??? ????? ???? ?? ????? ??? //emiaow553.com/tag/brasil/ Vida digital para pessoas Wed, 16 Oct 2024 14:50:59 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png SM??? ???? 2024-2025? ??? ??? ?? //emiaow553.com/tag/brasil/ 32 32 ??????? ????????? //emiaow553.com/chuvas-nao-conseguem-repor-toda-a-agua-consumida-do-aquifero-guarani-alerta-estudo/ Wed, 16 Oct 2024 17:27:20 +0000 //emiaow553.com/?p=603054 O sistema, que atende a mais de 90 milhões de pessoas, está sendo superutilizado em diversas regiões do Estado de São Paulo. Pesquisadores empregaram isótopos estáveis para desvendar a relação entre águas pluviais e águas subterrâneas no abastecimento das nascentes

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Texto: José Tadeu Arantes | Agência FAPESP

Estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) mediu a contribuição das águas pluviais e subterrâneas para a manutenção de nascentes e rios na região de Brotas, na porção central do Estado de São Paulo, localizada na sub-bacia do Alto Jacaré-Pepira, onde o abastecimento urbano, a agricultura e o turismo intensivo dependem fortemente dos recursos hídricos. Os resultados, divulgados na revista Isotopes in Environmental and Health Studies, indicam que as chuvas não conseguem repor toda a água do Aquífero Guarani que vem sendo utilizada nas diversas atividades humanas, o que coloca a sustentabilidade do sistema em risco.

Os aquíferos são as maiores fontes de água potável do mundo. E o Guarani é o maior aquífero transfronteiriço ?isto é, que se estende pelo subsolo de vários países. Sua área total, de aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados (km2), abrange trechos no Brasil, no Paraguai, no Uruguai e na Argentina. Dois terços estão no território nacional, alcançando os Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

À esquerda a posição do Aquífero Guarani no mapa da América do Sul; à direita cortes verticais, mostrando a configuração do relevo

À esquerda a posição do Aquífero Guarani no mapa da América do Sul; à direita cortes verticais, mostrando a configuração do relevo (imagem fornecida pelo pesquisador)

Nas partes centrais da Bacia Sedimentar do Paraná, o Aquífero Guarani pode atingir espessuras de até 450 metros e situar-se a profundidades superiores a 1.000 metros. Ainda que a quantidade de água doce seja descomunal ?com um volume total armazenado de 30 mil quilômetros cúbicos (km3) e um volume disponível de 2 mil km3 ? esse recurso natural, como tudo no mundo, também é finito, sujeito a esgotamento e contaminação por poluentes. Daí a necessidade de estudos que possibilitem compreender a fundo seus mecanismos hidrológicos, assim como de ações de monitoramento do consumo e da recarga que permitam a adoção de mecanismos de gestão que garantam o uso parcimonioso e a preservação. Sabe-se que, em algumas regiões, o rebaixamento dos níveis da água subterrânea chega a ultrapassar 100 metros.

O Estado de São Paulo consome cerca de 80% da água extraída do Aquífero Guarani no país. Dados de 2010 indicaram um consumo ainda maior, superior a 95%. Poços para abastecimento urbano, em primeiro lugar, e para irrigação agrícola, em segundo, são os principais fatores de redução do conteúdo líquido ?o que, no contexto da atual emergência climática, com períodos de seca severa, é algo a ser considerado com muita atenção.

“Monitoramos as nascentes, os rios, os poços e a chuva ao longo de oito anos, no período 2013-2021, utilizando isótopos estáveis de hidrogênio [1H-2H] e oxigênio [16O-18O] como marcadores da origem da água. Constatamos que cerca de 80% do volume de água dessas nascentes é proveniente da descarga de águas subterrâneas do Sistema Aquífero Guarani [SAG]? conta Didier Gastmans, pesquisador do Centro de Estudos Ambientais (CEA) da Unesp, no campus de Rio Claro, coordenador do Laboratório de Recursos Hídricos e Isótopos Ambientais (Larhia) e um dos autores do artigo.

Gastmans informa que, mesmo em períodos de chuva intensa, a maior parte da água que alimenta as nascentes provém do aquífero, com apenas 20% da descarga anual sendo devida à água da chuva recém-infiltrada. Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores realizaram um monitoramento detalhado da sub-bacia, acompanhando as variações na profundidade do nível da água subterrânea, a quantidade de chuva e as razões isotópicas da água das nascentes, da água da chuva e da água de um poço profundo de monitoramento instalado na região.

“Os isótopos estáveis de hidrogênio e oxigênio, constituintes da molécula da água, funcionam como ‘impressões digitais? que permitem identificar a origem da água. As amostras da água da chuva apresentam uma grande variação nos valores dos isótopos, refletindo a influência de diferentes processos atmosféricos sazonais. Já as amostras da água subterrânea mostram uma composição isotópica muito mais constante ao longo do ano. Algo bastante semelhante foi observado na água das nascentes, indicando que elas são predominantemente alimentadas por águas profundas? explica Gastmans.

A homogeneidade das águas subterrâneas indica que o aquífero não é afetado diretamente por efeitos de sazonalidade, sendo essencialmente composto por uma fonte majoritária de água subterrânea com contribuições bem menores da água da chuva. Por outro lado, o rebaixamento do poço durante o período de monitoramento sugere que tenha ocorrido uma redução das taxas de recarga, devido à diminuição dos volumes totais de precipitação e ao aumento da evapotranspiração. Em outras palavras, o montante de água que entra no aquífero por meio da recarga não está sendo suficiente para repor o montante de água que sai do reservatório ?o que é altamente preocupante.

“Sempre existiu uma falsa ideia de que todas as áreas de afloramento do Aquífero Guarani fossem também áreas de recarga para as regiões confinadas e mais profundas do aquífero. Mas nosso estudo apontou que a recarga que ocorre nas áreas de afloramento contribui fundamentalmente para a manutenção do sistema hidrológico local, ou seja, para a manutenção dos fluxos dos rios e das descargas das nascentes. As águas subterrâneas que estão sendo hoje superutilizadas nas várias modalidades de consumo humano são, na verdade, bastante antigas. Como a datação com carbono-14 apresenta várias incertezas, realizamos em parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica um projeto no qual foi utilizado um outro traçador, um gás nobre, o criptônio-81, que, associado a outro isótopo, o hélio-4, proporciona valores muito precisos de idade. E detectamos idades variando de 2.600 anos, em Pederneiras, até 127 mil anos em Bebedouro, 230 mil anos em Ribeirão Preto e 720 mil anos no Paraná? conta Gastmans.

Sustentabilidade

O Aquífero Guarani abastece cerca de 90 milhões de pessoas. Durante a estação seca, sua contribuição chega a suprir 90% da descarga das nascentes. A exploração excessiva, combinada com secas prolongadas no contexto da emergência climática, pode comprometer sua capacidade de sustentar o fluxo dos rios e nascentes, exacerbando crises hídricas como as que ocorreram entre 2014 e 2015 e, novamente, entre 2017 e 2021, no Estado de São Paulo.

“Compreender como o aquífero é recarregado e a dinâmica entre as águas pluviais e subterrâneas é o primeiro passo para garantir sua utilização de forma sustentável. Monitoramento em larga escala e gestão adequada são os passos subsequentes? conclui Gastmans.

O estudo recebeu apoio da FAPESP por meio de dois projetos (15/15749-2 e 18/06666-4).

O artigo How much rainwater contributes to a spring discharge in the Guarani Aquifer System: insights from stable isotopes and a mass balance model pode ser acessado em: www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/10256016.2024.2397469.

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????? ????????, ?????? //emiaow553.com/bacteria-multirresistente-que-representa-risco-global-de-saude-e-detectada-no-nordeste/ Wed, 09 Oct 2024 21:36:00 +0000 //emiaow553.com/?p=601523 Cepa de Klebsiella pneumoniae havia sido identificada previamente nos Estados Unidos. Microrganismo costuma causar infecções em ambiente hospitalar e não é eliminado por nenhum antibiótico existente, sendo particularmente perigoso para pessoas com baixa imunidade

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Texto: André Julião | Agência FAPESP

Uma cepa da bactéria Klebsiella pneumoniae isolada de uma mulher de 86 anos com infecção urinária, admitida em um hospital em uma cidade da região Nordeste em 2022, mostrou-se resistente a todas as opções de antibióticos disponíveis. A paciente faleceu 24 horas após a admissão naquele centro de saúde.

Um grupo de pesquisadores apoiado pela FAPESP sequenciou o genoma da bactéria e comparou com um banco de dados de 408 outras sequências parecidas. O resultado é alarmante. Trata-se de uma cepa detectada anteriormente nos Estados Unidos e que já estava circulando no Brasil, com risco de se espalhar pelo mundo.

Os resultados foram publicados na revista The Lancet Microbe.

“Ela é tão versátil que se adapta às mudanças de tratamento, já que adquire facilmente outros mecanismos de resistência não contemplados pelas drogas existentes ou pela combinação delas. É possível que se torne endêmica nos centros de saúde em nível mundial? alerta Nilton Lincopan, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e coordenador do estudo.

O pesquisador coordena a One Health Brazilian Resistance (OneBR onehealthbr.com), plataforma que reúne dados epidemiológicos, fenotípicos e informações genômicas de microrganismos classificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como de “prioridade crítica?

Essa classificação contempla bactérias com escassas opções terapêuticas disponíveis e que merecem medidas de contenção para não serem disseminadas, além de terem prioridade para a pesquisa e desenvolvimento de novos antimicrobianos.

A plataforma tem apoio da FAPESP, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates (leia mais em: agencia.fapesp.br/38186).

Quando encontram cepas multirresistentes como essa, os serviços de saúde devem notificar a vigilância epidemiológica local. O paciente deve ser isolado e a equipe que o trata deve tomar cuidados redobrados para não transmitir a bactéria para outros pacientes.

“Como patógeno oportunista, em pacientes com imunidade normal a bactéria pode nem causar doença. Mas, em pessoas com imunidade baixa, pode ocasionar infecções graves. Em nível hospitalar, pacientes internados em unidades de terapia intensiva [UTIs] ou em tratamento para outras patologias podem adquirir infecção secundária, como pneumonia. Sem tratamentos disponíveis e com o sistema imune deprimido, muitas vezes podem ir a óbito? conta o pesquisador.

Favorecida pela pandemia

Os autores notam que cepas coprodutoras de carbapenemases (enzimas capazes de hidrolisar compostos antimicrobianos) como essa, resistentes a todos os beta-lactâmicos, classe mais utilizada de antibióticos, passaram a ser largamente detectadas durante a pandemia da COVID-19 em países da América Latina e Caribe.

Os achados geraram um alerta epidemiológico pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e pela OMS. Uma análise genômica global publicada recentemente por um grupo liderado por Fábio Sellera, professor da Universidade Metropolitana de Santos, registrou ainda uma rápida evolução dessas bactérias, ressaltando uma nova tendência de resistência e um sério problema de saúde pública.

O medicamento de última geração ceftazidima/avibactam, indicado para o tratamento de bactérias críticas para saúde, como K. pneumoniae produtora de carbapenemase (KPC), foi liberado pela agência norte-americana que regula medicamentos (FDA) em 2015.

Sua aprovação de registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ocorreu em 2018, por conta do grande número de infecções registradas por KPC.

“Muito provavelmente, internações por COVID-19 associadas a infecções secundárias por esse tipo de bactéria levaram a um aumento global no uso de ceftazidima/avibactam, favorecendo o aparecimento de cepas resistentes a este novo antibiótico? diz Lincopan.

O procedimento padrão seria que pacientes admitidos com suspeita de infecção bacteriana tivessem seu material clínico coletado para confirmar o diagnóstico e testada a suscetibilidade aos diferentes antimicrobianos disponíveis.

“Provavelmente, cepas produtoras de KPC tratadas com ceftazidima/avibactam evoluíram rapidamente, adquirindo mecanismos de resistência para esta última opção terapêutica. Agora, temos cepas coprodutoras de carbapenemases que não respondem ao tratamento por beta-lactâmicos? lamenta.

Além do monitoramento permanente das cepas bacterianas encontradas nos hospitais, os pesquisadores ressaltam a importância da prescrição racional dos antibióticos. Atualmente, a plataforma OneBR conta com 700 genomas de patógenos humanos e animais em seu banco de dados.

Para os pacientes, a mensagem é que, quando tiverem antibióticos prescritos para si, façam o tratamento até o fim, mesmo que se sintam bem após dois ou três dias. A prática também evita o surgimento de cepas resistentes.

O trabalho, que teve como primeiro autor o doutorando Felipe Vásquez Ponce, do ICB-USP, foi apoiado ainda por meio de bolsa de doutorado para Johana Becerra na mesma instituição.

O artigo Global epidemiological trend of Klebsiella pneumoniae ST340: emergence of subclade KL15 co-producing K pneumoniae carbapenemase-2 and New Delhi metallo-β-lactamase-7 in the Americas está disponível em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2666524724002581.

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??? ?????? ?? ?? ? ??? ?? ???????? //emiaow553.com/perda-de-25-dos-corais-nos-recifes-brasileiros-pode-prejudicar-ate-metade-das-especies-de-peixes/ Sat, 05 Oct 2024 22:03:22 +0000 //emiaow553.com/?p=600302 Equipe analisou perdas nos recifes através de simulação com oito espécies de corais e 63 espécies de peixes

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Texto: Agência Bori

Highlights

  • Estudo de universidades brasileiras, como UFSM e UFRN, e estrangeiras avalia os efeitos diretos e indiretos da perda de corais sobre peixes nos recifes
  • Pesquisa alerta para potenciais perdas indiretas caso a redução dos corais se consolide, o pode afetar atividades como a pesca e o turismo
  • Impedir impactos locais, como poluição e turismo desregulado, e globais, como as mudanças no clima, é vital para evitar efeitos cascata nos recifes

A perda de 25% dos corais nos recifes brasileiros pode gerar um efeito cascata, o que poderia resultar na extinção de metade dos peixes da região ?incluindo não somente espécies que se relacionam diretamente aos corais. É o que aponta artigo publicado na revista científica “Global Change Biology?/a> neste sábado (28). Desenvolvida por cientistas de universidades brasileiras, como as federais de Santa Maria (UFSM) e do Rio Grande do Norte (UFRN), e estrangeiras, como a Universidade de Évora, em Portugal, a pesquisa ainda indica que as atividades humanas e mudanças climáticas são os principais fatores responsáveis por essa perda.

A pesquisa alerta para a conservação desses organismos, uma vez que, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, uma em cada quatro espécies marinhas vive nesses recifes, incluindo 65% das espécies de peixes.

A partir da construção de uma base de dados de ocorrência de peixes e corais no Brasil, a equipe analisou os efeitos cascata por meio de simulações de redes ecológicas com oito espécies de corais e 63 espécies de peixes, avaliando três cenários de remoção dos corais. O primeiro focou na perda dos corais com os quais os peixes mais se associam, revelando o impacto mais severo. Já o segundo se desdobrou nos corais que são mais vulneráveis ao branqueamento, um fenômeno fatal para esses organismos influenciado pelo aquecimento global. Por fim, o terceiro funcionou como controle, avaliando a perda aleatória dos corais.

O cientista da UFSM André Luís Luza, autor correspondente do artigo, compara o efeito cascata às redes sociais, onde pessoas populares ?no caso do estudo, os corais ?influenciam diretamente seus seguidores ?equivalentes aos peixes associados aos corais ? que, por sua vez, impactam indiretamente outros indivíduos ?peixes que concorrem com os associados aos corais. O efeito da extinção de corais, portanto, pode se estender para além de efeitos diretos e, também, afetar tanto a diversidade de espécies quanto as funções que diferentes espécies desempenham em um ecossistema.

Atualmente, a poluição e turismo desregulado causam a eliminação de corais, somando-se aos impactos em escala global relacionados às mudanças climáticas, avalia Luza. Para o cientista, evitar essa perda demanda ações coordenadas em várias esferas de tomada de decisão. “Existem iniciativas a níveis hierárquicos mais amplos, mas iniciativas locais são geralmente inexistentes e devem ser formuladas com urgência? comenta.

O cientista ainda conta que a perda de corais, e consequentemente de peixes, acarreta ambientes menos saudáveis, o que prejudica a pesca e até mesmo o turismo sustentável. “Estima-se que globalmente, a abundância de corais foi reduzida pela metade desde 1950. No Brasil isso também tem ocorrido, embora nossos recifes tenham menos corais, quando comparados aos do Caribe e do Pacífico? complementa.

A identificação desse efeito cascata é notável para o sistema de estudo, já que os recifes do Brasil possuem baixa cobertura de corais e uma fauna de peixes recifais generalistas ?ou seja, com alimentação e hábitos bastante amplos. “O estudo também inova ao apresentar um algoritmo para avaliação da robustez de redes ecológicas considerando diversidade funcional, que é uma dimensão da diversidade biológica que ajuda a explicar funções e serviços ecossistêmicos? ressalta Luza.

Futuramente, os pesquisadores pretendem formular experimentos de campo para tentar detectar mais diretamente alguns dos efeitos que surgiram no estudo. Há ainda a intenção de aprofundar as pesquisas sobre como processos ecossistêmicos são influenciados por impactos locais e regionais nos recifes.

Coleção:

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???????????, ????????????? //emiaow553.com/novela-x-twitter-plataforma-diz-ao-stf-que-pagara-multas/ Wed, 02 Oct 2024 17:48:02 +0000 //emiaow553.com/?p=599491 Plataforma está disposta a cumprir todos os requisitos para retomar funcionamento no Brasil

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O X/Twitter comunicou ao STF (Superior Tribunal Federal) que pagará R$ 28,6 milhões em multas com recursos próprios. Ou seja, o pagamento será sem valores fornecidos pela Starlink, que também é comandada pelo bilionário Elon Musk. O pagamento é uma das últimas exigências da suprema corte brasileira para a liberação do funcionamento da plataforma no país.

Bloqueado no Brasil desde o final de agosto, a plataforma — após pressão de investidores — mudou completamente de postura. Assim, ela passou a cumprir as decisões da justiça do Brasil. Por exemplo, a rede social voltou a restringir nove perfis que haviam sido desbloqueados, contrariando decisões anteriores da corte, e indicou um representante legal no país.

O ministro Alexandre de Moraes, por sua vez, reiterou o desbloqueio das contas bancárias da empresa. A medida garante que a empresa realize os pagamentos.

Esta não é a primeira vez que o STF notifica o Banco Central sobre o fim das restrições. Após o primeiro pedido, X e Starlink confirmaram à corte que a medida ainda não havia sido cumprida. Por este motivo, os pagamentos não foram realizados.

X/Twitter perde valor de mercado

Anteriormente, a empresa afirmou que pagou compulsoriamente uma multa equivalente a R$ 18 milhões. Porém, Moraes ainda solicita uma comprovação do pagamento da multa.

Além disso, para a empresa voltar a operar no Brasil, é necessário o pagamento de mais uma multa de R$ 10 milhões por conta de descumprimento de ordem judicial. O valor refere-se ao período em que a plataforma pôde ser acessada no país mesmo sob bloqueio, e mais R$ 300 mil em nome da nova representante legal.

Dessa forma, o microblog deve voltar ao ar no país nos próximos dias. Isso deve acalmar os investidores, que temem uma desvalorização ainda maior na marca. A estimativa é de que a empresa perdeu 80% de valor de mercado após a aquisição de Elon Musk, caindo de US$ 44 bilhões para US$ 9,4 bilhões.

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?? ?? //emiaow553.com/fumaca-de-queimadas-se-espalha-e-ja-cobre-80-do-brasil/ Tue, 01 Oct 2024 18:12:17 +0000 //emiaow553.com/?p=599247 As históricas queimadas na Amazônia e no Pantanal fizeram a maior parte do Brasil ficar coberto por uma nuvem de fumaça.

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Com índices históricos de seca e queimadas, o Brasil tem mais de 80% do território coberto por fumaça, segundo informações do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Há algumas semanas, a poluição que deriva da fumaça das queimadas não é nada exclusivo do Brasil. Milhões de hectares de florestas foram queimadas na América do Sul, principalmente na Bolívia. Também houve incêndios devastadores no Equador, Peru, Paraguai, Colômbia e Argentina.

No entanto, países da região amazônica enfrentam uma crise incomum porque a bacia da Amazônia, uma das regiões mais úmidas do planeta, esta passando por uma seca severa.

O resultado disso, conforme imagens dos satélites do Inpe, é 80% do Brasil afetado pela fumaça das queimadas.

Além da poluição proveniente das grandes queimadas na Amazônia, Pantanal, Cerrado e Bolívia, também há milhares de focos locais no Sudeste e no Cerrado. Isso levou a fumaça a lugares inéditos no Brasil.

O resultado dessa combinação é o risco a condições respiratórias graves pela população. Em Brasília, por exemplo, o número de pacientes hospitalizados por problemas respiratórios aumentou em 20 vezes nas últimas duas semanas.

Um estudo da UnB (Universidade de Brasília) detectou níveis de contaminação atmosférica até 16 vezes maiores que os valores de referência do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente).

O estudo destaca, portanto, o impacto da fumaça das queimadas na capital do Brasil.

Fumaça e qualidade do ar são graves problemas em cidades do Brasil, segundo moradores

Na capital São Paulo, a qualidade do ar chegou a níveis preocupantes, com pelo menos 40% dos paulistanos afirmando efeitos negativos na saúde devido à poluição do ar. Recentemente, São Paulo também obteve o título de cidade com pior ar do mundo, como consequência desse fenômeno.

Fumaça cobrindo São Paulo. Imagem: NOAA/Reprodução

Moradores de Belo Horizonte responderam similarmente aos paulistanos, enquanto os 29% dos cariocas disseram estar “muito afetados?pela poluição. As informações são do Datafolha, divulgada na última quarta-feira (25/9).

Aliás, a fumaça que cobre o Brasil, bem como as queimadas e a qualidade do ar, é uma preocupação notória do brasileiro que pode ser exemplificada pelo Google. Segundo o Google Trends, nos últimos sete dias, buscas sobre “qualidade do ar?atingiram níveis recordes no Brasil.

Não por acaso, os três estados do Centro-Oeste correspondem pelo maior número de buscas, seguidos por Tocantins, São Paulo e Minas Gerais.

Com a mudança do clima em outubro, a previsão é que a fumaça abandone o Sudeste do Brasil até o fim do mês. No entanto, a Amazônia terá precipitação apenas no final de outubro, prolongando a presença da fumaça no Norte do país.

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??? ?? ????????? //emiaow553.com/volta-da-banda-oasis-inclui-brasil-na-agenda-de-shows-em-2025/ Fri, 27 Sep 2024 17:03:12 +0000 //emiaow553.com/?p=598229 O Oasis acabou em agosto de 2009, quando Noel Gallagher anunciou sua saída devido à relação problemática com seu irmão, Liam

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Fãs do Oasis no Brasil, se preparem! De acordo com a revista britânica NME, a banda de rock dos anos 1990 fará uma turnê de retorno com passagem por São Paulo em 2025. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (26), após 15 anos de separação do grupo.

Além do Brasil, o Oasis passará por outros países da América do Sul — México, Chile e Argentina –, bem como os Estados Unidos, Canadá, Irlanda, Austrália e Coreia do Sul. Informações como locais, datas e detalhes da venda de ingressos serão anunciados em breve.

Sobre o Oasis

Fundado em 1991 em Manchester, na Inglaterra, o Oasis se destacou no movimento “britpop”. Alguns de seus principais sucessos incluem as músicas “Wonderwall”, “Don’t Look Back in Anger” e “Champagne Supernova”. Sua última formação contava com os membros Gem Archer, Andy Bell e Chris Sharrock.

A banda acabou em agosto de 2009, quando Noel anunciou sua saída devido à relação problemática com seu irmão, Liam. Eles não se apresentam juntos desde uma “briga” no festival Rock en Seine, em Paris.

Na época, os integrantes remanescentes continuaram juntos, formando o grupo Beady Eye. Eles se separaram em 2014. Com o fim do Oasis, Liam seguiu em carreira solo, enquanto Noel passou a integrar o High Flying Birds, com outros ex-integrantes.

Embora Liam tenha descartado se reunir com o irmão no Oasis, segundo o Deadline, em agosto, os dois resolveram suas diferenças em uma série de telefonemas.

Também no mês passado, eles publicaram uma declaração conjunta em nome do Oasis, dizendo: “As armas silenciaram. As estrelas se alinharam. A grande espera acabou. Venha ver. Não será televisionado.”

Além dos irmãos Gallagher, de acordo com o NME, devem participar da reunião o guitarrista original Paul Bonehead’ Arthurs, Gem Archer e o baixista Andy Bell. Além disso, Liam sugeriu que “rostos novos” poderiam estar presentes nos shows, com os fãs especulando sobre bandas de apoio em potencial.

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???? ?? Archives??? ??- ??? ??? //emiaow553.com/incendios-no-brasil-ultrapassam-total-de-2023-e-o-ano-nem-acabou/ Tue, 24 Sep 2024 22:59:33 +0000 //emiaow553.com/?p=597460 Apesar de Amazonas e Mato Grosso assumirem o pódio, estados do sudeste também se destacaram nesse recorde indesejável.

The post Incêndios no Brasil ultrapassam total de 2023 ?e o ano nem acabou appeared first on Giz Brasil.

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Além de cidades com mais de 100 dias sem chuvas, rios secando e seca extrema, o impacto das mudanças climáticas deu mais um recorde para o Brasil: 2024 já teve mais incêndios que o ano anterior.

Vale ressaltar que o ano ainda não acabou, mas, segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no último domingo (22), o Brasil conseguiu superar o número de incêndios de todo ano de 2023 ?e de longe.

No ano passado, houve 189.926 queimadas no Brasil. Nesta terça-feira (24), dados do INPE registraram 202.102 focos de incêndio, com destaque para os meses de setembro e agosto.

No entanto, o índice do Programa Queimadas, do INPE, revela que o número de incêndios, no período de janeiro a setembro, é o pior desde 2010.

Neste ano, fatores como o El Niño prolongado contribuíram para uma temporada de incêndios precoce. Em fevereiro e março, Roraima sofreu grandes queimadas, enquanto o Pantanal vive seu pior momento da história desde junho.

Estados com mais focos de incêndios até o dia 23 de setembro. Imagem: Screenshot/Inpe/Reprodução

Aliás, os incêndios e a seca no Pantanal e na Amazônia são responsáveis por dar mais recordes ao Brasil. A Amazônia Legal, que concentrou mais de 80% dos focos de incêndio do Brasil no último fim de semana, alcançou marcas histórias.

Desse modo, o estado do Amazonas superou o seu recorde de incêndios, atingindo o número de 21.363 focos.

Além disso, o Amazonas também quebrou o recorde de maior número de emissões de carbono no Brasil, com 38 megatoneladas somente em setembro. Os dados do Copernicus colocam o Mato Grosso em segundo lugar, com 25 megatoneladas de emissões.

Sudeste do Brasil também quebra recorde de incêndios

Mas, em recorde de incêndios, São Paulo chama atenção. O estado passa por uma crise de incêndios que superam o recorde histórico, de 2010, com 7.329 foco ?novamente, três meses antes do ano acabar. Aliás, a situação de São Paulo destaca o fenômeno de transformação de biomas gerado pelas mudanças climáticas.

São Paulo quebrou recorde de incêndios antes do ano acabar. Imagem: Screenshot/Inpe/Reprodução

O Vale do Paraíba, que se estende por São Paulo e Rio de Janeiro, bem como por partes de Minas Gerais, apresentou um aumento de 600% no número de incêndios.

O Rio de Janeiro registrou 16 mil focos de incêndios desde janeiro, com o pior momento ocorrendo no último dia 12, quando o estado teve 460 focos em apenas um dia.

Três dos quatro estados sudeste do Brasil, portanto, superam recordes de incêndios em 2024 já em setembro, mas o destaque fica para Minas Gerais.

Em Minas Gerais, até setembro de 2024, houve mais de 25 mil incêndios em vegetação, superando todos os recordes registrados desde 2024, segundo o Corpo de Bombeiros de MG.

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??? ????? ??? ?? ??? feat. ??? //emiaow553.com/mitos-e-medos-ainda-estao-por-tras-da-recusa-em-doar-orgaos-para-transplantes/ Thu, 19 Sep 2024 16:51:18 +0000 //emiaow553.com/?p=595903 O medo da mutilação do corpo, crenças religiosas e a ideia equivocada de que condições de saúde impedem a doação estão entre as principais razões da recusa em doar, segundo Débora Terrabuio

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Texto: Redação / Arte: Beatriz Haddad* / Jornal da USP

No dia 19 de setembro, o Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP) realizará sua tradicional campanha de doação de órgãos, para conscientizar a população sobre a importância desse gesto que pode salvar vidas. Atualmente, cerca de 64 mil brasileiros aguardam por um transplante de órgãos, muitos deles em situações críticas, mas a falta de informação e o medo ainda são grandes barreiras que impedem que mais pessoas se tornem doadoras.

Débora Terrabuio, hepatologista do HC e coordenadora da campanha, ressaltou que um estudo recente entrevistou quase duas mil pessoas para entender os motivos que levam à baixa adesão à doação de órgãos. “Só 67% das pessoas queriam ser doadores. E, para piorar a situação, desses que queriam doar, só metade tinha avisado a família, que é quem autoriza mesmo a doação no momento em que a pessoa entra em morte encefálica e teria as condições para doar? explica.

Motivos da recusa

Entre as principais razões que levam as pessoas a recusarem a doação, conforme a médica, estão o medo da mutilação do corpo, crenças religiosas e a ideia equivocada de que condições de saúde impedem a doação, além da vontade de evitar pensamentos sobre a morte. A especialista fez questão de desmistificar esses pontos, explicando que o corpo do doador é tratado com respeito e cuidado durante o processo. “O corpo não é mutilado, é uma cirurgia feita na pessoa que está doando, é como se a pessoa tivesse uma cicatriz de uma cirurgia. Mesmo aquelas pessoas que doam os olhos, é colocado um globo no lugar para a pessoa não parecer mutilada. Então é feito todo um cuidado para que a pessoa possa ter o aspecto normal depois da doação, possa ser velada até em caixão aberto? assegura.

Outro ponto destacado pela médica é que, ao contrário do que muitos pensam, a maioria das religiões é favorável à doação de órgãos e mesmo quando não há uma posição oficial, não existe uma proibição. Além disso, é a equipe médica que avalia as condições de saúde do possível doador e doenças pré-existentes nem sempre são impeditivas: “Todo mundo pode ser doador. É claro que algumas doenças infectocontagiosas podem ser contraindicações, mas quem avalia isso é a equipe médica?

Doação no Brasil

O Brasil enfrenta um déficit preocupante de doações, especialmente de órgãos como rins e fígado, que são os mais demandados. Muitos pacientes que aguardam transplante enfrentam longos períodos de sofrimento, como os que precisam de hemodiálise ou os que vivem com cirrose hepática. “As pessoas têm que pensar no benefício que elas vão promover na vida das outras pessoas que estão precisando. Muitos desses pacientes morrem durante a espera para transplante e, quando eles transplantam, passam a ter uma vida normal. Então nós temos que pensar: ‘Quando eu falecer, eu posso deixar os meus órgãos serem metabolizados por bactérias ou eu posso doar para alguém, que vai fazer toda uma diferença na vida dessa pessoa, na vida dos familiares dessa pessoa? Doar é um ato de amor? complementa.

Débora reforçou ainda a importância de comunicar o desejo de doar para a família, já que, mesmo que a pessoa tenha deixado sua vontade registrada em documentos como o RG, a decisão final ainda depende dos familiares ?e, por ser um momento difícil para a família, na maioria das vezes pega de surpresa, o pedido é recusado. Ela também traz a esperança de que, futuramente, a autorização eletrônica possa facilitar esse processo, mas, até lá, o diálogo com a família é a única maneira de garantir que o desejo de doar seja respeitado.

A campanha do dia 19 será realizada no Instituto Central do HC e, além da distribuição de panfletos e esclarecimentos ao público, haverá um varal com fotos de pacientes transplantados, simbolizando a nova vida que um simples “sim?pode proporcionar. A ação faz parte do Setembro Verde, mês dedicado à conscientização sobre a doação de órgãos, e é um convite à sociedade para refletir sobre o poder de transformar vidas por meio desse gesto de solidariedade.

*Estagiária sob supervisão de Moisés Dorado

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?365 ???? ???????????? //emiaow553.com/brasil-precisa-fortalecer-acoes-de-protecao-de-florestas-para-cumprir-metas-internacionais-aponta-estudo/ Sun, 15 Sep 2024 18:10:39 +0000 //emiaow553.com/?p=593971 Em artigo publicado em Perspectives in Ecology and Conservation, pesquisadores do Inpe e do Cemaden discutem desafios e soluções para a redução das emissões de CO2 do país

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Texto: Luciana Constantino | Agência FAPESP

Sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em 2025 ?a primeira a ser realizada na Amazônia ? o Brasil está em um momento crucial. Ainda tem a possibilidade de cumprir suas metas internacionais de redução de emissão de gases de efeito estufa, mas precisa ajustar as ações socioambientais e fortalecer políticas focadas na salvaguarda das florestas e na restauração dos biomas. Esse é um dos principais apontamentos de pesquisa publicada na revista Perspectives in Ecology and Conservation.

Liderado por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o estudo ressalta a necessidade de controlar o desmatamento ilegal e a degradação dos biomas, incorporando um olhar para florestas secundárias ?que crescem após a remoção da cobertura original.

Sugere ainda reforçar e expandir políticas que mantenham os serviços ecossistêmicos. Esse processo deve vir acompanhado de mecanismos consistentes de atração de investimentos para financiar atividades de restauração e pagamentos por serviços ambientais em todos os biomas, incentivando iniciativas de bioeconomia e criando novas áreas de proteção ambiental.

“A pesquisa foi um trabalho conjunto visando mostrar o panorama de desmatamento, degradação e restauração dos biomas e suas relações com as metas globais do Brasil. Destacamos pontos importantes nesse processo para que o país busque o desenvolvimento sustentável? explica a doutoranda no Inpe e primeira autora do artigo Débora Joana Dutra, bolsista da FAPESP.

Para a bióloga Liana Oighenstein Anderson, orientadora de Dutra e pesquisadora no Cemaden, mesmo quando há medidas preventivas, ainda assim elas têm sido insuficientes frente ao desafio das mudanças climáticas. “?o caso dos incêndios florestais registrados neste ano na Amazônia e no Pantanal. A prevenção não foi suficiente para conter os números alarmantes. Quando fazemos estimativas como na pesquisa, temos a sensação de sermos extremamente conservadores frente ao que a realidade está mostrando e aos desafios enfrentados? diz Anderson à Agência FAPESP.

O Brasil vem registrando neste ano recordes de queimadas. Entre janeiro e 4 de agosto, foram 65.325 focos de calor detectados no país, o maior número em quase 20 anos ?o mais alto até então havia sido em 2005 (69.184 no mesmo período), segundo dados do Inpe. Os biomas Amazônia e Cerrado são os mais atingidos (28.396 e 22.217, respectivamente).

De janeiro a julho, o Pantanal teve 4.756 focos, o maior desde 1998, início da série histórica. Para o bioma, até o momento, 2020 teve o pior total anual de focos de queimadas.

“Em 2020, os incêndios no Pantanal chamaram a atenção do mundo e levaram a uma série de reações. O Ministério da Ciência e Tecnologia criou, por exemplo, a Rede Pantanal e, em escala local, o Estado de Mato Grosso do Sul instituiu um plano de manejo integrado do fogo. Em 2023, o governo federal lançou um plano de manejo para o bioma e, em abril, Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência. Ou seja, houve um conjunto de ações de gestão, de governança, de regulamentação para tentar evitar os incêndios, mas, infelizmente, não foi suficiente. Tivemos avanços. Porém, há necessidade de aperfeiçoamentos na governança, nas estratégias adotadas e no financiamento das ações. É preciso acelerar o passo? completa Anderson.

Coautor do artigo e pesquisador do Inpe, Luiz Aragão diz que a pesquisa é um alerta para a sociedade sobre questões relacionadas às emissões. “A sociedade tem de encarar o problema não só do ponto de vista ambiental, mas sim socioeconômico. Está tudo ligado. Isso porque o desmatamento, por exemplo, é indutor do fogo, que por sua vez traz problemas de saúde para a população e degrada a floresta. A floresta desmatada e degradada tem menor potencial de prover serviços ecossistêmicos, como a ciclagem de água e a biodiversidade, que garantem a qualidade de vida das populações locais e têm influência muito grande em atividades econômicas.?/p>

As mudanças no uso e na cobertura da terra (por exemplo, o desmatamento para o uso agropecuário e a degradação florestal) são as principais fontes de emissões do Brasil. Como um dos mais de 190 signatários do Acordo de Paris, firmado em 2005, o país assumiu o compromisso de ajudar a conter o aumento da temperatura média global em até 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais (anos 1850-1900) ?marca que já tem sido ultrapassada nos últimos meses.

O acordo, que deve passar por revisão na COP30, prevê que os países definam metas de redução de emissões até 2030, tendo o Brasil se comprometido a diminuir em 53% (comparado aos níveis de 2005). Apesar disso, as emissões de dióxido de carbono (CO2) líquidas (descontadas as remoções) por mudanças no uso e na cobertura da terra dobraram entre 2017 e 2022, segundo o Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg). Em relação à restauração, o Brasil tem a meta de restaurar 12 milhões de hectares de florestas nativas, o que corresponde a quase a área territorial de Portugal.

Dificuldades

A pesquisa aponta que um dos desafios é conter a alta do desmatamento em todos os biomas. Os cientistas destacam o crescimento da remoção de vegetação nativa desde que o país submeteu, em 2016, suas metas do Acordo de Paris, atingindo taxas próximas ou superiores a 2 milhões de hectares ao ano (considerando os seis biomas).

Somente em 2022, foram 2,8 milhões de hectares desmatados, a maior taxa desde 2008, impulsionada principalmente pela destruição da Amazônia e do Cerrado. Isso representaria 23% da meta de restauração do país. Aliado a isso, há um déficit de aproximadamente 16 milhões de hectares em áreas de reserva legal em propriedades rurais que precisam de restauração florestal. Desse total, mais da metade está na Amazônia e outros 25% no Cerrado.

Outro dado destacado pelo estudo é o crescimento de áreas de florestas secundárias, que têm alta capacidade de sequestrar carbono da atmosfera, mas não contam com legislação específica de proteção. De acordo com a pesquisa, 5,46 milhões de hectares de florestas secundárias cresceram no Brasil entre 2017 e 2022 fora de terras públicas ?40% na Amazônia e 36% na Mata Atlântica. Apesar de esse total representar quase metade da meta de restauração do Brasil, a manutenção do sequestro de carbono das florestas secundárias corre risco, já que elas estão suscetíveis a novos desmatamentos e incêndios.

Caminhos

No trabalho, os pesquisadores sugerem medidas a serem adotadas, entre elas o combate ao desmatamento ilegal ?fortalecendo o arcabouço legal, ampliando a fiscalização e a responsabilização. Há destaque para a necessidade de medidas de prevenção e a implementação de programas para restaurar áreas de vegetação nativa em larga escala, com a criação de incentivos financeiros para proprietários rurais por meio de pagamentos por serviços ambientais.

Esses incentivos serão importantes, inclusive, para garantir que áreas passíveis de serem desmatadas legalmente permaneçam em pé. De acordo com o estudo, o Cerrado e a Caatinga têm as maiores áreas de vegetação nativa passíveis de desmatamento legal. Para garantir que as florestas secundárias consigam contribuir a longo prazo com o sequestro de carbono, a pesquisa aponta a necessidade de uma legislação nacional que aumente a proteção delas fora das áreas de reserva legal ou de preservação permanente.

“O que está sendo feito atualmente não é suficiente para que nós consigamos mudar. O clima global está diferente. Não será possível resolver problemas ambientais, pressionados pelas mudanças climáticas, usando pensamento do passado. Temos de pensar no futuro? avalia Aragão.

Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima informou que tem adotado medidas para cumprir o compromisso de “desmatamento zero em todos os biomas até 2030? Entre elas está o programa “União com Municípios? lançado em abril como parte do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), com R$ 785 milhões destinados a 70 municípios prioritários (até o momento 48 assinaram o termo de adesão). Outras ações incluem alterações de regras do Conselho Monetário Nacional ?como a restrição de crédito rural para proprietários com Cadastro Ambiental Rural (CAR) suspenso, com embargos e imóveis sobrepostos a Terras Indígenas, Unidades de Conservação e florestas públicas não destinadas.

Além disso, o ministério destaca a retomada do Fundo Amazônia, com novos contratos que somam R$ 1,4 bilhão e doações anunciadas que devem chegar a R$ 3,1 bilhões. Para o Cerrado, foi lançado um Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento. Em relação à restauração de florestas, cita o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa, com o objetivo de ampliar e fortalecer políticas públicas, incentivos financeiros, mercados, tecnologias de recuperação e boas práticas agropecuárias, que deve passar por atualização neste ano.

Futuro

Segundo Dutra, os próximos passos da pesquisa estão direcionados para levantar perdas e impactos econômicos da destruição das florestas, aprofundando os dados do trabalho atual.

“Vemos com extrema relevância a valoração dos impactos. Quantificar esses valores vai demonstrar que é muito mais barato prevenir do que reconstruir. O Brasil trabalha com a resposta aos eventos extremos e desastres, mas precisa investir em prevenção? diz Aragão.

Para Anderson, é importante aprimorar o diálogo entre instituições ?federais, estaduais, municipais, do terceiro setor e comunidades locais ? além da necessidade de responsabilização frente à inação ou omissão no desenvolvimento dos planos. “Nossa capacidade de diálogo ainda é muito limitada, esbarrando em vieses políticos que estão muito aquém do que tecnicamente poderíamos fazer para avançar rapidamente.?/p>

O estudo recebeu apoio da FAPESP por meio de seis projetos (20/15230-5; 20/08916-8; 22/11698-8; 19/25701-8; 23/03206-0; e 20/16457-3).

O artigo Challenges for reducing carbon emissions from Land-Use and Land Cover Change in Brazil pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2530064424000245#gs0010r.

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?????? ??? ??? ??? | ????- ??? ??? //emiaow553.com/desmatamento-e-garimpo-ameacam-a-arvore-mais-alta-do-brasil/ Sat, 14 Sep 2024 22:04:02 +0000 //emiaow553.com/?p=593720 Com 88,5 metros de altura, a árvore angelim-vermelho mais alta fica na Floresta Estadual do Paru, no estado do Pará

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Em 2019, um monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) descobriu a árvore mais alta do Brasil — e também a maior de sua espécie –, um angelim-vermelho com 88,5 metros de altura na Floresta Estadual do Paru, no Pará. O tamanho de um prédio de 30 andares. Vale lembrar que a média das árvores no bioma amazônico é de 45 m.

Apesar de sua dificuldade no clima tropical, úmido e ventoso, ela vem prosperando há um período que se acredita ser de 400 a 600 anos de idade. No entanto, sua espécie, presente em vários estados brasileiros, enfrenta ameaças devido ao garimpo ilegal e ao desmatamento. As informações são do portal de conservação ambiental Mongabay.

Árvore mais alta no Pará

No Pará, sede da conferência COP30 das Nações Unidas em 2025, o Ideflor-Bio (Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade) pretende criar um parque estadual em parte do território da Floresta do Paru para ajudar a preservar os angelins-vermelhos.

Atualmente, o local tem status de unidade de conservação de uso sustentável. Ou seja, permite atividades de manejo florestal, como extração de madeira e de produtos não madeireiros e o ecoturismo. Porém, a intenção é criar áreas de proteção integral, permitindo apenas atividades de pesquisa científica e educação ambiental com supervisão.

Contudo, Jakeline Pereira, assessora da unidade de conservação da Flora Paru, afirma que isso não é o suficiente. Atualmente, mais de 2 mil garimpeiros estão ativos no local, segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).

Em outubro de 2023, o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, autorizou a Mineração Carará Ltda a explorar ouro na unidade – pedido que está em análise na Semas. Contudo, o proprietário da Mineração Carará, Eduardo Ribeiro Carvalho Pini, foi acusado pelo Ministério Público Federal de ter atividades de mineração ilegal na floresta.

“A exploração de ouro existe há muitas décadas na região e não é uma linha imaginária com os limites do [futuro] parque que impedirá a chegada da mineração”, alega Pereira. “A Reserva Biológica de Maicuru, que tem angelins gigantes e fica próxima à Flota do Paru, é um exemplo. É uma unidade de proteção integral, mas a mineração ilegal nunca foi removida de lá.”

Pereira também afirma que, “desde a criação da floresta, em 2006, o governo do Pará nunca fez uma inspeção [a pé] de campo no local”. “Muitos garimpos ilegais de ouro na Flota Paru trabalham com mineração aluvial, que não abre clareiras [na floresta] e é difícil de detectar sobrevoando.”

“O conselho consultivo [da floresta] pede inspeções de campo, mas eles dizem que as operações contra a mineração ilegal exigem coordenação com outros órgãos governamentais, como o Ibama e a polícia federal”, acrescenta.

Em 2015, uma pesquisa do Ideflor de 2015 revelou que havia necessidade de 300 agentes de fiscalização em campo. No entanto, há 162 funcionários administrativos, sendo três para supervisionar uma área de 7,1 milhões de hectares. “Se a UC não está muito desmatada [96% de sua cobertura vegetal permanece], isso se deve à dificuldade de acesso à região, e não à ação do governo”, finaliza Pereira.

No Amapá

Já no estado do Amapá, apenas um angelim-vermelho está em conservação na Floresta Estadual do Amapá. Enquanto isso, outro, por exemplo, está em um assentamento agroextrativista na cidade de Mazagão.

Christoph Jaster, ex-chefe do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, disse que os primeiros alertas de desmatamento no local começaram em 2022.

Assim como no Pará, a unidade de conservação tem poucos funcionários responsáveis por gerenciar milhões de hectares de terra. Além disso, também não há operações de campo frequentes para visualizar, pessoalmente, a situação das árvores, de difícil acesso. O maior angelim-vermelho do Brasil, por exemplo, fica a 220 km de barco pelo Rio Jari e 10 km a pé.

De acordo com o promotor Marcelo Moreira, do MPAP (Ministério Público do Amapá), a tecnologia não é o suficiente para o monitoramento. “Com as imagens de satélite, o grupo de apoio do MPAP pode ver quando uma área foi desmatada, mas visualizar uma única árvore é um desafio. Certa vez, no inverno, as nuvens cobriram o céu e, quando se dissiparam, a área de desmatamento por mineração havia dobrado”, conta.

Em outubro de 2022, a Prodemac (Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, Conflitos Agrários, Habitação e Urbanismo) do MPAP (Ministério Público do estado) entregou uma minuta ao então governador Waldez Góes, propondo que as árvores se tornassem monumentos naturais, com preservação permanente de seus arredores. No entanto, após a mudança de governo em 2023, ele saiu sem implementar o projeto.

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??? ????????????? //emiaow553.com/como-o-la-nina-pode-ajudar-a-diminuir-os-incendios-no-brasil/ Wed, 11 Sep 2024 20:36:00 +0000 //emiaow553.com/?p=593367 Nas últimas 24 horas, o Brasil teve mais de cinco mil focos de incêndios florestais, correspondendo por 76% das áreas afetadas na América do Sul.

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Nesta quarta-feira (11), a OMM (Organização Meteorológica Mundial) anunciou que o fenômeno La Niña pode atrasar, gerando preocupações em relação à redução dos incêndios no Brasil.

Em junho, a OMM estimava uma probabilidade de 70% do La Niña entre julho e setembro. Mas, agora, a revisão aponta para 55% entre setembro e novembro e de 60% entre outubro e fevereiro.

O La Niña, que contribui com o resfriamento das águas do Pacífico equatorial, impacta ventos e chuvas. Os efeitos do fenômeno são variáveis, com base na sua intensidade, duração e época de ocorrência.

No Brasil, o La Niña tende a aumentar as chuvas na Amazônia, região atualmente devastada por seca e incêndios, além de diminuir as precipitações no Sul, que sofreu enchentes em maio deste ano. Além disso, o fenômeno favorece a entrada de ar frio no Brasil, gerando uma melhor oscilação da temperatura.

Aliás, nas últimas 24 horas, o Brasil teve mais de cinco mil focos de incêndios florestais, correspondendo por 76% das áreas afetadas na América do Sul.

Nos dez primeiros dias setembro, o número de incêndios já superou o dobro do registrado no mesmo período de 2023, segundo informações do INPE.

O aumento de incêndios ocorre pelas altas temperaturas e tempo seco, além de ações criminosas. Além disso, a situação climática atual, extremamente seca, torna a paisagem mais inflamável e facilita a propagação dos incêndios.

Sem La Niña, incêndios e seca devem continuar no Brasil

Apesar de El Niño e La Niña serem eventos naturais, a OMM alerta que ambos ocorrem em um contexto de mudanças climáticas causadas pelo homem. Isso resulta em aumento das temperaturas e eventos climáticos extremos.

A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, destaca que mesmo um La Niña, com seu efeito de resfriamento de curto prazo, não reverterá a tendência de aquecimento global a longo prazo.

Revisão da estimativa da probabilidade do La Niña. Imagem: OMM/Divulgação

Aliás, os últimos nove anos foram os mais quentes já registrados, mesmo com a influência de um longo La Niña entre 2020 e o início de 2023.

Por outro lado, o El Niño recente, um dos cinco mais fortes já observados, contribuiu para que 2023 fosse o ano mais quente em 125 mil anos.

Celeste Saulo ressaltou que, nos últimos três meses, prevaleceram condições neutras. Portanto, sem El Niño ou La Niña, o clima ainda assim foi extremo, com o exemplo do aumento de incêndios no Brasil.

De acordo com o Climatempo, mais de 230 mil hectares de plantações de cana-de-açúcar foram destruídos pelos recentes incêndios em São Paulo.

Desse modo, a revisão da previsão de La Niña, com menor probabilidade, é preocupante para o Brasil, pois pode prolongar o período de secas e também de incêndios.

No entanto, a previsão da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos) pode ser a luz no fim do túnel. De acordo com o órgão dos EUA, há 66% de chance do La Niña ocorrer entre setembro e novembro.

Por outro lado, tanto a OMM quando a NOAA estimam que o fenômeno terá curta duração.

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?????? ???? ???????????? //emiaow553.com/youtube-5-cameras-aleatorias-que-mostram-o-brasil-ao-vivo/ Sun, 08 Sep 2024 15:30:06 +0000 //emiaow553.com/?p=591761 Avenida, estação de trem e mais: acompanhe ao vivo 5 lugares do Brasil por câmeras no YouTube

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Ao redor do mundo, é possível acompanhar pela internet câmeras ao vivo que mostram diferentes cenários do planeta, como, por exemplo, uma na Flórida, nos EUA, que acompanha peixes no fundo do mar em Miami. Porém, também é possível encontrar transmissões que mostram o Brasil ao vivo, com câmeras instaladas em diversos pontos do país. Confira cinco delas no YouTube abaixo:

1. Aeroporto de Congonhas

O Aeroporto Congonhas, no município de São Paulo, é o segundo mais movimentado do Brasil em número de passageiros e aeronaves. Inaugurado em meados dos anos 1930, ele oferece voos domésticos nacionais e regionais para mais de 30 destinos no Brasil.

2. Barra da Lagoa

Anteriormente uma vila de pescadores, o bairro da Barra da Lagoa, em Florianópolis, no estado de Santa Catarina, formou o distrito da Lagoa da Conceição, em 1995. Conhecido pela praia de Moçambique, a mais popular entre os surfistas, o local é um importante centro pesqueiro. Além disso, possui ainda grandes atrativos para turistas, incluindo restaurantes, passeios, trilhas, piscinas naturais e a festa da tainha.

3. Avenida Paulista

Símbolo de São Paulo, a Avenida Paulista tem início na Rua da Consolação, no bairro do Bela Vista, próximo ao centro da cidade. Nela, estão pontos turísticos culturais incluindo teatros, cinemas e museus, por exemplo. Alguns de seus locais mais famosos são o Mirante do SESC, o Masp (Museu de Arte de São Paulo), o Parque Trianon, entre outros.

4. Estação de Brotas

Desde julho deste ano, uma nova câmera de trens na cidade turística de Brotas mostra a circulação de trens da empresa MRS. Na estação de ZBO, a exibição é feita pelo canal Railcam Brasil Ferrovia, que se autointitula a “primeira câmera virtual de trens” do país.

5. Corcovado

O Centro de Visitantes Paineiras-Corcovado, responsável pelo transporte de vans para o Cristo Redentor e localizado no Parque Nacional da Tijuca, transmite diretamente uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno. O local conta com a exposição gratuita “Floresta Protetora”, que fala sobre a história do Parque Nacional, bem como sua fauna e flora. Por fim, tem opções gastronômicas e loja de souvenirs para completar o passeio.

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????? ???? ???? ??? ?? //emiaow553.com/saara-no-brasil-200-cidades-com-umidade-desertica-nesta-semana-veja-reportagem-do-giz/ Fri, 06 Sep 2024 21:33:22 +0000 //emiaow553.com/?p=591821 Em entrevista ao Giz Brasil, pesquisadora do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação fala sobre umidade desértica, secas extremas e o possível fim do Pantanal.

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O Brasil enfrenta um cenário preocupante de tempo seco e altas temperaturas, com diversas cidades do país com níveis uma umidade relativa do ar que se comparam ao deserto do Saara.

Na última quarta-feira (4), o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) anunciou que 244 cidades brasileiras registraram umidade igual ou inferior à do deserto do Saara e a situação pode se agravar.

No Saara, a umidade do ar varia de 14% a 20%, e no Brasil, mais de 200 cidades registraram índices iguais e, surpreendentemente, inferiores, como no caso de Barretos.

A cidade dos rodeios, no norte do estado de São Paulo, registrou a menor umidade relativa do ar de 7%, assim como Gama (DF), Goiânia, Ituiutaba (MG), Marília (SP) e outras cidades de Goiás, Minas Gerais e do Mato Grosso do Sul.

Para entender a gravidade, essas cidades brasileiras chegaram a um nível muito além do Saara, se aproximando do Atacama, o deserto mais seco do mundo, com umidade de 5%.

Vale ressaltar que muitas cidades dessas regiões, além de capitais, como BH, estão há mais de 100 dias sem chuva.

Imagem: Matheus Marçal Guimarães/Imagem cedida

Para entender a relação entre clima desértico dos últimos dias com o longo período sem chuva em diversas cidades do país, o Giz Brasil conversou com a pesquisadora Ana Paula Cunha, do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais), órgão do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação).

Na última terça-feira (3), o Cemaden lançou o boletim de Monitoramento de Secas no Brasil, e a previsão é que a seca e a estiagem continuem.

O boletim da seca no Brasil utilizou o Índice de Precipitação Padronizado de Evapotranspiração (SPEI) para medir e monitorar a seca.

A pesquisadora Ana Paula Cunha, que elaborou o Boletim das Secas. Imagem: Cemaden/Divulgação

Período sem chuvas e seca severa

Como informamos aqui no Giz Brasil, mais de 75 cidades no Brasil estão sem chuva há mais de 100 dias. Isso ocorre especialmente em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia.

No norte de Minas, a situação é mais crítica, com cidades que já acumulam mais de 140 dias sem chuva e a capital do estado vive sob uma névoa que tende a aumentar nas próximas semanas.

“O que justifica essas mudanças de regime de chuva no Brasil são pelo El Niño superforte, além de uma continuação de uma seca muita prolongada. Agora, essa estiagem se mantém por um superaquecimento no Atlântico Norte. As previsões mostram que o Centro-Sul do país pode ter chuva no final deste mês e o outubro. No entanto, segundo as previsões, o Centro-Norte, que começa por Goiás, indicam chuvas abaixo do normal nos próximos três meses, o que aumenta a gravidade dessa situação?

Além disso, a falta de chuvas piora o cenário atual, aumentando o risco de queimadas. Embora a maior parte dos incêndios seja causada pela ação humana, a falta de água acumulada potencializa a disseminação descontrolada das queimadas pela baixa umidade do solo, vegetação muito seca e baixa umidade do ar.

Incêndios aumentaram pela baixa umidade e falta de chuvas em cidades no Brasil

Queimada em região central de Minas Gerais na noite da última quinta-feira (5). Imagem: Adauto Ramos/Imagem cedida

Fim do Pantanal não é invenção, diz pesquisadora

Com o aumento da gravidade da seca e falta de chuva, sem falar no número recorde de incêndios, o Pantanal poderia acabar. Pelo menos, foi o que disse a ministra Marina Silva, responsável pela pasta do Meio Ambiente, na última quarta-feira (4).

Coincidentemente, no mesmo dia em que as cidades registravam umidades desérticas, a ministra afirmou que o Pantanal pode deixar de existir até o fim do século. E isso pode, realmente, acontecer.

Sobre a fala da ministra, Ana Paula Cunha afirmou ao Giz Brasil que Marina Silva “tem razão?

A pesquisadora se baseia nos dados que obteve em uma análise com índices de aridez, que considerava a divisão da precipitação pela evapotranspiração, similarmente ao SPEI, mas quantificando a disponibilidade de água das regiões.

“Nós fizemos essa análise com dados desde a década de 1960. Desde a década de 1960 até 2024, o sul do Pantanal, sobretudo, é uma região que apresenta essa redução de disponibilidade hídrica. Aliás, essa informação foi confirmada também pelo MapBiomas, através de mapeamentos de espelhos d’água. Contudo, nossa análise é bem mais abrangente, portanto, mostra o processo de redução em construção?

Sobre a redução hídrica, seca e possível fim do Pantanal, Ana Paula Cunha é enfática ao apontar o responsável: a elevação das temperaturas.

No Pantanal, a elevação das temperaturas estão crescendo nas últimas décadas, de acordo com a pesquisadora. Isso contribui, portanto, para a perda de água pela evaporação e evapotranspiração.

“Então, há, sim, um processo de degradação. Claro que não será em dois anos, mas em uma escala de 30, 40, 50 anos, mudando sim a estrutura da vegetação? diz a pesquisadora.

 Seca onde não tinha seca

Ao comentar sobre a possibilidade do Pantanal deixar de existir, Ana Paula Cunha revela uma tendência preocupante das mudanças climáticas. As cidades com umidades desérticas enganam quem acha que o Saara no Brasil estaria no Nordeste.

Vegetação seca em Belo Horizonte reflete crise hídrica afetando bioma da Mata Atlântica. Imagem: Caio Daniel Cicciatori/Imagem cedida

Na verdade, muitas das cidades com menor umidade e com mais tempo sem chuva estão no cerrado e na Mata Atlântica. Aparentemente, os biomas estão se transformando.

“Em nosso último levantamento, encontramos, além daquela área do interior do semiárido, o aparecimento da seca fora dessa região, fora do nordeste, justamente ali no sul do Pantanal. Portanto, ocorre, sim, uma mudança de clima há, pelo menos, três décadas. E o clima afeta a vegetação. Se você tem um novo clima, com temperaturas mais elevadas e menos chuva, a vegetação vai se adaptando a esse novo clima?

Desse modo, cidades do triângulo mineiro, oeste paulista e quase todo o estado de Goiás, enfrentam secas severas. 200 municípios estão em condição de seca extrema, com destaque para São Paulo, com 82 cidades, Minas Gerais (52), Goiás (12), Mato Grosso do Sul (8) e Mato Grosso (24).

Risco de seca excepcional existe, diz pesquisadora

O próximo passo para a calamidade é a seca excepcional, que ainda não apareceu no boletim da seca. No entanto, segundo a pesquisadora, já existem lugares com seca excepcional, que acontece uma vez a cada 50-100 anos.

Pontos mais escuros mostram lugares que já passam por seca excepcional. Imagem: Cemaden/Divulgação

No entanto, a pesquisadora explica porque o boletim não lista as cidades que já estão sofrendo com seca excepcional.

“Nossos dados não têm limite geográfico, então são vários pontinhos. Para transformar em informação por município, temos que pegar todos esses pontinhos de dados por municípios com valores em um município e fazemos a média para obter um valor único. Sem considerar essa média, ou seja, com o mapa sem limitações geográficas de município, já vemos, sim, condições de seca.”

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??? ?? ??????- ??? ??? ???? //emiaow553.com/morre-sergio-mendes-brasileiro-que-emplacou-14-hits-no-top-100-dos-eua/ Fri, 06 Sep 2024 16:10:09 +0000 //emiaow553.com/?p=591648 Morre Sergio Mendes, músico brasileiro que levou a bossa nova para o mundo, aos 83 anos, em Los Angeles (EUA)

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Morreu nesta sexta-feira (6), aos 83 anos, o músico niteroiense Sergio Mendes. O pianista vivia em Los Angeles, nos EUA, onde desde o golpe militar no Brasil em 1964.  Mundialmente famoso com sua banda Brasil ’66, ele ajudou a popularizar a bossa nova no mundo.

Mendes é o brasileiro que mais emplacou gravações no Top 100 da parada americana da Billboard, com 14 músicas. Em quase 60 anos de carreira, venceu um Grammy, dois Grammys Latinos e foi indicado ao Oscar pela música “Real in Rio” — do filme de animação “Rio” (2012).

Início da carreira no Rio e sucesso internacional com “Mas Que Nada”

Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, Mendes começou na música na década de 1950, época em que conheceu Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Baden Powell no Beco das Garrafas, reduto da bossa nova em Copacabana.

Foi lá que ouviu pela primeira vez a canção “Mas Que Nada”, na voz de Jorge Ben Jor. A regravação impulsionou o sucesso de seu grupo no exterior, garantiu sua primeira entrada na Billboard Hot 100 em 1966 e foi regravada com o Black Eyed Peas em 2006.

Seu LP “Herb Alpert Presents Sergio Mendes & Brasil ’66” (1966) também ganhou disco de platina. A parceria com Herb Alpert foi fonte de grande reconhecimento, bem como seus trabalhos com os artistas de jazz Cannonball Adderley e Herbie Mann.

Outro grande sucesso da banda Sergio Mendes & Brasil ’66 foi “The Fool On The Hill”, dos Beatles, aprovada pelo próprio Paul McCartney. Em 1967, estourou com a versão bossa nova de “The Look Of Love”, de Burt Bacharach e Hal David.

Em 2020, o músico ganhou um documentário, “Sergio Mendes: No Tom da Alegria”, disponível no Max.

A causa da morte não foi revelada. Assim, Mendes deixa a esposa, a cantora Gracinha Leporace — que cantava em sua banda desde o início da década de 1970 — e seus cinco filhos.

Nas redes sociais, o amigo de longa data, o música norte-americano Herp Alpert prestou condolências ao artista, dizendo:

“Sergio Mendes era meu irmão de outro país que faleceu tranquila e pacificamente. Foi um verdadeiro amigo e músico extremamente talentoso que trouxe a música brasileira em todas as suas iterações para o mundo inteiro com elegância e alegria”.

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??? ???? ?????????, //emiaow553.com/participacao-brasileira-e-fundamental-para-megaprojeto-de-estudo-dos-neutrinos/ Mon, 02 Sep 2024 21:21:18 +0000 //emiaow553.com/?p=590249 Pesquisadores da Unicamp e de outras universidades, além de 20 empresas nacionais, participam do experimento Dune. E respondem pelos processos de purificação do argônio e detecção dos fótons, sem os quais o empreendimento internacional seria impossível

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Texto: José Tadeu Arantes | Agência FAPESP

Com expressiva participação brasileira, acaba de ser concluída uma fase crucial do megaprojeto Deep Underground Neutrino Experiment (Dune), o mais ambicioso empreendimento já concebido para o estudo de neutrinos. No dia 15 de agosto, após três anos de trabalho, foram inauguradas as escavações subterrâneas para a construção da Long-Baseline Neutrino Facility (LBNF). Localizadas a mais de 1,6 quilômetro abaixo da superfície, em Lead, Dakota do Sul, Estados Unidos, as cavernas são estruturas gigantescas ?as duas principais com mais de 150 metros de comprimento e altura equivalente a um edifício de sete andares. Cada uma das cavernas principais abrigará um detector de partículas, preenchido com 17 mil toneladas de argônio líquido puríssimo, resfriado a -184°C. As cintilações e cargas elétricas produzidas no argônio pela passagem do feixe de neutrinos informarão os cientistas sobre as transformações sofridas por essas partículas depois de viajarem 1,3 mil quilômetros debaixo da terra, desde sua fonte no Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab), no Estado de Illinois, até a LBNF, em Dakota do Sul.

A cerimônia de inauguração das cavernas, conduzida por Lia Merminga, diretora do Fermilab, reuniu várias autoridades políticas e científicas dos Estados Unidos e de outros países envolvidos no projeto ?entre elas, uma comitiva de quatro representantes brasileiros: Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente da FAPESP; Antonio José de Almeida Meirelles (Tom Zé), reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Maria Luiza Moretti, vice-reitora da Unicamp; e Pascoal Pagliuso, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW-Unicamp) e pesquisador principal do projeto científico de purificação do argônio e do projeto de construção da estrutura purificadora que será utilizada no experimento.

 Hema Ramamoorthi (Fermilab), Maria Luiza Moretti, Tom Zé e Pascoal Pagliuso nacerimônia de inauguração das cavernas (foto: Carlos Américo Pacheco/FAPESP)

Hema Ramamoorthi (Fermilab), Maria Luiza Moretti, Tom Zé e Pascoal Pagliuso na cerimônia de inauguração das cavernas (foto: Carlos Américo Pacheco/FAPESP)

Por meio de um fenômeno conhecido como “oscilação dos neutrinos? os cientistas envolvidos no projeto pretendem responder a pelo menos três perguntas cruciais: por que a matéria predominou sobre a antimatéria na formação do Universo; como as explosões de estrelas supermassivas criam buracos negros; e se os neutrinos podem ser um componente importante na composição da chamada matéria escura, que responde por mais de 20% da composição do Universo.

Para tanto, os pesquisadores utilizarão o mais poderoso feixe de neutrinos até agora concebido, produzido no acelerador de partículas do Fermilab. Esse feixe deverá viajar 1,3 mil quilômetros debaixo da terra e passar por dois sistemas de detecção: o primeiro bem perto da fonte, no próprio Fermilab, no Estado de Illinois; o segundo, muito maior, situado na LBNF, em Dakota do Sul. Não será necessário construir nenhum túnel dessa extensão, porque, devido ao fato de não serem suscetíveis à interação eletromagnética nem à interação nuclear forte, os neutrinos são capazes de atravessar enormes extensões de matéria comum, mesmo os corpos mais compactos, sem que seu movimento seja barrado ou desviado: propagam-se em linha reta, viajam em velocidade próxima à da luz e conseguem ultrapassar qualquer obstáculo existente no caminho. As diferenças entre as medições realizadas no primeiro e no segundo sistemas de detecção informarão sobre o processo de oscilação dos neutrinos e possibilitarão, eventualmente, obter as respostas esperadas.

Purificação do argônio e detecção das cintilações

A colaboração Dune inclui mais de 1,4 mil cientistas e engenheiros de mais de 200 instituições em 36 países. A participação brasileira é fundamental, porque, sob a liderança da Unicamp, com robusto apoio financeiro da FAPESP (projetos 21/13757-9 19/11557-2) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), além da participação de mais de 20 empresas, o país será responsável pelo sofisticadíssimo sistema de purificação do argônio e pela engenhosa estrutura de detecção das cintilações luminosas, constituída pelo dispositivo X-Arapuca (leia mais em: agencia.fapesp.br/29775).

“O projeto de filtragem e refrigeração do argônio associa uma pesquisa científica extraordinariamente avançada com desafios tecnológicos para a produção de uma instrumentação científica muito sofisticada. Os trabalhos são liderados por físicos da Unicamp e outras instituições e agregam cerca de 20 empresas brasileiras. Disso vai derivar também a estruturação, em Campinas, de um hub de acesso ao experimento, que, no futuro, facilitará a interação da comunidade científica brasileira e latino-americana com dados produzidos pelo projeto, nos moldes da cooperação existente hoje entre o Cern [Organização Europeia para Pesquisa Nuclear] e o Fermilab, nos Estados Unidos. Ele complementa os avanços que já foram feitos no projeto e fabricação do X-Arapuca, também financiados pela FAPESP, que é o melhor detector de fótons já construído e que vai fazer parte da instrumentação de detecção de neutrinos que está sendo instalada em Dakota do Sul? diz Pacheco.

O aporte financeiro da FAPESP para a purificação, criogenia massiva e regeneração do argônio é de cerca de R$ 88,6 milhões, com um montante equivalente sendo provido pelo FNDCT ?um fundo que tem como objetivo financiar a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico no país. Sua gestão financeira é exercida pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

“O apoio do FNDCT ao projeto, que será entregue em duas parcelas, uma em 2024 e a outra em 2025, faz parte do nosso programa ‘Mais Inovação? voltado à inovação para a industrialização do Brasil em bases sustentáveis. Vale lembrar que todo o processo relacionado com o argônio utilizado na LBNF será realizado por empresas nacionais? afirma Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho, diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Finep.

A integração do processo é exercida pelo IFGW-Unicamp e pelas empresas Akaer e Equatorial Sistemas Ltda., que se uniram ao Fermilab em um acordo científico para realizar pesquisa, desenvolvimento, testes, modelagem e prototipagem de menor escala com o intuito de prover, refrigerar e regenerar o argônio líquido puríssimo que será utilizado nas instalações subterrâneas da LBNF.

Impurezas abaixo de 100 partes por trilhão

“?superimportante ressaltar esse aspecto da pureza, porque, para o experimento funcionar, é necessária não apenas uma quantidade enorme de argônio, uma vez que os neutrinos interagem muito pouco com tudo, como também que esse argônio seja extremamente puro. Isso significa uma quantidade de impurezas menor do que 100 partes por trilhão. Não existe argônio assim tão puro no mercado. Por isso, tivemos de desenvolver um método muito original de purificação? informa Pagliuso.

O processo é feito parte no estado gasoso e parte no estado líquido. Para isso foram projetados vasos de pressão por onde o gás ou o líquido devem passar, atravessando uma série de filtros. Tais filtros são bandejas em cima das quais é distribuído um material adsorvente extremamente sofisticado, constituído por pequenas esferas de material cerâmico, com base de alumina e dopadas por outros elementos químicos, que possuem poros microscópicos. Quando o gás ou o líquido são forçados a passar por esses materiais, impurezas específicas são capturadas por adsorção.

O projeto que possibilitou o desenvolvimento desse sistema foi contemplado com o Prêmio Nacional de Inovação (PNI) de 2023, concedido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Pagliuso recebeu o prêmio, como líder da equipe, na categoria de pesquisador inovador trabalhando com empresas de médio porte.

As impurezas são basicamente água, oxigênio e nitrogênio. A água é mais fácil de tirar; já as capturas do oxigênio e do nitrogênio são bem mais difíceis. Por isso, o sistema desenvolvido na Unicamp foi altamente apreciado pelo pessoal do Fermilab.

“Tanto conseguimos desenhar o projeto conceitual do sistema de purificação como inovamos ao utilizar materiais comerciais para capturar o nitrogênio, com uma metodologia que eles não conheciam. Também desenvolvemos, nós mesmos, materiais alternativos para purificar oxigênio. Tudo isso nos qualificou como responsáveis pela produção do sistema real. E possibilitou ao Brasil e à Unicamp dar a terceira contribuição mais importante para o projeto, atrás apenas do Departamento de Energia [DOE, na sigla em inglês] dos Estados Unidos [que gerencia o Fermilab] e do Cern? conta Pagliuso.

Vale repetir que a colaboração Dune agrega mais de 200 instituições de todo o mundo. Ficar em terceiro lugar no rol das contribuições, apenas depois de gigantes como o DOE e o Cern, é algo muito relevante para a comunidade científica brasileira. “Outra coisa importante de mencionar é que, para mostrarmos que os nossos métodos eram eficientes, desenvolvemos um protótipo, um criostato de purificação de argônio. Chama-se PuLArC [Purification Liquid Argon Cryostat] e está instalado no Instituto de Física da Unicamp. Tem sido utilizado em testes feitos por nossa equipe ou a pedido do pessoal do Fermilab. Baseado nos métodos que desenvolvemos, um segundo protótipo, com capacidade de 3 mil litros, o Iceberg, foi utilizado no próprio Fermilab para reproduzir os resultados do PuLArC. O PuLArC e o Iceberg demonstraram a eficiência do nosso método na captura de nitrogênio em argônio líquido? relata Pagliuso.

E continua: “Vamos iniciar em setembro, com o apoio conjunto da FAPESP e do FNDCT, a segunda fase do projeto, que é a da construção propriamente dita?

Retorno tecnológico para a indústria brasileira

O projeto demanda uma tecnologia avançadíssima de alto vácuo e baixas temperaturas, que vai ficar para as empresas brasileiras. Elas também serão certificadas para produzir material baseado nesses parâmetros para o mercado norte-americano e o Cern. Duas patentes, relativas a métodos e meios filtrantes inovadores para adsorção de oxigênio e nitrogênio, já foram depositadas em 2023: BR102023024694-0 e BR102023026705-0. Estima-se que toda essa movimentação vai gerar de 100 a 150 empregos diretos e talvez mais de 500 empregos indiretos. Tanto no setor industrial quanto nas universidades.

Mobilizadas por um evento realizado pela FAPESP e o Fermilab, em 2019, a Unicamp e a Akaer estão desempenhando papel estratégico no processo. O engenheiro Fernando Ferraz, vice-presidente de operações da empresa, afirma que a participação no projeto constitui um desafio muito maior do que o de montar uma caravela no interior de uma garrafa.

“Depois de desenvolver as soluções do lado de fora, é preciso descer a planta inteira, pedacinho por pedacinho, a 1,6 mil metros abaixo do solo. Apesar de rápido, o elevador leva mais de meia hora para fazer o percurso. Além disso, o volume de argônio para encher os tanques é gigantesco, equivalente a três anos da produção global. Deve apresentar um nível de pureza mil vezes mais restritivo do que o melhor padrão comercial existente hoje. E precisa ser mantido refrigerado, de maneira estável, a -184°C. Se essa massa colossal começar a esquentar ou esfriar, será muito difícil responder. Por isso, é preciso manter controles muito estreitos, muito apertados? diz.

O engenheiro informa que a planta subterrânea é subdividida em blocos. Tem um de purificação, outro de condensação e um terceiro bloco de regeneração. Seguindo os parâmetros definidos na Unicamp e em outras universidades, sua empresa projetou os vasos de pressão por onde o argônio gasoso ou líquido deve passar para ser filtrado. “Para se ter ideia, estamos falando de algo como cem vasos de pressão e 14 ou 15 quilômetros de tubos ligando isso tudo. Esses equipamentos vão ser fabricados no Brasil. Depois têm que ser embalados por partes, colocados em contêineres e despachados para os Estados Unidos. Chegando lá, precisam ser transportados por caminhões até a entrada das cavernas e levados por elevador ao subsolo, onde vão estar as pessoas encarregadas da montagem, na posição correta, peça por peça. Cada contêiner foi projetado de forma a funcionar também como ferramenta de içamento para a colocação no elevador e ferramenta de posicionamento para o encaixe final? detalha.

Ferraz compara o Dune ao Grande Colisor de Hádrons (LHC) do Cern. São plantas muito diferentes, para obter resultados distintos, mas que apresentam um grau de sofisticação tecnológica semelhante: o LHC desempenhando papel de vanguarda na pesquisa de hádrons (partículas sujeitas à interação forte) e o Dune desempenhando papel de vanguarda na pesquisa de léptons (partículas sujeitas à interação fraca). “?importante ressaltar que a pesquisa realizada no Cern demandou um vasto conjunto de soluções tecnológicas que, depois, se incorporam ao nosso cotidiano. O mesmo deverá acontecer com a pesquisa que será realizada no Dune? sublinha o engenheiro.

E apresenta como um dos desdobramentos tecnológicos possíveis a refrigeração do hidrogênio verde para uso como combustível veicular. “Todo mundo fala que o Brasil tem um grande potencial para a produção do hidrogênio verde, mas será preciso armazenar e transportar esse produto, que, na forma gasosa, é altamente inflamável. Há diferentes soluções para isso. A que parece mais interessante, do ponto de vista do balanço energético, é a criogenia: resfriar o gás e transformá-lo em um volume muito menor de líquido, para que possa ser armazenado e transportado de forma otimizada e segura. O problema é que isso envolve uma temperatura extremamente baixa, de -253°C. O que estamos fazendo no projeto da LBNF nos capacita e nos leva muito mais perto dessa solução. É um efeito colateral que poderá ampliar de forma muito expressiva o lastro tecnológico e o espectro de atuação da empresa? afirma.

X-Arapuca: fotodetecção altamente eficiente

Outra contribuição fundamental da ciência realizada no Brasil ao megaprojeto Dune será o dispositivo X-Arapuca, componente principal do sistema de fotodetecção. O X-Arapuca é basicamente uma pequena caixa, com paredes internas espelhadas, dotada de uma janela. Como o próprio nome sugere, consiste em uma armadilha para capturar a luz. Os fótons conseguem entrar no dispositivo, mas não conseguem sair. Foi idealizada de modo a proporcionar uma fotodetecção altamente eficiente em sistemas de grande escala, como os tanques de argônio líquido.

O dispositivo foi concebido pelo casal Ettore Segreto e Ana Amélia Bergamini Machado, atualmente sediados na Unicamp. Por seu trabalho, os dois foram premiados, em 2019, com o DPF Instrumentation Early Career Award. Concedido anualmente pela American Physical Society, o prêmio contempla contribuições excepcionais à instrumentação no campo da física de partículas. “Os neutrinos quase não interagem com a matéria. E, quando interagem, não podem ser percebidos diretamente, pois não possuem carga elétrica. Porém, ao atravessarem o argônio líquido, os neutrinos geram outras partículas, com carga, que fazem o material cintilar. A função do X-Arapuca é detectar essa cintilação. A luz produzida pelos átomos de argônio líquido tem comprimento de onda de 127 nanômetros. Utilizamos, então, na entrada do X-Arapuca um filtro constituído por materiais orgânicos que modifica o comprimento de onda para 350 nanômetros. Como a janela do X-Arapuca é transparente para esse comprimento de onda, os fótons conseguem entrar. Mas, uma vez lá dentro, usamos um segundo filtro para fazer o comprimento de onda mudar para 430 nanômetros. E os fótons não conseguem sair? explica Segreto.

Os dispositivos X-Arapucas já estão em funcionamento. “No Short-Baseline Neutrino Program, um programa de menor escala para detecção de neutrinos do Fermilab, 192 X-Arapucas, com duas janelas, foram instalados e já estão fazendo suas primeiras detecções. Outros 160 X-Arapucas, com seis janelas, foram entregues ao Proto-Dune, um grande protótipo do Dune montado no Cern, na Suíça. Todas as unidades foram produzidas por empresas brasileiras e montadas e testadas na Unicamp? conta Machado.

O X-Arapuca foi escolhido como o dispositivo de detecção de fótons para os dois detectores gigantes que serão instalados nas cavernas da LBNF. Cerca de 300 cientistas estão envolvidos no processo de desenvolvimento e fabricação. A construção começará ainda este ano no Brasil e a instalação em Dakota do Sul está prevista para 2026.

Centro de processamento de dados em Campinas

Tais realizações alçam a ciência e a engenharia brasileiras, e especialmente a Unicamp, a uma posição muito destacada no cenário internacional. “As ideias criativas do Ettore e da Ana Amélia para o processo de fotodetecção e, posteriormente, as contribuições do grupo do Pagliuso para a purificação e a criogenia nos colocaram nesse lugar. Todas essas iniciativas contaram com apoio da FAPESP. E existe agora também a contrapartida do FNDCT. Porque, cumprida a investigação na que convencionamos chamar de ‘primeira fase? vamos, na ‘segunda fase? coordenar a construção desse conjunto de equipamentos em escala. O rigor necessário é muito alto, porque manter o argônio líquido livre de oxigênio e nitrogênio, com um nível de contaminação inferior a 100 partes por trilhão, quando se vive em uma atmosfera que é constituída basicamente por oxigênio e nitrogênio, é um enorme desafio. Além disso, considere-se a criogenia. E a necessidade de levar o equipamento todo desmontado e remontá-lo a 1.600 metros abaixo da superfície? pondera o reitor da Unicamp.

Tom Zé informa que há também um incentivo do Fermilab e do Departamento de Energia dos Estados Unidos para que a Unicamp, em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), constitua um centro de processamento dos dados levantados no Dune. “Então, teríamos aqui um centro brasileiro e latino-americano com acesso aos dados primários levantados pelo experimento e que poderia disponibilizá-los a cientistas do Brasil e da América Latina. Quer dizer, podemos nos tornar um hub regional desse experimento de longo prazo. Numa primeira etapa, é a construção da estrutura experimental, mas essa estrutura e o acesso que ela nos dá ao experimento conduzido pelo Fermilab abrem amplas perspectivas para o desenvolvimento da física teórica. Jovens pesquisadores, pós-doutores e doutores terão horizontes de pesquisas muito promissores. O que, aliás, já está acontecendo com o Ettore, a Ana Amélia e o pessoal deles? fala.

Todo esse processo, como enfatiza Tom Zé, contou com mão firme da FAPESP, não apenas no provimento de recursos, mas também na mobilização dos potenciais participantes. Depois que o projeto do Arapuca, posteriormente aperfeiçoado como X-Arapuca, já estava avançado, a possibilidade de aprofundamento da cooperação com o Fermilab fez com que uma delegação da FAPESP, composta por Pacheco, Marcio de Castro Silva Filho (diretor científico) e Sylvio Canuto (assessor da Diretoria Científica) visitassem a instituição nos Estados Unidos.

“Percebemos que havia mais possibilidades importantes? afirma Canuto, que é professor titular do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP), foi pró-reitor de pesquisa da USP e participa de várias instituições científicas no país e no exterior.

Ele foi encarregado de apresentar um projeto especial para o Conselho Superior da FAPESP, solicitando o apoio da instituição à instrumentação avançada necessária aos processos de purificação do argônio líquido e de fotodetecção para a LBNF-Dune. “A apresentação contemplou a importância do estudo de neutrinos para a ciência; como detectar neutrinos; a contribuição que São Paulo poderia dar a esse empreendimento; e os benefícios e perspectivas que daí adviriam. Foi muito bem recebida pelo Conselho Superior. E isso possibilitou que os trabalhos deslanchassem? relata.

Por que neutrinos

A existência do neutrino foi postulada, pela primeira vez, em 1930, pelo físico austríaco Wolfgang Pauli (1900-1958), um dos grandes construtores da teoria quântica. O objetivo era fechar o balanço energético do chamado decaimento beta do nêutron. Hoje admite-se que, fora do núcleo atômico, o nêutron decaia em pouco tempo, dando origem a um próton, um elétron e um antineutrino. Mas, na época, a ideia do neutrino parecia um mero artifício matemático, e foi encarada com ceticismo pela comunidade científica. Um dos poucos que aderiram a ela desde o primeiro momento foi o então jovem físico brasileiro Mário Schenberg (1914-1990), que trabalhou com Pauli na Suíça, tomou contato com o conceito de neutrino em uma palestra dada pelo italiano Enrico Fermi (1901-1954) em São Paulo e, mais tarde, nos Estados Unidos, incorporou essa partícula para corrigir o balanço energético proposto pelo ucraniano George Gamow (1904-1968) para a explosão das estrelas supernovas.

A existência da partícula foi confirmada em 1956, em um experimento conduzido pelos norte-americanos Clyde Cowan Jr (1919-1974), Frederick Reines (1918-1998) e colaboradores. Em 1995, estando Cowan morto, a descoberta finalmente foi contemplada com o Prêmio Nobel, que Reines recebeu em nome dos dois. Hoje, o neutrino constitui um dos principais objetos de estudo da física.

Ele é a partícula material mais abundante do Universo e, no rol dos objetos estudados pela ciência, ocupa o segundo lugar em abundância, depois do fóton (a partícula responsável pela interação eletromagnética, ou, simplificadamente, a partícula de luz). Pelo fato de não ser suscetível à interação eletromagnética nem à interação nuclear forte, é capaz de atravessar enormes extensões de matéria comum, mesmo os corpos mais compactos, sem que seu movimento seja barrado ou desviado.

No chamado modelo-padrão da física de partículas, o neutrino faz parte da família dos léptons. E, para cada lépton eletricamente carregado (o elétron, o múon e o tau), existe um tipo de neutrino correspondente. Assim, há três tipos ou “sabores?conhecidos de neutrinos: o neutrino do elétron, o neutrino do múon e o neutrino do tau. A transformação de um tipo ou “sabor?em outro, chamada de “oscilação dos neutrinos? prevista pelo físico italiano Bruno Pontecorvo (1913-1993), foi confirmada pelos experimentos realizados nos observatórios SNO (Canadá) e Super-Kamiokande (Japão).

Essa “oscilação?ocorre espontaneamente durante a propagação da partícula pelo espaço e poderia fornecer a chave para a compreensão de um fenômeno denominado “violação da simetria de carga-paridade dos léptons?(charge-parity violation ou CPV). Segundo o modelo hegemônico sobre a formação do Universo, foi essa “violação de simetria?que produziu, logo depois do Big Bang, um pequeno excedente de matéria em relação à antimatéria. E é esse excedente que compõe, atualmente, o Universo conhecido.

Os experimentos SNO e Super-Kamiokande confirmaram também outra antecipação de Pontecorvo, demonstrando que o neutrino tem massa. Na verdade, a oscilação só é possível devido à existência da massa, pois apenas partículas massivas podem oscilar. Embora a massa de cada neutrino seja muito pequena, existem tantos neutrinos no Universo que a massa total se torna bastante relevante. Por isso, os neutrinos são considerados, atualmente, candidatos a compor, junto com outras partículas exóticas, a chamada “matéria escura?

A compreensão da violação da simetria de carga-paridade dos léptons e a investigação da composição da matéria escura são dois dos principais objetivos do megaprojeto Dune. Adicionalmente, o experimento poderá responder a muitas outras perguntas ?entre elas, as relativas à formação dos buracos negros.

Um dos principais alvos do Dune no estudo da violação da simetria será comparar o padrão de oscilação dos neutrinos com o padrão de oscilação dos antineutrinos ?as antipartículas dos neutrinos que se distinguem destes por seu spin ter sentido horário em vez de anti-horário, quando observado no eixo do movimento. Se esses padrões não forem rigorosamente simétricos, o experimento fornecerá aos pesquisadores uma prova concreta da violação. Por outro lado, existe também a possibilidade de o neutrino ser sua própria antipartícula, caso em que constituiria um exemplo concreto de uma classe hipotética de partículas denominadas “férmions de Majorana?(previstos teoricamente pelo grande físico italiano Ettore Majorana em 1937).

Oito curiosidades sobre os neutrinos

1- Neutrinos têm carga elétrica nula e massa muito pequena (pelo menos seis ordens de grandeza menor do que a massa do elétron).

2- Como consequência da baixíssima massa, sua velocidade é muito próxima da velocidade da luz.

3- Os três tipos de neutrinos conhecidos experimentam apenas a ação das forças fraca e gravitacional.

4- São as mais numerosas partículas com massa da matéria comum.

5- São produzidos em função do chamado decaimento beta por diversas fontes: aceleradores, reatores nucleares, estrelas etc. O ser humano também emite neutrinos!

6- Devido à baixa probabilidade de interação, é estimado que apenas um neutrino proveniente do Sol deva interagir com uma pessoa em toda a sua vida, apesar do fluxo dessas partículas na Terra ser da ordem de 100 bilhões por centímetro quadrado por segundo.

7- Atualmente são conhecidos três tipos (ou sabores) de neutrinos. Ao se propagar ao longo do espaço, o neutrino pode oscilar entre esses tipos.

8- Há hipóteses de que possa haver mais sabores. Em particular, há predições teóricas que apontam para a existência do chamado neutrino estéril, que só interagiria por meio da força gravitacional.

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??????? ?????????, ??? //emiaow553.com/estudante-do-piaui-ganha-premio-na-suecia-com-projeto-inovador-para-monitorar-a-agua/ Mon, 02 Sep 2024 19:49:23 +0000 //emiaow553.com/?p=590173 Manoel José Nunes Neto conquistou prêmio em Estocolmo com rover aquático para o monitoramento de água de baixo custo

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O estudante brasileiro Manoel José Nunes Neto, de 17 anos, aluno de um colégio particular em Teresina/PI, venceu a premiação sueca que é considerada o Nobel da Ciência Jovem. Ele recebeu o maior número de votos na categoria internacional “People’s Choice Award” do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2024.

Manoel é o responsável pelo projeto “Rover aquático autônomo para monitoramento da qualidade da água: uma ferramenta portátil de baixo custo”.

O equipamento navega de forma autônoma em corpos hídricos a fim de coletar dados sobre a qualidade da água, realizando medições e transmitindo as informações para um banco de dados.

O estudante teve a orientação do professor Eduardo Alves da Silva Carvalho.

Sobre o Prêmio Jovem da Água de Estocolmo

Na premiação internacional, Manoel competiu com outros alunos de 15 a 20 anos de mais de 40 países. Todos os projetos buscam solucionar os desafios relacionados à água, ao meio ambiente e à sustentabilidade.

A cerimônia aconteceu em 27 de agosto, durante a Semana Mundial da Água de Estocolmo, na capital da Suécia.

O jovem venceu a etapa brasileira em junho, em uma cerimônia no Teatro do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília, Distrito Federal. Além disso, no país, a ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental) é quem promove a premiação.

A associação atua junto à Câmara Brasileira de Comércio na Suécia e do Programa Jovens Profissionais do Saneamento (JPS) — com mais de 1.300 participantes que desejam atuar com saneamento ambiental.

Criado em 1997 pelo Instituto Internacional de Águas de Estocolmo, o Prêmio Jovem da Água de Estocolmo tem como patrona a princesa Vitória da Suécia. Ele acontece anualmente em duas etapas: nacional, em cada um dos países participantes participantes, e internacional, com a grande final.

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???? ?????????????? //emiaow553.com/desertificacao-na-caatinga-reduz-em-mais-de-50-a-funcionalidade-do-solo/ Fri, 30 Aug 2024 13:40:56 +0000 //emiaow553.com/?p=589365 Pesquisa aponta que, ao recuperar o solo, é possível chegar a níveis de qualidade próximos aos que existiam antes da interferência humana

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Agência FAPESP*

Estudo publicado na revista Applied Soil Ecology analisou o impacto da desertificação da Caatinga e constatou que a degradação reduz em mais de 50% a funcionalidade do solo, reduzindo a capacidade de sustentar o crescimento das plantas e promover bem-estar humano e animal. Outra consequência apontada no artigo é a diminuição do sequestro de carbono.

A investigação foi conduzida por cientistas da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da Universidade de São Paulo (USP).

Foram analisadas 54 amostras de terra obtidas em temporadas de seca e de chuva, em três diferentes territórios do Núcleo de Desertificação de Irauçuba, no norte do Ceará, sendo que cada um deles conta com áreas de vegetação nativa, degradada e restaurada.

A redução de mais de 50% na funcionalidade do solo foi calculada por meio de diversas análises físicas, biológicas e químicas em áreas degradadas pela ação humana. Do ponto de vista físico, observou-se um solo bastante comprometido, principalmente pela compactação causada pelo pisoteio dos animais.

“Esse fenômeno reduz a porosidade, impedindo a infiltração de água e, consequentemente, acaba acelerando o processo de erosão do solo? explica Antonio Yan Viana Lima, doutorando na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, pesquisador do RCGI e primeiro autor do artigo.

“Do ponto de vista biológico, os indicadores de composição microbiana, teores de carbono e atividade enzimática mostraram-se favoráveis para o crescimento da vegetação e para o sequestro de carbono? detalha Lima. “Mas vimos pouca variação dos indicadores químicos entre as áreas estudadas, inclusive entre aquelas restauradas e degradadas. Isso demonstra que os componentes biológicos são importantes indicadores de saúde do solo, porque prontamente respondem a perturbações humanas? complementa.

“Nas áreas restauradas, constatamos que, ao impedir a ação do homem, é possível atingir índices físicos, químicos e biológicos próximos de sua composição original? conta Arthur Pereira, professor da UFC e coordenador do estudo.

As áreas restauradas, segundo ele, são campos que há mais de duas décadas foram totalmente cercados no intuito de impedir a ação do homem e a circulação de animais. Nesses campos, não foi plantada nenhuma espécie, porque a proposta era verificar como e se a vegetação conseguiria se regenerar naturalmente sem essas interferências.

“O interessante é que os resultados das análises nessas áreas, em todos os aspectos, foram muito próximos do que se viu nas áreas de vegetação nativa. Assim, ao longo de duas décadas, está sendo possível recuperar a saúde do solo, o que pode ser promissor ainda para o sequestro de carbono, uma vez que essas terras registraram maiores valores de estoques de carbono total e microbiano? afirma Pereira.

Metodologia

O estudo utilizou a ferramenta Soil Management Assessment Framework (SMAF) no semiárido. Usada para avaliar a saúde do solo, essa ferramenta se baseia em cálculos, realizados por algoritmos, que colocam os resultados dos fatores analisados em uma escala de 0 a 100, sendo 100 o mais positivo. E, a partir disso, chega a um número final que corresponde a um índice de saúde do solo.

O grupo de pesquisadores está agora expandindo a análise para os três outros núcleos de desertificação do semiárido, para verificar, com auxílio da SMAF, se a situação observada em Irauçuba representa toda a Caatinga e se há outras técnicas de recuperação de solos degradados.

Essas novas empreitadas estão sendo desenvolvidas no âmbito do projeto Caatinga Microbiome Initiative (CMI), uma iniciativa interinstitucional, criada em 2022, que envolve mais de 20 professores e pesquisadores do Brasil e do exterior, com o objetivo de estudar o microbioma da Caatinga e sua relação com a saúde do solo.

A pesquisa está inserida no escopo de vários projetos do programa Nature Based Solution do RCGI, que é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell, com apoio de diversas empresas. Dentre as iniciativas do centro está o projeto 53, que desenvolve sistemas agrícolas integrados, uma estratégia de criar em uma mesma área uma variedade de produções, respeitando a sazonalidade de cada uma das culturas.

O artigo Grazing exclusion restores soil health in Brazilian drylands under desertification process pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0929139323003050.

* Com informações do RCGI.

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??? ??? ?? ??? ??? ??? ?? //emiaow553.com/dinossauros-caminhavam-a-pe-entre-brasil-e-africa-mostram-pegadas/ Tue, 27 Aug 2024 19:05:59 +0000 //emiaow553.com/?p=588640 As pegadas foram encontradas preservadas em regiões próximas aos locais onde existiam antigos rios e lagos.

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Paleontólogos encontraram mais de 260 pegadas semelhantes (quase idênticas) de dinossauros que viviam no Brasil e na África, revelando que os dinossauros percorriam esse trajeto a pé. As pegadas encontradas no Brasil e em Camarões datam do período Cretáceo Inferior, há 120 milhões de anos, quando a América do Sul e a África ainda eram conectadas por terra.

Os paleontólogos encontraram as pegadas preservadas em regiões próximas aos locais onde existiam antigos rios e lagos. Em um estudo publicado na última segunda-feira (26), os pesquisadores revelaram que a maioria das pegadas pertence ao grupo de dinossauros terópodes (carnívoros bípedes).

Além dos terópodes, também há registros de pegadas de saurópodes (herbívoros de pescoço longo) e ornitísquios (herbívoros com bicos).

Pegadas de dinossauros encontradas no Brasil e na África

Pegadas idênticas de dinossauros de terópodes no Brasil e na África. Imagem: SMU/Divulgação

Pegadas mostram conexão geológica entre Brasil e África

De acordo com Louis Jacobs, pesquisador da Universidade Metodista do Texas, nos EUA, e coautor do estudo, as pegadas são similares em termos de idade, formato e contexto geológico.

“Uma das conexões geológicas mais recentes e mais estreitas entre a África e a América do Sul era a junção da ponta do nordeste do Brasil com a atual costa de Camarões. Os dois continentes se conectavam através desse trecho, permitindo que os animais de ambos os lados se locomovessem por eles? afirmou Jacobs.

Contudo, essa conexão entre os continentes começou a se desfazer há cerca de 140 milhões de anos, devido ao movimento das placas tectônicas. A separação gradual resultou na formação do Oceano Atlântico Sul. Assim, o movimento isolou a Brasil da África, impedindo o transito a pé de dinossauros entre as duas regiões.

As marcas dessa separação continental são visíveis nas chamadas bacias de meio-graben, encontradas em ambos os continentes. No nordeste do Brasil, por exemplo, a bacia de Sousa e a região de Borborema, na Paraíba, se ligavam à Bacia de Koum, no norte de Camarões.

Pegadas de dinossauros na paraíba

Pegadas de dinossauros preservadas na bacia de Sousa, na Paraíba. Imagem: Ismar de Souza Carvalho/Divulgação

O paleontólogo brasileiro Ismar de Souza Carvalho, coautor do estudo, foi responsável por registrar as pegadas de dinossauros no Brasil. De acordo com ele, as marcas são idênticas às que os pesquisadores encontraram na África.

As trilhas apresentam, portanto, uma narrativa sobre como os movimentos de enormes massas continentais criaram as condições ideais para os dinossauros.

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???????????,??????,????????? //emiaow553.com/casos-da-febre-do-oropouche-aumentaram-quase-200-vezes-neste-ano-comparados-a-ultima-decada/ Sat, 24 Aug 2024 22:59:40 +0000 //emiaow553.com/?p=587845 Dados preliminares publicados por pesquisadores brasileiros mostram que o patógeno passou por alterações que o tornaram mais agressivo, contribuindo para o ressurgimento da doença no Brasil entre 2023 e 2024

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Texto: Julia Moióli | Agência FAPESP

A epidemia atual de oropouche é causada por uma nova variante do arbovírus OROV capaz de se replicar até cem vezes mais do que a original e de evadir parte da resposta imune. As conclusões são de um estudo divulgado em versão pre-print (artigo sem revisão por pares) no repositório medRxiv.

A febre do oropouche faz parte do rol de doenças negligenciadas, como a malária e outras arboviroses (dengue, por exemplo). É transmitida por moscas hematófogas da espécie Culicoides paraensis e causa dor de cabeça, artralgia, mialgia, náusea, vômito, calafrios e fotofobia ?mas também pode levar a complicações mais graves, como hemorragia, meningite e meningoencefalite.

Em território nacional, foram detectadas infecções autóctones em áreas anteriormente não endêmicas nas cinco regiões, com casos relatados em 21 unidades federativas e aumento de quase 200 vezes na incidência (imagem produzida pela Agência FAPESP com base em gráficos do artigo)

Em território nacional, foram detectadas infecções autóctones em áreas anteriormente não endêmicas nas cinco regiões, com casos relatados em 21 unidades federativas e aumento de quase 200 vezes na incidência (imagem produzida pela Agência FAPESP com base em gráficos do artigo)

Apesar de documentada na América do Sul desde a década de 1950, a doença apresentou um aumento substancial de casos entre novembro de 2023 e junho de 2024 no Brasil, Bolívia, Colômbia e Peru. Em território nacional, foram detectadas infecções autóctones em áreas anteriormente não endêmicas nas cinco regiões, com casos relatados em 21 unidades federativas e aumento de quase 200 vezes na incidência em comparação com a última década.

Para investigar os fatores virológicos por trás desse ressurgimento, pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp), de São Paulo (USP), do Kentucky, do Texas (Estados Unidos) e da Federal de Manaus (Ufam), além do Imperial College London (Reino Unido) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), combinaram dados genômicos, moleculares e sorológicos de OROV do período entre 1º de janeiro de 2015 e 29 de junho de 2024, além de caracterização in vitro e in vivo, em um estudo financiado pela FAPESP (projetos 18/14389-0, 22/00723-1, 22/10408-6 e 23/11521-3).

O primeiro passo foi testar por PCR um grupo de 93 pacientes do Amazonas com doença febril não identificada e negativos para Malária, entre dezembro de 2023 e maio de 2024. O resultado foi positivo para OROV em 10,8% dos casos e, posteriormente, foi isolado o soro de sete pacientes em culturas de células.

Em seguida, esses isolados foram usados para avaliar a capacidade replicativa em diferentes células ?de primatas e humanos ?sempre em comparação com um isolado antigo de OROV. Por fim, foi avaliada a capacidde de ambos os vírus serem neutralizados por anticorpos presentes no soro de camundongos previamente infectados com o OROV e de humanos convalescentes para linhagens anteriores, infectados até 2016. Para isso, foi feito um teste de neutralização por redução de placas (PRNT50), que mede a redução do número de partículas virais viáveis formadas após a incubação com diferentes diluições do soro dos pacientes ou de camundongos.

“Percebemos que o novo OROV apresenta replicação aproximadamente cem vezes maior em comparação com o protótipo? explica Gabriel C. Scachetti, pesquisador do Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes (Leve) da Unicamp e um dos autores do estudo. “Além disso, produziu 1,7 vez mais placas, de tamanhos 2,5 vezes maiores, um indício de maior virulência.?/p>

“Também infectamos camundongos com as duas cepas e vimos que o vírus antigo não protege contra o novo ?a redução na capacidade de neutralização foi de pelo menos 32 vezes? completa Julia Forato, também autora e pesquisadora do Leve.

Saúde pública

“Além de traçar um panorama da epidemia de oropouche, o trabalho apresenta possíveis explicações para o aumento no número de casos, servindo de base para ações de controle epidemiológico? afirma José Luiz Proença Módena, professor do Instituto de Biologia da Unicamp (IB-Unicamp), líder do Leve e um dos coordenadores do estudo. “Se o novo vírus escapa da proteção em áreas com alta soroprevalência, há maior probabilidade de infecções e transmissão, inclusive com disseminação para outras regiões do Brasil, portanto precisamos confirmar e monitorar casos positivos e lançar mão de ferramentas para diminuir o risco de transmissão.?/p>

“Essa epidemia está longe de acabar e tem potencial de causar estragos em áreas onde não havia qualquer circulação do vírus? alerta o pesquisador.

As professoras Ester Sabino Camila Romano, ambas da Faculdade de Medicina da USP, participaram do estudo. William Marciel de Souza (Universidade de Kentucky) e Pritesh Jaychand Lalwani (Ufam e Fiocruz Manaus) também são coautores.

O artigo Reemergence of Oropouche virus between 2023 and 2024 in Brazil pode ser lido em: www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.07.27.24310296v1.

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??? ????????? //emiaow553.com/mortalidade-de-idosos-por-desnutricao-diminui-em-duas-decadas-no-brasil-mas-taxas-permanecem-elevadas/ Thu, 15 Aug 2024 19:56:51 +0000 //emiaow553.com/?p=586049 Taxa de mortalidade de idosos por desnutrição teve tendência geral de queda entre 2000 e 2021, mas redução não foi observada entre aqueles com mais de 80 anos

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Texto: Agência Bori

Highlights

  • Entre 2000 e 2021, mais de 93 mil idosos morreram por desnutrição proteico-calórica no Brasil
  • Condição afetou especialmente pessoas com 80 anos ou mais, do sexo masculino e analfabetas
  • A tendência geral foi de queda da taxa ao longo do período, mas se manteve estagnada na população acima de 80 anos

As taxas de mortalidade por desnutrição em idosos brasileiros tiveram tendência geral de queda nas últimas duas décadas. Porém, os números ainda são preocupantes, já que foram registrados mais de 93 mil óbitos no período de 2000 a 2021 e não houve redução da mortalidade por essa causa entre a população de 80 anos ou mais. As conclusões são de pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), publicadas em artigo na “Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia?nesta segunda (12).

A condição vitimou especialmente pessoas com 80 anos ou mais (63% do total) e analfabetas (33%). Entre toda a população acima de 60 anos, a maior taxa de mortalidade foi observada em 2006 ?quase 29 mortes por desnutrição a cada 100 mil habitantes ?e a menor, em 2021 ?cerca de dez mortes por essa causa para cada 100 mil habitantes.

O estudo analisou a tendência de mortalidade de idosos por desnutrição proteico-calórica, caracterizada como uma deficiência grave de proteínas e calorias devido ao consumo insuficiente por um longo período. Os autores reuniram dados de 2000 a 2021 do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), vinculado ao Departamento de Informática do SUS (DATASUS), e observaram as características da população afetada.

“São achados que, de um modo geral, nos surpreendem, visto que a desnutrição proteico-calórica é uma causa comum de óbito, sobretudo em idosos, mas que pode ser evitada? explica Ronilson Ferreira Freitas, pesquisador da UFAM e um dos autores do artigo. As taxas são maiores entre indivíduos do sexo masculino, o que indica possível negligência em relação a um estilo de vida saudável e a práticas de cuidado com a saúde. Para Freitas, os resultados evidenciam a necessidade de fortalecer uma abordagem de prevenção nos serviços de saúde.

O autor destaca a necessidade de mais estudos sobre o tema, avaliando as taxas por regiões e unidades da federação, assim como em estudos longitudinais. “?preciso entender melhor quem são e onde estão os idosos expostos a maior risco de desnutrição proteico-calórica, e identificar, no contexto atual, quais são as condições que aumentam o risco de tal evento?

No contexto da formalização de uma aliança global contra a fome e a pobreza, anunciada em 24 de julho em reunião de países do G20 no Brasil, a pesquisa pode contribuir na proposição de políticas públicas específicas para garantir uma alimentação adequada à população idosa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vivem no Brasil cerca de 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o que equivale a 15% da população.

Freitas ressalta a importância de que a sociedade e o Estado brasileiro se preparem para o aumento da parcela idosa da população. O autor cita o número crescente de pessoas idosas em instituições de longa permanência, que sobrevivem com poucas verbas públicas e dependem, muitas vezes, de doações da comunidade. “As características próprias do envelhecimento expõem a população mais longeva a um risco maior de desnutrição. É importante que as políticas públicas já existentes sejam discutidas e aprimoradas? conclui o pesquisador.

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