짱구카지노 【보증업체】 가입코드 이벤트 쿠폰;온라인바카라 //emiaow553.com/tag/cascavel/ Vida digital para pessoas Thu, 30 May 2024 12:07:38 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png 토토사이트 MMA;카지노사이트, 바카라사이트 //emiaow553.com/tag/cascavel/ 32 32 솔카지노 【보증업체】 가입코드 이벤트 쿠폰;온라인바카라 //emiaow553.com/cientistas-do-butantan-identificam-alvo-para-tratamento-da-esclerose-multipla-a-partir-de-veneno-de-cascavel/ Fri, 31 May 2024 16:17:29 +0000 //emiaow553.com/?p=573353 Utilização da toxina evitou a doença em 40% dos modelos animais, reduziu a dor e preveniu a atrofia e perda da função muscular

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Reportagem: Aline Tavares/Instituto Butantan

Com o auxílio de uma proteína do veneno da cascavel, pesquisadores do Instituto Butantan identificaram um novo alvo para tratamento da esclerose múltipla (EM): o neurotransmissor acetilcolina. Um estudo em modelos animais, publicado na Brain, Behavior, and Immunity, mostrou que o composto obtido da peçonha, chamado crotoxina, evitou o desenvolvimento da doença em 40% da amostra tratada. Aqueles que não ficaram doentes apresentaram níveis aumentados de genes para receptores onde a acetilcolina atua, enquanto os doentes tiveram estes genes suprimidos. Isso significa que a regulação da via da acetilcolina pode ser importante no controle da esclerose múltipla. A pesquisa, que traz uma nova perspectiva sobre o tratamento da doença, está em estágio inicial e ainda não há previsão de se tornar um produto.

“A acetilcolina é um neuromodulador do sistema nervoso central. Nós vimos que alguns receptores nessa via estavam diminuídos nos modelos animais que tiveram a doença, e aumentados naqueles tratados com crotoxina. Dados da literatura já mostravam uma diminuição de acetilcolina em pacientes com esclerose múltipla� afirma a diretora do Laboratório de Dor e Sinalização do Butantan, Gisele Picolo, responsável pela pesquisa.

A etapa seguinte foi buscar um medicamento existente que pudesse regular essa mesma via, uma vez que a proteína do veneno é neurotóxica e não pode ser usada clinicamente. Os cientistas, então, testaram um fármaco já comercializado contra Alzheimer, que inibe a degradação da acetilcolina. O composto também se mostrou eficaz para tratar modelos animais de esclerose múltipla. Apesar de não interferir na expressão dos receptores, o remédio aumenta o tempo de ação da acetilcolina, ampliando sua atuação no sistema nervoso central.

“Atuando em vias semelhantes às reguladas pela crotoxina, a substância melhorou parâmetros como dor, comprometimento motor e neuroinflamação� explica Gisele. A validação do alvo terapêutico fez parte do projeto de iniciação científica desenvolvido no Laboratório de Dor e Sinalização do Butantan pela aluna Letícia Ferreira Carvalho Corcino, estudante de Ciências Biológicas e Farmácia na Universidade Paulista.

Os pesquisadores também testaram a crotoxina envolvida em uma nanoestrutura de sílica, desenvolvida pelo grupo do pesquisador Osvaldo Brazil Sant’Anna. A nanopartícula reduziu a toxicidade da substância, que pôde ser aplicada com segurança em uma dosagem única e mais alta, e aumentou seu efeito terapêutico. Além de reduzir a dor, o tratamento preveniu a atrofia e a perda da função muscular nos animais.

A proteína presente no veneno da cascavel é estudada pelo Butantan há mais de 20 anos. Testes em modelos animais já haviam demonstrado diversos benefícios da substância, como reduzir a inflamação de sepse, inibir a proliferação de células tumorais e aumentar a resposta do sistema imune ao câncer.

Busca por alternativas 

A equipe do Laboratório de Dor e Sinalização, atualmente liderada por Gisele, se dedica à busca de novas moléculas que possam ajudar a desenvolver medicamentos para o controle da dor crônica, de diferentes causas. A esclerose múltipla é uma dessas causas: a doença provoca um comprometimento motor generalizado, que também leva a um processo de dor crônica.

As reações imune e inflamatória causadas pela enfermidade afetam, principalmente, a bainha de mielina: uma capa protetora dos axônios, que são prolongamentos dos neurônios, responsáveis por conduzir os impulsos elétricos do sistema nervoso. “Trata-se de um processo chamado desmielinização. Por falha do sistema imune, o próprio organismo começa a atacar a bainha de mielina, que para de responder corretamente. Por isso a esclerose múltipla é considerada uma doença autoimune� explica Gisele.

Uma vez que o tratamento testado reduz a inflamação, o próximo passo do estudo é entender se essa mudança na resposta inflamatória é suficiente para minimizar os danos na bainha de mielina.

Sobre a esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença autoimune neurológica crônica que acomete quase 2 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que 40 mil indivíduos convivam com a doença. A condição ocorre quando o sistema imune ataca o cérebro e a medula espinhal, e os sintomas dependem da localização e da gravidade dos danos.

De difícil diagnóstico, a doença pode se manifestar de forma variada em cada pessoa, com sintomas que vêm e vão. Entre os efeitos da enfermidade estão problemas de visão, cansaço, tontura, dificuldade para caminhar e manter o equilíbrio, dormência, formigamento ou fraqueza nos braços e pernas. É possível ter piora durante infecções, frio extremo, calor, fadiga, exercício físico, desidratação, variações hormonais e estresse emocional.

Não existe cura para a esclerose múltipla, mas os fármacos atuais ajudam a controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida dos pacientes e retardar a progressão da doença. No entanto, seu acesso é limitado: a terapia pode custar até US$ 90 mil (R$ 450 mil) por ano por paciente, segundo a Sociedade de Esclerose Múltipla dos Estados Unidos. A ciência segue buscando tratamentos mais eficazes, de baixo custo e com menos efeitos adversos. No Brasil, há alguns medicamentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

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토토 사이트 커뮤니티;스포츠 토토 커뮤니티;토토 홍보 //emiaow553.com/craque-no-laboratorio-e-no-futebol-biomedica-estuda-acao-de-toxina-do-veneno-da-cascavel-contra-o-cancer/ Sun, 12 May 2024 21:13:12 +0000 //emiaow553.com/?p=569955 Camila Lima fez iniciação científica, mestrado e doutorado no Butantan, e hoje atua como tecnologista de laboratório; aos finais de semana, representa o Instituto no time de futebol

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Reportagem: Aline Tavares/Instituto Butantan

Desde os tempos de criança em São Roque, interior de São Paulo, Camila Lima Neves é movida por duas paixões: futebol e biologia. Participava dos campeonatos na escola ao lado de sua irmã gêmea, Carla, e achava incrível quando a professora desenhava células na lousa. Não é à toa que, quando perguntada sobre o futuro após o Ensino Médio, dizia: “Eu me vejo dentro de um laboratório, com jaleco, mexendo com células� No Instituto Butantan, conseguiu obter o melhor dos dois mundos: ser cientista e, de quebra, representar a instituição no time de futebol nos Jogos Sindusfarma �campeonato que reúne colaboradores de empresas do setor farmacêutico.

Formada em Biomedicina pela Faculdade Mario Schenberg (atual Faculdade Lusófona), Camila tem 34 anos, fez iniciação científica, mestrado e doutorado no Laboratório de Fisiopatologia do Butantan, sob orientação da pesquisadora científica Sandra Coccuzzo, e foi contratada há dois anos como tecnologista de laboratório. Em suas pesquisas, estuda os efeitos anti-inflamatório, imunomodulador e antitumoral da crotoxina, toxina extraída do veneno da cascavel.

Nascida na Zona Leste de São Paulo, na região do Sapopemba, Camila se mudou com a família para São Roque aos 4 anos. Sua mãe, vinda do Ceará, é dona de casa e não chegou a fazer uma graduação, mas sempre incentivou as filhas gêmeas a estudar. As duas estudaram em escola pública e concluíram o Ensino Médio em 2006. No ano de 2008, Camila ingressou em um curso técnico de informática em Sorocaba (SP), cidade vizinha.

A rotina virou de cabeça para baixo a partir de 2009, quando a jovem entrou no curso de Biomedicina na Faculdade Mario Schenberg, em Cotia (SP). Ela transitava entre as três cidades diariamente: de manhã, ia para o curso de informática em Sorocaba; à tarde, retornava para casa em São Roque; e, à noite, ia para a faculdade em Cotia, de ônibus. Cada trajeto durava em torno de uma hora e meia.

No primeiro ano da graduação, conseguiu um estágio no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), onde fez dois projetos de iniciação científica: um sobre uma estrutura intracelular durante o desenvolvimento embrionário do ouriço-do-mar e outro sobre um potencial tratamento para câncer de pele. Ainda morando em São Roque, Camila passava a manhã e a tarde na USP, em São Paulo, ia para a faculdade e depois voltava para casa. “Eu praticamente só ficava em casa para dormir; era uma rotina extremamente cansativa. Foram cerca de quatro anos nesse ritmo� conta.

A mudança veio quando a estudante se deparou com uma oportunidade inesperada no último ano da faculdade, em 2013. Uma professora que tinha lhe dado aula no começo da graduação, Tatiane Lima, a convidou para ser sua aluna de iniciação científica no Instituto Butantan. Na época, Camila estava trabalhando na clínica de acupuntura de uma amiga.

“Contei para minha amiga sobre a oportunidade e disse que não sabia o que fazer. Ela perguntou o que meu coração queria. Eu respondi: meu coração quer a pesquisa�/em>

Ciência contra o câncer

Foi na iniciação científica no Butantan que Camila teve contato pela primeira vez com o estudo de venenos. Entre os anos de 2013 e 2016, a biomédica se dedicou a um projeto que analisava o efeito anti-inflamatório da crotoxina sobre os neutrófilos, um tipo de célula de defesa, e deu continuidade à pesquisa em um Programa de Aprimoramento Profissional, da antiga Fundação do Desenvolvimento Administrativo (FUNDAP).

Assim como no futebol, em que já é tetracampeã, Camila não perdeu tempo: logo em seguida, mudou-se para São Paulo e engatou o mestrado e o doutorado, junto a linha de pesquisa da Sandra Coccuzzo. O período foi dedicado a pesquisar como a crotoxina interfere na função dos monócitos e macrófagos, outras células do sistema imune, e como isso pode ajudar a combater o câncer. 

Seus esforços no mestrado renderam um artigo publicado recentemente na Toxins, uma revista científica de alto impacto. A biomédica avaliou o efeito da toxina sobre os macrófagos de animais com tumor ascítico, um tipo de tumor líquido que acomete a região abdominal, e quantificou as células tumorais e de defesa após o tratamento.

“As células tumorais estavam diminuídas, pois entravam em apoptose [morte celular]. Além disso, havia uma maior quantidade de células de defesa secretando substâncias pró-inflamatórias e ajudando os macrófagos a combaterem o tumor�br />

Pioneiro ao avaliar a eficácia da crotoxina para tratar um tumor líquido, o trabalho foi motivo de grande orgulho para Camila. No doutorado, que deve ser submetido para publicação em breve, ela investigou o mecanismo de ação por trás desse efeito �ou seja, identificou as proteínas envolvidas na resposta inflamatória e antitumoral.

O estudo do mestrado publicado também ganhou notoriedade na mídia, o que ajudou a jovem a enfrentar um medo antigo: falar em público. Embora seu jeito animado e brincalhão não faça transparecer, Camila se considera uma pessoa tímida, mas encontrou nas entrevistas uma oportunidade de compartilhar seu trabalho com a sociedade.

“�um desafio transformar a linguagem científica em uma linguagem acessível. Isso é algo que me motiva muito: falar sobre meu trabalho de uma forma clara que possa atingir todas as pessoas�/em>

Moldando futuros “jogadores�/p>

Após a dedicação de quase dez anos na iniciação científica, mestrado e doutorado, Camila conquistou uma vaga de tecnologista de laboratório no Butantan. Além de continuar contribuindo com o estudo da crotoxina, a biomédica auxilia alunos e pesquisadores com experimentos e é responsável pela manutenção da sala de cultura de células.

Para Camila, é gratificante poder ajudar alunos de estágio e de pós-graduação e acompanhar seu desenvolvimento, da mesma forma que sua professora a apoiou desde o primeiro dia no Butantan.

“Tenho muito a agradecer à Tatiane Lima, porque ela contribuiu com todo o meu crescimento e o conhecimento que hoje consigo passar para os alunos�br />

A pesquisadora Tatiane Lima foi mentora de Camila na iniciação científica no Butantan

A pesquisadora Tatiane Lima foi mentora de Camila na iniciação científica no Butantan

Para Camila, não é difícil imaginar o que passa na mente agitada dos estudantes, já que há pouco tempo ela estava no mesmo lugar. Correr para cumprir todos os prazos, manter-se financeiramente com bolsa e ainda viver uma pandemia e um lockdown durante o doutorado não foram tarefas fáceis.

“Lembro muito bem quando foi anunciado o segundo lockdown. Eu estava saindo da sala de cultura após um teste e, quando olhei a plaquinha, vi que não tinha dado o resultado que esperava. E são experimentos que a gente passa desde de manhã até a noite fazendo. Naquele momento, eu soube que o laboratório ia fechar de novo e desabei de chorar, porque já estava chegando perto do meu prazo� conta.

Mas, como diz Camila, no final tudo sempre dá certo, especialmente quando se tem colaboração científica. Ela conseguiu obter outro modelo celular para trabalhar, com a contribuição de uma pesquisadora de outra instituição, e alcançou os resultados para os quais se dedicou de domingo a domingo, faltando um ano para defender sua tese.

Em todo esse processo, a tecnologista ressalta o papel de sua orientadora de mestrado e doutorado, Sandra Coccuzzo, que lhe deu a oportunidade de tocar os experimentos sozinha e contribuiu de diversas formas para seu amadurecimento como cientista.

“Costumo dizer que a Sandra é uma mãe científica: ela sempre incentiva muito os alunos. É como se dissesse ‘eu nunca vou desistir de vocês� E, de fato, ela nunca desistiu de mim�/em>

Camila junto à equipe liderada pela pesquisadora científica Sandra Coccuzzo

Camila junto à equipe liderada pela pesquisadora científica Sandra Coccuzzo

Experimentos, cafezinho e futebol

Quando tira o jaleco no fim do expediente, Camila sai do laboratório pensando: “Quero meu cafezinho e não quero guerra com ninguém� O café traz uma memória afetiva da casa da mãe, em São Roque, e ela adora explorar as diferentes cafeterias e padarias da cidade. À noite, dedica-se ao estudo do inglês e aos cuidados da casa �principalmente cozinhar com sua noiva, Monique, também biomédica, com quem troca experiências de trabalho. “Muitas vezes, acabamos comentando sobre experimentos que estamos fazendo e cada uma contribui com suas ideias� diz.

O reconhecimento recebido hoje por seu trabalho nem sempre foi realidade. Durante a pós-graduação, Camila escutou com frequência da família a pergunta: “E aí, você já está trabalhando?� A biomédica sempre fez questão de se referir ao mestrado e doutorado como trabalho, e hoje os familiares reconhecem que a carreira da pesquisa é um investimento de longo prazo �e de suma importância.

Na foto de cima, Camila junto à mãe e à irmã. Abaixo, a cientista ao lado da noiva Monique

Na foto de cima, Camila junto à mãe e à irmã. Abaixo, a cientista ao lado da noiva Monique

“Minha irmã está muito contente com minhas aparições na mídia, com as entrevistas que eu tenho dado sobre meu estudo. Ela divulga tudo no grupo da família�/em>

Na banca de mestrado, a sala ficou lotada com a presença da mãe, da irmã e de todos os colegas e amigos do Butantan �do laboratório ao campo. Todo o carinho e apoio que Camila recebe refletem a pessoa que os amigos descrevem: alto astral, divertida, engraçada, focada e amante do que faz. Também é conhecida como “vereadora do Butantan� já que sempre cumprimenta alguém por onde passa.

Aos finais de semana, costuma ir para o interior visitar a mãe. Quando não está fazendo experimentos dentro do laboratório, está no campo driblando adversárias e de olho no gol. Do tipo de pessoa que “topa tudo� também já participou do time de vôlei do Butantan e até do kart, e mantém um cantinho em casa dedicado às medalhas.

Em relação ao futuro, a resposta para a pergunta que lhe fizeram após o Ensino Médio segue a mesma: Camila deseja continuar na pesquisa, produzindo novos conhecimentos e apoiando futuros cientistas em sua jornada. Ela acredita que é somente a partir da união de forças que o trabalho desenvolvido no interior dos laboratórios pode chegar à população. Para os estudantes, reforça que promover a colaboração científica e estabelecer contatos é essencial.

“Para um aluno de pós-graduação, é muito difícil pensar: ‘Será que esse trabalho que estou fazendo vai atingir a sociedade um dia?� Os desafios da carreira podem gerar uma certa bagagem emocional, mas também são aprendizados. Você não pode parar!�/em>

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Reportagem: Camila Neumam/Instituto Butantan

A ligação de Rita Lee (1947-2023) com as cobras rendeu momentos icônicos na sua carreira. Um deles foi o resgate de duas jiboias do show de Alice Cooper em São Paulo em 1974. A cantora não curtiu a ideia de ver o roqueiro maltratando as serpentes e as levou embora do backstage.

O outro é quando Rita se vestiu de naja para cantar um de seus maiores hits: Erva Venenosa. A música faz referência à personagem dos quadrinhos Poison Ivy, que é pior do que cobra cascavel, seu veneno é cruel-uel-uel-uel. Um dos planos da anti-heroína da DC Comics é devolver a Terra à sua fauna e flora originais. Uma mensagem que refletia o amor da rainha do rock brasileiro pelos animais e pela natureza e sua ira contra seus maus-tratos.

Em 14 de junho de 2023, pouco mais de um mês depois do falecimento da estrela, em 8 de maio, chegava ao Museu Biológico do Instituto Butantan a verdadeira venenosa: a víbora-dos-lábios-brancos, de cor azul mar e grande beleza.

A pequena Trimeresurus insularis tem 65 centímetros e pouco mais de 60 gramas. Seus olhos vermelhos, tais quais as madeixas que a cantora cultivou por anos, lhes dão um ar agressivo. Mas seus movimentos calmos e precisos mostram que ela não é nenhuma Ovelha Negra. Porém, engana-se quem pensa que ela não dá o bote ao se sentir ameaçada. À espreita de presas, ela se transforma em um Doce Vampiro.

Por isso, não provoque!

A cor azul vibrante pode ajudar o animal a se camuflar e escapar de predadores

A cor azul vibrante pode ajudar o animal a se camuflar e escapar de predadores

Caso Sério

A Trimeresurus insularis chegou ao Butantan em 9 de fevereiro de 2023. Ela foi resgatada na Bahia com outros 59 animais que estavam sendo transportados ilegalmente dentro de um ônibus vindo de São Paulo. Os animais foram apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal e levados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres de Porto Seguro (BA). De lá, alguns foram trazidos ao Instituto, onde passaram por um período de quarentena até se instalarem no Museu Biológico do Parque da Ciência Butantan.

“Montamos um espaço com galhos de árvores e vegetação semelhante ao habitat natural da espécie para ajudar na adaptação. A serpente ficou uns dias sem querer se alimentar e praticamente não se locomovia até se sentir segura. Mas agora já está se alimentando normalmente� conta a pesquisadora científica e coordenadora de manutenção animal do museu, Silvia Cardoso.

A bióloga havia preparado o ambiente para receber o casal de Trimeresurus insularis que estava sendo transportado junto. A fêmea, mais avantajada, embora tão bela e azulada quanto o macho, chegou em situação ainda mais precária ao Butantan e morreu dois dias depois.

Coube ao Menino Bonito sobrevivente se adaptar à nova vida, com a sorte de passar a ser cuidado por uma equipe de biólogos que entende as particularidades da serpente proveniente de ilhas da Indonésia.

“�uma espécie arborícola, por isso tem preferência em ficar no topo das árvores, raramente descendo ao chão. Assim, fizemos a ambientação de um recinto com galhos de diferentes espessuras, cipós, rochas, abrigos e aquecimento, para ela escolher os locais de sua preferência para repouso, locomoção e alimentação� explica a bióloga.

A coordenadora de manutenção animal do museu, Silvia Cardoso, foi responsável por montar o novo lar da Trimeresurus insularis

Só vejo azul

A ocorrência da cor azul entre as víboras-de-lábios-brancos é considerada incomum, já que a maioria delas é esverdeada. “Esse padrão ocorre somente em algumas ilhas da Indonésia e se trata de um polimorfismo de cor, ou seja, quando espécies sofrem variações de cor, tamanho ou comportamento por questões ambientais e evolutivas, explica o biólogo e herpetólogo do Laboratório de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan Francisco Luís Franco.

A cor também pode ser uma forma de o animal se camuflar no ambiente para fugir de predadores e enganar suas presas. “�o que chamamos de cores miméticas, feitas para confundir� afirma o pesquisador científico e diretor do laboratório de Biologia Estrutural, Carlos Jared.

À noite, a espécie também se alimenta de pequenos mamíferos, anfíbios e lagartos. Por ter a cauda preênsil, consegue se pendurar em galhos e segurar as presas impedindo-as de escapar.

“Como são animais que estão acostumados a viver isolados em uma ilha e a comer pássaros, eles precisam se instalar no topo das árvores, se disfarçarem por lá, para não deixar as presas escaparem� ressalta Carlos.

O veneno da serpente Rita Lee pode causar hemorragias e necrose da pele

O veneno da serpente Rita Lee pode causar hemorragias e necrose da pele

Perigosa

Mas, afinal, a víbora-dos-lábios-brancos é realmente cruel e pior que uma cascavel?

“O veneno da Trimeresurus insularis tem ação local, mais parecido com o das jararacas. A picada causa necrose, mas não tem efeito neurotóxico, que afeta o sistema nervoso, como o veneno da cascavel� diz Silvia.

Apesar disso, este tipo de envenenamento pode causar grandes danos à saúde. Então, todo o cuidado é pouco.

“O veneno dela é hemolítico, e por isso destrói as hemácias do sangue, causando hemorragias. É também proteolítico, que causa necrose do tecido, corroendo a pele. Este veneno pode ser cruel sim� explica Carlos.

Outro problema que envolve acidentes com a serpente é que o soro contra este veneno não está disponível no Brasil, já que a espécie é exótica. O Butantan, maior produtor de soros antivenenos da América Latina, produz imunizantes contra venenos de espécies que ocorrem no Brasil. E somente tem ampolas disponíveis contra o soro da víbora por ter um exemplar da espécie no museu.

“�uma grande irresponsabilidade trazer estas serpentes dessa forma, sem qualquer cuidado com o animal e com risco de ocorrer acidentes sem o devido antiveneno disponível� pondera Silvia.

Chega mais

Mas qual a verdadeira relação da Santa Rita de Sampa, a protetora dos animais abatidos, com a serpente do Butantan?

“Essa serpente é a nossa ‘ovelha azul� por que ela é muito diferente, assim como a Rita, que foi inovadora nas ideias, na música e na conservação do meio ambiente através de seus livros. Quisemos fazer essa homenagem pela influência tão importante dela na nossa cultura, especialmente para as mulheres, e para incentivar as meninas a se interessarem mais por ciência� diz a pesquisadora e diretora do Museu Biológico do Butantan Erika Hingst-Zaher.

Agora só falta você ir visitá-la no Museu Biológico, localizado no Parque da Ciência Butantan.

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Nota do Giz Brasil

Aí vai uma curiosidade: famosa na voz de Rita Lee, a música “Erva Venenosa” é, na verdade, uma adaptação. A versão em português é de Rossini Pinto, e tem base em “Poison Ivy”, canção de Jerry Leiber e Mike Stoller. Quem lançou a primeira versão brasileira da música foi a banda Herva Doce, em 1982. 

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온라인바카라 ;바카라사이트;온라인바카라 //emiaow553.com/toxina-do-veneno-da-cascavel-induz-celula-de-defesa-a-combater-o-cancer-indica-estudo/ Thu, 21 Mar 2024 21:41:53 +0000 //emiaow553.com/?p=559552 Em camundongos, pesquisadores do Instituto Butantan e colaboradores observaram que a crotoxina modula os macrófagos para um perfil pró-inflamatório no microambiente tumoral, preparando o sistema imune para lutar contra as células de tumor

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Texto: André Julião | Agência FAPESP

Em estudo conduzido no Instituto Butantan, uma das toxinas que compõem o veneno da cascavel (Crotalus durissus terrificus), a crotoxina, apresentou efeito modulador sobre o sistema imune na presença do câncer.

A ação da toxina sobre os macrófagos, células de defesa do organismo, indica um caminho possível para futuras imunoterapias. Nesse tipo de tratamento são utilizadas substâncias ou feitas alterações nas células do sistema imune para induzi-las a combater tumores com mais eficiência.

O estudo foi publicado na revista Toxins e contou com a colaboração de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp).

“Camundongos portadores de câncer que receberam uma pequena e única dose da toxina apresentaram prevalência de macrófagos que disparam substâncias cruciais para destruir células tumorais, como o óxido nítrico� conta Camila Lima Neves, primeira autora do trabalho, realizado durante o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciências-Toxinologia do Instituto Butantan.

Trabalho realizado como parte do mestrado de Camila Lima Neves no Instituto Butantan mostrou como a crotoxina induz um perfil de macrófagos que combate tumores (foto: Instituto Butantan/divulgação)

Trabalho realizado como parte do mestrado de Camila Lima Neves no Instituto Butantan mostrou como a crotoxina induz um perfil de macrófagos que combate tumores (foto: Instituto Butantan/divulgação)

Mais do que demonstrar os efeitos da crotoxina sobre os tumores, os resultados desse estudo evidenciam como a “reeducação�induzida pela toxina sobre o perfil do macrófago pode ser um caminho para adquirir uma resposta imune antitumoral suficiente e duradoura, reforçando a importância da imunoterapia.

No estudo, a administração da crotoxina nos animais portadores de tumor ascítico levou à prevalência dos macrófagos M1, um perfil pró-inflamatório mais adequado para inibir o desenvolvimento de tumores, enquanto os macrófagos M2, um perfil que favorece o tumor, estavam diminuídos.

“Estamos estudando formas e combinações estruturais da crotoxina para encontrar uma que seja menos tóxica e mais efetiva no seu efeito imunomodulador e antitumoral. Mas é possível que outras estruturas da molécula crotoxina, inclusive já conhecidas, possam realizar a mesma ação ou potencializar seu efeito� completa Sandra Coccuzzo Sampaio, pesquisadora do Instituto Butantan e coordenadora do estudo, que integra projeto apoiado pela FAPESP.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores acompanharam dois grupos de camundongos por 13 dias. O primeiro grupo recebeu uma inoculação de células de tumor ascítico, um tumor líquido que se desenvolve na região abdominal.

Os animais foram então divididos em três tratamentos: uma solução salina (grupo-controle), uma pequena dose de crotoxina (0,9 micrograma por animal) e uma dose maior da toxina (5 microgramas por animal).

O segundo grupo foi de animais saudáveis que receberam apenas os três tratamentos, a fim de demonstrar o efeito da toxina num organismo sem câncer.

Células de defesa ativadas

Ao final do 13º dia de experimentos, a administração da menor dose da toxina (0,9 micrograma) nos animais com tumor ascítico levou à prevalência dos macrófagos M1 (antitumorais) em cerca de 60%, que foi a mesma porcentagem de células encontradas nos animais que não tinham tumor. O resultado mostra que o tratamento foi eficaz na manutenção dessas células de defesa no microambiente tumoral.

A dose maior, por sua vez, levou a um aumento desse tipo dos macrófagos M1 e a uma diminuição dos macrófagos M2, demonstrando a capacidade que essa toxina tem de impedir células que favorecem o tumor.

No sexto dia após o tratamento com as diferentes doses de crotoxina, o volume do tumor havia diminuído significativamente nos camundongos portadores de câncer, quando comparado ao grupo que recebeu apenas uma solução salina. Porém, desse período até o final do experimento, apenas o grupo que recebeu a menor dose foi capaz de reduzir o volume do tumor, em 27%.

Nos animais tratados com a menor dose da toxina, após seis dias da inoculação do tumor foram observados ainda redução no número total de células tumorais e aumento no número de leucócitos, que também são células de defesa, em comparação aos que receberam solução salina.

“Isso mostra que a menor dose é suficiente para modular os macrófagos e reduzir o tumor. Esse dado é extremamente relevante, pois os efeitos antitumorais da crotoxina são conhecidos pela ação direta da toxina sobre as células tumorais. Por meio de estudos in vitro e deste trabalho, conseguimos demonstrar também a importância da ação imunomoduladora da crotoxina sobre os fenótipos de macrófagos, críticos para o controle tumoral. Por isso a necessidade de pesquisar novas combinações e reduzir possíveis efeitos tóxicos da molécula para o organismo� explica Coccuzzo.

A menor dose da toxina, ao final do 13º dia do tratamento, proporcionou ainda o aumento de 35% na produção de óxido nítrico pelos macrófagos dos camundongos com tumor, comparado com o grupo-controle, sem toxina. O que recebeu a maior dose de crotoxina não teve mudanças nesse parâmetro. O óxido nítrico é um radical livre importante na defesa contra tumores, pois penetra na célula tumoral e a leva à destruição.

“Este é o primeiro trabalho demonstrando como uma única administração de crotoxina interfere na reprogramação de macrófagos, favorecendo o perfil mais desejado quando há a instalação do tumor, pois controla eventos da progressão tumoral� afirma Neves.

“Uma evidência forte que observamos nesse trabalho foi a ação inibidora da crotoxina no volume do tumor e no número de células tumorais, além do estímulo da produção de mediadores pró-inflamatórios, cruciais para a ação antitumoral dos macrófagos� encerra Coccuzzo.

O artigo completo Crotoxin Modulates Macrophage Phenotypic Reprogramming está disponível em: www.mdpi.com/2072-6651/15/10/616.

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