??? ?????????? ///tag/especies-invasoras/ Vida digital para pessoas Mon, 04 Mar 2024 14:33:25 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png ??? ?????? ?????? ??? ///tag/especies-invasoras/ 32 32 ????? ??????????????????? //emiaow553.com/brasil-tem-476-especies-invasoras-que-causaram-mais-de-u77-bilhoes-em-prejuizo/ Sat, 02 Mar 2024 16:31:41 +0000 /?p=555630 BPBES lançou nesta sexta (3) um relatório temático que mapeia as espécies exóticas no Brasil e aponta caminhos para seu manejo; o Giz Brasil detalha os resultados

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Da tilápia ao lírio-do-brejo, da abelha-de-mel ao pinheiro americano, passando também por alguns cães e gatos, todos esses seres vivos têm algo em comum: são espécies exóticas invasoras (EEI). Ou seja, que foram introduzidas em locais do Brasil que não são seu habitat natural. 

No total, há 476 espécies invasoras em território brasileiro, entre plantas, algas e animais. Elas estão espalhadas por todos os ecossistemas do país – inclusive já atingiram 30% das áreas de conservação.

Por competirem com recursos de espécies nativas, se tornam uma ameaça à biodiversidade brasileira. Por isso, na tentativa de conter apenas 16 dessas EEI, mais de US$ 77 bilhões (R$381,6 bilhões, em conversão direta) foram gastos entre 1984 a 2019. É uma média anual de US$ 2 a US$ 3 bilhões (R$ 9,9 bilhões a R$ 14,8 bilhões, em conversão direta).

Todos estes dados fazem parte do levantamento ?/span>Relatório Temático sobre Espécies Exóticas Invasoras, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos? da BPBES (Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos), apresentado na sexta-feira (1) com a presença do Giz Brasil.

Feito por 73 autores líderes, 12 colaboradores e 15 revisores de instituições de pesquisa e de órgãos públicos, representantes do terceiro setor e profissionais autônomos de todas as regiões do Brasil o documento reúne o mapeamento das EEI presentes em território brasileiro, destaca os principais impactos pro país e aponta caminhos possíveis para a contenção do problema.

“A ideia não é dar uma receita, mas sim prover informações objetivas pensando em sua aplicação para a construção e a implementação de políticas públicas e privadas, assim como de iniciativas de manejo? explica Michele de Sá Dechoum, professora adjunta da Universidade Federal de Santa Catarina e uma das coordenadoras do relatório.

Sobre espécies exóticas invasoras

Brasil tem 476 espécies invasoras que causaram mais de mais de U$77 bilhões em prejuízo

Pinheiro americano, uma das espécies invasoras no Brasil (Imagem: Relatório Temático sobre Espécies Exóticas Invasoras, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos/ BPBES/ Reprodução)

Todos os exemplos citados acima se referem a espécies estrangeiras, a maioria da Europa, África e sudeste da Ásia. Mas a invasão também pode ocorrer com plantas e animais brasileiros que são deslocados de sua região original para outra parte do país.

Em geral, a introdução de espécies acontece principalmente no comércio de animais de estimação, no consumo humano – especialmente de peixes – e por meio de plantas ornamentais e hortícolas.

Dessa forma, o total de EEIs mapeadas inclui tanto aquelas que receberam autorização para ser importadas quanto as que chegeram ao Brasil de maneira ilegal. Além disso, em muitos casos as espécies invasoras se estabelecem acidentalmente.

“Então a gente tem a partir de 1.500 as grandes navegações, onde aconteceram grandes mudanças na agricultura e no comércio. Essa época coincidiu também com o início da introdução dessas espécies exóticas no mundo. Mas foi apenas a partir dos últimos 50 anos que houve uma explosão, uma grande intensificação, por aumento da navegação e do transporte aéreo também”, explica Andrea Junqueira, professora do Departamento de Biologia Marinha e da Pós-graduação em Zoologia do Museu Nacional da UFRJ e coordenadora do relatório.

Brasil tem 476 espécies invasoras que causaram mais de mais de U$77 bilhões em prejuízo

(Imagem: Relatório Temático sobre Espécies Exóticas Invasoras, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos/ BPBES/ Reprodução)

Segundo os pesquisadores, as espécies exóticas invasoras são mais resistentes às mudanças climáticas, por exemplo, o que faz com que sejam menos afetadas pelas alterações ambientais que elas causam. Dessa forma, tendem a prosperar com mais facilidade em alguns locais que as próprias espécies nativas.

De acordo com o relatório da BPBES, as projeções indicam um aumento de 20 a 30% em invasões biológicas no Brasil até o final do século.

1.004 impactos negativos, apenas 33 positivos

Como resultado, a introdução de espécies exóticas oferece riscos à saúde humana, uma vez que pode causar epidemias e pandemias, além de trazer prejuízos a áreas como a agricultura e pecuária, descaracterizar o solo e ameaçar espécies nativas de extinção.

Além disso, há também os custos que esses impactos geram. Eles são atrelados a perdas de produção e horas de trabalho, internações hospitalares e interferência na indústria de turismo.

Brasil tem 476 espécies invasoras que causaram mais de mais de U$77 bilhões em prejuízo

Imagem: Relatório Temático sobre Espécies Exóticas Invasoras, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos/ BPBES/ Reprodução

No total, o relatório contabilizou 30 vezes mais impactos negativos que positivos. E os pesquisadores apontam que faltam estudos sobre o tema, de forma que os prejuízos podem ter uma lista ainda mais extensa.

Para evitá-los, o relatório ressalta a necessidade de ações imediatas de manejo, que vão desde medidas de prevenção até a contenção daquelas espécies que já se estabeleceram. Quando as espécies invasoras ainda não estão estabelecidas, a regra é erradicá-las o quanto antes.

“O que a gente precisa é um sistema de detecção precoce que funcione. Se uma espécie foi detectada, ela tem que ser erradicada o mais rápido possível”, ressalta Dechoum.

Recentemente, uma espécie de árvore asiática foi encontrada em uma região de manguezal no estado de São Paulo. Nesse caso, aponta, a resposta do poder público para erradicação da invasora deveria ser imediata. Mas a falta de preparo dos órgãos tem tornado o processo mais lento.

O que falta para a ação

No Brasil, há um arcabouço legal que dá base para a ação. Contudo, segundo Dechoum, a legislação é pulverizada. “Muitas vezes elas são focadas em algumas espécies, às vezes ligadas à saúde, às vezes ligadas ao meio ambiente”, explica.

A pesquisadora também aponta outros desafios no manejo das EEI, como o conflito de interesse de diferentes setores econômicos, uma vez que algumas espécies invasoras oferecem benefícios pontuais a determinados segmentos.

“E também pela deficiência de conhecimento técnico, tanto na perspectiva conceitual quanto das medidas de gestão e manejo necessárias? detalha. Como resultado, algumas ações de governança vêm sendo aplicadas de forma equivocada.

Por exemplo, existem incentivos ao uso da tilápia, peixe notoriamente invasor que exerce uma dominância nos ambientes e ameaça a permanência das espécies nativas.

Estratégia unificada

Para Adriana Carvalhal, bióloga e analista ambiental do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), que também trabalhou no relatório, o ideal seria que o Brasil tivesse uma estratégia unificada nacional em todas as hierarquias de governo – federal, estadual e municipal.

Enquanto o país não tem isso, um exemplo de boas práticas no manejo das espécies invasoras é o que o ICMBio tem feito nas unidades de conservação federais. 

“Hoje em dia o instituto tem vários instrumentos de gestão para essa temática. Vale destacar os guias de manejo, que avaliam toda essa questão de vias e vetores de introdução, tudo direcionado para essas UCs”, explica. 

Segundo a pesquisadora, os guias respaldam a ação dos gestores em casos de espécies invasoras que sabem controlar. Outra medida apontada no relatório é a valorização das espécies nativas, não apenas do ponto de vista ambiental, como também econômico.

“Tá, então se eu não posso usar espécies exóticas invasoras. O que eu posso usar no lugar? A gente tem um país mega biodiverso, a gente tem um potencial imenso. A questão é essa mudança de paradigma”, conclui Dechoum.

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?????? ?? ???: ???? ?? ??? ???? //emiaow553.com/descoberta-planta-invasora-asiatica-que-poe-em-risco-manguezais-da-baixada-santista/ Fri, 09 Feb 2024 18:11:32 +0000 /?p=551721 Cientistas da USP encontraram 86 exemplares da espécie invasora na região de Cubatão e alertam para ameaça à biodiversidade que ela causa

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No estuário de Santos, mais precisamente em uma área de manguezal em Cubatão, em São Paulo, pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) encontraram uma planta incomum para o local. Posteriormente, descobriram que se tratava da Sonneratia apetala, espécie nativa do Sudeste Asiático — especialmente Índia e Bangladesh.

De acordo com o Jornal da USP, esse é o primeiro registro da planta na América do Sul. O trabalho envolveu caminhadas de campo e uso de drones, que identificaram a presença de 86 exemplares da espécie até o momento.

Sobre a planta

Também conhecida como mangue maçã, a planta possui flores atraentes que, junto com seus frutos, flutuam pelas águas. Dessa forma, cresce e se espalha rapidamente. 

Segundo os pesquisadores Yara Novelli, Edmar Hatamura e Geraldo Eysink, é provável que ela tenha chegado ao porto de Cubatão por meio de navios que vieram da China. Eles acreditam que amostras da planta viajaram junto com a água de lastro, utilizada para estabilizar as embarcações.

Por ter a capacidade de fazer o solo reter umidade, foi utilizada na tentativa de recuperar manguezais chineses. No entanto, inserir uma espécie exótica em outro ambiente pode ser ainda mais prejudicial à vegetação nativa.

Ameaça aos manguezais brasileiros

A planta mangue maçã é uma ameaça à biodiversidade no Brasil, por ser uma espécie invasora. No país, os manguezais se estendem por toda a costa, de norte a sul. 

Em geral, as árvores dos três tipos de mangue brasileiros – vermelho, petro e branco – desempenham um papel vital na proteção do solo e da vida selvagem litorânea. De acordo com pesquisadores, os manguezais exercem a fixação de carbono, evitam a erosão do solo e ainda servem como berçário para espécies marinhas.

Por isso, os mangues são considerados APP (Área de Preservação Permanente) pela legislação nacional do Brasil. Dessa forma, a invasão da Sonneratia apetala pode competir por espaço e recursos das plantas nativas brasileiras, prejudicando a biodiversidade local.

A regulamentação brasileira diz que espécies invasoras devem ser erradicadas, sejam elas animais, plantas ou microrganismos. De acordo com os pesquisadores da USP, para isso, é necessária a autorização de órgãos reguladores. 

Eles já entraram em contato e aguardam resposta do Ministério do Meio Ambiente, do ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e do Ibama para tratar do caso da espécie invasora. Além disso, também publicaram uma nota técnica na revista Biota Neotropica.

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???????????????? - ????? //emiaow553.com/especies-invasoras-causam-prejuizo-mundo-afora/ Sat, 21 Oct 2023 12:06:20 +0000 /?p=524922 Relatório mundial traz exemplos de danos ecológicos, financeiros e à saúde em consequência da disseminação de espécies exóticas

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Texto: Maria Guimarães/Revista Pesquisa Fapesp

A planta aquática aguapé (Pontederia crassipes) se espraia em lagos e rios com suas folhas flutuantes e belas flores roxas. Nativa das bacias sul-americanas do Amazonas e do rio da Prata, ela acabou com as tilápias ao invadir o lago Victoria, na África, um importante recurso pesqueiro, por impedir a passagem de luz e a oxigenação da água. Causadora também de danos à produção de energia e ao suprimento de água, o aguapé é a espécie de planta invasora mais disseminada pelo mundo, encontrada em 74 das regiões examinadas no relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (Ipbes), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado em 4/9. “?o resultado de um esforço de quatro anos por mais de três dezenas de autores, inclusive alguns brasileiros? conta o biólogo Ricardo Pinto Coelho, aposentado como professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e hoje proprietário da empresa RMPC Meio Ambiente Sustentável, único brasileiro no painel de especialistas da Ipbes. “?um documento de auxílio para governos em decisões sobre políticas públicas.?/p>

Além de exportar espécies, as Américas também sofrem invasões. “No ambiente aquático, que conheço bem, um exemplo no Brasil é Limnoperna fortunei, o mexilhão-dourado? afirma Coelho. “Nas águas brasileiras tem causado problemas não só para a aquacultura, mas também no sistema de operação das usinas, onde ficam incrustados nos sistemas de refrigeração.?Ele ressalta o caso do microcrustáceo africano Mesocyclops ogunnus, que invadiu os principais reservatórios em toda a bacia do Tietê e do rio Grande. “Ele é o hospedeiro intermediário de uma filariose muito importante, então se uma pessoa com esse parasita se banhar nesses reservatórios, poderá introduzir a doença no Brasil.?Outro exemplo destacado no relatório: o mosquito Aedes aegypti, terror da saúde pública, transmite os agentes causadores da dengue, zika e outras doenças. Originário da África, deve ter sido introduzido na América do Sul durante o período colonial, provavelmente de carona com o tráfico de escravizados.

Invasões também podem acontecer, e causar danos, dentro do próprio continente. Coelho conta que uma espécie de piranha da bacia amazônica se disseminou em lagos do rio Doce, na região Sudeste, e causou um fenômeno ecológico chamado de cascata trófica invertida. Como a piranha elimina praticamente toda a fauna de peixes nativa, não resta quem consuma a matéria orgânica produzida pelas algas e o lago se torna verde, um processo de poluição natural que prejudica todo o ecossistema.

Invasores no Brasil: o mosquito africano Aedes aegypti causa doenças e o mexilhão-dourado traz problemas à agricultura e a reservatórios de geração de energia.

Invasores no Brasil: o mosquito africano Aedes aegypti causa doenças e o mexilhão-dourado traz problemas à agricultura e a reservatórios de geração de energia. Imagem: CDC | Santiago Mailhos

O relatório afirma que as atividades humanas causaram a disseminação pelo mundo de mais de 37 mil espécies de plantas, animais e microrganismos, com papel central em 60% das extinções globais. Em 2019, o impacto econômico das espécies invasoras ultrapassou US$ 423 bilhões anuais, cerca de R$ 2 trilhões. O levantamento da Ipbes foi realizado por 86 especialistas de 49 países, que trabalharam por quase cinco anos analisando publicações científicas e contribuições de povos indígenas e comunidades locais. Por volta de um terço dos impactos listados foi detectado nas Américas, a maior parte (75%) em ambientes terrestres como florestas e lavouras. Um problema é que quase metade dos países não investe em iniciativas para o manejo das invasões biológicas. O estudo preconiza três linhas de defesa: prevenção, erradicação e, em último caso, contenção.

“Espécies exóticas causam prejuízos econômicos, de saúde pública e ecológicos incalculáveis? resume Coelho. Ele alerta para a necessidade de as universidades formarem profissionais capazes de realizar o manejo da flora e da fauna, de modo a evitar ou minimizar esses danos. Na própria Ipbes há oportunidades de trabalho para professores e estudantes, ele avisa.

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