??? ???? ??? ??? ?? ?? ?? ?? / Vida digital para pessoas Wed, 12 Jun 2024 10:59:23 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png ??? ?? ?? ?? ??? ??? ??? ?? / 32 32 ???? ??? Archives??????? //emiaow553.com/rios-contaminados-por-corantes-podem-deixar-peixes-cegos/ Wed, 12 Jun 2024 13:15:45 +0000 //emiaow553.com/?p=575092 Mesmo em baixas concentrações, substância usada para tingir produtos de vermelho deforma estrutura ocular de larvas de peixes, apontam testes em laboratório

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Texto: Rita Stella / Arte: Beatriz Haddad* / Jornal da USP

Secas, inundações, ondas de calor, nevascas. Apesar da perplexidade diante das tragédias ambientais, a compreensão da estreita relação entre ação humana e a natureza parece distante. Mas, bem próximos das cidades, rios contaminados por resíduos de corantes podem afetar o desenvolvimento da estrutura ocular de peixes, como foi verificado em estudos com animais em laboratório. A culpa, segundo resultados de pesquisa recém-publicada, é de corantes vermelhos, compostos químicos utilizados em grande escala pela indústria têxtil.

Esta é a primeira vez que se observa a cegueira por ação de corantes químicos e o alerta vem de grupo de pesquisa da USP em Ribeirão Preto, que avaliou efeitos de três corantes vermelhos ?o Disperse Red 60 (DR 60), o DR 73 e o DR 78 ?em larvas e embriões de zebrafish, espécie ornamental de peixe também conhecida como paulistinha, mantidos em laboratório. “No caso particular do DR 60 a possibilidade de afetar diretamente os olhos das larvas é de grande preocupação ambiental, mas também do ponto de vista da saúde humana? afirma Bianca de Arruda Leite, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo, que realiza seu doutorado sob orientação da professora Danielle Palma de Oliveira, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP e com a colaboração do professor Carlos Gravato, da Universidade de Lisboa, Portugal.

Bianca de Arruda Leite - Foto: Arquivo pessoal

Bianca de Arruda Leite – Foto: Arquivo pessoal

As anomalias encontradas nas larvas do zebrafish, conta a professora Danielle de Oliveira, preocupam por ser este um modelo amplamente utilizado pela comunidade científica para estudar os processos de desenvolvimento em vertebrados. Além das facilidades do manuseio em laboratório, “aproximadamente 70% dos genes humanos têm pelo menos um ortólogo (genes de espécies diferentes que têm um único gene ancestral comum) do zebrafish? Com isso, esse organismo “tem sido amplamente empregado como modelo no estudo de doenças humanas?

Os problemas de visão chamaram a atenção nos estudos com animais de laboratório, mas não foram os únicos; os testes mostraram ainda alterações no comportamento de locomoção após exposição aos corantes. As concentrações de corantes testadas equivalem às encontradas em amostras de rios que recebem efluentes de indústrias. Mas, asseguram os pesquisadores, os resultados foram observados mesmo em baixas concentrações e servem de alerta para uma maior atenção das autoridades sanitárias quanto ao registro e liberação de novos corantes no meio ambiente.

Vida na água comprometida

Após os testes de toxicidade aguda dos embriões do peixe, com exposição a três tipos de corantes vermelhos, os pesquisadores verificaram impactos de desenvolvimento e teratogenicidade (malformação congênita) nos organismos. Com o DR 60, as larvas tiveram problemas nas estruturas oculares, reduzindo a área e modificando a morfologia dos olhos, além de alterações no padrão natatório. “A dificuldade de distinguir claro de escuro, mesmo em baixas concentrações do corante, sugere que as larvas estavam cegas? informa Bianca.

O DR 73 afetou o desenvolvimento geral das larvas, impedindo que a bexiga natatória inflasse, “o que prejudica a capacidade natatória do peixe e o controle da sua posição na coluna de água? informa a professora Danielle. São alterações que mostram um efeito potencialmente neurotóxico “com consequências no sistema nervoso para além da deformação evidente dos peixes? acrescenta.

Com o DR 78, observaram redução da velocidade natatória e aumento do estresse oxidativo das larvas, explicado pela mobilização das reservas energéticas para acionar o sistema de defesa na desintoxicação do organismo. Assim, a conclusão é de que o DR 60 e o DR 73 parecem ser os mais tóxicos dentre os testados, enquanto o DR 78 pode ser considerado menos tóxico já que, nas concentrações testadas, os efeitos verificados na natação parecem estar apenas relacionados à questão energética.

Danielle Palma de Oliveira – Foto: Arquivo pessoal

Porém, o professor Carlos Gravato lembra que “se a larva apresentar deformações, o mais natural será ter a sua velocidade comprometida, não só pela falta de energia mas pela postura anormal da larva?

Os resultados com os peixes preocupam, principalmente em relação aos dois corantes mais tóxicos, que causaram efeitos no desenvolvimento e teratogenicidade nos organismos testados, “mas não podemos afirmar que são teratogênicos para humanos? adianta Danielle. “As vias de exposição desses organismos aquáticos a esses compostos têxteis são diferentes das possíveis vias de exposição de humanos? o que torna este modelo, em teoria, “mais suscetível do que um humano?aos efeitos tóxicos, de acordo com Bianca.

Falta de legislação estimula esforço científico

Diversos tipos de corantes são amplamente utilizados em vários ramos industriais, da indústria têxtil à farmacêutica, da alimentícia à cosmética e fotográfica. Alguns desses produtos já demonstraram ser tóxicos e mutagênicos para a vida aquática.

Mesmo assim, segundo Danielle, mais de 15% do total de corantes utilizados no mundo são inadvertidamente lançados no ambiente aquático como poluentes em efluentes. A maioria desses produtos químicos resiste aos processos de degradação disponíveis para o tratamento de águas residuais, processos estes que “podem gerar subprodutos ainda mais tóxicos? completa.

Carlos Gravato – Foto: Arquivo pessoal

Apesar do grande número de corantes disponíveis e da grande quantidade de corantes lançados no meio ambiente, estudos sobre a toxicidade dessas substâncias ainda são escassos. Também não existe legislação que regulamente o uso e descarte desses compostos em efluentes. Esta lacuna, enfatiza o professor Carlos, é a principal razão para a ampliação do investimento científico “para melhor classificar cada um dos corantes e determinar as concentrações causadoras de efeitos nos organismos aquáticos? Segundo Danielle, os esforços de seu grupo de pesquisa devem contribuir para que num futuro próximo esses corantes sejam regulamentados não só no Brasil, mas no mundo.

O estudo, realizado nos laboratórios da professora Danielle na FCFRP, contou ainda com a participação de pesquisadores do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Detecção, Avaliação Toxicológica e Remoção de Micropoluentes e Substâncias Radioativas (INCT-Datrem) e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal.

Mais informações: e-mail [email protected], com Danielle Palma de Oliveira

*Estagiária sob supervisão de Moisés Dorado

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??????? ???? ???? ??? ???????? //emiaow553.com/cientistas-encontram-microplasticos-em-testiculos-de-humanos-e-caes/ Tue, 21 May 2024 21:39:54 +0000 //emiaow553.com/?p=571847 Em estudo, partículas mais presentes eram de polietileno e PVC; pesquisa associa presença de microplásticos em testículos à infertilidade

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Em novo estudo publicado na revista Toxicological Sciences, cientistas encontraram microplásticos em testículos de homens e cães. Nos pets, a presença das partículas de plásticos também estava relacionada à contagem de espermatozoides, de forma que quanto mais microplásticos, menor a concentração do esperma.

Pesquisas recentes já indicavam que os microplásticos estão contaminando de maneira generalizada o organismo de seres vivos. As partículas já foram encontradas em um coração humano, na placenta e no sangue.

Por enquanto, a ciência sabe que os microplásticos podem causar danos às células humanas em laboratório. As partículas podem se alojar nos tecidos e causar inflamação, como fazem as partículas de poluição do ar.

Além disso, os compostos químicos dos plásticos também podem prejudicar o organismo. Contudo, a dimensão do impacto dos microplásticos na saúde ainda é desconhecida.

Entenda a pesquisa

No total, os pesquisadores analisaram 23 testículos humanos, de homens entre 16 a 88 anos. Todas as amostras foram coletadas em autópsias, ou seja, os doadores estavam mortos e, por isso, o esperma não pode ser examinado.

Além disso, os cientistas também analisaram 47 testículos de cães, obtidos de clínicas veterinárias que realizaram a castração dos animais. Por fim, os pesquisadores encontraram poluição por microplásticos em todas as amostras de testículos.

Em geral, os testículos humanos tinham uma concentração de plástico quase três vezes maior do que a encontrada nos cães. Em números, isso significa 330 microgramas por grama de tecido em comparação com 123 microgramas.

No entanto, os pesquisadores conseguiram fazer a contagem de esperma nos testículos dos cães. Dessa forma, os cientistas descobriram que ela era menor em amostras com maior contaminação por microplásticos de PVC, o segundo mais comum nas amostras.

Em primeiro lugar ficaram as partículas de polietileno, plástico geralmente usado em sacolas plásticas e garrafas.

“O PVC pode liberar muitos produtos químicos que interferem na espermatogênese e contém produtos químicos que causam disrupção endócrina? explicou ao The Guardian um dos autores do estudo, Xiaozhong Yu.

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?????? ?? ??: ?? ??, ??? ??? //emiaow553.com/para-evitar-exposicao-ao-mercurio-estudo-sugere-restricoes-no-consumo-de-peixes-como-corvina-e-pescada-amarela/ Thu, 18 Apr 2024 12:13:34 +0000 //emiaow553.com/?p=564670 Contato de humanos com mercúrio, elemento tóxico, ocorre principalmente por meio de alimentos contaminados

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Texto: Agência Bori

Highlights

  • Consumo alto e frequente de peixes como pescada amarela e corvina pode contribuir para uma exposição excessiva ao mercúrio em adultos e crianças
  • Corvina pode ser consumida de forma segura por adultos em uma frequência média de até cinco refeições por mês
  • Recomendações do estudo incluem criar políticas públicas de conscientização sobre o consumo seguro de peixes

O consumo de peixes como pescada amarela e corvina em grande quantidade e de forma frequente pode aumentar o risco de contaminação humana por mercúrio. O alerta está em estudo publicado nesta segunda (15) na revista científica “Anais da Academia Brasileira de Ciências?/a> por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC), em colaboração com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Para avaliar os riscos da exposição dos seres humanos ao mercúrio pelo consumo de peixes, os cientistas coletaram e analisaram os níveis de mercúrio de 125 peixes de nove principais espécies comercializadas no mercado de peixes de São Luís, no Maranhão. Os pesquisadores também coletaram dados de 574 moradores da região, entre 2017 e 2019, registrando seus hábitos alimentares e peso corporal.

O mercúrio é um poluente tóxico para o meio ambiente e para a saúde humana, liberado como resíduo de atividades industriais. Nos seres humanos, o contato com esse elemento ocorre principalmente por meio da ingestão de animais contaminados e pode gerar problemas neurológicos.

Nos peixes analisados, a concentração média de mercúrio não excedeu os limites de segurança, de 0,5 miligrama para cada quilo do alimento. Mesmo assim, o artigo frisa que o consumo contínuo aumenta a exposição ao elemento, o que pode representar riscos à saúde.

O estudo aponta que as espécies carnívoras, como a pescada amarela e a corvina, apresentaram os maiores níveis de mercúrio ?0,296 e 0,263 miligramas para cada quilo, respectivamente. “Peixes carnívoros podem se alimentar de outros peixes e, portanto, ingerem maiores concentrações de mercúrio, comparados com peixes herbívoros, que consomem plantas com níveis mais baixos desse elemento? explica o pesquisador e engenheiro de pesca Moisés Bezerra, um dos autores do estudo.

Os limites de segurança para consumo aumentam conforme o peso corporal da pessoa. Quatro das nove espécies de peixe analisadas necessitam de restrições de consumo para adultos, e sete para crianças. Por exemplo, a margem de segurança para o consumo mensal da pescada amarela, para uma pessoa que pesa 65 quilos, é de 667 gramas desse peixe.

Isso significa que adultos podem consumir esses peixes em cerca de quatro refeições por mês, enquanto crianças, em uma refeição por mês. Já a corvina pode ser consumida de forma segura por adultos em até cinco refeições por mês. ”Acreditamos que esse tipo de recomendação deve ser disponibilizada para os consumidores de forma simples e clara, como forma de promover o consumo seguro de pescado? diz Bezerra.

Para o pesquisador, é preciso que o poder público invista na educação alimentar para garantir o consumo apropriado dos pescados, que são importantes fontes de nutrientes e estão associados à cultura e à economia da região Norte. “O estudo contribui e serve de subsídio para a implementação de políticas públicas que visem informar e promover o consumo de pescado de forma segura? observa Bezerra. “Os consumidores podem selecionar os tipos de pescado com menores concentrações ou consumir as espécies que mais preferem numa frequência adequada para não se expor ao mercúrio de forma excessiva?complementa.

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??? ?? ???????? ??- ??? ??? //emiaow553.com/prejudicial-a-saude-humana-plastico-contamina-sete-em-cada-dez-tainhas-no-litoral-sul-de-sao-paulo/ Fri, 12 Apr 2024 16:50:52 +0000 //emiaow553.com/?p=563660 Riscos de contaminação de seres humanos que se alimentam das tainhas intensifica a necessidade de políticas para descarte adequado do plástico

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Texto: Agência Bori

Highlights

  • Sete em cada dez tainhas apresentam fragmentos plásticos em seu sistema digestório em região de preservação ambiental de Cananéia (SP)
  • 95% dos resíduos plásticos encontrados nos peixes são de microfibras de nylon usadas pela pesca local
  • Riscos de contaminação de seres humanos que se alimentam das tainhas intensifica a necessidade de políticas para descarte adequado do plástico

O plástico representa uma ameaça crescente para a saúde dos ecossistemas marinhos e dos seres humanos. Uma pesquisa do Instituto Federal do Paraná (IFPR) mostrou que sete em cada dez tainhas pescados no litoral sul do estado de São Paulo têm resíduos de plásticos em seu trato digestório. O alerta está em artigo publicado na segunda (8), na revista científica “Biodiversidade Brasileira?/a>.

Segundo o artigo, o organismo humano pode absorver substâncias químicas dos plásticos, potencialmente tóxicas, pelo consumo de peixes contaminados. Algumas dessas substâncias estão, inclusive, associadas ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e de danos neurológicos.

A tainha é um peixe muito presente no litoral brasileiro e comum na alimentação humana. Para investigar a ingestão de fragmentos plásticos por esses animais, os pesquisadores analisaram 57 tainhas coletadas do Complexo Estuarino Lagunar de Cananéia, área de conservação ambiental no litoral sul de São Paulo. Os peixes foram obtidos por meio de quatro coletas, que ocorreram entre os anos de 2016 e 2018, com o auxílio de pescadores locais.

Gislaine Filla, coautora do estudo, explica que a maior parte do plástico não é reciclado e seu descarte impróprio acaba contaminando o meio ambiente. “A ação da água e o atrito no solo acabam transformando o plástico em partículas pequenas que não são visíveis a olho nu, mas estão lá?

Neste estudo, a pesca se mostrou como provável fonte da contaminação dos peixes. Essa atividade é muito presente na região litorânea da Cananéia e está relacionada à subsistência das comunidades locais. A microfibra de nylon, resíduo encontrado em 95% das amostras, é um dos principais componentes das cordas utilizadas pelos pescadores na captura de peixes, que ingerem esse material de forma acidental.

Além de prejudicial ao meio ambiente, a pesquisadora esclarece que a presença de fragmentos plásticos nos organismos dos animais também oferece danos aos seres humanos. “À primeira vista, podemos pensar que este plástico não será negativo para os seres humanos, mas os plásticos trazem consigo produtos químicos, corantes, pesticidas e agrotóxicos? explica Filla. ?a href="//abori.com.br/ambiente/descarte-de-lixo-aumentou-em-mais-de-200-apos-a-liberacao-de-acesso-as-praias-de-aracaju-se-na-pandemia/">Ao descartar de forma errada os resíduos plásticos, impactamos negativamente os ambientes aquáticos, os seres vivos que lá se encontram e o próprio ser humano? complementa.

Para a autora, a pesquisa pode ajudar a fundamentar políticas públicas que tenham como objetivo a redução do consumo de plástico ou formas mais adequadas de descarte para esses materiais, por exemplo. “Cabe aos gestores ouvirem as comunidades, os cientistas e elaborarem normas condizentes com a realidade, de forma a diminuir os danos já causados? argumenta Filla.

Coleção:

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??? ?? Archives??????? //emiaow553.com/caso-da-quaker-relembra-que-salmonella-nao-e-problema-so-do-ovo-entenda/ Thu, 25 Jan 2024 11:30:15 +0000 /?p=548302 Bactéria foi responsável por um recall de alimentos nos Estados Unidos; para o Giz Brasil, especialista da rede AmorSaúde indica cuidados

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Em dezembro, a Quaker Oats, marca da fabricante de alimentos PepsiCo, anunciou um recall de produtos que estavam sob suspeita de contaminação por Salmonella. No total, 43 tipos de barras de cereal e granola foram recolhidos para evitar que as populações estadunidense e de Porto Rico se contaminassem. 

Embora os produtos sob suspeita não tenham chegado ao Brasil e, por isso, não ameaçaram a população do país, o quadro evidenciou que a bactéria Salmonella pode atingir diversos alimentos.

Como acontece a contaminação por Salmonella

Em geral, as pessoas acabam associando a contaminação por esse microrganismo apenas ao ovo. Contudo, qualquer alimento que tenha sido exposto à Salmonella durante o processo de produção, armazenamento ou preparação inadequada pode se tornar uma fonte de contaminação.

De acordo com o Responsável Técnico da rede AmorSaúde, Dr. Alexandre Pimenta, “a  transmissão ocorre principalmente por meio da ingestão de alimentos e água contaminados, além do contato com animais infectados?

Dessa forma, consumir alimentos que não limpamos de maneira adequada ou que ingerimos crus ou mal cozidos pode causar salmonelose. Na indústria, produtos processados também podem acidentalmente se contaminar, embora existam muitos controles de qualidade.

O que a bactéria causa

Geralmente, a Salmonella causa intoxicação alimentar, que se manifesta por meio de sintomas como diarréia, febre e vômitos. Segundo o Ministério da Saúde, em casos mais graves a bactéria pode causar infecções e até mesmo a morte.

“Se você apresentar esses sintomas após consumir alimentos suspeitos, é importante procurar assistência médica, especialmente nos casos em que a pessoa é idosa e tem um sistema imunológico enfraquecido ou está com sinais de desidratação? indica Pimenta.

De acordo com o profissional, esses grupos têm um risco maior de desenvolver complicações. Por exemplo, a bacteremia — que é a presença da bactéria no sangue –, a meningite e infecção generalizada.

Apenas com acompanhamento profissional é possível traçar o diagnóstico de intoxicação por Salmonella e, assim, iniciar o tratamento. Em casos graves, pode ser necessário uso de antibióticos, embora muitas vezes o organismo seja capaz de eliminar a bactéria em alguns dias.

De qualquer forma, tratar adequadamente a pessoa contaminada é importante não só para a saúde dela, mas também para evitar a propagação da bactéria.

Previna-se

Existem diversas medidas preventivas que são simples e devem fazer parte do cotidiano.

“A higiene pessoal é primordial. Por isso, lave bem as mãos com água e sabão antes de preparar alimentos, após usar o banheiro, após manusear alimentos crus e após tocar em superfícies potencialmente contaminadas? ensina Pimenta.

Da mesma forma, a pessoa deve lavar os alimentos antes de consumi-los, especialmente se forem para consumo cru. Para evitar a contaminação cruzada, também é importante separar esses alimentos daqueles que já estão prontos para consumo.

“Alimentos como maionese, molhos à base de ovos, sobremesas que contém ovos crus — como mousse ou tiramisù –, e alimentos que exigem refrigeração, a exemplo de laticínios e carnes, devem ser mantidos em temperaturas adequadas e consumidos antes da data de validade? indica o profissional.

Por fim, o médico deu outra dica: cozinhar os alimentos adequadamente. “A temperatura para cozer aves e carnes deve atingir no mínimo 74°C. Isso ajudará a matar bactérias, como a Salmonella

No caso dos ovos, é importante evitar o consumo daqueles que estão crus ou apenas parcialmente cozidos. Mas, preparados corretamente, eles não devem ser vistos como vilões – são ricos em proteínas, vitaminas e minerais, nutrientes essenciais para uma dieta saudável.

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?? (??? ???)??????,??????,????????? //emiaow553.com/nova-metodologia-ira-facilitar-identificacao-de-mercurio-em-animais-e-pessoas-na-amazonia/ Wed, 08 Nov 2023 11:00:12 +0000 /?p=530191 Docente da Unesp coordena grupo que busca biomarcadores para assinalar contaminação em organismos. Estudo da Fiocruz mostra que um quinto dos peixes consumidos nas grandes cidades amazônicas apresenta níveis do metal superiores aos limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde.

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Texto: Jornal da Unesp | Radar dos Campi

Na maior floresta tropical do mundo, os efeitos da intervenção humana no ambiente são cada vez mais intensos e abrangentes, alcançando, inclusive, a escala microscópica. Um exemplo é a intoxicação por mercúrio, que hoje afeta tanto a fauna local quanto as populações que habitam a região.

Uma vez que esteja disponível no ambiente, o mercúrio pode ser incorporado à alimentação dos animais e se agregar à cadeia alimentar, intoxicando as pessoas que consomem peixes que ingeriram mercúrio. Estudo desenvolvido pela Fiocruz junto a instituições amazonenses revelou que os peixes dos principais centros urbanos da Amazônia estão contaminados por mercúrio. A pesquisa, divulgada em maio deste ano, aponta que quase um quinto (21,3%) dos peixes utilizados para alimentação e comercialização apresentaram níveis acima do limite estabelecido pela Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO/WHO) e pela Agência de Vigilância Sanitária brasileira (Anvisa), referente à uma quantidade de 0,5 µg/g (microgramas de mercúrio por grama de peixe).

A presença do mercúrio cada vez mais evidenciada na região está relacionada às atividades de garimpo e, possivelmente, à construção de usinas hidrelétricas, como a de Jirau, localizada no rio Madeira, responsáveis por movimentar o sedimento dos rios onde há mercúrio decantado. É justamente nessa área que têm se concentrado os estudos de um grupo de pesquisadores, coordenados por Pedro de Magalhães Padilha, docente do Instituto de Biociências da Unesp, campus de Botucatu, ao longo dos últimos dez anos.

Por meio de uma técnica inovadora que integra métodos bioquímicos e químicos, Padilha tem buscado maneiras de encontrar potenciais proteínas que sirvam como biomarcadores de mercúrio. Como o nome sugere, os biomarcadores são certos elementos presentes em sistemas biológicos que fornecem informações mensuráveis sobre saúde, doenças ou exposição a fatores ambientais. Por meio de sua identificação, é possível não apenas apontar a presença do mercúrio no organismo como também identificar e localizar as proteínas nas quais o mercúrio está presente.

Segundo Padilha, a motivação para a pesquisa veio da constatação da facilidade com que o mercúrio é absorvido pela vida aquática, e o risco que isso implica para os habitantes da Amazônia. “O consumo de peixes representa a principal fonte de contaminação por mercúrio para as populações tradicionais, que têm o pescado como a principal fonte de alimentação proteica? destaca o pesquisador. Padilha diz que o uso dos biomarcadores permitirá identificar com antecipação a existência de risco de exposição humana ao mercúrio num determinado contexto. “Esse conhecimento possibilitaria a adoção de ações preventivas, prevenindo o adoecimento e gastos significativos com saúde? diz.

Metaloproteômica: química e bioquímica

Embora seja docente do Departamento de Ciências Químicas e Biológicas da Unesp desde 1994, Padilha trabalhou por muitos anos de maneira mais próxima com os estudantes do Programa de Pós-Graduação em Química, em Araraquara, onde explorava sua expertise em química analítica.

“Por volta de 2004 uma nova técnica foi introduzida no Brasil, a metaloproteômica. Ela surgiu por volta dos anos 2000, no Japão e, rapidamente, começou a ser utilizada pela comunidade científica. Vislumbrei ali uma oportunidade para começar a desenvolver projetos com os estudantes do campus de Botucatu? lembra o químico, que desde 2009 conduz estudos nessa linha. O nome da técnica combina dois radicais. O termo “metalo?se refere aos metais, e “proteômica?identifica os conjuntos de proteínas, que são conhecidos como proteomas. Assim, a técnica permite estudar espécies metálicas, como ferro, cobre ou mercúrio, que têm a capacidade de se ligar com macromoléculas, como proteínas ou enzimas.

A associação entre elementos metálicos e proteínas é algo que ocorre rotineiramente nos mais diversos organismos. Em determinados casos, as proteínas passam a desempenhar papéis fundamentais para a vida. É o caso, por exemplo, da hemoglobina, uma proteína presente nos glóbulos vermelhos do sangue que, por meio da sua ligação com o ferro, realiza o transporte de oxigênio no sistema circulatório.

Porém, no caso de outras proteínas que também apresentam o potencial de ligação com metais, os efeitos podem ser menos benéficos ou mesmo tóxicos. É o caso dos metais cádmio, chumbo e mercúrio. Popularmente conhecidos como “metais pesados? essas espécies não desempenham nenhuma função benéfica para os organismos e são altamente tóxicas. Identificar os sítios, isto é, as partes das proteínas onde pode ocorrer a conexão com as espécies metálicas, e identificar os efeitos suscitados pela ocorrência dessas ligações, é um dos objetivos dos estudos da metaloproteômica.

O mercúrio nos peixes

Inicialmente, Padilha utilizava a metaloproteômica em estudos sobre nutrição de peixes que conduziu no estado de São Paulo. Porém, com o convite do colega Luiz Fabricio Zara, da Universidade de Brasília, em 2011 o químico passou a aplicar seu conhecimento técnico na busca por proteínas que poderiam atuar como possíveis biomarcadores de mercúrio nos peixes do rio Madeira, com auxílio da Fapesp e da Empresa Energia sustentável do Brasil ?ESBR, responsável pela hidrelétrica de Jirau. “O Madeira tem um histórico bastante conhecido de contaminação por mercúrio derivado das atividades de garimpo. Esse foi um dos motivadores para selecionarmos esta região para a pesquisa? conta Padilha.

* Leia a reportagem completa em: jornal.unesp.br/2023/08/23/nova-metodologia-ira-facilitar-identificacao-de-mercurio-em-animais-e-pessoas-na-amazonia/.

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????? ???? //emiaow553.com/aguas-com-mercurio-contaminam-salamandras-diz-estudo/ Wed, 01 Nov 2023 00:01:11 +0000 /?p=529803 O metal apareceu em 14 espécies de anfíbios dos EUA. Mercúrio é tóxico e pode prejudicar populações inteiras desses animais

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Os anfíbios são o grupo de vertebrados mais ameaçado do mundo – cerca de 41% das espécies estão sob risco de extinção. Até então, relatórios da IUCN (União Internacional pela Conservação da Natureza) mostram que a perda de habitat é a maior ameaça a esses animais. Agora, pesquisadores descobriram outro fator de risco: o mercúrio.

Cientistas realizaram a primeira avaliação em larga escala da substância em anfíbios adultos nos EUA. Os resultados, publicados na revista Environmental Science and Technology, indicam que alguns animais podem atingir níveis muito elevados do metal, a ponto de ficarem intoxicados.

O que é o metilmercúrio

O mercúrio é um metal líquido à temperatura ambiente e altamente tóxico. Já o metilmercúrio é uma variante produzida por micróbios que vivem na água e entram em contato com a substância contaminante.

De modo geral, o metilmercúrio é uma das formas mais tóxicas do metal. Ainda mais preocupante é o fato de que a substância é também o tipo mais “biodisponível” de mercúrio. Isso significa que ele é mais absorvido por organismos vivos.

Geralmente, ele contamina água ou alimentos e, assim, entra na cadeia alimentar. Depois que ele está no organismo, é difícil eliminá-lo. 

Então, ele se acumula nos animais à medida que continuam a se alimentar, um processo que os cientistas chamam de bioacumulação. Dessa forma, é altamente tóxico para vertebrados, desde os humanos até os anfíbios.

Entenda a pesquisa

Analisando o mercúrio presente em amostras de 14 espécies e 26 populações de anfíbios, os pesquisadores encontraram uma alta variação na concentração da substância nos animais. 

Enquanto em alguns representantes das espécies o metal era quase indetectável, em outros os níveis ultrapassaram a referência do que é considerado prejudicial à saúde. Com isso, a maior medição foi 33 vezes o valor da menor. 

De modo geral, a quantidade de metilmercúrio em anfíbios variou de local para local. Além disso, outros fatores influenciaram a concentração da substância, como a dieta, o tamanho e o sexo. 

Contudo, três espécies de salamandras tiveram as maiores concentrações: a Necturus beyeri, a Necturus maculosus e a Eurycea bislineata. Já algumas espécies de sapos tiveram os níveis mais baixos de mercúrio, como Rana clamitans, Rana pretiosa e Anaxyrus boreas.

Agora, com essas informações, pesquisadores dizem que é possível identificar populações de anfíbios que estão sob ameaça de contaminação — ou como o composto pode causar doenças.

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?????? Archives??? ??- ??? ???? //emiaow553.com/probiotico-pode-ajudar-a-eliminar-mercurio-prejudicial-do-organismo/ Sun, 20 Aug 2023 19:32:31 +0000 /?p=511790 Descoberta da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA, apresentou potencial para impedir a absorção de metais prejudiciais ao organismo

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Uma boa notícia para aquelas regiões do planeta onde as águas possuem níveis de metais acima da tolerância humana. Um probiótico recém desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos EUA, apresentou potencial para impedir a absorção de metais prejudiciais, como o mercúrio, pelo organismo.

Testado em camundongos e humanos, o produto se mostrou capaz de capturar e eliminar o metilmercúrio nocivo do intestino. A pesquisa foi divulgada no encontro anual da Sociedade Americana de Microbiologia, o ASM Microbe 2023.

O estudo utilizou técnicas de sequenciamento metagenômico em comunidades microbianas que residem no intestino humano. A ideia é analisar a maneira como elas reagem quando expostas ao mercúrio.

Diferente de outras pesquisas na área, os pesquisadores focaram especificamente nos genes que permitem que as bactérias convertam formas perigosas do metal em variantes menos tóxicas.

Com base nessas descobertas, eles introduziram genes provenientes da bactéria Bacillus megaterium. Ela é conhecida por sua resistência ao metilmercúrio, em cepas de Lacticaseibacillus, um grupo de bactérias do ácido lático. Assim, criaram uma formulação probiótica com objetivo de neutralizar o metal no organismo.

Por que é importante eliminar o mercúrio do organismo?

Os resultados são importantes porque o mercúrio é uma substância neurotóxica, ou seja, que prejudica o desenvolvimento neurológico – o que é uma ameaça especialmente para mulheres grávidas e crianças.

A ingestão do metal costuma acontecer em comunidades que vivem em regiões onde a água está contaminada e que dependem de uma alimentação à base de peixes, já que o mercúrio tende a se acumular em organismos vivos, como plantas e animais.

Por fim, depois da descoberta, os pesquisadores pretendem ampliar os estudos, investigando a relação entre microbiota intestinal e outros metais.

A ideia é desenvolver maneiras de reduzir os níveis de metais perigosos dentro do organismo. E, ao mesmo, tempo em que aumentam a absorção de metais essenciais, como o ferro, que são cruciais para a saúde humana.

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?? ??? ??? ??? ?? ???????? //emiaow553.com/planta-aquatica-pode-remover-manganes-em-solos-afetados-por-mineracao/ Tue, 25 Oct 2022 12:28:01 +0000 /?p=444563 Pesquisadores da Esalq-USP e colaboradores mostraram que a taboa é capaz de retirar de solos contaminados até 34 vezes mais manganês do que outras plantas

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Texto: Luciana Constantino, da Agência FAPESP

A taboa, uma vegetação aquática de aproximadamente 2,5 metros de altura, é capaz de retirar de solos contaminados até 34 vezes mais manganês do que outras plantas encontradas em ambientes semelhantes. Em comparação ao hibisco e ao junco, por exemplo, a taboa acumulou, respectivamente, dez e 13 vezes mais manganês, demonstrando, assim, seu potencial para recuperar de forma sustentável áreas afetadas por rejeitos de minério de ferro.

Esse é um dos resultados obtidos em pesquisa publicada no Journal of Cleaner Production por cientistas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) e colaboradores.

O artigo revelou que a Typha domingensis, nome científico da taboa, é altamente eficiente na fitorremediação de manganês, micronutriente potencialmente tóxico e com grande risco ecológico. A planta apresentou concentrações de 6.858 miligramas por quilo (mg/kg) de manganês na parte aérea enquanto outras espécies acumulam, em média, 200 mg/kg.

A pesquisa de campo foi realizada no estuário do Rio Doce, distrito de Regência (ES), local fortemente impactado pela deposição de rejeitos liberados após o maior desastre ambiental registrado no Brasil ?o rompimento da Barragem do Fundão, em novembro de 2015, em Mariana (MG).

À época, o desastre afetou 41 cidades em Minas Gerais e no Espírito Santo, provocando a morte de 19 pessoas, e os rejeitos de minérios de ferro chegaram ao estuário cerca de duas semanas depois. Estima-se que a degradação ambiental atingiu pelo menos 240,8 hectares de Mata Atlântica e resultou em 14 toneladas de peixes mortos. Várias ações vêm sendo adotadas desde então para tentar reduzir os danos, mas a contaminação no estuário ainda persiste.

O estudo mostrou que a capacidade de extração da taboa no estuário do Rio Doce chegou a 147 toneladas do minério, o que representa a remoção de 75,7 toneladas por hectare (t/ha).

No estudo feito na Esalq, a capacidade da taboa de retirar manganês do solo foi comparada com a do hibisco e a do junco (imagem: acervo dos pesquisadores)

No estudo feito na Esalq, a capacidade da taboa de retirar manganês do solo foi comparada com a do hibisco e a do junco (imagem: acervo dos pesquisadores)

Outro trabalho realizado no mesmo local e publicado em janeiro deste ano já havia demonstrado a capacidade de a taboa remover grandes quantidades de ferro do ambiente quando comparada ao hibisco (Hibiscus tiliaceus), que mede de 4 a 10 metros e tem flores amarelas (leia mais em: agencia.fapesp.br/37877/).

“Estamos trabalhando no Rio Doce desde 2015. Conseguimos chegar a um nível de entendimento da dinâmica geoquímica de vários metais encontrados nos rejeitos, como ferro, manganês e outros elementos potencialmente tóxicos. Isso nos dá a oportunidade de avançar em estratégias mais adequadas para remediação dessas áreas contaminadas. O acúmulo desse conhecimento permite não só avançar na recuperação de regiões degradadas como também na busca por estratégias de agromineração, contribuindo com uma exploração mineral mais sustentável? explica à Agência FAPESP o professor Tiago Osório Ferreira, professor do Departamento de Ciência do Solo da Esalq-USP e orientador do trabalho.

Por meio da técnica de fitorremediação, é possível reduzir o impacto em áreas afetadas por minérios removendo partes das plantas que acumulam esses componentes. Já a agromineração consiste no uso de estratégias agronômicas para cultivar plantas com capacidade de extração de metais e depois, a partir da biomassa dessa vegetação, concentrar aquele componente, diminuindo o impacto ambiental. Atualmente, essa técnica é pouco usada no mundo, tendo alguns trabalhos em andamento na Austrália, por exemplo.

A pesquisa recebeu apoio da FAPESP por meio de cinco projetos (19/14800-5, 18/04259-2, 21/00221-3, 19/19987-6 e 18/08408-2) e é parte do doutorado de Amanda Duim Ferreira, primeira autora do artigo.

“Já sabíamos por meio de trabalhos de outros pesquisadores que o manganês é um problema na região, com a contaminação de água, solo e peixes. Ao fazer o estudo voltado à análise da área impactada pelo rejeito rico em ferro, imaginamos que a taboa e o junco [Eleocharis acutangula] acumulariam mais manganês do que o hibisco, outra espécie arbórea presente no local. Mas os resultados apontaram que a taboa chega a acumular 13 vezes mais manganês na parte aérea do que as outras duas espécies. Já nas raízes, e por meio do mecanismo de placas de ferro [adaptação fisiológica da planta que leva à precipitação do óxido de ferro e à formação de placas], o resultado teve menos impacto? afirma Duim Ferreira, que também foi a primeira autora do trabalho publicado em janeiro no Journal of Hazardous Materials.

De acordo com o estudo atual, o acúmulo de manganês nas raízes e placas de ferro da taboa foi de 18 mg/kg e 55 mg/kg, respectivamente.

Plantas adaptadas a ambientes alagados capturam o oxigênio da atmosfera por meio da parte aérea, levando-o até a raiz por espaços porosos (aerênquimas). Essa oxigenação mantém o sistema radicular, responsável pela fixação, além da absorção de água e de sais minerais.

A absorção de matéria orgânica pelas plantas favorece a dissolução de óxidos de manganês e a liberação de prótons pode desencadear a dissolução do carbonato de manganês. Por outro lado, as plantas aquáticas também podem oxidar suas rizosferas (região onde o solo e as raízes entram em contato) devido ao transporte interno de oxigênio. Esse processo pode diminuir a biodisponibilidade de manganês.

Método

Para realizar a pesquisa foram determinados parâmetros físico-químicos do solo (pH rizosférico, pH do solo e potencial redox) e o teor de carbono orgânico total, além da extração de manganês em locais naturalmente vegetados pelas três espécies de plantas. Também foi realizado o fracionamento geoquímico do metal nos solos estudados.

A concentração de manganês foi determinada em cada compartimento da planta ?raízes, parte aérea e placas de ferro. Foram estabelecidos fatores de bioconcentração e translocação, avaliando assim a capacidade da vegetação de atuar como hiperacumuladora de manganês e seu potencial uso em programas de fitorremediação.

“Esses resultados abrem um leque de possibilidades para o uso da fitorremediação. Conhecendo esses mecanismos de absorção, é possível cultivar a taboa usando diferentes estratégias agronômicas conhecidas para obter os melhores resultados. Saímos do escopo da fitorremediação para a agromineração. É nisso que estamos trabalhando? complementa o professor, que coordena o Grupo de Estudo e Pesquisa em Geoquímica de Solos da Esalq.

Agora Duim Ferreira, que está fazendo estágio na Carolina do Norte (Estados Unidos), trabalha na pesquisa de técnicas agronômicas para o plantio de taboa visando aproveitar o potencial fitorremediador da planta.

“Estamos aplicando diversas técnicas agronômicas com base no que já sabemos sobre o período de plantio, época mais adequada, número de cortes por ano para aumentar o potencial de produção de biomassa da taboa e remoção de manganês e ferro? diz a pesquisadora.

Segundo ela, a taboa continua acumulando grandes quantidades de metais mesmo ao longo dos anos ?já foram realizadas coletas no estuário em 2019, agosto de 2021 e fevereiro deste ano.

O artigo Screening for natural manganese scavengers: Divergent phytoremediation potentials of wetland plants pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0959652622024064.

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?????? ?????-gameplay?????????? //emiaow553.com/estudo-aponta-duas-contaminacoes-de-monkeypox-no-brasil-por-meio-de-superficie/ Mon, 17 Oct 2022 15:36:27 +0000 /?p=444540 Com o caso, pesquisadores pretendem mostrar os cuidados adicionais que devem ser tomados para prevenir a doença

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Em julho de 2022, duas enfermeiras desenvolveram sintomas da varíola dos macacos após atender um paciente infectado em sua casa. As profissionais utilizaram todo equipamento de proteção durante o atendimento, deixando apenas as luvas de lado. Essas foram usadas somente no momento da coleta de material para análise.

Cientistas da Fiocruz Pernambuco, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul e de outras instituições brasileiras e internacionais resolveram analisar o caso. Então, concluíram que a contaminação ocorreu por meio do contato com a superfície

As enfermeiras podem ter se contaminado após encostar em superfícies infectadas ou ao manusear a caixa de transporte das amostras, de início com as luvas infectadas e posteriormente sem luvas. O estudo será publicado na edição de dezembro da revista científica Emerging Infectius Diseases.

A intenção dos pesquisadores é mostrar os cuidados adicionais que devem ser tomados para prevenir a doença. Ao lidar com pacientes infectados pela monkeypox, os profissionais da saúde devem utilizar corretamente os EPIs (equipamentos de proteção individual) e higienizar frequentemente as mãos. 

Além disso, é importante que médicos e enfermeiros que atuam na linha de frente contra a doença, os quais são considerados integrantes do grupo de risco, estejam vacinados. As luvas também devem ser usadas durante todo o período de visita a pacientes infectados, assim como durante o contato com pessoas com suspeita da doença ou ao interagir com o ambiente em que essas estão. 

Os pesquisadores recomendam ainda a higienização das superfícies com desinfetante efetivo contra outros patógenos, como norovírus, rotavírus e adenovírus, antes e depois da interação com casos suspeitos. Tais medidas devem evitar a propagação do vírus e a consequente sobrecarga dos serviços de saúde.

Monkeypox no Brasil

Foi confirmada na madrugada de sábado (15) a segunda morte por varíola dos macacos em São Paulo. A vítima, um homem de 37 anos que vivia na Praia Grande, havia sido diagnosticada com a doença no início de agosto. Ele foi internado em setembro após complicações e, desde então, estava no hospital.

Essa foi a segunda morte registrada em São Paulo dentro de um intervalo de uma semana e a sétima do país. Há mais de 8,6 mil casos de monkeypox confirmados no Brasil, com a transmissão ocorrendo principalmente via contato íntimo e sexual.

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