?? ??? ?? ?? Archives??????? / Vida digital para pessoas Sat, 17 Aug 2024 16:05:00 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png ??? ?? Archives??? ??- ??? ??? ??? / 32 32 ?????? ????-playson?????? //emiaow553.com/bioetica-a-ciencia-que-mira-o-sofrimento-dos-animais/ Sun, 18 Aug 2024 23:00:52 +0000 //emiaow553.com/?p=586021 Pesquisadores investigam meios de dar qualidade de vida a espécies usadas ou consumidas pelos homens

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Texto: Mônica Manir com colaboração de Fabrício Marques/Revista Pesquisa Fapesp

O tratamento escrupuloso dos animais, uma preocupação em geral associada a organizações não governamentais (ONG) e a donos (ou tutores) de pets, ganha cada vez mais espaço na agenda de pesquisadores. Cientistas de diferentes áreas envolvem-se na tarefa de produzir conhecimento para reduzir o estresse e dar qualidade de vida aos animais, notadamente aqueles utilizados ou consumidos pelos seres humanos. Dessa mobilização, surgiu um campo interdisciplinar: a ciência do bem-estar animal. Ele integra veterinários, biólogos, psicólogos, especialistas em bioética, entre outros profissionais, em pesquisas que avaliam, para citar alguns exemplos, quais são as condições mais apropriadas para criar e transportar bois e porcos ou para manter ratos ou coelhos utilizados em experimentação científica. Também há estudos que ampliam a compreensão sobre a dor e a cognição dos bichos, essenciais para mensurar níveis de sofrimento, e os que analisam, do ponto de vista ético, as relações entre seres humanos e animais.

O ponto de partida desse campo remonta aos anos 1960, no ativismo contra a crueldade na pecuária do Reino Unido (ver box) e na convocação de pesquisadores para ajudar a enfrentar o problema. Na academia, um grande marco, em meados da década de 1980, foi a indicação do biólogo Donald Broom, hoje com 81 anos, para criar e ministrar a primeira disciplina de bem-estar animal em uma instituição acadêmica, a Universidade de Cambridge, no Reino Unido. O principal fundamento é a ideia de que animais são seres sencientes, ou seja, possuem a capacidade de experimentar sensações e sentimentos básicos, como frio e calor ou dor e medo, e distinguir as agradáveis das desagradáveis. Quando são retirados de seu hábitat natural para domesticação ou exploração comercial, é responsabilidade dos seres humanos zelar por seu bem-estar, o que inclui, de acordo com os cânones dessa área do conhecimento, três preocupações éticas: que eles possam desenvolver suas capacidades de forma análoga à da vida natural, não sintam dor ou medo e possam sentir prazer e recebam cuidados de forma a ter boa saúde.

Um novo impulso veio na década de 1990, com o lançamento de revistas científicas especializadas, como Animal Welfare ou Journal of Applied Animal Welfare Science. Um vislumbre nas edições mais recentes desses dois periódicos dá a medida de como o campo se aprimorou. Há artigos de pesquisadores de todos os lugares do planeta, como Vietnã, Turquia, Brasil, Austrália, México, Reino Unido e Nigéria. Os temas abrangem tópicos como o bem-estar de civetas, um mamífero asiático, criadas em cativeiro em plantações de café da Indonésia ?os grãos digeridos e defecados por esses mamíferos produzem um café que custa US$ 2 mil o quilograma (kg) ? protocolos para a criação de tartarugas-marinhas para fins de pesquisa ou as razões pelas quais alguns tutores de pets do Reino Unido deixam de procurar assistência veterinária, mesmo com a oferta de tratamento gratuito. “Hoje, as publicações sobre o tema chegam a milhares anualmente, as conferências envolvem centenas de pesquisadores e apresentações não são incomuns nas reuniões sobre agricultura, ecologia, cognição e até mesmo sobre emoções humanas? observou a bióloga comportamental Georgia Mason, diretora do Centro Campbell de Estudos de Bem-Estar Animal da Universidade de Guelph, no Canadá, em um artigo divulgado há seis meses na revista BMC Biology.

O esforço de pesquisadores em evitar que os animais sejam tratados com crueldade responde à pressão de cidadãos e consumidores e a exigências de legislações nacionais, mas a maioria das pesquisas também mira interesses como o aumento da produtividade e da sustentabilidade na produção de carnes. Um tema frequente em países como Brasil, Uruguai e Argentina, grandes exportadores de carne, são as falhas na produção, no embarque, transporte e manejo no frigorífico ?além do sofrimento, elas comprometem a competitividade da pecuária. Um estudo publicado em 2021 pelo zootecnista Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa, pesquisador da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Jaboticabal, definiu parâmetros para a quantidade de porcos alocados em caminhões, quando são transportados para abatedouros.

A conclusão do trabalho é de que densidades de carga inferiores a 235 kg por metro quadrado (m2) permitem que os leitões tenham espaço suficiente para viajar com mais conforto nos caminhões e chegar menos cansados e machucados ao abatedouro. Essa densidade equivale a pouco mais de dois porcos por metro quadrado ?o peso de um suíno na época do abate fica em torno dos 100 kg. “No Brasil, estima-se que mais de 10 milhões de quilos de carne sejam descartados anualmente por causa dos hematomas nas carcaças em virtude de quedas, pancadas e escorregões do animal, que poderiam ser evitados com um manejo mais cuidadoso? afirma Paranhos da Costa. O estudo avaliou as condições de quase 2 mil suínos transportados. Os índices de lesão foram bem mais altos quando a densidade de porcos era de 270 kg/m2 na comparação com densidades de 240 e 200 kg/m2.

O engenheiro-agrônomo Alex Maia, também da Unesp em Jaboticabal, atualmente pesquisador visitante da Universidade de Idaho, nos Estados Unidos, estuda o papel do conforto térmico para a melhoria na qualidade de vida de bovinos. Por ano, o Brasil engorda em confinamentos aproximadamente 7 milhões de bovinos de corte em currais sem nenhum anteparo contra intempéries do ambiente, expondo-os à radiação solar (ver Pesquisa FAPESP nº 340), principalmente ultravioleta. “?um ambiente muito desconfortável para os animais, incômodo para os produtores e desafiador para a indústria, pois atualmente a sociedade tem um olhar crítico sobre esses sistemas que buscam altos lucros em detrimento da qualidade de vida dos animais.?Em parceria com o Centro de Inovação Campanelli, do grupo Agropastoril Paschoal Campanelli, localizado na fazenda Santa Rosa, em Altair, a 419 quilômetros de São Paulo, Maia desenvolve o conceito smart shade: um curral em formato retangular, com estrutura metálica com cabos de aço suspensos fixando telhas, que oferece uma projeção de sombra de 20% da área total durante qualquer horário do dia, permitindo que 100% do rebanho se proteja contra a radiação solar direta.

Foram realizados experimentos com mais de 6 mil bovinos de corte, a maioria da raça nelore, que tinham a liberdade de escolher entre ficarem expostos ao Sol ou se protegerem na projeção da sombra. Parte desses resultados foi publicada em 2023 na Frontiers in Veterinary Science. Em média, os bovinos em currais sombreados tiveram de 5 kg a 10 kg a mais no peso da carcaça, a depender da raça, quando comparados ao gado manejado em currais sem sombreamento. Do ponto de vista ambiental, um resultado que chamou a atenção foi o consumo de água. Em média, os animais dos currais smart shade reduziram a ingestão em torno de 10 litros de água por dia em relação aos bovinos que não desfrutaram do sombreamento. Com base em seus dados de pesquisa, Maia está desenvolvendo nos Estados Unidos modelos de inteligência artificial capazes de predizer o consumo de matéria seca e de água, além do ganho de peso, em razão da exposição do rebanho à radiação solar.

Curral smart shade na fazenda Santa Rosa, em Altair, interior paulista: mais conforto térmico e consumo menor de água

Curral smart shade na fazenda Santa Rosa, em Altair, interior paulista: mais conforto térmico e consumo menor de água. Imagem: Centro de Inovação Campanelli

A agenda dos cientistas pode parecer convergente com a das entidades de proteção, mas seus objetivos são diferentes. Do ponto de vista das ONG, praticamente todo tipo de uso de animais é eticamente reprovável, enquanto os pesquisadores se concentram em dar a eles um tratamento digno e indolor, tentando reduzir, quando possível, seu uso, como no caso da experimentação animal. Essa abordagem dos cientistas, contudo, não é consensual nem se exime de debates éticos, às vezes, acalorados. A veterinária Carla Molento, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), considera essencial avaliar se as pesquisas e as novas tecnologias sobre bem-estar têm um interesse genuíno em melhorar as condições de vida dos animais, mesmo em um ambiente de produção, ou se o verdadeiro alvo é aumentar os ganhos do produtor. “Muitas vezes, existe um desvio insidioso. Um estudo se apresenta como pesquisa de bem-estar, mas na verdade ele visa apenas melhorar a produtividade? diz Molento, coordenadora do Laboratório de Bem-estar Animal (Labea) da UFPR ?primeiro centro brasileiro a incluir a expressão “bem-estar animal?em seu nome, em 2004.

Em um trabalho publicado por seu grupo em 2023 na revista Animals, Molento e suas colaboradoras selecionaram 180 artigos científicos que traziam as expressões “animal welfare?ou “animal well-being?em seus objetivos ou hipóteses. Cinco avaliadoras deram pontos para os artigos, em uma escala de 1 a 10, de acordo com o valor intrínseco que o texto atribuía aos animais. Nos trabalhos de revistas que tinham como mote a produção, a média foi de 4,74 pontos, enquanto os publicados em periódicos sobre bem-estar alcançaram 6,46. “A baixa pontuação geral evidenciou que as publicações sobre bem-estar não estão, em média, priorizando os interesses dos animais? escreveu Molento. Ela propõe que estudos científicos nessa área passem a conter uma declaração explícita sobre as motivações e interesses dos pesquisadores, para aferir se os animais são tratados como prioridade.

Animais de laboratório

A experimentação científica é um outro foco importante da ciência do bem-estar animal. Garantir que os animais de laboratório tenham uma vida saudável e livre de dor é essencial para que eles cumpram a finalidade de gerar informações que façam o conhecimento avançar ou testar novas rotas para medicamentos. “Além de ser intolerável para a sociedade manter um animal em condições insalubres, isso pode criar vieses nos resultados de pesquisas? explica a médica-veterinária Luisa Maria Gomes de Macedo Braga, presidente do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) responsável por formular e zelar pelo cumprimento de normas para o funcionamento de instalações em que animais são criados e utilizados.

O Concea foi criado pela Lei Federal nº 11.794, sancionada em outubro de 2008, que propôs procedimentos e normas para o uso de animais em pesquisas no Brasil. Ela é mais conhecida como Lei Arouca, em referência ao seu autor, o sanitarista e deputado federal Sérgio Arouca (1941-2003), presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de 1985 a 1989. A lei também determinou que cada instituição de pesquisa tivesse uma Comissão de Ética de Uso de Animais (Ceua) encarregada de avaliar projetos que utilizem animais de laboratório, zelando para que sejam usados no menor número possível, em condições dignas e com o mínimo de sofrimento.

Resoluções do Concea mudaram o panorama da experimentação animal no Brasil. Recentemente, determinaram a substituição do uso de animais por métodos alternativos no controle de qualidade de lotes de produtos e medicamentos. Entre as tecnologias que buscam substituir o uso de animais em testes de cosméticos, uma das mais promissoras é conhecida como body-on-a-chip (BoC), baseada na impressão 3D de tecidos humanos, como pele e intestino (ver Pesquisa FAPESP nº 335). As resoluções também tiveram impacto na aplicação de políticas públicas. Um grupo de 120 pesquisadores brasileiros, coordenados na maioria por membros do Concea, trabalhou nos últimos 10 anos para produzir o Guia brasileiro de produção, manutenção ou utilização de animais para atividades de ensino ou pesquisa científica, um manual de 1,1 mil páginas que reúne orientações sobre edificações, cuidados e manejo.

Roedor criado em biotério da USP: docentes e técnicos dispõem de curso de capacitação em princípios éticos e manejo

Roedor criado em biotério da USP: docentes e técnicos dispõem de curso de capacitação em princípios éticos e manejo. Imagem: Léo Ramos Chaves? Revista Pesquisa FAPESP

O guia define de modo minucioso como deve ser feita a criação de roedores, coelhos, cães e gatos, macacos, ruminantes, peixes, suínos, aves, entre outros, utilizados em experimentos científicos. Reúne descrições sobre como estruturar biotérios e outras instalações de pesquisa, sem o que elas não podem ser licenciadas ?do espaço mínimo reservado a cada espécie à existência de áreas exclusivas para quarentena. Também propõe protocolos a serem adotados para reduzir a dor e o estresse dos bichos, como o nível de ruído no ambiente ou o tamanho das agulhas usadas em anestesia, ou o tipo de treinamento que os profissionais que lidam com essas experimentações precisam receber (ver Pesquisa FAPESP nº 328).

O impacto dos 15 primeiros anos de aplicação da Lei Arouca está sendo avaliado por uma equipe liderada pelo veterinário José Luiz Jivago de Paula Rôlo, da Universidade de Brasília (UnB). Um dos dados já analisados pelo grupo é o do número de artigos de autores do Brasil que mencionaram o termo “bem-estar animal?e fizeram referência a algum tipo de regulamentação relacionada ao uso de animais em projetos de pesquisa. Até a década de 1990, o número de papers era muito pequeno ?no máximo, cinco por ano ? mas cresceu exponencialmente a partir de meados dos anos 2000. Só em 2020 houve mais de 200 artigos citando instruções normativas e guias do Concea. O levantamento, que deve ser concluído no final do ano, também vai mapear os grupos de pesquisa envolvidos com o tema no país. “Já é possível afirmar que existem duas grandes vertentes. Há equipes que têm como alvo a experimentação e as que se dedicam a estudos sobre animais na pecuária. E esse segundo grupo é mais numeroso? diz Rôlo.

As duas vertentes com frequência se entrelaçam. O médico-veterinário Helder Louvandini, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena-USP), em Piracicaba, participou de uma das equipes que produziram o manual do Concea. Ele ajudou a sistematizar as normas sobre pesquisas com grandes ruminantes, como bovinos e búfalos, que estabelecem desde os cuidados na criação de bezerros até os parâmetros detalhados para sistemas de confinamento, como uso de pisos antiderrapantes e sistemas de ventilação. Louvandini conta que a questão do bem-estar se tornou uma parte indissociável de seus estudos sobre nutrição. “Coordeno um projeto apoiado pela FAPESP que pretende validar o uso de nanopartículas de óxido de zinco como um alimento funcional em ruminantes. O objetivo não é só melhorar as condições nutricionais dos animais, mas analisar o efeito no combate a parasitas, o que é um parâmetro fundamental para o bem-estar. Toda pesquisa que busque ampliar a sustentabilidade na produção acaba tendo elo com o bem-estar? afirma.

Um dos pioneiros na ciência do bem-estar animal no Brasil é o veterinário gaúcho Adroaldo José Zanella. Ele coordena o Centro de Estudos Comparativos em Saúde, Sustentabilidade e Bem-Estar na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FM-VZ) da USP, campus de Pirassununga, e lidera pesquisas sobre bovinos de corte e de leite, ovelhas e, principalmente, suínos. Um artigo recente de seu grupo, publicado em abril na Nature Food, mapeou indicadores de sustentabilidade e bem-estar na cadeia de suínos no Brasil e no Reino Unido. O trabalho comparou dados sobre 74 criações de suínos no Reino Unido e 17 no Brasil. Um dos resultados mais relevantes indicou que, entre suínos criados em condições de bem-estar comprometido, há mais uso de antimicrobianos. “Esses fármacos são utilizados em menor quantidade quando os indicadores de bem-estar são melhores? afirma. Zanella, que orientou a formação de mais de 30 mestres e 25 doutores, busca uma abordagem multidisciplinar para levar as pesquisas adiante, integrando advogados, médicos, filósofos, pedagogos, profissionais das ciências exatas ligados à inteligência artificial e outros. “Nosso grupo está tentando buscar pessoas nas áreas de ciências humanas que possam nos ajudar a entender, por exemplo, como melhorar a mão de obra trabalhando com animais? diz.

Zanella se doutorou em bem-estar animal pela Universidade de Cambridge em 1992, tendo o pioneiro Broom como orientador. Sua tese teve como foco os indicadores de bem-estar de fêmeas suínas durante a gestação, até hoje um dos principais focos de seu centro de estudos. Na tese, ele identificou um marcador neurofisiológico associado ao comportamento repetitivo de suínos, que é semelhante ao comportamento desenvolvido por algumas pessoas com autismo. Outros trabalhos do grupo demonstraram que a espécie sofre de ansiedade, aumento de comportamento agressivo, problemas de memória e comprometimento das áreas do cérebro responsáveis pela modulação das emoções e processos cognitivos, em situações de isolamento social ou quando submetida ao desmame precoce, dados publicados no periódico Brain Research. Em um artigo recente de Zanella, divulgado na revista Frontiers in Animal Science, ele mostrou que, mesmo sem nunca ter entrado em contato com o pai, leitões originados de machos que permaneceram quatro semanas em celas apresentaram mais medo e ansiedade, além de níveis elevados de cortisol na saliva quando expostos a situações estressantes pelas quais nunca tinham passado antes. Essas mesmas questões vêm sendo avaliadas em ovelhas e cabras, com resultados semelhantes.

Ovinos, tilápia massageada por cerdas em aquário no campus da Unesp e coleta de fluido oral de suínos de forma não invasiva, ambos no campus de Pirassununga da USP

Ovinos, tilápia massageada por cerdas em aquário no campus da Unesp e coleta de fluido oral de suínos de forma não invasiva, ambos no campus de Pirassununga da USP. Imagem: Léo Ramos Chaves? Revista Pesquisa FAPESP | Ana Carolina dos Santos Gauy

Apesar da prevalência de estudos voltados para a pecuária, hoje já há pesquisas no país sobre muitas outras espécies. Pesquisadores da UnB apoiam instâncias do governo federal, como o Ministério da Agricultura e Pecuária, a Polícia Federal e a Receita Federal, que utilizam cães de olfato excepcional utilizados para farejar drogas, explosivos e alimentos, e ajudam a definir protocolos que devem ser seguidos para garantir o bem-estar dos animais. Cães, que chegam a custar R$ 60 mil reais, podem ter o desempenho diminuído na execução de tarefas quando são submetidos a condições exaustivas ou muito adversas.

“O potencial máximo de um animal é atingido quando ele se sente confortável, bem alimentado e hidratado, e há uma série de parâmetros de bem-estar, como horas de trabalho e pausas para descanso, que precisam ser seguidas? explica o médico-veterinário Cristiano Barros de Melo, professor da UnB, que ministra uma disciplina sobre Cães de Interesse do Serviço Público na pós-graduação em ciências animais da universidade e oferece capacitação científica a empresários e funcionários públicos que lidam com caninos. “Para os cães, o trabalho de farejar é uma brincadeira agradável. Se ele entender o trabalho como uma grande brincadeira, suas habilidades são aproveitadas. Quando fareja em alto desempenho, sua boca permanece fechada e a respiração segue pelas narinas, por conta do foco que necessita manter durante o trabalho. Por isso, é preciso calibrar seu esforço.?/p>

Em um estudo publicado em maio na revista Frontiers in Veterinary Science, o grupo de Melo avaliou o desempenho de cães da Receita Federal envolvidos em apreensões de drogas entre 2010 e 2020 em fronteiras, aeroportos, portos e centros de recepção de encomendas dos Correios, em cenários reais no Brasil. Foram apreendidos 97,7 mil quilos de maconha, 179,3 mil quilos de cocaína, entre outros entorpecentes. A conclusão do estudo é de que, a cada novo cachorro introduzido no sistema de fiscalização, houve um aumento de mais de 3 toneladas de drogas apreendidas.

Mas também há pesquisas em fases de investigação anteriores à aplicação. A zoóloga Eliane Gonçalves de Freitas, do Laboratório de Comportamento Animal da Unesp, campus de São José do Rio Preto, está estudando como a estimulação táctil corporal, um recurso usado para reduzir o estresse de diversas espécies, pode melhorar o bem-estar de tilápias. Em dois artigos, um publicado em 2019 e outro em 2022 na revista Scientific Reports, seu grupo analisou o comportamento de tilápias criadas em aquários que, para chegar ao local onde havia alimento, eram obrigadas a passar por uma coluna de cerdas macias de silicone que massageavam suavemente seus corpos. Embora a estimulação não tenha tido impacto nos níveis do hormônio cortisol, cuja elevação está associada a estresse, as tilápias do experimento reduziram sua agressividade em interações com as outras.

Também se observou que os peixes cresceram mais rapidamente com menor consumo de alimentos, o que foi atribuído ao gasto energético poupado em lutas. Em um projeto apoiado pela FAPESP em parceria com pesquisadores da Universidade do Porto, em Portugal, e da Universidade de Tecnologia da Dinamarca, Freitas investiga agora se as tilápias procuram voluntariamente a massagem caso não sejam obrigadas a ultrapassar as cerdas, além de alguns mecanismos neurais envolvidos com a resposta à estimulação táctil. Também está analisando o efeito da massagem em três peixes ornamentais de comportamento agressivo e se os efeitos também se reproduzem em espécies marinhas de interesse para a aquicultura europeia, como a dourada (Sparus aurata) e o sargo (Diplodus sargus). “A quantidade de estudos sobre o bem-estar dos peixes ainda é pequena e essa área só começou a crescer neste século. Há evidências de que eles sentem dor, mas há poucos estudos sobre como reduzir o sofrimento? afirma. Um dos desafios da ciência do bem-estar animal, observa Freitas, é expandir seus domínios para espécies que hoje não atraem muita atenção dos pesquisadores, seja porque não inspiram compaixão nos seres humanos ou então porque não despertam interesse comercial.

O gatilho contra a crueldade
Livro da década de 1960 denunciou currais superlotados no Reino UnidoEm 1964, a ativista inglesa Ruth Harrison abriu a caixa de Pandora da crueldade na produção animal ao publicar Animal machines. No livro, de 186 páginas e sem tradução no Brasil, ela denunciava o imenso contraste entre fazendas idílicas com seus celeiros cobertos de líquens e vaquinhas chamadas pelo nome e os “desajeitados?galpões que, àquela altura, já aplicavam antibióticos e hormônios nos animais e os confinavam em currais superlotados para transformá-los em mercadorias. O livro teve um forte impacto. Em junho do mesmo ano, o governo do Reino Unido convocou o professor de zoologia Francis William Rogers Brambell, da Universidade de Bangor, para liderar uma equipe de investigadores e dar uma resposta técnica à questão. Afinal, o livro era um exagero ou o sistema intensivo estava realmente causando sofrimento aos animais?Em dezembro de 1965, o grupo, chamado tempos depois de Comitê Brambell, divulgou um relatório de 85 páginas no qual reconhecia que os animais poderiam experimentar dor física e sentimentos como medo, raiva, apreensão, frustração e prazer. Também destacou a importância da independência de movimento do animal, definida em cinco “liberdades? virar-se, limpar-se, levantar-se, deitar-se e esticar os membros. Ante a falta de pesquisas a respeito, o comitê propôs que cientistas voltassem seus estudos ao tema do bem-estar a fim de definir o termo com maior precisão e desenvolvessem índices e parâmetros para que as condições em que vivem os animais, especialmente aqueles criados com fins alimentares, pudessem ser mais bem avaliadas e mensuradas. Estava aberta a porteira da ciência do bem-estar animal.
Apoio à formação profissional
Cursos dão treinamento sobre princípios éticos e manejo em experimentação animalEm 2017, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou um edital para financiar cursos e treinamento para docentes, técnicos, veterinários e estudantes que trabalham em instalações em que se faz experimentação animal. O grupo da bióloga Patrícia Gama, diretora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e coordenadora da Rede USP de Biotérios, teve um projeto selecionado na chamada. Ele resultou na criação de um curso a distância de extensão de capacitação em princípios éticos e manejo, que atendeu mais de 10 mil profissionais. “Classificamos o curso como de difusão, categoria na qual pudemos incluir pessoas sem formação completa, já que muitos funcionários de instituições de pesquisa não completaram o ensino médio? explica Gama, que montou o programa com Claudia Cabrera Mori, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, e mais um grupo de veterinários que já atuavam na instituição.Na primeira edição, de 2018 a 2021, 10.726 pessoas foram selecionadas, das quais 6.418 concluíram o curso. Na segunda rodada, de 2021 a 2022, houve 7.914 selecionados e 4.895 concludentes. Diante da demanda do Concea para que o treinamento obrigatório se estendesse para além de ratos e camundongos, abrangendo cuidados com outros animais, como bovinos, aves e peixes, o grupo da USP constituiu a partir de março de 2023 um curso de princípios éticos e de manejo, com módulos dessas espécies em separado. Até janeiro deste ano, 4.559 dentre 10.813 inscritos haviam concluído esse curso. “Na prática, já vemosmudanças de comportamento? diz Gama. Segundo ela, a qualidade do treinamento e das instalações tem feito com que se use menos animais por experimento científico, o que também reflete na disseminação dos resultados.

A reportagem acima foi publicada com o título ?b>Cuidado e empatia com os animais?na edição impressa nº 341, de julho de 2024.

Projetos
1. Bem-estar animal como valor agregado nas cadeias produtivas da pecuária (nº 23/12374-4); Modalidade Auxílio Organização ?Reunião Científica; Pesquisador responsável Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa (Unesp); Investimento R$ 96.605,44.
2. Estimulação táctil corporal e bem-estar em peixes: Efeitos sobre a agressividade, monoaminas cerebrais e desempenho produtivo (nº 23/02306-1); Modalidade Auxílio à Pesquisa ?Regular; Pesquisadora responsável Eliane Gonçalves de Freitas (Unesp); Investimento R$ 273.424,42.
3. Nanopartícula de óxido de zinco como alimento funcional (nº 19/26042-8); Modalidade Projeto Temático; Pesquisador responsável Helder Louvandini (USP); Investimento R$ 2.528.542,97.
4. Consequências epigenéticas da experiência no período pré-cópula de machos suínos na cognição e emocionalidade de leitões (nº 20/00826-0); Modalidade Auxílio à Pesquisa ?Sprint; Convênio Linköping University (LiU) Pesquisador responsável Adroaldo Jose Zanella (USP); Investimento R$ 32.630,38.
5. Sombreamento com uso de painéis fotovoltaicos para bovinos de corte: Um estudo do equilíbrio térmico, da viabilidade econômica e do impacto ambiental (nº 18/19148-1); Modalidade Auxílio à Pesquisa ?Programa de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais; Pesquisador responsável Alex Sandro Campos Maia (Unesp); Investimento R$ 208.086,17.
6. A contribuição do macho para o desenvolvimento de fenótipos robustos e o papel mitigador do bem-estar das fêmeas suínas (nº 18/01082-4); Modalidade Auxílio à Pesquisa ?Regular; Pesquisador responsável Adroaldo Jose Zanella (USP); InvestimentoR$ 222.973,53.

Artigos científicos
MASON, G. J. Animal welfare research is fascinating, ethical, and useful ?but how can it be more rigorous? BMC Biology. v. 21, n. 302. 2023.
URREA, V. M et al. Behavior, blood stress indicators, skin lesions, and meat quality in pigs transported to slaughter at different loading densities. Journal of Animal Science. v. 99. ed. 6. 2021.
MAIA, A. S. C et al. Economically sustainable shade design for feedlot cattle. Frontiers in Veterinary Science. v. 10. 2023.
FRAGOSO, A. A. et al. Animal Welfare Science: Why and for Whom? Animals. v. 13. p. 1833. 2023.
BARTLET, H. et al. Trade-offs in the externalities of pig production are not inevitable. Nature Food. v. 5. p. 312-22. 2024.
ZANELLA, A. J. et al. Effects of early weaning and social isolation on the expression of glucocorticoid and mineralocorticoid receptor and 11β-hydroxysteroid dehydrogenase 1 and 2 mRNAs in the frontal cortex and hippocampus of piglets. Brain Research. v. 1067. p. 36-42. 2006.
ZANELLA, A. J. et al. Inheriting the sins of their fathers: Boar life experiences can shape the emotional responses of their offspring. Frontiers in Animal Science. v. 4. 2023.
MELO, C. B. et al. Detection dogs fighting transnational narcotraffic: Performance and challenges under real customs scenario in Brazil. Frontiers in Veterinary Science. v. 11. 2024.
BOLOGNESI, M. C et al. Tactile stimulation reduces aggressiveness but does not lower stress in a territorial fish. Scientific Reports. v. 9. n. 40. 2019.
GAUY, A. C et al. Long-term body tactile stimulation reduces aggression and improves productive performance in Nile tilapia groups. Scientific Reports. v. 12, n. 20239. 2022.

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????????????? ??- ??? ??? //emiaow553.com/etologia-como-compreender-o-que-os-bichos-sentem/ Fri, 12 Jul 2024 19:56:57 +0000 //emiaow553.com/?p=580200 A busca de estratégias para medir a dor e decifrar as emoções dos animais

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Texto: Fabrício Marques/Revista Pesquisa Fapesp

Os animais compartilham as mesmas emoções que os seres humanos vivenciam? A psicóloga Lisa Feldman Barrett, pesquisadora da Universidade Northeastern, em Boston, nos Estados Unidos, e autora do livro How emotions are made (Pan Macmillan, 2018, sem tradução para o português), diz que a pergunta segue desafiando a ciência. Quando um ser humano pensa que um animal está experimentando uma emoção, isso pode dizer mais sobre o cérebro humano do que sobre o comportamento animal, explica Barrett. Ela cita como exemplos as reações de uma mosca ao movimento ameaçador de um mata-moscas (esfrega as pernas velozmente), de um rato quando ouve um som que ele foi acostumado a associar a um choque doloroso (congela no lugar) e de um ser humano sendo seguido por um estranho em uma rua escura (arregala os olhos e os batimentos cardíacos aceleram).

Um observador, diz a psicóloga, concluiria que todos os três estão expostos a uma ameaça e, portanto, vivenciam um estado de medo. “Mas aqui está o curioso: os três exemplos não têm praticamente nada em comum fisicamente. Envolvem diferentes tipos de cérebros em diferentes situações, movimentando corpos diferentes de diferentes maneiras? escreveu Barrett em um artigo publicado em 2022 pelo jornal The Guardian. É o cérebro do observador que tende a associar o medo às três situações. De acordo com Barrett, teria mais utilidade científica contemplar os animais de acordo com suas características. “Cães podem farejar coisas que não captamos e pássaros podem ver cores que nós não enxergamos, então talvez eles também possam sentir coisas que não podemos? escreveu. “Quando um elefante permanece ao lado do corpo de outro durante dias, é evidente que algo está acontecendo ali, mas por que deveria ser uma versão primitiva do luto humano? A ideia de que outros animais partilham as nossas emoções é convincente e intuitiva, mas as respostas que fornecemos podem revelar mais sobre nós do que sobre eles.?/p>

As aparências podem enganar. “Quando vemos cavalos adultos brincando em cativeiro, isso não é necessariamente um bom sinal? disse ao site Science News a cientista animal Martine Hausberger, da Universidade de Rennes, na França. Na natureza, segundo ela, cavalos adultos raramente brincam e esse comportamento é mais comum entre os que ficam presos. “Pode ser que eles se sintam felizes no momento da brincadeira, mas cavalos que se sentem bem não precisam disso para se livrar do estresse.?/p>

Pode ser difícil interpretar emoções de animais, mas sobram evidências de que eles têm uma vida mental e emocional complexa. Pesquisadores da Research Institute for Farm Animal Biology (FBN), na Alemanha, demostraram recentemente que os porcos mostram sinais de empatia. Em um experimento, leitões foram colocados em um cercado no meio do qual há uma grande caixa com uma porta e uma janela vazada. A certa altura, a porta da caixa se fecha e porcos no seu interior ficam presos, como se tivessem caído em uma armadilha. Em 85% das vezes, os animais descobriram como abrir a caixa e libertaram o companheiro preso em 20 minutos. Quando não havia nenhum preso, também aconteceu de os porcos conseguirem abrir a caixa, mas a frequência foi muito menor do que quando havia um suíno lá dentro. “Acreditamos que o comportamento de ajuda se baseia em alguma compreensão das necessidades do outro? disse à revista Science Liza Moscovice, etologista do FBN. “Esse é um componente crítico da empatia.?/p>

O FBN é um dos poucos centros de referência na investigação sobre a cognição de animais explorados pela pecuária, como porcos, cabras e bois. Outro estudo comparou o desempenho de cabras e de cães em um conjunto de testes cognitivos. Cabras submetidas a um experimento conhecido como “tarefa impossível?são expostas a uma tigela de comida à qual não conseguem ter acesso para se alimentar. Embora não tenham uma trajetória de coevolução com os seres humanos, as cabras recorreram ao mesmo expediente utilizado pelos caninos: lançaram-se sobre o homem presente no ambiente como se estivessem pedindo a ajuda dele.

“Se não entendermos como esses animais pensam, não compreenderemos o que eles precisam e não poderemos projetar ambientes melhores para eles? disse à Science Jan Langbein, também etólogo da FBN. Em outro experimento ainda em andamento, ele avalia a afinidade entre vacas. Pares de fêmeas de bovinos foram colocados em uma arena aberta e observaram-se as interações entre elas: algumas trocam cabeçadas, outras tiveram um comportamento cooperativo. Agora, estão sendo avaliados os níveis de estresse de vacas “amigas?quando elas são separadas após um certo tempo de convívio. Uma das ambições é saber se valeria a pena manter juntos animais com afinidade em ambientes de confinamento, a fim de melhorar seu bem-estar. “Elas não são criaturas burras. Têm uma rica vida emocional e personalidade? afirmou Langbein à Science.

Se as emoções são difíceis de perscrutar, existem modos objetivos de saber quando os animais sentem dor ou desconforto. “?possível fazer esse tipo de avaliação analisando o comportamento e construindo escalas de dor? explica Stelio Pacca Loureiro Luna, pesquisador da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu da Unesp, que coordenou um projeto apoiado pela FAPESP, concluído no ano passado, no qual validou essa metodologia para todas as espécies domésticas e de produção, como felinos, bovinos e equinos. As escalas, ele explica, são construídas a partir da análise de centenas de horas de filmagens de animais. Imagens são registradas antes de uma cirurgia e logo depois dela, quando a dor do pós-operatório atinge seu grau máximo. Seguem sendo captadas quando o animal recebe medicamentos analgésicos e 24 horas depois, quando seus efeitos se esgotam. “Analisamos esses vídeos e anotamos quais comportamentos se alteraram ?se ele, por exemplo, balançou a cauda, ficou prostrado ou mudou de expressão ?e com que duração e frequência isso aconteceu? conta Luna.

O projeto deu origem a um aplicativo, o VetPain, lançado no ano passado e disponível para sistemas operacionais Android e IOS, que ajuda veterinários e tutores a avaliar o grau de dor de todos os animais domésticos. É preciso responder a questões que avaliam sinais característicos de dor em comportamentos como postura, nível de atividade e reação ao toque no local afetado. Cada resposta corresponde a um escore na escala de dor e o aplicativo indica se o animal precisa de analgésico (ver Pesquisa FAPESP nº 328). Segundo Luna, outros métodos vêm sendo desenvolvidos. Ele menciona o Qualitative Behaviour Assessment, por meio do qual comportamentos dos animais são interpretados por seres humanos que os observam, como seus tutores, e expressos em palavras. Uma análise estatística do uso dessas expressões é utilizada para encontrar padrões que identificam comportamentos. “?uma abordagem que ainda precisa ser validada? afirma Luna.

A reportagem acima foi publicada com o título ?b>O desafio de entender o que os bichos sentem?na edição impressa nº 341, de julho de 2024.

Projeto
Dor e qualidade de vida em animais (nº 17/12815-0); Modalidade Projeto Temático; Pesquisador responsável Stelio Pacca Loureiro Luna (Unesp); Investimento R$ 835.253,16.

Artigos científicos
FEIGHLSTEIN M. et al. Automated recognition of pain in cats. Scientific Reports. jun. 2022.
BRONDANI, J. T. et al. Validation of the English version of the Unesp-Botucatu multidimensional composite pain scale for assessing postoperative pain in cats. BMC Veterinary Research. jul. 2013.

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???????????,??????,????????? //emiaow553.com/galinhas-tambem-se-emocionam-e-ficam-com-rosto-vermelho/ Thu, 25 Apr 2024 23:01:56 +0000 //emiaow553.com/?p=566296 Novo estudo sugere que galinhas ficam com rosto vermelho quando têm certas emoções; o sinal também pode ser indicador do bem-estar da ave

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Bochechas coradas não são exclusividade humana. De acordo com novo estudo publicado na revista Applied Animal Behaviour Science, as galinhas também ficam com rosto vermelho a depender de suas emoções.

Entenda a pesquisa

Para o estudo, os cientistas focaram nas galinhas domésticas, em específico naquela conhecida como galinha Sussex. Ao todo, eles observaram seis representantes da espécie que tinham de três a quatro meses de idade. 

Durante o período de três semanas de observação, elas viveram em um bosque no Vale do Loire, na França. Por meio de gravações em vídeo, os pesquisadores acompanharam suas reações em situações diversas, como sua captura e também a distribuição de alimentos.

Então, os cientistas selecionaram 18 mil fotos dessas gravações e, com auxílio de um software de imagens, medicaram os níveis de vermelhidão na pele do rosto das galinhas.

De acordo com os resultados, as aves ficam com rosto vermelho em graus que variam de acordo com seu estado emocional. Embora tenham ficado coradas quando estavam de frente com alimentos apetitosos, esse não foi o ápice da vermelhidão.

Em geral, o rubor se mostrou mais forte durante as experiências negativas, como a captura. Em contraste, quando estavam em repouso, a pele delas aparecia muito mais clara em cor.

A relação com os humanos

Frente aos resultados da primeira pesquisa, os cientistas buscaram compreender se essas alterações emocionais que causam a vermelhidão no rosto têm relação com o contato das galinhas com humanos.

Para analisar esse fator, eles colocaram um grupo de 26 dessas aves na presença de uma pessoa, chamada experimentador. Antes disso, metade das galinhas haviam sido preparadas para o encontro, em um contato gradual com o humano durante um período de cinco semanas.

Por fim, os pesquisadores notaram que as galinhas que passaram pela preparação mantiveram uma cor de pele mais clara quando o experimentador se aproximava, o que indicava um estado mais calmo. 

Já o outro grupo de galinhas ficaram com o rosto vermelho. Para os cientistas, isso pode ser um indicador de bem-estar animal, que alerta para situações em que elas estão sob estresse.

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???????????????, ??????????? //emiaow553.com/como-o-eclipse-solar-afeta-o-comportamento-dos-animais/ Fri, 05 Apr 2024 14:17:32 +0000 //emiaow553.com/?p=562313 Escuridão causada pelo eclipse altera o ritmo natural dos animais e faz os bichos se comportarem de maneira curiosa

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Que os humanos admiram os eclipses solares e aguardam por esse fenômeno, não é novidade. Mas algo que muitas pessoas não consideram é o efeito que esse fenômeno astronômico causa nos animais.

Durante a fase de totalidade — quando a Lua encobre todo o disco solar –, alguns animais, por exemplo, podem ficar confusos e começar a se comportar como se fosse o entardecer ou a noite, apesar do eclipse ocorrer durante o dia.

Cientistas observaram formigas e abelhas comportando-se como se fosse noite durante um eclipse solar total, embora ainda haja luz suficiente no ambiente. Isso ocorre porque a escuridão causada pelo eclipse altera o ritmo natural dos animais.

Um estudo realizado durante o eclipse de 1984 observou chimpanzés do Centro Regional de Pesquisa de Primatas de Yerkes escalando seu recinto — o mais alto que puderam — e se viraram para encarar o céu.

Chimpanzés insetos

Animais se comportaram de maneira estranha no eclipse. Imagem: Tobias Deschner/Ozouga chimpanzee project/Reprodução

Os flamingos também se comportavam fora do normal, amontoando-se numa ilha no centro do seu recinto e permanecendo imóveis. À medida que a totalidade diminuía, o rebanho se dispersou.

Os eclipses lunares, que ocorrem quando a Lua é ocultada pela Terra, também têm efeitos sobre o comportamento animal, especialmente em espécies noturnas. Uma pesquisa descobriu que os macacos coruja de Azara ?uma espécie tipicamente noturna ?pararam de procurar alimento durante um eclipse lunar.

Eclipse solar acontece nesta segunda-feira

Na próxima segunda-feira (8), acontecerá um eclipse solar total. Porém, apenas observadores da América do Norte e em partes da Europa poderão vê-lo.

Apelidado de “Grande Eclipse da América do Norte? este fenômeno será o primeiro eclipse solar total visível no Canadá desde 26 de fevereiro de 1979, o primeiro no México desde 11 de julho de 1991 e o primeiro nos Estados Unidos desde 21 de agosto de 2017.

A boa notícia é que, apesar de perdermos o eclipse de abril, p próximo eclipse solar no Brasil é do tipo anular e será em 2 de outubro de 2024. Porém, em boa parte do país, ele será visto pelos brasileiros como parcial.

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?????? ???-booongo???, ???? //emiaow553.com/estudo-revela-que-peixe-nemo-da-vida-real-e-um-antissocial/ Mon, 05 Feb 2024 16:43:44 +0000 /?p=550447 Conhecido como peixe-palhaço comum, ele não gosta de dividir sua "casa" com outros representantes de sua própria espécie

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Apesar do filme Nemo, da Disney, retratar o peixe palhaço como um animal dócil, extrovertido e que convive bem com outras espécies, cientistas do Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa, no Japão, descobriram que ele não é bem assim na vida real. 

Em geral, existem mais de 30 espécies de peixe-palhaço no mundo – entre elas, o peixe-palhaço comum (Amphiprion ocellaris), que é laranja e possui três listras brancas. Eles vivem em anêmonas-do-mar, invertebrados com os quais constroem uma relação de mutualismo.

Mas, aparentemente, gostam de morar sozinhos. Experimentos revelaram que essa espécie se torna agressiva quando outros iguais a si dividem a mesma “casa”. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Journal of Experimental Biology.

Entenda a pesquisa

De acordo com pesquisas anteriores, os peixes-palhaço comuns podem abrigar outras espécies temporariamente em suas anêmonas-do-mar. Mas cientistas identificaram que eles não costumam coabitar com peixes que têm marcações verticais como as deles.

Para testar as relações sociais entre o peixe-palhaço comum e outros animais, os pesquisadores isolaram em um tanque alguns representantes que nunca tinham visto outras espécies. Dentro do compartimento, inseriram uma pequena caixa transparente.

Então, utilizando modelos pintados, testaram diferentes espécies de peixe dentro do tanque junto aos peixes-palhaço comuns. Por exemplo, os skunk, que são inteiramente laranjas e possuem apenas uma listra branca em suas costas, na horizontal.

Estudo revela que peixe Nemo da vida real é um antissocial

(Imagem: Kina Hayashi et al./ Reprodução)

Os outros modelos tinham nenhuma, uma, duas ou três listras brancas verticais. Dessa forma, puderam perceber um maior número e frequência de comportamentos agressivos em relação aos membros de sua própria espécie, como uma tentativa de expulsá-los do tanque.

Por isso, os cientistas afirmam que não apenas a presença de listras verticais, mas também a contagem dessas faixas funcionam como um mecanismo para identificar os visitantes indesejados. 

E isso indica que os peixes-palhaço comuns não gostam de compartilhar sua casa com membros de sua própria espécie.

“Esse resultado apoia a ideia de que os peixes-anêmona conseguem discriminar entre diferentes números de barras brancas e isso ajuda a distinguir sua própria espécie”, afirmou Kina Hayashi, autora do estudo.

Os cientistas não observaram diferenças significativas no comportamento em relação a outras espécies de peixes-palhaço que tinham uma ou mais listras verticais.

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??? ??????????, ??????? //emiaow553.com/por-que-os-caes-abanam-o-rabo-cientistas-culpam-os-humanos/ Mon, 29 Jan 2024 00:30:06 +0000 /?p=548419 Em revisão bibliográfica, pesquisadores apontam processo de domesticação de cães como possível responsável desse comportamento

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Não há quem não se comova com um cão tão alegre que abana incessantemente seu rabo. No entanto, seria esse um comportamento natural dos animais? Para alguns cientistas, não. 

Quatro cientistas amantes de cães e interessados na evolução da cognição humana investigaram  o que a ciência sabe sobre o tema até agora. De acordo com o novo estudo, publicado na revista Biology Letters, balançar o rabo pode ser uma herança da domesticação que os homens impuseram aos cachorros.

“Pode ser que não possamos voltar no tempo até o início da relação entre cães e humanos, mas podemos analisar o comportamento dos cães hoje em conjunto com o comportamento humano para tentar entender como foi esse processo de domesticação? disse Taylor Hersh, um dos autores da pesquisa.

Entenda a pesquisa

Para analisar a origem do comportamento canino, os pesquisadores revisaram mais de 100 estudos que investigam os motivos dos cães abanarem o rabo. Dessa forma, notaram que algumas pesquisas concluíam que a direção do movimento indicava a carga positiva ou negativa do que os animais estavam reagindo.

Por exemplo, os cães balançam a cauda para a direita em resposta a experiências positivas, como ver seus donos. Frente a situações negativas, como quando querem se retirar do ambiente, eles fazem o movimento para a esquerda.

Além disso, a revisão bibliográfica também permitiu que os pesquisadores identificassem que cachorros balançam a cauda com mais frequência e em mais contextos do que outros canídeos.

Para os autores da pesquisa, uma possível explicação é o processo de domesticação pelo qual os animais passaram. Em geral, acredita-se que os humanos domesticaram os cachorros há cerca de 15 mil e 50 mil anos. Como fruto desse processo, homem e cão possuem um vínculo até hoje.

“Propomos uma nova hipótese de que os humanos selecionaram consciente ou inconscientemente o balançar da cauda durante o processo de domesticação porque somos muito atraídos por estímulos rítmicos? disse Silvia Leonetti, também autora do artigo.

Para os cientistas, os humanos ancestrais viam os balanços de cauda como um sinal positivo, uma vez que compreendiam facilmente o que os lobos queriam dizer quando faziam o movimento.

De acordo com os pesquisadores, estudos anteriores já comprovaram que há características dos cães que surgiram porque têm uma ligação genética a comportamentos selecionados pelos humanos. Por exemplo, a mansidão e a docilidade.

Agora, eles pretendem realizar experimentos que permitam observar não apenas os cachorros, mas também suas interações com humanos.

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?????? ?????????????????? //emiaow553.com/etologia-primatas-urbanos-alteram-comunicacao-e-dieta/ Sun, 31 Dec 2023 00:00:36 +0000 /?p=542663 Sauim-de-coleira, em Manaus, usa cheiro para complementar as vocalizações, e bugio gaúcho acrescenta churrasco ao hábito vegetariano

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Texto: Maria Guimarães/Revista Pesquisa Fapesp

No meio do burburinho urbano, com ruídos como o do tráfego constante de carros, crianças ensaiando músicas de Natal na escola e instruções de manobras militares aos brados em um quartel, pequenos macacos manauaras tentam se comunicar. São os sauins-de-coleira (Saguinus bicolor), que existem apenas na região de Manaus, no Amazonas, e disparam gritos finos para afirmar sua presença. “Nossa hipótese era de que eles trocariam de modal de comunicação nas áreas mais ruidosas? diz a bióloga Tainara Sobroza, professora substituta na Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Durante o doutorado, realizado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), ela foi atrás de grupos desses sauins em trechos de mata urbana para verificar se eles deixariam os gritos de lado em prol de um tipo de comunicação que competisse menos com a cidade. Descobriu que eles mantêm as vocalizações. Mas passam a recorrer com mais frequência à comunicação química, deixando sinais de cheiro nas árvores. “Eles têm glândulas nas regiões genital, perianal e do esterno, e se esfregam nas árvores para deixar um sinal? conta ela, que publicou os resultados em setembro na revista Ethology Ecology & Evolution.

Foram nove grupos estudados, em fragmentos de floresta com áreas entre 24 hectares (ha) e 730 ha. Este último, no campus da Ufam, “na Mata Atlântica seria considerada floresta contínua? compara Sobroza. Na Amazônia, é parte da área urbana.

É difícil enxergar com exatidão o que fazem lá no alto das árvores esses primatas que pesam no máximo 600 gramas, com porte de esquilos e que vivem em grupos matriarcais de até 13 indivíduos. “Só uma fêmea se reproduz e todos do grupo ajudam a cuidar dos filhotes, em geral um par de gêmeos a cada vez? conta a pesquisadora, que munida de binóculos conseguia ver quando um deles esfregava a parte de trás do corpo em algum galho ou gritava. Quanto mais barulhento o local, mais frequente o comportamento.

As observações aconteceram ao longo de um ano, no qual cada grupo era seguido por 10 dias consecutivos, das 6h às 17h. Para encontrá-los, era preciso um processo de habituação prévio até que fosse possível capturá-los em armadilhas instaladas nas árvores, caixas gradeadas que não causam danos aos animais. “Esse processo levava até quatro meses, por isso só conseguimos acompanhar nove grupos? conta Sobroza. A captura era necessária para instalar coleiras com transmissor de sinal de rádio, sem as quais era improvável encontrar o mesmo grupo no dia seguinte.

Uma interpretação da comunicação complementar por canais alternativos ?ou multimodal, no jargão especializado ?é de que serviria para chamar a atenção. “Os sauins percebem mais facilmente a vocalização quando sentem o cheiro? propõe a bióloga. Segundo ela, esse tipo de estudo não tinha sido feito em macacos de vida livre na natureza, pelas dificuldades de observação. Um exemplo semelhante seria a rãzinha-das-corredeiras: quando machos fazem um gesto com os dedos em acréscimo à comunicação vocal, é um forte chamado à briga.

O primatólogo Júlio César Bicca-Marques, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), não se lembra de estudos semelhantes sobre comunicação na natureza. Esse tipo de comportamento não é seu foco de pesquisa, mas seu grupo tem estudado outros aspectos de macacos em contexto urbano, e alguns anos atrás ele fez uma revisão para um verbete no livro The international encyclopedia of primatology (John Wiley and Sons, 2017). “Nem todos os primatas se adaptam bem a meios urbanos? avalia, “por isso não é um tema facilmente abordável em alguns lugares? Um dos efeitos da urbanização relatados no levantamento é os macacos perderem informações cruciais sobre seu meio natural, como macacos indianos (Macaca radiata), que vivem na cidade e não reconhecem os sons emitidos por predadores.

Bugios sulinos

Mas o efeito mais marcante da adaptação às cidades é a mudança na disponibilidade alimentar, que pode causar mudanças no padrão de movimentação dos animais que deixam de buscar suas fontes habituais de nutrição. A interação com seres humanos por alimento pode fazer com que algumas espécies de macacos sejam consideradas pragas em cidades. Essa interação também pode ameaçar a saúde dos animais. Em São Francisco de Assis, uma cidade pequena do interior gaúcho, a estudante de mestrado Isadora Alves de Lima, da PUC-RS, observou recentemente bugios (Alouatta caraya) recebendo restos de churrasco de funcionários e clientes de restaurantes, conforme artigo publicado em outubro na revista Primates. É surpreendente porque essa espécie sabidamente se alimenta de folhas e frutos. “Já havíamos observado bugios comendo ovos e recebido relatos do consumo de passarinhos, mas nada próximo de carne assada? relata o primatólogo. Seu grupo colheu amostras de fezes para investigar como essa mudança de dieta afeta a microbiota ?bactérias do trato intestinal, responsáveis por parte da digestão. Um objetivo futuro é avaliar os efeitos dessa dieta alterada na saúde dos animais.

Sobre vocalizações, nesse tipo de ambiente Bicca-Marques relata ter ouvido menos roncos, os chamados dos bugios que atingem extensas distâncias. “Quando um grupo único vive em uma praça, não faz tanto sentido gastar energia com vocalizações territoriais? interpreta.

Na revisão para a enciclopédia de primatologia, ele destacou o potencial dessas populações urbanas de proporcionar experiências de observação de macacos como forma de promover a conectividade das pessoas com a natureza e o respeito pela vida selvagem. É o caso do sagui-de-tufos-pretos (Callithrix penicillata), que virou símbolo ecológico da cidade de Belo Horizonte (Minas Gerais) em 1992, e do próprio sauim-de-coleira, considerado mascote da cidade de Manaus desde 2015. “Apesar de todos os esforços dos cientistas e conservacionistas, pouco (se algo) mudou em prol do sauim-de-coleira desde então? lamenta no texto.

Artigos científicos
SOBROZA, T. V. et al. Do pied tamarins increase scent-marking in response to urban noise? Ethology Ecology & Evolution. On-line. 20 set. 2023.
BICCA-MARQUES, J. C. Urbanization (and primate conservation). The international encyclopedia of primatology (Augustín Fuentes, org.). John Wiley and Sons. 2017.
LIMA, I. A. e BICCA-MARQUES, J. C. Opportunistic meat-eating by urban folivorous-frugivorous monkeys. Primates. On-line. 20 out. 2023.

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?? //emiaow553.com/cucos-botam-ovos-em-ninhos-alheios-este-passaro-detecta-a-farsa-94-das-vezes/ Fri, 28 Jul 2023 17:14:47 +0000 /?p=507925 Cientistas estudaram 196 ninhos do pássaro na Zâmbia e rodaram simulações em computador. O truque das mães drongo? Ser imprevisíveis

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O cuco africano (Cuculus gularis) é famoso por tirar vantagem de outras aves, colocando seus ovos em ninhos alheios para que mães-pássaro desavisadas cuidem de seus filhotes. Mas uma vítima é particularmente boa em detectar a farsa: o drongo de cauda bifurcada (Dicrurus adsimilis).

Uma equipe de pesquisadores liderada por Jess Lund, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, descobriu que as mamães drongo reconhecem ovos impostores em seus ninhos com 94% de precisão. Os cientistas publicaram o estudo na última quarta (26), na revista Proceedings of The Royal Society B.

A equipe estudou ninhos de drongos no sul da Zâmbia ao longo de quatro anos. Eles encontraram ovos de cuco africanos em pelo menos 34 dos 196 ninhos examinados. Eles compararam os ovos das duas espécies e descobriram que, na média, eles eram quase idênticos em relação a tamanho, forma, cor e padrões de manchas.

Então, os pesquisadores conduziram um experimento em que colocaram os ovos de uma fêmea drongo no ninho de outra. Eles analisaram a semelhança dos ovos das duas ninhadas do pássaro e monitoraram a frequência com que uma fêmea removia um ovo impostor do ninho. 

Pássaros são bons em detectar a farsa

Os resultados e as observações de campo serviram para criar um modelo de computador em que os pesquisadores rodaram mil simulações de ninhos recebendo ovos impostores. Essas simulações incluiram aqueles que eram ou não detectados pelas mães drongo.

O modelo se baseou na suposição de que os cucos escolhem os ninhos aleatoriamente. Assim, os cientistas chegaram aos 94% de precisão.

Acredita-se que os drongos são bons em detectar a farsa. Isso porque cada fêmea produz ninhadas com variações únicas, sutis e imprevisíveis de cor e padrão nas cascas dos ovos.

O alto grau de variação entre ninhadas dá vantagem aos drongos, porque um cuco pode deixar um ovo manchado com aparência perfeita de drongo em uma ninhada de ovos de drongo salpicados.

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?????? ???? ???????? //emiaow553.com/lontra-rouba-pranchas-e-e-procurada-por-autoridades-na-california/ Mon, 24 Jul 2023 12:11:36 +0000 /?p=505172 Otter 841 nasceu em cativeiro, e sua mãe foi capturada após mostrar o mesmo comportamento. Autoridades tentam levá-la para um aquário local

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Uma lontra marinha está dando trabalho para autoridades da vida selvagem na Califórnia, nos Estados Unidos. Ela está abordando surfistas, roubando e, muitas vezes, danificando suas pranchas.

Vídeos e fotografias que registram o comportamento inesperado apareceram nas redes sociais na última semana. Confira um deles abaixo.

O animal é uma fêmea de 5 anos, batizada de Otter (“lontra? em inglês) 841. Depois de um fim de semana particularmente agitado, com ao menos três interações entre a Otter e os surfistas, o Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia anunciou que se juntaria ao Aquário da Baía de Monterey para capturar o mamífero e retirá-lo daquelas águas.

O órgão anunciou a medida “devido ao crescente risco de segurança pública? especialistas alertam que as lontras, afinal, têm dentes afiados e mandíbulas fortes o suficiente para esmagar amêijoas — um tipo de molusco. O contato com humanos também é perigoso para as lontras, que, se machucarem alguém, podem acabar sacrificadas por autoridades ambientais da região.

O comportamento da Otter é bastante incomum. Especialistas afirmam que as lontras costumam manter distância de nós. Elas só se aproximam durante surtos hormonais que coincidem com a gravidez ou após serem alimentadas e abordadas constantemente por humanos.

Histórico da lontra

A mãe de Otter a criou em cativeiro até ela parar de se alimentar com leite materno. Então, funcionários do Aquário da Baía de Monterey cuidaram da lontra até soltá-la no mar. Mas, depois de um ano na natureza, ela começou a interagir com surfistas, canoístas e outras pessoas que estivessem se exercitando em águas próximas.

A mãe de Otter também foi criada em cativeiro e, depois de ser solta na natureza, ela se acostumou a pedir comida para humanos. Os cuidadores a capturaram e ela passou a viver no Centro de Pesquisa e Cuidados Veterinários da Vida Selvagem Marinha de Santa Cruz, onde notaram que ela estava grávida.

O destino de Otter

O Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia pediu aos surfistas da região que evitem a lontra a todo custo enquanto os esforços para capturá-la não dão resultado. Por enquanto, não há relatos confirmados de lesões.

Se as autoridades conseguirem pegar a Otter, elas a manterão temporariamente no Aquário da Baía de Monterey. Posteriormente, os cuidadores vão transferir o animal para morar em outro local.

As lontras marinhas (Enhydra lutris) são uma espécie em extinção reconhecida pelo governo federal dos EUA e protegidas por leis estaduais da Califórnia. As pessoas caçaram o animal na costa oeste do país até ele beirar a extinção e ganhar proteção legal em 1911. Hoje, estima-se que restam cerca de 3 mil delas.

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???????? ?? ???? ????????,??????,????????? //emiaow553.com/machos-infieis-e-migracao-estudo-analisou-causas-do-divorcio-de-aves/ Thu, 06 Jul 2023 18:25:55 +0000 /?p=502600 Mais de 90% das aves são monogâmicas. Mas o vínculo acaba pelo impulso masculino de espalhar genes por aí e pelos desencontros da migração

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A grande maioria das aves são monogâmicas ?mais de 90% delas têm apenas um parceiro, contra 5% dos mamíferos, por exemplo. Isso significa que um macho acasala com uma única fêmea, e eles mantêm o vínculo por um período que varia conforme a espécie. Isso pode durar uma estação reprodutiva, várias estações sucessivas e até a vida inteira (como fazem os albatrozes).

Deixe o romantismo para lá: as aves se relacionam com exclusividade porque, presume-se, seus filhotes têm uma chance muito maior de sobreviverem se os pais cooperarem na sua criação. Mas nem tudo são flores. Volta e meia, um indivíduo acasala com outro parceiro quando o vínculo anterior ainda não acabou. Os ornitólogos, ou especialistas nesses seres emplumados, chamam este comportamento de “divórcio?

Agora, pesquisadores da Sun Yat-sen University, na China, descobriram dois fatores que são os principais responsáveis pelo término de relacionamentos: a promiscuidade masculina e a distância migratória. Eles publicaram o estudo nesta quarta (5) na revista Proceedings of the Royal Society B.

Para determinar os dois fatores, a equipe reuniu dados publicados anteriormente sobre taxas de divórcios para 186 espécies de aves. Eles também analisaram as informações com base nas relações evolutivas dos animais ?e descobriram que espécies próximas têm taxas de divórcio semelhantes. É o caso dos albatrozes, cisnes e gansos, por exemplo, que são relativamente bons em manter o vínculo ao longo da vida.

A promiscuidade leva ao divórcio à medida que os machos encontram novas parceiras para reprodução, gerando filhotes com mais frequência e espalhando seus genes por aí. A traição não é vantajosa para as fêmeas, por outro lado ?provavelmente porque a produção de ovos tem alto custo energético, e elas preferem qualidade em vez de quantidade.

A migração é outro fator importante no divórcio entre aves porque gera desencontros: o casal pode chegar ao destino de forma assíncrona ou cada um acabar pousando em um local diferente. Os pesquisadores ainda notaram que a chance da separação acontecer aumenta de acordo com a distância da migração.

“Essas descobertas? escrevem os autores, “indicaram que o divórcio pode não ser uma simples estratégia adaptativa (por seleção sexual) ou não adaptativa (por perda acidental de um parceiro) em aves, mas pode ser uma resposta mista ao conflito sexual e ao estresse do ambiente.?/span>

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??????,??????????????? //emiaow553.com/tubarao-baleia-e-flagrado-se-alimentando-no-fundo-do-mar-pela-1a-vez/ Mon, 19 Jun 2023 21:18:26 +0000 /?p=498512 Estes animais aquáticos geralmente se alimentam abrindo a boca enquanto nadam para filtrar plânctons. Confira o vídeo

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Guias turísticos do México registraram uma cena inédita: um tubarão-baleia que parece se alimentar no fundo do oceano

No vídeo, o animal se inclina e abocanha uma porção de areia, parecendo aspirar água e sedimentos para encontrar comida. É a primeira vez que se documentou este comportamento no peixe. Confira:

O tubarão-baleia estava nadando próximo a La Paz, no México. Os guias locais geralmente levam turistas para ver os animais e concordaram em compartilhar vídeos que revelam comportamentos dos tubarões com uma organização local de pesquisa.

Foi assim que este registro chegou às mãos de Darren Whitehead, do Instituto Politécnico Nacional (México) e de Joel Gayford, do Imperial College London (Inglaterra). A dupla analisou o vídeo e publicou um estudo no Journal of Fish Biology.

Não é inesperado 

Os tubarões-baleia (Rhincodon typus) são os maiores tubarões da Terra ?eles atingem até 18 metros de comprimento. Estes animais geralmente se alimentam abrindo a boca enquanto nadam ou na superfície do oceano para filtrar krills e outros plânctons presentes na água.

Embora este seja o primeiro registro de tubarões-baleia se alimentando no fundo do oceano, pesquisadores dizem que não é exatamente inesperado. 

Os plânctons que servem de alimento para os tubarões podem migrar para lá, atraindo os animais. No fundo do mar, há também isópodes bentônicos, crustáceos marinhos que o tubarão do vídeo poderia estar procurando.

Além disso, é possível que os tubarões geralmente se alimentem no fundo do mar, longe da costa e dos locais onde há pessoas para interagir com eles ?e registrar seu comportamento. Isso pode acontecer apenas quando não há comida suficiente em águas mais rasas, disseram os pesquisadores.

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??? ?????? ????? ???? //emiaow553.com/cientistas-descobrem-que-edicao-de-rna-ajuda-polvos-a-lidar-com-o-frio/ Thu, 15 Jun 2023 00:07:39 +0000 /?p=497399 Polvos do oceano Pacífico mostraram alterações em 13 mil partes de seu código genético. Algumas delas influenciam proteínas vitais para os processos neurais

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Quando a água está fria demais, os polvos reconfiguram mais de 13 mil sequências de letras do seu RNA. A maior parte desta edição molecular está associada ao sistema nervoso e altera proteínas vitais para os processos neurais. Tudo isso, acredita-se, pode ajudar o sistema nervoso desses animais a funcionar melhor quando as temperaturas caem. Bem mais complexo que usar um casaco.

Estamos falando sobre indivíduos da espécie Octopus bimaculoides, conhecido como “polvos de dois pontos da Califórnia. As descobertas são de cientistas liderados por Joshua Rosenthal, do Marine Biological Laboratory, nos Estados Unidos, e por Eli Eisenberg, da Universidade de Tel Aviv, em Israel. O estudo foi publicado na última quinta (8), na revista Cell.

Vamos por partes: o DNA de um ser vivo carrega as instruções para montar todas as suas proteínas ?cadeias de compostos químicos chamados aminoácidos, que são um dos principais bloquinhos de construção do nosso corpo. Entre o DNA e as proteínas, porém, existe o RNA mensageiro. 

Ele carrega as instruções para fora do núcleo das células para produzir proteínas. Mas nem sempre é um ctrl c + ctrl v. As células podem, por exemplo, trocar a adenosina, uma das quatro letras (bases nitrogenadas) do código genético (ATCG), pela inosina (I), uma molécula substituta que se comporta como a guanosina (G).

Rosenthal e seus colegas mostraram anteriormente que esse tipo de edição (chamada A-to-I, ou “A para I?, que afeta o RNA por trás da produção de proteínas, acontece em larga escala nos polvos e nas lulas. Os pesquisadores não sabiam por que estes animais fazem isso. Mas uma hipótese era se adaptar à temperatura ambiente, visto que a edição altera o RNA apenas temporariamente.

Então, os cientistas fizeram novos experimentos em que aqueceram ou resfriaram a temperatura de um tanque com os polvos da Califórnia ?até 22°C ou 13°C, extremos naturais das águas em que eles vivem. A equipe comparou as informações genéticas dos animais com seu genoma original, analisando mais de 60 mil pontos do material genético em que a edição poderia acontecer.

Nos polvos que ficaram em tanques frios, os cientistas encontraram alterações em 13.285 códons ?conjuntos de três bases nitrogenadas do RNA. Isso teria mudado cerca de um terço das instruções para a produção de proteínas. Entre os polvos nos tanques quentes, a edição foi pequena: a equipe encontrou alterações em 550 códons.

Os cientistas descobriram, por exemplo, que a edição de RNA ajustou a função de proteínas que são vitais para a função neural nos polvos. Ela alterou a capacidade de resposta de uma proteína chamada sinaptotagmina, por exemplo, que atua na comunicação entre os neurônios.

Essas descobertas indicam que pelo menos uma função da edição de RNA entre os cefalópodes é uma resposta rápida a condições que poderiam ser perigosas para os animais, como as baixas temperaturas. Outras variáveis ambientais que poderiam ser gatilhos para o fenômeno incluem baixo oxigênio, poluição e mudanças nas condições sociais.

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?? ????????? ??? //emiaow553.com/aranhas-australianas-ajustam-veneno-de-acordo-com-o-humor/ Sun, 04 Jun 2023 21:31:19 +0000 /?p=494598 A frequência cardíaca e o comportamento de defesa das aranhas influenciam na composição de seu veneno, mostrou estudo conduzido na James Cook University (Austrália)

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As aranhas australianas do gênero Hadronyche parecem produzir uma porção de veneno sob medida para cada ataque. Um novo estudo indicou que fatores como a frequência cardíaca e a defesa do aracnídeo influenciam as proporções de toxinas entregues em suas presas.

A descoberta é de uma equipe liderada por Linda Hernández Duran, bióloga da James Cook University (Austrália).

Os cientistas resolveram investigar o veneno porque ele é um dos mais complexos na natureza e têm um monte de possíveis aplicações. Seja em pesticidas, produtos farmacêuticos e, claro, antídoto para tratar as picadas. Entender melhor como ele funciona significa aumentar as chances de aproveitar seu potencial.

São 4 espécies de aranhas

Os pesquisadores coletaram material de quatro espécies de aranhas: Hadronyche valida, Hadronyche infensa, Hadronyche cerberea e Atrax robustus. Entretanto, elas não têm nome popular em português, mas são conhecidas como funnel-web spiders em inglês (ou “aranha de teia de funil? em tradução livre).

A equipe submeteu as aranhas a alguns testes para avaliar seu comportamento defensivo. Testando o seu “humor”, eles irritaram as aranhas soprando ar em sua direção ou as cutucando com pinças. Também colocaram uma aranha para passar um tempo com outra, da mesma espécie; e fizeram as aranhas explorarem um novo território.

Durante os testes, os pesquisadores mediram a frequência cardíaca das aranhas e estabeleceram sua taxa metabólica. Em seguida, coletaram o veneno de cada espécime e analisaram as amostras com um espectrômetro de massa para avaliar sua composição.

Em contrapartida, entre as quatro espécies, os cientistas encontraram uma associação entre comportamento e composição do veneno em apenas uma: a H. valida. Entre estas aranhas, uma frequência cardíaca mais alta e comportamento de defesa mais pronunciado pareceram estar relacionados a uma combinação variável de toxinas no veneno.

O fato de que as outras espécies não demonstraram tais associações nos testes sugere que esta é uma característica específica da espécie. “Mostramos pela primeira vez como componentes específicos do veneno estão associados a variáveis comportamentais e fisiológicas específicas e demonstramos que essas relações dependem do contexto? disse Hernández Duran em comunicado.

O estudo foi publicado em maio na revista PLOS One.

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??? ???? ?? ??? ?? ?? //emiaow553.com/estudo-finlandes-traca-personalidade-de-52-grupos-de-racas-de-cachorros-confira/ Tue, 30 May 2023 21:18:00 +0000 /?p=493911 A raça seria o fator mais importante para determinar a personalidade dos cachorros. Pesquisadores analisaram 11 mil animais de 300 raças. Descubra detalhes do estudo!

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Você conhece os estereótipos caninos: labradores são bagunceiros e brincalhões; pinschers são bravos e potencialmente barulhentos. Não se trata, claro, de uma regra. A personalidade de um cachorro é determinada por um conjunto complexo e misterioso de fatores genéticos e não-genéticos.

Mas a raça é a variável mais importante, segundo um estudo da Universidade de Helsinki, na Finlândia, que incluiu dados referentes a mais de 11 mil cães de 300 raças diferentes. Os pesquisadores consideram que nunca se investigou as diferenças entre as raças de maneira tão abrangente.

O estudo analisou a ligação entre fatores genéticos e ambientais com sete traços de personalidade nos cães: insegurança; capacidade de foco em treinamentos; agressividade/dominância; energia; sociabilidade canina; sociabilidade humana e perseverança. 

A personalidade dos cachorros

tabela com os traços de personalidade de 52 grupos de raças de cachorros

Imagem: Milla Salonen/Reprodução

Estes traços aparecem em inglês, nesta ordem, no topo da tabela ao lado. À direita aparecem, também em inglês, os 52 grupos de raças estudados. Cada grupo é acompanhado por sete círculos que variam de acordo com a diferença entre a pontuação média do grupo referente a determinado traço de personalidade e a mesma pontuação média na população geral (os 11 mil cães).

O tamanho do círculo indica a magnitude da diferença (entre a pontuação da raça e a pontuação da população), e a cor indica se a pontuação da raça está abaixo da média geral (azul) ou acima (vermelho). Os pequenos círculos cinza, por sua vez, indicam que a energia de um grupo de raças, por exemplo, não difere consideravelmente da energia dos outros cachorros.

Veja, por exemplo, que os pesquisadores da Universidade de Helsinki agruparam algumas das raças analisadas em um grupo chamado fighting dogs (ou “cachorros lutadores? em tradução livre). Neste grupo, a agressividade/dominância é representada por um grande círculo vermelho escuro, porque este traço de personalidade é muito mais marcado nestes cães do que na população geral.

O border collie, por sua vez, tem mais energia e foco em treinamento do que a média. Mas não seria tão bom em socializar com outros cães. Os salsichas (dachshund) pontuam um pouco abaixo da média em sociabilidade humana e perseverança. E os cães de pastoreio (livestock guardian dogs) teriam muito mais energia. E seriam muito mais sociáveis com humanos do que seus parentes caninos.

Outros fatores

A socialização na infância é o fator não-genético mais significativo para a personalidade de um cachorro, segundo as conclusões do estudo. Cães que tiveram um grande número de experiências de socialização quando eram filhotes. Ou seja, tinham entre sete semanas e quatro meses de idade e eram menos inseguros e agressivos, além de mais sociáveis e focados.

“Nossas descobertas indicam que os tutores devem familiarizar seus filhotes o máximo possível com pessoas, lugares e animais desconhecidos. Mas, claro, a socialização sempre deve ser feita nos termos do filhote, o que significa que ele não deve ser forçado a situações assustadoras”, disse Milla Salonen, autora do estudo, em comunicado.

Outro fator importante para o comportamento canino seria a idade. Os pesquisadores descobriram que cães mais velhos podem se concentrar mais em treinamentos do que cães jovens. Mas eles também têm menos energia e socializam menos, seja com humanos ou cachorros.

O estudo foi publicado na revista iScience.

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100? ? ??????? ?? ????????????,??????,????????? //emiaow553.com/trauma-por-que-orcas-estao-atacando-barcos-na-europa/ Mon, 22 May 2023 20:54:44 +0000 /?p=491768 Baleia que se machucou ao colidir com barco ou armadilha pode ter adotado comportamento agressivo, adotado por outras orcas do grupo

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Três orcas atacaram e afundaram um barco no início de maio no Estreito de Gibraltar, na costa da Espanha. O capitão do barco disse à publicação alemã Yacht que a ação envolveu um trio de animais: de início, uma orca batia repetidamente contra o navio. Havia também duas orcas menores, que e balançavam o leme na parte de trás da embarcação, antes de imitar o comportamento da maior.

A guarda costeira resgatou a tripulação e rebocou o barco, que afundou na entrada do porto. O acidente aconteceu dias depois de um grupo de seis orcas ?também, aparentemente, liderado por uma baleia maior ?atacar outro veleiro que navegava no estreito.

Este é um fenômeno que pesquisadores observam desde 2020 e vem se tornando mais frequente, segundo um estudo publicado na revista Marine Mammal Science. Os ataques acontecem principalmente contra barcos à vela e seguem o mesmo padrão: as orcas se aproximam da popa para atingir o leme e perdem o interesse no barco assim que conseguem pará-lo.

Acredita-se que os ataques tornaram-se mais frequentes desde que um evento traumático desencadeou uma mudança de comportamento de uma orca, imitado pelo restante da população. A orca em questão seria uma fêmea chamada White Gladis, que se machucou ao colidir com um barco ou armadilha de pesca ilegal ?e passou a atacar embarcações desde então.

Alfredo López Fernandez, um dos autores do estudo, afirmou àao sitr Live Science que, em mais de 500 eventos de interação registrados desde 2020, só três navios afundaram após um ataque. Os pesquisadores também estimam que as orcas tocam apenas um navio em cada cem que navegam por um local.

As orcas são criaturas sociais que podem facilmente aprender e reproduzir comportamentos realizados por outros indivíduos. Segundo os pesquisadores, elas parecem considerar que perseguir e atacar embarcações é vantajoso, apesar dos riscos que correm ao fazê-lo. 

Pode ser uma forma de brincadeira ou o que os pesquisadores chamam de “moda passageira? um comportamento iniciado por um ou dois indivíduos e temporariamente captado por outros antes de ser abandonado.

“Não interpretamos que as orcas estejam ensinando [o comportamento] aos filhotes, embora o comportamento tenha se espalhado verticalmente para os filhotes, simplesmente por imitação, e depois horizontalmente entre eles, porque consideram algo importante em suas vidas? disse López Fernandez.

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??? ??? ?? ??? ??? ??? ?? //emiaow553.com/colonias-de-formigas-na-australia-se-fingem-de-mortas-para-escapar-de-predadores/ Sun, 14 May 2023 15:33:16 +0000 /?p=488585 É a primeira vez que cientistas observam este comportamento defensivo em colônias inteiras de formigas. Entenda

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Existe uma lista extensa de animais que se fingem de mortos para enganar predadores e escapar da morte ?ela inclui pássaros, mamíferos, peixes e insetos. “[Mas] poucos estudos mencionam este comportamento para formigas, e menos ainda o examinam? afirmam pesquisadores da Estação de Pesquisa da Ilha Kangaroo, na Austrália.

Agora, a equipe se dedicou ao tema e fez uma contribuição notável: eles descobriram que colônias inteiras de formigas da espécie Polyrhachis femorata podem fingir a morte como estratégia defensiva. Pela primeira vez, os pesquisadores registraram o fenômeno, com a pesquisa sendo publicada na revista Australian Journal of Zoology.

“Esse tipo de imobilidade defensiva é conhecida apenas entre algumas espécies de formigas ?em indivíduos ou castas específicas ?mas não sabemos de outros casos em que [a estratégia] foi observada em colônias inteiras? afirma Sophie Petit, autora principal do estudo, em comunicado.

Comportamento das formigas na Austrália é difícil de entender

Os cientistas encontraram o comportamento inusitado em formigas da Ilha Kangaroo, localizada a 13 km da costa sul da Austrália. A ilha tem mais de um terço de sua área protegida como reserva natural. Nela, vivem animais selvagens como coalas, cangurus, leões-marinhos e focas.

Desde que incêndios florestais atingiram a ilha em 2020, houve uma série de iniciativas para a recuperação da vida selvagem. Uma delas consistiu na construção e instalação de caixas que pudessem servir como ninhos para morcegos e gambás se restabelecerem no local. São 901 delas, em 13 regiões diferentes da ilha. 

Os pesquisadores da Estação de Pesquisa da Ilha Kangaroo fazem visitas regulares de monitoramento às caixas. Foi nestas ocasiões que eles encontraram não só colônias de formigas ocupando as caixas construídas para os mamíferos, como também se fingindo de mortas.

“O mimetismo foi perfeito”, disse Petit. “Quando abrimos a caixa, vimos todas essas formigas mortas… e, então, uma se moveu ligeiramente.” Ela também explica que os gatilhos para o comportamento são difíceis de entender: “Em algumas das caixas com colônias de Polyrhachis femorata, alguns indivíduos demoraram para parar de se mover e outros não pararam.”

Os cientistas esperam encontrar outras espécies de formiga com o mesmo comportamento na Austrália e obter mais informações sobre a pouco conhecida P. femorata, que foi fortemente afetada pelos incêndios florestais na região.

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????? ???? 2024-2025? ??? ??? ?? //emiaow553.com/ciencia-pode-ter-descoberto-a-melhor-forma-de-chamar-um-gato/ Tue, 09 May 2023 12:24:37 +0000 /?p=488385 Pesquisa realizada na França sugere que chamar a atenção de um gato requer mais que um simples "pspsps": é preciso fazer contato visual com eles

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Imagine a cena: você está no meio da chuva e encontra um gatinho perdido. Seu primeiro impulso é ajudá-lo a encontrar abrigo, mas ele não responde às suas tentativas de contato. Esqueça o “pspsps”. Esse cenário hipotético poderia terminar de forma mais amigável (e menos molhada) se, em vez de emitir sinais vocais, você investisse no contato visual com ele. 

É o que mostra uma pesquisa desenvolvida pelo Laboratório de Etologia Comparada e Cognição da Universidade de Paris Nanterre, na França, publicada em 3 de maio na revista Animals

Segundo o estudo, um gato responde mais rápido quando humanos estranhos usam sinais vocais e visuais para chamar sua atenção. Além disso, esses animais ficam mais estressados quando humanos os ignoram completamente. 

Para entender o comportamento felino, os pesquisadores usaram 12 gatos que vivem em uma cafeteria na capital francesa. Na primeira etapa, a líder do estudo, Charlotte de Mouzon, acostumou os animais com sua presença. 

Depois, os colocou em diferentes cenários, onde havia, ou não, interação vocal, visual e gestual com os animais. Depois de diversas horas, a equipe de cientistas identificou que os gatos se aproximavam mais de Mouzou quando o interlocutor usava a fala e os chamava a olhar para ele. 

Isso não é exatamente uma novidade: tanto humanos quanto animais depreendem mais atenção quando direcionam o olhar para o alvo. Mas algo inesperado chamou a atenção: nos testes com estranhos, os gatos responderam mais rápido às pistas visuais do que vocais. 

Para chamar a atenção, olhe para o gato

Essa percepção foi surpreendente porque é comum que os tutores adotem uma “voz de gato?para chamar esses animais pois imaginam que, dessa maneira, eles respondem melhor às vocalizações. 

De fato, uma pesquisa da mesma instituição publicada em outubro sugere que gatos de estimação podem facilmente distinguir a voz dos donos da de estranhos. Esses animais também identificam claramente quando seu tutor fala diretamente ou se refere a eles. 

Mas isso não parece ser verdade quando o interlocutor dos felinos não é seu tutor, mas uma pessoa estranha. “Isso mostra que não é a mesma coisa para um gato se comunicar com seu dono e com um desconhecido? disse Mouzon ao Gizmodo EUA

Sinais de desconforto 

O estudo também identificou que os gatos tendem a abanar o rabo com mais frequência em cenários de vocalização e também quando são totalmente ignorados. Dessa forma, diferente dos cachorros, que abanam o rabo como um sinal de felicidade, os felinos só fazem isso quando estão estressados ou desconfortáveis. 

“O abanar do rabo é mais uma evidência de que os gatos se sentem mais confortáveis ​​com sinais visuais ou combinados de estranhos humanos”, completou Mouzon.

Segundo a pesquisadora, o estresse ao serem ignorados pode ser um sinal da incongruência da situação. Ou seja, quando os gatos estão em uma sala com um humano, eles esperam interagir com o visitante, e não serem excluídos. 

“Assim como os humanos, os gatos também podem sentir desconforto quando não conseguem ler facilmente as intenções de outra pessoa em uma sala? explicou ela, por fim.

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?? ???? ??? , ?? ?? ?? ??????? //emiaow553.com/estes-elefantes-marinhos-dormem-2-horas-por-dia-em-cochilos-de-20-minutos/ Mon, 24 Apr 2023 14:04:20 +0000 /?p=484530 Sempre alerta! Quando estão buscando alimento, elefantes marinhos percorrem longas distâncias pelo oceano e acabam dividindo o sono para evitar ataques com predadores

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Durante a época de forrageamento, ou seja, o período em que explora a região em busca de alimento, os elefantes-marinhos-do-norte acabam percorrendo longas distâncias pelo Oceano Pacífico. São meses de viagem, que colocam os animais em risco devido a presença de predadores como tubarões e baleias assassinas. 

Para evitar virar comida de predador, os mamíferos devem se manter distante da superfície. Eles sobem apenas por períodos de tempo curto para respirar e depois retornam ao fundo do mar. Com uma viagem tão longa e tantos perigos fica a questão: como esses gigantes dormem? 

Foi isso que cientistas relataram em um estudo recém publicado na revista Science. Durante as viagens, os animais dormem apenas 2 horas por dia, as quais são picotadas em cochilos de 20 minutos. 

A equipe chegou à conclusão após implantar sensores em focas que viviam em laboratório e outras que habitavam o Parque Estadual Año Nuevo, ao norte de Santa Cruz, na Califórnia.

Então, os cientistas documentaram que os animais nadavam de 60 a 100 metros abaixo da superfície. No início, eles se mantem eretos, mas conforme o sono REM se estabelece, os elefantes marinhos viram de cabeça para baixo e descem em espiral em direção ao fundo do mar.

Neste processo, elas acabam descendo centenas de metros de profundidade, ficando abaixo de onde os predadores costumam caçar. O sono dura para valer algo entre 5 e 10 minutos. Depois, os animais nadam novamente até a superfície para respirar, concluindo o processo em cerca de 20 minutos.

Os cochilos, no entanto, só ocorrem durante as viagens oceano a dentro. Quando os elefantes marinhos estão em terra, durante a época de reprodução, dormem por até 11 horas sem se preocupar com predadores. Nada como um noite bem-dormida.

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????? ????????????? //emiaow553.com/estudo-de-habitos-noturnos-capta-imagem-de-tartarugas-no-luar/ Wed, 05 Apr 2023 20:09:23 +0000 /?p=481246 Cientistas australianos sugerem que as tartarugas estavam saindo da água durante a noite para regular sua temperatura

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Durante o dia, é comum que os animais ectotérmicos, que dependem principalmente de fontes externas de calor, saiam da água para se aquecer com os raios solares. Tal comportamento garante a termorregulação de seus corpos. 

No entanto, cientistas da Universidade La Trobe, na Austrália, perceberam que algumas tartarugas de água doce também dão essas saidinhas durante a noite. O comportamento inédito foi descrito na revista Global Ecology and Conservation.

A equipe coletou mais de 870 mil fotografias de câmeras instaladas na América do Norte, Caribe, Europa, Ásia, África, ilhas Seychelles e Austrália. O estudo registrou dados de 29 espécies de tartarugas de água doce de sete famílias.

A equipe apontou o comportamento noturno em 13 espécies de seis famílias (Chelidae, Emydidae, Geoemydidae, Kinosternidae, Pelomedusidae e Trionychidae). Essas habitavam a América Central, Trindade e Tobago, África, ilhas Seychelles, Ásia e Austrália.

A primeira vez que os cientistas observaram o comportamento foi às margens do rio Ross, em Townsville, na Austrália.

“Elas vinham à noite e sentavam-se em toras exibindo praticamente o mesmo comportamento que faziam durante o dia; quando investigamos, não era algo que as tartarugas supostamente faziam? descreveu Donald McKnight, coautor do estudo, em comunicado.

A equipe observou o comportamento apenas em locais tropicais e subtropicais, o que sugere uma influência da temperatura do ambiente no comportamento. Provavelmente, a água fica quente demais à noite, levando as tartarugas a sairem da água para se refrescar.

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??????????????, ?????????? //emiaow553.com/manuscritos-medievais-relatam-alimentacao-de-armadilha-das-baleias/ Fri, 03 Mar 2023 21:20:17 +0000 /?p=472399 Cientistas acreditavam que a técnica usado pelas baleias era recente, mas textos nórdicos do século 13 d.C já descreviam a prática

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Há cerca de dez anos, biólogos marinhos se surpreenderam quando observaram baleias em diferentes parte do mundo usando um método pouco usual para caçar peixes. As gigantes se posicionavam na superfície da água, abriam suas grandes bocas e ficavam esperando até que o alimento fosse até elas. Depois, era só fechar a mandíbula e mandar para dentro. 

O comportamento de armadilha mostrado pelas baleias parecia inédito, mas não era. Pesquisadores da Universidade Flinders, na Austrália, encontraram textos de civilizações nórdicas que parecem apontar para esse hábito.

Os escritos do século 13 d.C. citavam uma criatura marinha chamada “hafgufa”. Outros mais recentes, dos séculos 17 e 18 d.C., falavam sobre o monstro mítico “aspidochelone”.

Ambos tinham algo em comum: eram animais gigantes que soltavam um odor forte pela boca para atrair as presas. As descrições lembravam muito as cenas que os pesquisadores observaram recentemente.  

O odor citado parece estar ligado ao hábito das baleias de regurgitarem presas filtradas para atrair novos cardumes. O estudo completo foi publicado na revista Marine Mammal Science.

Explicando o comportamento das baleias

O que leva as baleias a fazerem isso? Bom, essa não é uma resposta exata, mas pesquisadores levantaram sugestões com as observações mais recentes.

Alguns cientistas sugerem que o comportamento se desenvolveu em resposta ao aumento da poluição e também da proliferação de algas. Desafios ambientais do tipo fizeram com que as baleias subissem à superfície para acompanhar as presas, que agora habitavam aquela região.

Outros especialistas acreditam que esse poderia ser um meio de alimentação particularmente eficiente em termos de energia quando os peixes estão em grupos menores. 

De toda forma, era algo feito há mais tempo, mas que pesquisadores demoraram a notar. Isso pode ter acontecido por que, com o passar do tempo e a diminuição da população de baleias, o comportamento pode ter se tornado desnecessário devido a menor competição por peixes. 

A população de baleias segue abaixo do ideal, mas os esforços de proteção ajudaram o número a subir nos últimos anos. Segundo os pesquisadores, é possível que a alimentação por armadilhas tenha ressurgido junto com esse aumento dos animais.

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