias, que  monitoram a transmissão de sinais entre os neurônios e “comem” as sinapses em excesso.

De acordo com os pesquisadores, esse processo precisa ser ideal – nem muito e nem pouco. Mas quando os camundongos ingeriram muita gordura saturada, as microglias “comeram” as sinapses a uma velocidade muito mais rápida. 

“Com essas microglias comendo demais muito cedo, elas superam a capacidade dessas espinhas de sinapses regenerarem e criarem novas conexões, então as memórias não se solidificam nem se tornam estáveis”, explicou Ruth Barrientos, autora do estudo.

O antídoto para a inflamação

Em um estudo anterior, o mesmo laboratório de pesquisa descobriu que uma dieta com ingredientes altamente processados leva a uma forte resposta inflamatória no cérebro. Em camundongos, por exemplo, isso trouxe sinais de perda de memória.

No entanto, já no estudo antigo, os pesquisadores utilizaram a suplementação de ômega-3 DHA e notaram que ela conseguiu prevenir esse problema. Isso porque o DHA ajuda a reduzir a inflamação induzida pela gordura nas células.

Na nova pesquisa, o resultado se repetiu e uma dose de DHA apresentou forte efeito protetor tanto para as microglias quanto para os neurônios.

O DHA é um dos dois ácidos graxos ômega-3. Ele está presente em peixes e frutos do mar, além de estar disponível na forma de suplemento.

Além disso, o pré-tratamento dessas células com uma dose de DHA, um dos dois ácidos graxos ômega-3 presentes em peixes e frutos do mar e disponível na forma de suplemento, teve um forte efeito protetor contra o aumento da inflamação em ambos os tipos de células.

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???? ?? ?? ???????? ???? //emiaow553.com/gordura-suina-de-laboratorio-que-mantem-animal-vivo-espera-aprovacao-da-anvisa/ Fri, 30 Jun 2023 15:11:57 +0000 /?p=501134 A brasileira Cellva é a 2ª empresa a produzir gordura cultivada em laboratório, que poderia compôr alimentos como linguiças e presuntos. O Giz Brasil foi conferir a apresentação do produto

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A cientista Bibiana Matte viajou de Porto Alegre para São Paulo, na manhã da última quarta (28), com uma porção de gordura suína acondicionada na bolsa. O destino da gordura era virar parte de uma linguiça ?feita com ervilha seca e temperos mil, em um restaurante vegano do bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. O Giz Brasil conferiu a apresentação.

“Gordura suína?e “restaurante vegano?são termos que não combinam, é verdade. Mas no histórico do material carregado por Bibiana não há qualquer resquício de sofrimento animal. É o que afirma a Cellva, startup gaúcha que fabrica a gordura. Ela vem de laboratório, e não se matou porco algum para produzi-la.

Bibiana trabalha na área de biotecnologia, especialista em cultura de células. Ela é co-fundadora da Cellva junto a Sergio Pinto, um empreendedor e ex-diretor global de inovações da BRF, a gigante brasileira do ramo alimentício.

A dupla criou a startup com este objetivo: criar gordura suína em laboratório e vendê-la para outras empresas que possam aplicá-la em produtos animais ou plant-based.

O intuito da Cellva, como anunciado no website, é ser uma das pioneiras na revolução do cultivo e produção de bioingredientes. Isto é, ingredientes modificados com atividade biológica. Fundada em 2022, esta é a sexta empresa no mundo (e primeira no Hemisfério Sul) a investir no cultivo celular de gorduras, e a segunda a produzir gordura cultivada em laboratório.

O projeto é mesmo novo em folha: depois de passar um ano e meio estudando sobre gordura animal no ramo alimentício, Sergio experimentou o produto pela quarta vez no restaurante paulista ?acompanhado pelo Giz Brasil.

Conforme os testes avançam, a produção pode aumentar também. E a expectativa é obter aprovação da Anvisa no fim do ano que vem para comercialização do produto.

Como é a gordura de laboratório

A gordura suína desenvolvida pela startup gaúcha é clara, suave e quase não tem sabor. De textura aquosa, desmancha na boca em poucos segundos ?e costuma fazê-lo em outros contextos, quando exposta à temperatura de 36°C ou superior. Mas ela deixa um amanteigado na boca, e este é o segredo.

“Sabe aqueles produtos plant-based bem sequinhos? A aplicação da gordura pode tornar o sabor mais persistente? explica Sergio. É o que você espera de uma linguiça de churrasco, por exemplo: um sabor defumado e a textura da gordura presentes na boca por um tempo.

Na linguiça de ervilha preparada pelo chef Vitor Asprino, a gordura suína de laboratório substituiu o mix de óleos que geralmente se usa. A mistura levou só 15% do material, porque a receita tinha caráter experimental. E o resultado é que a linguiça fake ainda ficou relativamente seca ?mas a gordura parece ter mantido os sabores por algum tempo na boca, junto a uma textura amanteigada.

fotografia de pessoa preparando linguiça artesanalmente com gordura da Cellva

No início, a Cellva deve fazer parcerias com restaurantes para testar e melhorar gradualmente o produto. Mas o foco são empresas alimentícias. Imagem: Juan Gasparini/Reprodução.

Bibiana e Sergio contaram ao Giz Brasil que, em testes anteriores, a gordura artificial deu a cor e o brilho esperados a um caramelo, e deixou a cor de uma porção de crumble mais intensa do que a manteiga deixaria.

A questão vegana

Eles deixam claro: a Cellva não é uma empresa vegana. Isso porque a gordura de laboratório é mesmo gordura suína multiplicada (calma, leitor, explicaremos o processo logo em seguida). Mas espera-se que o produto tenha alguma aceitação pela comunidade vegana para ser incorporado em produtos plant-based ?e teve, pelo menos, no evento em São Paulo.

“Existe essa ideia de que veganos não gostam de produtos de origem animal, e por isso deixam de consumi-los. Isso não necessariamente é verdade. Eu mesmo adoro pancetta e sushi. Mas me tornei vegano há muitos anos por uma questão ética e relacionada ao meio ambiente? disse um dos participantes, que aprovou a gordura de laboratório.

Como se faz a gordura suína

A produção começa com a extração de uma amostra de 5 gramas de gordura, num processo indolor que mantém o porco vivinho da Silva. Este punhado de gordura vai para o laboratório, onde os pesquisadores selecionam as células que serão colocadas em biorreatores.

Nestes grandes tanques com nutrientes e condições controladas para o crescimento das células, elas se multiplicam exponencialmente. Estima-se que, neste processo, 5 gramas de gordura dão origem a 20 gramas em 21 dias. “?bem mais rápido que um processo convencional de crescimento e abate do animal, que dura de 18 a 24 meses? afirma Sergio.

Nestes biorreatores, a alimentação das células é plant-based. Bibiana explica que a melhor forma para crescimento é via adesão com algum substrato. No caso, são microesferas de um vegetal secreto, que funciona como um membro estruturador para a gordura em crescimento. É como um palito que dá suporte para um pé de feijão crescer ?caso ele também alimentasse a plantinha.

Enquanto não vão para os biorreatores, as células de gordura suína ficam armazenadas no biobanco da Cellva. Como um punhado de material se multiplica super rápido, a ideia da startup é se tornar autossustentável ?e a expectativa é que isso aconteça em 3 anos. 

Na teoria, estas células podem ficar armazenadas por 30 ou 40 anos anos no biobanco, segundo Bibiana. Mas os cientistas ainda vão descobrir qual a validade delas para produção da gordura.

Futuro da empresa

Este mês, a FDA (Food and Drug Administration, a Anvisa americana) aprovou a comercialização de frango cultivado em laboratório, a partir de células animais, pela empresa GOOD Meat. A Singapore Food Agency, Anvisa de Singapura, deu a mesma autorização em janeiro.

Por aqui, Bibiana e Sergio aguardam o desenrolar do processo de autorização para comercialização de sua gordura. Eles estão no primeiro passo desta jornada: está aberta uma consulta pública no site da Anvisa, através da qual a agência recolhe críticas e sugestões sobre o produto.

A dupla afirmou ao Giz Brasil que investiu mais de um milhão de reais “do próprio bolso?para fundar a empresa, mas hoje existem investidores. Também há colaborações voltadas para a troca de figurinhas ?porque “quanto mais a gente atua de forma colaborativa, mais a gente amplia o acesso ao conhecimento e aos laboratórios? afirma Sergio.

Parcerias em vista

Uma parceira da Cellva é a Givaudan, indústria química da Suíça que atua no mercado de aromas e fragrâncias. Outras parceiras são a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a GFI Brasil, ONG mantida com recursos filantrópicos que apoia o desenvolvimento do setor de proteínas alternativas.

Atualmente, a dupla enfrenta certa limitação de espaço, mas pretende construir uma fábrica para a produção da gordura artificial até o final de 2025 ?e tem a meta ambiciosa de produzir 11 mil toneladas de gordura até 2030, desde que dê tudo certo com a Anvisa.

Por enquanto, o céu parece o limite. Veja só: como a dieta das células é controlada pelos pesquisadores, eles podem ajustá-la para tentar atingir resultados diferentes. Por isso, a equipe de pesquisa está testando diferentes alimentos para as células para obter diferentes tipos de gordura artificial, com um teor maior ou menos de gordura saturada.

Isso significa que a Cellva poderia trabalhar com gorduras customizadas on demand, atendendo a pedidos de outras empresas, além de montar seu próprio catálogo com diferentes formulações de gordura suína. Mas estas são possibilidades que ainda estão em aberto. Afinal, o próximo passo (essencial para a viabilidade dos planos) é comprovar a segurança do produto.

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???? ???????? //emiaow553.com/acumulo-de-gordura-abdominal-aumenta-risco-de-insuficiencia-de-vitamina-d/ Sun, 04 Jun 2023 17:32:06 +0000 /?p=494863 No estudo, participantes que apresentavam obesidade abdominal tinham 36% mais risco de desenvolver insuficiência

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Texto: Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a University College London (Inglaterra), mostrou, pela primeira vez, que o acúmulo de gordura abdominal é um fator de risco para insuficiência e deficiência de vitamina D em pessoas com mais de 50 anos. Considerada um hormônio, a vitamina D desempenha diversas funções no organismo e sua carência pode acarretar diversos problemas, como na absorção de cálcio e fósforo e no funcionamento do sistema imune, por exemplo.

“Tanto a obesidade abdominal quanto a insuficiência e deficiência de vitamina D são questões prevalentes na população idosa. No entanto, com esse estudo mostramos que é a gordura abdominal que aumenta o risco de insuficiência e deficiência de vitamina D e não apenas a relação inversa, como alguns estudos já haviam demonstrado. Não estamos descartando que a vitamina D levaria à obesidade, apenas demonstrando que o acúmulo de gordura abdominal também é uma via para a carência dessa vitamina? afirmou Tiago da Silva Alexandre, professor de Gerontologia da UFSCar e autor do estudo publicado na revista Nutrients.

O trabalho envolveu a análise de um banco de dados de 2.459 britânicos com mais de 50 anos acompanhados por quatro anos. Os participantes da pesquisa integram o projeto English Longitudinal Study of Aging (ELSA), estudo longitudinal conduzido na Inglaterra que coleta dados multidisciplinares de uma amostra representativa da população inglesa. A análise contou com o apoio da FAPESP.

Para verificar a correlação entre os dois fatores, os pesquisadores selecionaram participantes do projeto ELSA com mais de 50 anos e que apresentavam taxas normais de vitamina D (maiores que 50 nmol/L). Os participantes foram divididos em dois grupos: um formado com pessoas com pouca gordura abdominal e outro, com acúmulo de gordura no abdômen (circunferência de cintura maior que 102 cm para homens e maior que 88 cm para mulheres).

“Ao avaliar o índice de vitamina D desses indivíduos quatro anos depois da primeira coleta de dados, verificamos que aqueles que apresentavam obesidade abdominal tinham 36% mais risco de desenvolver insuficiência e 64% mais risco de deficiência de vitamina D, quando comparado com o grupo que não tinha obesidade abdominal? diz Alexandre.

No estudo, pessoas consideradas com insuficiência de vitamina D apresentavam taxas entre 30 e 50 nmol/L da substância na corrente sanguínea, enquanto a deficiência estava configurada para aqueles que tinham menos de 30 nmol/L de vitamina D.

Redução de receptores

Alexandre explica que estudos anteriores já haviam relacionado a falta de vitamina D com o desenvolvimento da obesidade. “No entanto, são estudos baseados em medidas de Índice de Medida Corporal (IMC), que usam dados de peso e altura, dão uma análise global da obesidade e são muito imprecisos. Porém, a pergunta que fica é como tantos países com alta ou baixa incidência solar têm prevalência muito grande de deficiência de vitamina D. A resposta é porque existe alta prevalência de obesidade? diz o pesquisador.

A obtenção de vitamina D se dá, sobretudo, por meio da luz solar. Isso porque é nas camadas mais profundas da pele que uma substância precursora da vitamina D fica armazenada. Quando a pele é exposta ao sol sua estrutura é modificada e, por meio de vários processos metabólicos, a vitamina D é convertida em sua forma ativa que passa a circular pelo organismo e realizar várias funções.

Alexandre explica que, ao longo do processo de envelhecimento, é natural que ocorram mudanças na composição corporal, como o maior acúmulo de gordura na região do abdômen, por exemplo. Além disso, também é comum que haja uma diminuição da espessura da pele e, por consequência, uma menor disponibilidade da substância precursora da vitamina D na epiderme, bem como uma menor capacidade de síntese da forma ativa dessa vitamina.

“Por isso, no nosso estudo, utilizamos medidas de circunferência abdominal, que é uma medida prática é acessível que verifica o acúmulo de gordura no abdômen e é mais precisa que o IMC, por exemplo? afirma.

Outra modificação apontada com o envelhecimento é a diminuição do número de receptores de vitamina D nos tecidos corporais, o que dificulta a captação dessa vitamina circulante no organismo.

No entanto, ressalta o estudo, o acúmulo de gordura abdominal tem papel importante no “sequestro?da vitamina D circulante na corrente sanguínea. “Ao analisarmos as células de gordura dessas pessoas, é possível observar que as enzimas da vitamina D estão baixas. Isso acontece porque um receptor da vitamina D (VDR) passa a capturar a vitamina D que está na corrente sanguínea. Isso ocorre como forma de compensar o baixo nível de enzimas na célula de gordura. De modo simplificado, é como se o tecido adiposo sequestrasse a vitamina D. O que faz com que haja uma menor biodisponibilidade de vitamina D nos exames de sangue, como vemos. É esse processo que vai acarretar insuficiência ou até deficiência de vitamina D? explica Thais Barros Pereira da Silva, aluna de iniciação científica e primeira autora do estudo.

Alexandre ressalta que o estudo reforça a necessidade de políticas públicas para a prevenção e o enfrentamento tanto da obesidade quanto da carência de vitamina D na velhice. “Todos sabemos que é mais fácil prevenir que remediar e comprovamos que a obesidade abdominal pode interferir nas concentrações de vitamina D do sangue, algo que pode desencadear uma série de problemas de saúde nos idosos”, disse.

O estudo Is Abdominal Obesity a Risk Factor for the Incidence of Vitamin D Insufficiency and Deficiency in Older Adults? Evidence from the ELSA Study pode ser lido em: //www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9572900/.

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??????-???????-rtg-slots???? //emiaow553.com/um-terco-de-adultos-com-mais-de-35-anos-tem-gordura-no-figado-e-risco-de-diabetes/ Tue, 25 Apr 2023 15:09:38 +0000 /?p=485146 Aumento da gordura no fígado também está associada a outras taxas preocupantes para a saúde, como alto IMC e triglicerídeos

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Texto: Agência BORI

Highlights:

  • O aumento da gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática, favorece o surgimento de novos casos de diabetes do tipo 2
  • Estudo acompanhou 8.166 participantes, de 35 a 74 anos, e identificou a presença de esteatose hepática em 35,1% da amostra
  • A condição é mais prevalente em homens obesos, com baixa escolaridade e baixo índice de atividade física

Esteatose hepática, popularmente conhecida como gordura no fígado, afeta 35,1% de 8.166 participantes de uma pesquisa que investigou fatores associados ao desenvolvimento de diabetes, doenças cardiovasculares e outras condições crônicas. O estudo, de autoria de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e colaboradores da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), está publicado na edição de sexta-feira (14) da revista “Cadernos de Saúde Pública?/a>.

A pesquisa evidencia que o aumento da gordura no fígado, condição encontrada em pessoas que desenvolvem doença hepática gordurosa não alcoólica, também está associada a outras taxas preocupantes para a saúde, como alto índice de massa corporal (IMC) e triglicerídeos. A maior prevalência foi encontrada em indivíduos do sexo masculino e com obesidade. Avaliando fatores sociodemográficos, percebeu-se que esse grupo possuía um nível mais baixo de escolaridade e de atividade física.

Os dados epidemiológicos apresentados nesse artigo são provenientes do ELSA-Brasil, o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto. Após triagem, os mais de 8 mil participantes, com idades de 35 a 74 anos, foram acompanhados por cerca de quatro anos por meio de entrevistas e exames clínicos que coletaram dados sociodemográficos e de saúde. Os pesquisadores detectaram diferenças em outros fatores clínicos comparando o grupo de participantes que tinha gordura no fígado com o grupo que não apresentava essa condição de saúde. O grupo com esteatose exibia níveis maiores de marcadores significativos, tais como IMC, circunferência da cintura, triglicerídeos, colesterol elevado e resistência à insulina.

A incidência de diabetes entre os participantes foi de 5,25%. Quando realizada a comparação entre os grupos com e sem esteatose hepática, os pesquisadores obtiveram uma incidência de 7,83% no grupo com esteatose hepática e de 3,88% no grupo sem esteatose. A presença de gordura no fígado aumentou em 30% o risco de se desenvolver diabetes. Mesmo após ajustes de índice de comparação, o risco de surgimento de novos casos de diabetes permaneceu sendo maior no grupo de participantes com gordura no fígado comparados àquele dos que não possuíam a condição.

Os autores destacam que esse é o primeiro estudo a confirmar o risco do desenvolvimento de diabetes em indivíduos com gordura no fígado numa população da América do Sul, corroborando dados existentes acerca da associação entre as duas condições de saúde. Tal relação também já havia sido apontada em outros estudos realizados, principalmente em asiáticos. Essa pesquisa tende a trazer mais informações, visto que o acompanhamento dos participantes continua. “A perspectiva é continuar acompanhando essa coorte de indivíduos e produzindo conhecimento sobre diversas condições crônicas não transmissíveis? comenta Luciana Costa Faria, autora do artigo.

No Brasil, o cenário nutricional justifica a crescente dos índices de sobrepeso, obesidade e diabetes. A população exibe maus hábitos de alimentação e a doença hepática gordurosa não alcoólica é uma condição de alta prevalência, alcançando um índice de cerca de 25% da população geral, segundo a pesquisadora. As conclusões obtidas a partir desse estudo expõem o quão importante é que profissionais da saúde reforcem a conscientização de seus pacientes ao “aconselhar e recomendar mudanças significativas nos hábitos de vida, principalmente atividades físicas regulares, dieta saudável, perda de peso e controle dos demais fatores metabólicos? diz Faria. Além disso, os serviços de saúde também podem implementar a identificação de pacientes com esteatose hepática como medida preventiva contra o desenvolvimento de doenças crônicas, como a diabetes.

DOI: //www.scielosp.org/article/csp/2023.v39n3/e00090522/en/

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