???? ??? ???(??) ?????????? / Vida digital para pessoas Mon, 30 Sep 2024 21:22:46 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png ?????? ??????????????????? / 32 32 ?33 ???? ???????????? //emiaow553.com/agua-com-gas-ou-sem-o-que-e-melhor-para-voce/ Mon, 30 Sep 2024 22:48:17 +0000 //emiaow553.com/?p=598950 A água, com ou sem gás, é sempre melhor do que sucos ou bebidas aromatizadas adoçadas artificialmente.

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Texto: Christian Moro / Charlotte Phelps / The Conversation

Água com gás ou sem gás? Essa é uma pergunta que você normalmente ouve em bares ou restaurantes. Você provavelmente tem uma preferência, mas será que há alguma diferença para a sua saúde escolher uma ou outra?

Se você adora a efervescência, veja aqui por que não precisa deixar de beber água com gás.

O que faz minha água gasosa?

Este artigo se concentra especificamente na comparação entre a água filtrada sem gás e a filtrada gaseificada. Água com gás, mineral, tônica e aromatizada são semelhantes, mas não são o mesmo produto.

As bolhas no líquido gaseificado são criadas pela adição de dióxido de carbono à água filtrada. Ele reage para produzir ácido carbônico, o que torna o conteúdo mais ácido (um pH de cerca de 3,5) do que a água sem gás (mais próxima do neutro, com um pH em torno de 6,5 a 8,5).

Qual bebida é mais saudável?

A água é a melhor maneira de hidratar nosso corpo. Pesquisas mostram que, quando se trata de hidratação, seja com ou sem gás, são igualmente eficazes.

 Seja com gás ou sem gás, a água é a maneira mais saudável de se hidratar.

Seja com gás ou sem gás, a água é a maneira mais saudável de se hidratar. Imagem: Christian Moro

Algumas pessoas acreditam que a água é mais saudável quando vem de uma garrafa lacrada. Mas, em países, como a Austrália, em que a água da torneira é monitorada com muito cuidado essa questão é inócua. Ao contrário do líquido engarrafado, ela também tem o benefício adicional do flúor, que pode ajudar a proteger as crianças pequenas contra cáries dentárias.

A água, com ou sem gás, é sempre melhor do que sucos ou bebidas aromatizadas adoçadas artificialmente.

A água com gás não é ruim para meus dentes e ossos?

Não há evidências de que ela prejudique os ossos. Embora o consumo excessivo de refrigerantes esteja associado ao aumento de fraturas, isso se deve em grande parte à associação com taxas mais altas de obesidade.

A água com gás é mais ácida do que a oponente, e a acidez pode amolecer o esmalte dos dentes. Normalmente, isso não é motivo de preocupação, a menos que seja misturada com açúcar ou frutas cítricas, que têm níveis muito mais altos de acidez e podem causar prejuízos nos dentes.

Entretanto, se você range os dentes com frequência, o amolecimento pode aumentar os danos causados. Se estiver fazendo um processo de clareamento caseiro, a água com gás pode descolorir seus dentes.

Na maioria dos outros casos, seria necessário que uma grande quantidade de água com gás passasse pelos dentes, por um longo período de tempo, para causar algum dano perceptível.

Como a água potável afeta a digestão?

Há uma concepção errônea de que beber água (de qualquer tipo) em meio a uma refeição é ruim para a digestão.

Embora, teoricamente, a água possa diluir o ácido estomacal (que decompõe os alimentos), a prática de bebê-la não parece ter nenhum efeito negativo. Seu sistema digestivo simplesmente se adapta à consistência da refeição.

Algumas pessoas acham que as bebidas gaseificadas causam algum desconforto estomacal. Isso se deve ao acúmulo de gases, que pode causar inchaço, cólicas e desconforto. Para pessoas com bexiga hiperativa, a acidez também pode agravar o sistema urinário.

É interessante notar que o ?a href="//pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34399552/">zumbido?efervescente que você sente na boca com a água com gás desaparece quanto mais você a bebe.

A água fria é mais difícil de digerir?

E quanto à temperatura?

Há, surpreendentemente, poucos estudos sobre o efeito de beber água fria em comparação com a temperatura ambiente. Algumas evidências apontam que a água mais fria (a dois graus Celsius) pode inibir as contrações gástricas e retardar a digestão. A água gelada pode contrair os vasos sanguíneos e causar câimbras.

No entanto, outras pesquisas sugerem que beber água fria pode aumentar temporariamente o metabolismo, pois o corpo precisa gastar energia para aquecê-la até a temperatura corporal. Esse efeito é mínimo e é improvável que leve a uma perda de peso significativa.

Qual água vence?

O ponto principal é que a água é essencial, nos hidrata e tem inúmeros outros benefícios para a saúde. A água, com ou sem gás, sempre será a bebida mais saudável a ser escolhida.

E se você estiver preocupado com qualquer impacto sobre o esmalte dos dentes, um truque é tomar um pouco de água sem gás após beber a água com gás. Isso ajuda a enxaguar os dentes e a fazer com que a acidez da boca volte ao normal.

Este artigo foi originalmente publicado em Inglês

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??? ?????? ?? ?? ??? ?? ????????,??????,????????? //emiaow553.com/antirressaca-cientistas-criam-gel-que-nao-deixa-voce-ficar-bebado/ Sun, 26 May 2024 14:31:01 +0000 //emiaow553.com/?p=571753 Gel antirressaca é feito à base de proteínas do leite e nanopartículas de ouro e ferro. Ele é capaz de neutralizar os efeitos do álcool

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Cientistas do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, desenvolveram um gel revolucionário que promete evitar a ressaca. A substância, à base de proteínas do leite e nanopartículas de ouro e ferro, tem a capacidade de neutralizar os efeitos do álcool no organismo. Mas há um porém: o gel também impede que você fique bêbado.

Funciona da seguinte forma: ele atua diretamente no trato digestivo, quebrando o álcool em ácido acético antes que ele alcance a corrente sanguínea.

Dessa forma, o fígado não precisa passar pela etapa tóxica do acetaldeído, responsável pelos sintomas da ressaca. No entanto, como o álcool só faz efeito após entrar na circulação sanguínea, o gel impede que você fique embriagado.

Embora a impossibilidade de ficar bêbado possa ser vista como uma desvantagem, há situações em que isso pode ser útil. Por exemplo, para quem aprecia o sabor de drinks, vinhos e cervejas, mas não deseja os efeitos alcoólicos, o gel é uma alternativa.

Além disso, pessoas com intolerância genética ao acetaldeído, mais comum em algumas populações do leste da Ásia, podem se beneficiar dessa tecnologia.

Os pesquisadores realizaram os testes iniciais em ratos, com resultados promissores. Agora, resta saber se essa inovação chegará às prateleiras e se será adotada por aqueles que buscam curtir a vida sem os incômodos da ressaca. A pesquisa foi publicada na revista Nature Nanotechnology.

Além do gel antirressaca, álcool pode fazer bem?

O consumo de álcool é um dos hábitos mais longevos da humanidade, registrado há pelo menos 10 mil anos. Porém, o consumo exagerado do álcool tem malefícios bem estabelecidos.

Por outro lado, diversos estudos publicados recentemente mostram que a ingestão moderada de bebidas alcoólicas até pode reduzir o risco de doença cardíaca, diabetes e até mesmo demência.

Uma pesquisa, feita pelo Instituto Central de Saúde Mental de Mannheim, na Alemanha, apontou que pessoas com 75 anos ou mais que bebem diariamente uma cerveja ou uma taça de vinho correm menor risco de demência senil.

A equipe chegou a essa conclusão após analisar mais de 3 mil pessoas dessa faixa etária, sem sinais de demência, que se consultaram com um clínico geral. Os cientistas acompanharam o grupo depois de 18 meses e, novamente, depois de três anos. Nesse período, apenas 217 indivíduos desenvolveram demência.

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?????? ???? ?????????,??????,????????? //emiaow553.com/lingua-eletronica-pode-detectar-vinho-estragado-antes-que-os-humanos/ Thu, 18 Apr 2024 15:36:41 +0000 //emiaow553.com/?p=564822 Por detectar microrganismos que contaminam vinhos rapidamente, língua eletrônica pode auxiliar produtores no controle de qualidade da bebida

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Uma língua eletrônica conseguiu identificar que um vinho branco estava estragado durante um experimento na Universidade Estadual de Washington, nos EUA. No experimento, o dispositivo demonstrou capacidade de detectar microrganismos na bebida uma semana após a contaminação. 

Em comparação, uma pessoa levou cerca de quatro semanas a mais para notar a mudança de aroma do vinho. As descobertas foram publicadas na revista Journal of Food Science.

Como funciona a língua eletrônica

Embora receba o nome de língua eletrônica (ou e-tongue), o dispositivo não se parece com uma língua humana. Na verdade, a semelhança está apenas nas sondas sensoriais, organizadas em forma de filamentos.

Mas visualmente, a língua eletrônica é apenas uma máquina em um laboratório. Quando imersa em um líquido, os seus sensores conseguem analisar a presença de algumas substâncias e microrganismos. Veja, abaixo:

Língua eletrônica pode detectar vinho estragado antes que os humanos

(Imagem: Universidade Estadual de Washington/ Reprodução)

De acordo com Carolyn Ross, cientista que desenvolveu o dispositivo, a língua eletrônica pode tirar um tipo de “impressão digital” de um vinho. Isso porque coleta diversas informações que interessam aos produtores da bebida.

Nos experimentos realizados para teste do dispositivo, os pesquisadores adicionaram intencionalmente quatro micróbios a diferentes garrafas de vinho branco Riesling. Os microrganismos em questão são contaminantes comuns desse tipo de bebida, geralmente deteriorando o líquido e causando odores desagradáveis.

Então, os cientistas treinaram 13 voluntários para reconhecer os aromas positivos e negativos do vinho. Eles analisaram tanto a bebida pura quanto amostras contaminadas, que foram armazenadas de sete a 42 dias.

Enquanto eles levaram ao menos 35 dias de armazenamento para detectar a contaminação do vinho, a língua eletrônica fez o mesmo em apenas sete dias.

Qualidade do vinho

Além de reconhecer os microrganismos contaminadores do vinho, a e-tongue também identificou os micróbios cultivados a partir do vinho em uma placa de Petri. Junto com a análise do aroma, esses são os dois métodos que os vinicultores tradicionalmente utilizam para identificar possíveis defeitos do vinho.

Dessa forma, Ross acredita que a língua eletrônica possa ser um aliado dos produtores de vinho. Porém, de acordo com a pesquisadora, o dispositivo é apenas um complemento aos métodos já utilizados, não um substituto.

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?? ?????? ??????? 2024??? ??? ?? //emiaow553.com/estudo-associa-consumo-de-energeticos-a-problemas-de-saude-mental/ Wed, 17 Jan 2024 20:33:33 +0000 /?p=546736 Como são mais consumidos por jovens, cientistas pedem proibição de venda por idade, a fim de preservar saúde mental

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o Uma revisão científica revelou que o consumo de energéticos está associado a um aumento no risco de problemas de saúde mental em crianças e jovens. Por exemplo, sintomas de depressão e ansiedade podem ter uma correlação com a ingestão em excesso dessas bebidas.

Embora seja um estudo observacional, é considerado pelos pesquisadores como o mais abrangente até o momento. Os resultados foram publicados na revista Public Health.

Entenda o contexto

Em geral, os energéticos possuem altas doses de cafeína e açúcar ou adoçantes artificiais. Além disso, também costumam conter outros ingredientes que fornecem energia, como taurina, guaraná, inositol ou creatina. 

No entanto, a quantidade dessas substâncias pode ultrapassar os limites saudáveis. De acordo com um estudo de 2015, uma bebida energética geralmente contém de 80 a 150 miligramas de cafeína em cerca de 240 mililitros. Enquanto isso, uma xícara de café coado contém, em média, cerca de 95 miligramas.

Como agravante do cenário, esse tipo de líquido é mais consumido entre pessoas de 13 a 35 anos, especialmente do sexo masculino. Frente a necessidade de compreender quais os efeitos dessas bebidas no desenvolvimento de uma pessoa, cientistas realizaram uma revisão bibliográfica extensa.

O que diz a nova pesquisa

No total, os pesquisadores analisaram dados de 57 estudos. Entre eles, acompanharam informações de mais de 1,2 milhão de crianças e jovens, com origem em 16 países.

Assim, encontraram uma relação entre o consumo de energéticos e a incidência de problemas de sono, pressão alta, índice de massa corporal (IMC) acima da média, dieta inadequada, palpitações cardíacas e problemas dentários.

Além das consequências físicas, também identificaram que a ingestão corriqueira desse tipo de líquido poderia desencadear alterações psicológicas. Como por exemplo, sintomas depressivos, ansiedade, estresse grave, TDAH, distúrbios alimentares e aumento do risco de pensamentos suicidas.

Por fim, a revisão dos artigos também permitiu identificar que o consumo de energéticos aumentam a probabilidade de comportamentos de risco. Por exemplo, fumar, beber álcool e usar outros tipos de drogas.

“A evidência é clara de que as bebidas energéticas são prejudiciais para a saúde mental e física de crianças e jovens, além de seu comportamento e educação”, afirmam os autores no artigo.

Para eles, é necessário agir por meio de políticas públicas. Por exemplo, o Reino Unido proibiu a venda de energéticos para crianças menores de 16 anos desde 2018.

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??? ??? ???? ??????????????? //emiaow553.com/melhorias-a-vista-na-tiquira-uma-aguardente-de-mandioca/ Mon, 14 Aug 2023 13:32:42 +0000 /?p=511531 Pesquisadores propõem ajustes nos métodos de produção de bebida típica do interior do Maranhão

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Texto: Carlos Fioravanti/Revista Pesquisa Fapesp

Em agosto de 2021, para avaliar os métodos de produção artesanal de tiquira, aguardente fermentada e destilada feita a partir da mandioca, típica do Maranhão, o físico Rafael Almeida, do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), visitou a cooperativa dos produtores no município de Urbano Santos, a 260 quilômetros da capital do estado. Assim que entrou na sala de fermentação, sentiu um cheiro de ácido acético, o principal componente do vinagre, forte a ponto de fazer seus olhos lacrimejarem. Para ele, era um sinal claro de que havia passado o tempo de encerrar a fermentação e o álcool se degradava em compostos indesejados.

Entre alguns produtores de outros oito municípios maranhenses, as condições de produção e higiene eram similares ?ou rústicas, como ele definiu. A partir dessas observações, Almeida esboçou um plano: reunir-se assim que possível com os produtores com quem conversou para apresentar-lhes o diagnóstico e as possibilidades de aprimoramento dos métodos de produção, elaborados com Jaqueline Silva Nascimento, que fez o mestrado orientada por ele.

Graduada em turismo, ela examinou a possibilidade de os produtores obterem o registro de Indicação Geográfica, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para produtos que refletem culturas ou modos de produção específicos. Os resultados de sua pesquisa foram publicados em julho na revista Cadernos de Prospecção.

Bolores de diferentes crescem sobre os beijus ao ar livre, durante três a cinco dias, em uma das etapas de produção da tiquira

Bolores de diferentes crescem sobre os beijus ao ar livre, durante três a cinco dias, em uma das etapas de produção da tiquira. Imagem: Jaqueline Nascimento/IFMA

“?possível melhorar os processos de produção com ajustes simples. Por exemplo, lavando o alambique com uma solução de suco de limão para reduzir o risco de contaminação por cobre? observa Almeida. Outra sugestão é a instalação de equipamentos para a verificação do teor de álcool e outros componentes da bebida, criada por povos indígenas e chamada inicialmente cauim, que começou a ser destilada somente com a chegada dos colonizadores europeus.

Diferentemente da aguardente de cana-de-açúcar, elaborado com uma única espécie de levedura (Saccharomyces cerevisiae), a tiquira resulta da fermentação ?a transformação das moléculas de glicose do amido da mandioca em álcool –por fungos e leveduras nativos, que crescem sobre a massa seca de mandioca (ver abaixo). A diversidade de linhagens dos agentes responsáveis pela fermentação pode causar a perda parcial ou total da produção e modificar as características da bebida.

O químico do IFMA Francisco Albuquerque Bastos coletou, isolou e cultivou amostras do fungo Aspergillus niger, usado para produzir tiquira em alambiques de Urbano Santos. Em seu mestrado, concluído em 2013 na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), ele usou-as para produzir a bebida, controlando a temperatura, a acidez e as proporções entre os ingredientes. Como resultado, reduziu o tempo de produção para 136 horas (quase seis dias), bem menos que os 20 dias do método artesanal, com teor alcoólico de 38,2%, dentro do permitido pela legislação, de 36% a 54% (o da cachaça varia de 38% a 48% e o da vodca de 36% a 54%). O ciclo poderia ser encurtado ainda mais, para 25 horas, com enzimas especializadas para transformar a glicose em álcool, resultando em um líquido transparente com 40,2% de teor alcoólico. Bastos também visitou os produtores em 2021 e 2022, com Almeida ou Nascimento.

Em seu mestrado na Universidade de Brasília (UnB), Igor Albuquerque de Souza, graduado em farmácia, usou o fungo Aspergillus oryzae ?a mesma espécie utilizada há séculos para produzir saquê no Japão a partir do arroz ? para fermentar a mandioca. O processo, como o de Bastos, também durou de cinco a sete dias, com teor de álcool no limite do permitido (54%). Mas ainda havia problemas a serem resolvidos, como o teor de metanol, um tipo de álcool indesejável, que se concentra no início da destilação e estava acima do permitido pela legislação, como detalhado em um artigo de agosto de 2016 na Journal of Agricultural Science.

“Em nossa produção predomina o fungo Aspergillus? observa o engenheiro- agrônomo João Paulo Rodrigues da Silva, responsável técnico da Cooperativa dos Produtores de Tiquira e Agricultores Familiares de Guaribas de Urbano Santos (Cooptaf Guaribas). A tiquira é produzida em um prédio construído com apoio da prefeitura de Urbano Santos, em funcionamento desde 2016, e está registrado no Ministério da Agricultura desde abril de 2022.

Pesquisadores do IFMA examinam a fermentação do beiju

Pesquisadores do IFMA examinam a fermentação do beiju. Imagem: Jaqueline Nascimento/IFMA

Silva concluiu que várias espécies de Aspergillus podem participar da fermentação da tiquira, porque varia do amarelo ao marrom a cor do mofo nos beijus, discos feitos de massa de mandioca desidratada e assada; o líquido resultante da prensagem da mandioca, por causa da alta concentração de ácido cianídrico, é descartado. Os fungos do ar atacam os beijus e crescem na sala de fermentação durante três a cinco dias, cobrindo-os com cores diferentes.

Mas os resultados são incertos: “Às vezes, como não sabemos exatamente a espécie de fungo que está fermentando a mandioca, fazemos tudo e não sai nada? ele comenta. Nesses casos, todo o material é descartado e o trabalho de duas semanas perdido.

Situações como essa mostram a necessidade da identificação e isolamento dos fungos. Os pesquisadores sugerem, por exemplo, que os produtores reservem, após cada destilação bem-sucedida, a massa de fungos do fundo das dornas de destilação e a reaproveitem na destilação seguinte ?e do controle mais preciso das condições de produção, como a temperatura, o tempo e as proporções entre os ingredientes.

Destilação, etapa final da produção

Destilação, etapa final da produção. Imagem: Jaqueline Nascimento/IFMA

A quantidade de beijus fornecidos pelos sócios da cooperativa varia, porque muitos preferem eles mesmos fazerem a tiquira e vender no comércio local. “Aumentou muito a produção de mandioca e a procura pela tiquira? observa Silva. A bebida também é produzida no Maranhão com enzimas industriais. O preço da garrafa de 700 mililitros varia de R$ 15, diretamente do produtor, a R$ 180 reais, em empórios on-line.

O biólogo José Guilherme Prado Martin, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), valoriza a rusticidade da produção artesanal, já que a diversidade de fungos poderia enriquecer os sabores e os aromas, como nos queijos. Mas faz um alerta importante: “Na produção de bebidas artesanais, quanto maior a exposição a ambientes abertos, maior o risco de contaminação?

Coautor de um artigo sobre a produção de comidas e bebidas fermentadas no Brasil publicado em setembro de 2022 na Journal of Ethnic Foods, Martin comenta que os fungos estão associados a toxinas, mas eles só as produzem em condições específicas de acidez, umidade, temperatura ou de competição com outros organismos.

Bebida já era conhecida dos povos nativos

Receitas e fungos usados na produção da tiquira variam desde o século XVII

Produção do cauim, com enzimas da saliva, retratada no livro Les Singularités de la France antarctique, de André Thevet, 1558

Produção do cauim, com enzimas da saliva, retratada no livro Les Singularités de la France antarctique, de André Thevet, 1558. Imagem: Archive.org

Descritas por viajantes desde o século XVII, as bebidas fermentadas de amido do norte do Brasil estavam associadas a um único modo de produção: o acréscimo da saliva, que contém amilase, à massa da mandioca mastigada pelos povos nativos e depois deixada em um recipiente para fermentar. Amilase é uma enzima que decompõe o amido.

Em 1994, o botânico norte-americano Terry Henkel, da Universidade Estadual de Humboldt, nos Estados Unidos, percorreu as aldeias dos povos Wai Wai e Wapisiana na Guiana e identificou outro método. Como detalhado em um artigo publicado em março de 2004 na Economic Botany, os indígenas cobriam a massa de mandioca com folhas de pau-pólvora (Trema micrantha), sobre as quais cresciam fungos do gênero Rhizopus, também aptos a digerir o amido; depois de alguns dias as folhas com o bolor branco eram trituradas e acrescentadas à massa.

O ecólogo italiano Alessandro Barghini circulou mais nas terras indígenas. Entre os anos 1970 e 2010, como consultor de projetos de eletrificação rural, ele conta que conheceu os Ticuna, Yanomami, Macuxi e outros grupos da Amazônia. “Os visitantes tinham de tomar os fermentados para serem aceitos? conta. Uma das bebidas produzidas geralmente com saliva era o tarubá, leitoso ?não fermentado e depois destilado, como a tiquira ?ainda produzido no Maranhão, Alagoas e Piauí.

“As bebidas produzidas com fermentos locais poderiam levar os aromas e sabores da Amazônia para outras regiões? sugere Barghini. “Precisamos valorizar o conhecimento tradicional.?Em um artigo publicado em novembro de 2022 no Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi ?Ciências Humanas, ele relata ter encontrado 43 receitas de fermentação de mandioca para a produção de tiquira e tarubá ?as primeiras descrições são de 1667, de jesuítas. Os povos que produzem as bebidas hoje encontram-se na Nicarágua e norte da América do Sul (Colômbia, Venezuela, Guianas, Suriname, Equador, Peru e Brasil). Os fungos identificados são A. niger e A. oryzaeNeurospora crassa e N. sitophilaPaecilomyces sp. e Penicillium porpurogenum, além de Rhizopus.

“Esses estudos trazem perspectivas interessantes sobre o estudo da alimentação indígena? comenta o arqueólogo Eduardo Góes Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP). “Sei de grupos que ainda fazem caxiri e caiçuma [outras bebidas fermentadas, mas não destiladas, à base de mandioca] ou chicha [com milho], como os Tikuna no alto Solimões, os Macuxi em Roraima, os Palikur no Oiapoque e os Tupari em Rondônia. Os ingredientes mudam, mas o princípio é o mesmo.?/p>

Artigos científicos
ALMEIDA, R. M. et al. Aguardente de mandioca tiquira: Um potencial de Indicação Geográfica para o estado do MaranhãoCadernos de Prospecção. v. 16, n. 5, p. 1728-41. 1° jul. 2023.
BARGHINI, A. Novos dados sobre a fermentação amilolítica na AmazôniaBoletim do Museu Paraense Emílio Goeldi ?Ciências Humanas. v. 17, n. 2. 14 nov. 2022.
HENKEL, T. W. Manufacturing procedures and microbiological aspects of Parakari, a novel fermented beverage of the wapisiana amerindians of GuyanaEconomic Botany. v. 58, p. 25-37. mar. 2004.
LIMA, T. T. M. et al. Traditional Brazilian fermented foods: Cultural and technological aspectsJournal of Ethnic Foods. v. 9, 35, p. 1-15. 2 set. 2022.
SOUZA, I. de et al. Cassava biomass transformation by Aspergillus oryzaeJournal of Agricultural Science. v. 8, p. 37. ago. 2016.

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???????????, ????????????? //emiaow553.com/bebidas-adocadas-artificialmente-pode-estar-associado-ao-aumento-de-diabetes-no-brasil/ Fri, 14 Jul 2023 17:46:22 +0000 /?p=504090 Taxa de crescimento anual da doença é 4 vezes maior entre o público consumidor de sucos e refrigerantes light, diet e zero

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Texto: Agência Bori

Highlights

  • Pesquisa analisou prevalência de diabetes na população brasileira a partir de dados de consumo de refrigerantes normais, adoçados artificialmente e de grupo que não consome esses produtos
  • A taxa de crescimento anual da doença é quatro vezes maior entre o público consumidor de sucos e refrigerantes light, diet e zero, comparado a quem não consome
  • Os resultados vão ao encontro de recomendações da Organização Mundial da Saúde e a conclusões de estudos internacionais recentes

Mais de 100 mil novos casos anuais de Diabetes Mellitus poderiam ser evitados no Brasil se o consumo de refrigerantes e sucos diet, light ou zero fosse eliminado. A conclusão é de pesquisadores da Universidade Federal de Rio Grande (FURG), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), da Universidade Vale do Rio Doce (Univale) e da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), em artigo publicado no dia 6 de julho no periódico “Public Health?

O estudo analisou a relação entre o consumo de bebidas adoçadas artificialmente e a prevalência de diabetes na população brasileira a partir de dados de mais de 757 mil adultos de 2006 a 2020 do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. A análise comparou dados de pessoas que consumiam refrigerante normal, refrigerante diet, light e zero e que não consumiam nenhum destes produtos.

Segundo a pesquisa, a taxa de crescimento anual da doença foi quatro vezes maior entre o público consumidor de bebidas adoçadas artificialmente, como refrigerantes e sucos artificiais, enquanto quem não consome esses produtos teve um crescimento estável. A estimativa é de que 120 mil (40%) dos 300 mil novos casos de diabetes registrados por ano sejam relativos a quem consome essas bebidas.

“Esses resultados destacam a necessidade de medidas preventivas efetivas para lidar com a crescente prevalência de diabetes no Brasil. Reduzir ou eliminar o consumo de refrigerantes ou sucos adoçados artificialmente pode ser uma estratégia importante para reduzir o risco de diabetes e promover a saúde da população? declara Luana Marmitt, coautora do estudo.

Ainda existem algumas inconsistências nas evidências sobre a relação entre o consumo de bebidas adoçadas artificialmente e o desenvolvimento do diabetes, segundo a pesquisadora. Ainda assim, os resultados do estudo estão alinhados a estudos internacionais recentes e recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que sugerem evitar o consumo de bebidas artificiais.

De acordo com a pesquisadora, medidas como a taxação de bebidas artificiais poderiam contribuir para a redução de seu consumo. “Vários países, como México, Chile, Reino Unido e Estados Unidos conseguiram reduzir a compra, venda e consumo dessas bebidas após aumentar os impostos sobre elas. No Brasil, há poucos avanços nesse sentido, embora vários projetos de lei para taxar refrigerantes já tenham sido propostos desde 2016. Se aprovada, a reforma tributária em tramitação já pode trazer alterações nesse sentido.?/p>

Como próximos passos, Marmitt cita a importância de entender melhor a relação entre o aumento da quantidade de pessoas com diabetes e do consumo frequente de bebidas adoçadas artificialmente. “Como todo estudo está sujeito a erros de interpretação, e existem desenhos de estudos mais robustos para avaliar associações de causa e efeito, os próximos passos seriam o desenvolvimento de estudos longitudinais que possam confirmar as relações encontradas neste estudo e ajudar a desenvolver estratégias para prevenção e controle da doença? conclui a pesquisadora.

 

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????? ???? ???????????? ?? //emiaow553.com/agricultura-de-precisao-permite-obter-diferentes-vinhos-a-partir-de-uma-mesma-plantacao/ Mon, 10 Jul 2023 23:38:01 +0000 /?p=501371 Um mesmo vinhedo da variedade Syrah proporcionou vinhos distintos, com a identificação de áreas onde as plantas tiveram maior e menor vigor

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Texto: André Julião, de Itobi (SP) | Agência FAPESP

Quem olha as fileiras uniformes de videiras numa vinícola não consegue encontrar diferenças entre as plantas. No entanto, mesmo num pequeno talhão, o solo e as parreiras possuem uma série de características variáveis que, por sua vez, produzem uvas com características diferentes e, consequentemente, dão origem a vinhos distintos. Essas variações, porém, são evidentes apenas com o uso de instrumentos que detectam até mesmo as mais sutis diferenças no solo e nas folhas das videiras.

Um projeto apoiado pela FAPESP e coordenado por cientistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está mapeando essas áreas em duas vinícolas do interior de São Paulo. A Casa Verrone, em Itobi, e a Terras Altas, em Ribeirão Preto.

Colheitas separadas dentro de um mesmo talhão já proporcionaram vinhos experimentais distintos entre si nas duas vinícolas. Isso porque, a depender das condições do solo e das plantas, as uvas podem ter mais ou menos açúcares, ácidos ou compostos fenólicos. E mesmo a graduação alcoólica do vinho resultante pode variar.

O aluno de graduação Victor Gambardella faz medidas do solo na plantação de uvas Syrah da Casa Verrone. Agricultura de precisão permite gerir melhor o uso de água e fertilizantes

O aluno de graduação Victor Gambardella faz medidas do solo na plantação de uvas Syrah da Casa Verrone. Agricultura de precisão permite gerir melhor o uso de água e fertilizantes (foto: Guilherme Lima/Embrapa Instrumentação)

O estudo abre caminho para a criação de produtos diferenciados, com maior valor agregado e características desejáveis, sem que seja necessário abrir novas áreas de plantio. Permite ainda uma melhor gestão da água e de fertilizantes.

O projeto ajuda também a impulsionar os chamados vinhos de inverno, que estão ganhando mercado na última década e são produzidos em regiões onde historicamente não eram fabricadas essas bebidas finas, como São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso e Tocantins.

Com a técnica da dupla poda, desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em vez de colher as uvas no fim do verão (entre janeiro e março), quando há mais chuva e doenças, os produtores fazem a colheita entre junho e agosto. Nesse período, há menos pluviosidade e uma maior amplitude térmica, com dias quentes e noites frias. Ideal para as uvas viníferas.

“Usamos diversas medidas para avaliar a variabilidade que os vinhedos apresentam de forma natural para que, a partir disso, o enólogo possa tirar vantagens de alguma característica em particular do vinho produzido a partir de determinada parte do vinhedo. É o que chamamos de vitivinicultura de precisão? explica Luís Henrique Bassoi, pesquisador da Embrapa Instrumentação, em São Carlos, e coordenador do projeto.

A enóloga Isabella Magalhães compara dois vinhos feitos a partir de uma mesma área de uvas Syrah, na Casa Verrone, em Itobi (foto: Guilherme Lima/Embrapa Instrumentação)

A enóloga Isabella Magalhães compara dois vinhos feitos a partir de uma mesma área de uvas Syrah, na Casa Verrone, em Itobi (foto: Guilherme Lima/Embrapa Instrumentação)

Além das duas vinícolas paulistas, são parceiros do projeto a Epamig, unidade Uva e Vinho, em Caldas (MG), que desenvolveu a técnica da dupla poda no início dos anos 2000, e a Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista (FCA-Unesp), em Botucatu, onde Bassoi é professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola.

“No manejo tradicional, a elevada pluviosidade pode obrigar a uma colheita precoce no verão, sem que as uvas completem todo o seu processo de maturação. Com a dupla poda, deslocamos o período de maturação para o outono e inverno, quando temos na região Sudeste a condição de baixa umidade atmosférica e elevada amplitude térmica, que permite o avanço da maturação? explana Renata Vieira da Mota, coordenadora do Programa Estadual de Pesquisa em Vitivinicultura da Epamig e pesquisadora associada do projeto.

Segundo Mota, as baixas temperaturas noturnas contribuem para o equilíbrio no teor de ácidos e a formação dos compostos fenólicos, responsáveis pela cor e estrutura do vinho. “Dessa forma, conseguimos extrair todo o potencial qualitativo da uva no processo de elaboração do vinho de inverno? completa.

Diferenças na taça

Na Casa Verrone, propriedade de 35 hectares há 40 anos na família, o vitivinicultor Márcio Verrone cultiva 15 hectares de uvas viníferas e para suco desde 2008. Com o projeto iniciado em 2019, desde 2021 apoiado pela FAPESP, as perspectivas são as melhores possíveis.

“Dentro de uma mesma área foi possível dividir uma parte de alta qualidade e outra com menos. Podemos, por exemplo, usar as uvas da primeira para produzir um vinho especial, até mesmo com um selo de agricultura de precisão ou algo do tipo. Esse vinho pode ainda ser usado num corte [mistura], de forma a elevar o padrão do vinho da outra área. As possibilidades são muitas? projeta Verrone.

Ricardo Baldo, diretor da Vinícola Terras Altas, em Ribeirão Preto, afirma que já usa o vinho das melhores áreas para cortes com os das outras. Em breve, com o mapeamento de toda a propriedade, espera criar produtos exclusivos, a partir dos frutos dos melhores talhões da vinícola.

“Graças à vitivinicultura de precisão, também podemos gerir melhor o uso da água e de fertilizantes. Sabemos quais áreas precisam de mais, menos ou mesmo nenhum desses recursos, fazendo um uso inteligente deles? relata.

Na Casa Verrone, as duas partes da mesma área da variedade Syrah, de cerca de 1,1 hectare, foram identificadas a partir do cruzamento de informações sobre umidade e condutividade elétrica aparente do solo, além de medidas nas plantas como porometria (que indica o quanto as folhas estão transpirando), teor de clorofila e índices vegetativos (medidos por sensores carregados pelos próprios pesquisadores, embarcados em um drone ou mesmo em um satélite).

Além de sensores carregados pelos próprios pesquisadores e mesmo embarcados em satélites, um drone faz voos próximos da plantação para realizar medidas que ajudam a estimar o teor de clorofila e os índices vegetativos das videiras

Além de sensores carregados pelos próprios pesquisadores e mesmo embarcados em satélites, um drone faz voos próximos da plantação para realizar medidas que ajudam a estimar o teor de clorofila e os índices vegetativos das videiras (foto: Guilherme Lima/Embrapa Instrumentação)

Com os resultados, a área foi dividida entre a que proporcionava um alto e um baixo vigor vegetativo, que é o quanto a planta produz de biomassa, entre outras características bioquímicas.

A enóloga Isabella Magalhães, da Casa Verrone, apresentou à reportagem da Agência FAPESP os dois vinhos experimentais obtidos das áreas de alto e de baixo vigor vegetativo. A chamada microvinificação, numa escala menor do que a industrial, foi feita no Núcleo Tecnológico Uva e Vinho da Epamig, em Caldas (MG).

“Ambos têm uma cor rubi, porém, mais delicada no vinho da área de alto vigor vegetativo e mais intenso no de baixo vigor. Enquanto no primeiro consigo sentir no nariz frutas frescas, podendo levar esse vinho para envelhecer em barrica, no outro tenho um vinho para ser tomado mais jovem, em todo o seu vigor? compara Magalhães, enquanto degusta os dois produtos.

O doutorando Anderson Pereira colhe medidas por meio de um porômetro. O instrumento estima a transpiração das folhas por meio de sensores de umidade e temperatura

O doutorando Anderson Pereira colhe medidas por meio de um porômetro. O instrumento estima a transpiração das folhas por meio de sensores de umidade e temperatura (foto: Guilherme Lima/Embrapa Instrumentação)

O projeto conta com os doutorandos Larissa Farinassi e Anderson Pereira, da FCA-Unesp, e os estagiários Victor Nogueira, Gabriel Ferreira, Victor Gambardella e Augusto Sorrigotti, graduandos em engenharia agronômica no Centro Universitário Central Paulista (Unicep), em São Carlos.

Para Bassoi, além da capacitação de mão de obra, o projeto traz inovação ao setor, levando a agricultura de precisão, bastante presente em culturas como café, soja e cana-de-açúcar, para a viticultura, em que ainda é incipiente no Brasil.

“Nossa ideia é trazer um novo parâmetro para os produtores poderem alavancar seus produtos no mercado, que ainda tem muito preconceito com os vinhos nacionais. Temos produtos de alta qualidade? encerra o pesquisador.

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????? ???? //emiaow553.com/alcool-acompanha-a-humanidade-desde-o-surgimento-de-cidades-e-agricultura/ Fri, 09 Jun 2023 16:45:03 +0000 /?p=495421 Há 10 mil anos, chineses faziam uma bebida fermentada a partir de uma mistura de arroz, mel e frutas

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Texto: Marcos Pivetta/Revista Pesquisa FAPESP

Há cerca de 10 mil anos, no chamado período Neolítico, marcado pelo surgimento dos esboços das primeiras cidades e início do processo de domesticação de plantas para a nascente agricultura, o homem provavelmente passou a conviver mais intimamente com um elemento constituinte dessa nova sociedade: as bebidas alcoólicas fermentadas (os destilados apareceriam milênios mais tarde). Em 2004, a equipe do arqueólogo norte-americano Patrick McGovern, da Universidade Estadual da Pensilvânia, detectou por métodos químicos resíduos de um fermentado elaborado a partir de uma mistura de arroz, mel e frutas, que poderia modernamente ser definido como algo entre um vinho e um saquê, em pedaços de vasos de 9 mil anos atrás encontrados no sítio arqueológico de Jiahu, no centro-leste da China. Esse é o registro mais antigo conhecido da produção de uma bebida alcoólica.

Em sua longa história, o álcool se tornou a droga psicoativa mais difundida nas sociedades. Ligadas ao convívio social, a rituais metafísicos ou a cerimônias religiosas, as bebidas estiveram presentes em todas as civilizações do passado e hoje permanecem aceitas na maioria dos países, com exceção de pouco mais de uma dezena de nações islâmicas. Na Mesopotâmia, há cerca de 6 mil anos, os sumérios já consumiam vinho e cerveja, hábito imortalizado em desenhos feitos em tabletes de pedra. No Antigo Egito, a cerveja era a bebida do povo e o vinho da elite.

A Antiga Grécia e depois Roma, com sua enorme influência cultural, difundiram e legitimaram o hábito de beber, sobretudo vinho, no Ocidente. O termo de origem grega simpósio, hoje usado para designar encontros intelectuais com a finalidade de discutir algum tema, significa originalmente beber junto ?e era isso que homens influentes faziam à mesa após festivas refeições em casas abastadas. O cristianismo também teve um papel importante na disseminação do vinho. Na Bíblia, a planta mais citada é a videira e o primeiro milagre atribuído a Jesus é a transformação da água em vinho, bebida que, posteriormente, seria adotada como o sangue de Cristo na cerimônia da eucaristia.

Pintura de Baco, o deus grego do vinho.

Pintura de Baco, o deus grego do vinho. Imagem: Uffizi Gallery? Wikimedia Commons

Essa dimensão espiritual e ligada a festividades está presente nas mais diversas culturas. No livro Selvagens bebedeiras: Álcool, embriaguez e contatos culturais no Brasil colonial (séculos XVI-XVII) (Alameda Editorial, 2011), o historiador João Azevedo Fernandes (1963-2014), que foi professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), fala, por exemplo, da produção do cauim, um fermentado à base de mandioca feito exclusivamente pelas mulheres de povos indígenas do Brasil. “Os cauins eram fundamentais para as cerimônias que marcavam alguns dos momentos mais importantes do ciclo de vida dos Tupinambá, como os casamentos e funerais? escreveu Azevedo na sua tese de doutorado em que se baseia a obra.

Hoje, o consumo de bebidas alcoólicas não está associado aos árabes, provavelmente devido à grande penetração, entre esses povos, da religião islâmica, que, a partir do século VII, baseada no livro sagrado do Alcorão, passou a condenar seu consumo. Mas o próprio termo álcool é de origem árabe, a exemplo da palavra alambique. Não por acaso, é atribuída aos árabes a introdução na Europa medieval, por volta do século X, do processo de destilação, que consiste na separação dos constituintes de uma mistura líquida por meio de sua vaporização parcial. Essa operação é a base da elaboração de uma categoria de bebidas, a dos destilados, que engloba o conhaque, o uísque, o gim e um sem-número de aguardentes.

Embora embriaguez, comportamentos antissociais e eventuais malefícios físicos tenham sido associados à ingestão excessiva de líquidos fermentados e destilados em diferentes momentos da história e sociedades, o álcool, em suas variadas formas, foi um companheiro da prática médica desde a Antiguidade. Vinhos, cervejas e destilados foram empregados como tentativas de amenizar os sofrimentos do corpo, ora como se fosse um remédio propriamente dito, ora como o veículo no qual se misturava um tratamento, ou, no caso das bebidas mais potentes, fazendo o papel dos modernos anestésicos. Até o século XVIII, era mais seguro beber vinho, cuja fermentação matava parte dos germes em seu líquido, do que a água que se conseguia nas cidades.

Representação de consumo de cerveja no Antigo Egito.

Representação de consumo de cerveja no Antigo Egito. Imagem: Staatliche Museen zu Berlin, Ägyptisches Museum und Papyrussammlung

Para o historiador Henrique Soares Carneiro, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), o álcool e as drogas em geral são um dos elementos fundadores da civilização humana por seu valor econômico, social e cultural. “Desde o fim do século XIX, a história das drogas é, antes de tudo, a história de suas regulações, de como elas são autorizadas a circular nas sociedades e das políticas de repressão, incitações e tolerância a seu uso? comenta Carneiro, coordenador do Laboratório de Estudos Históricos de Drogas e Alimentação da FFLCH. Mais do que possíveis danos à saúde, a proibição do uso de certas substâncias na sociedade industrial, como conta o historiador no livro Drogas ?A história do proibicionismo (Autonomia Literária, 2018), se dá por razões religiosas, econômicas (não afetar a produção de bens) ou simplesmente por controle do Estado. Nasce assim o conceito moderno de três tipos de drogas: as ilícitas, as lícitas medicinais e as também legais de uso recreativo, como o tabaco e as bebidas alcoólicas.

Embora por vezes resvalem em argumentos econômicos ou morais, as discussões atuais sobre quanto um bebedor moderado poderia consumir de álcool se insere, em grande medida, dentro do debate científico a respeito de (novos) efeitos deletérios associados a essa substância intoxicante. Mas sempre há quem prefira também colocar nessa equação argumentos socioculturais, além da questão física. “Não sou médico, mas, pelo que li, aceito que o álcool é prejudicial ao ser humano no sentido fisiológico. Porém, se olharmos para as pessoas de forma holística, pode ser que os efeitos de seu consumo moderado sejam benéficos em geral ?ou seja, que seu dano fisiológico seja equilibrado ou superado pelos benefícios emocionais, uma sensação de bem-estar, de relações sociais lubrificadas, ou desfrutar de ocasiões sociais? diz, em entrevista a Pesquisa FAPESP, o historiador neozelandês Rod Phillips, da Universidade Carleton, no Canadá, autor de livros sobre a história do álcool e do vinho. “?verdade que não precisamos do álcool para obter esses benefícios, mas nos acostumamos culturalmente a usá-lo para esses fins.?/p>

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????? ???? ???? ??? ???????? //emiaow553.com/limite-considerado-como-consumo-moderado-de-alcool-cai-no-mundo/ Fri, 12 May 2023 23:41:54 +0000 /?p=489841 Aumento de casos de câncer e de outras doenças associadas a poucas doses de bebida desafia a noção de beber com parcimônia

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Texto: Marcos Pivetta/Revista Pesquisa FAPESP

Beba com moderação. A frase que embala as propagandas de bebidas alcoólicas recorre ao bom senso das pessoas, mas deixa em aberto um ponto central: com quantos copos de cerveja, taças de vinho ou doses de destilado se faz um consumidor regrado? É razoável argumentar que não há um número mágico universal, que se adéque a todos os públicos. Esse limite dependeria de uma série de fatores, como idade, sexo, constituição física, características genéticas, estilo de vida e estado geral de saúde do indivíduo, além do teor alcoólico do líquido ingerido.

A maioria das cervejas tem cerca de 5% de álcool, aproximadamente dois quintos do teor de etanol predominante em vinhos e espumantes. A cachaça, o uísque, a vodca, o gim ?enfim, os destilados ?têm por volta de oito vezes mais álcool do que a cerveja. Então, além da quantidade, o tipo de bebida consumida também entra na equação da moderação. Isso sem falar que, não raro, a ocasião às vezes induz o bebedor ao copo. Quem recusa um chopinho numa mesa de bar com os amigos ou um brinde numa festa de casamento ou aniversário?

Não há consenso na literatura científica sobre quanto seria beber com parcimônia, algo como um padrão de consumo sem repercussões negativas ou com impactos quase desprezíveis na saúde física e mental. Nas últimas décadas, alguns estudos sugeriam que o consumo de pequenas doses de álcool, geralmente vinho tinto, poderia ser benéfico ao coração, mas o tema permanece polêmico e hoje é contestado por muitos trabalhos. O pouco que se ganharia em termos de proteção cardiovascular seria anulado pelo aumento da probabilidade do surgimento de outras doenças (ver quadro).

A conclusão dominante de um conjunto de estudos e recomendações mais recentes é a de que não há dose, por pequena que seja, com risco zero à saúde. Quanto menor for a ingestão de álcool, menor o risco de desenvolver doenças relacionadas a esse hábito, como problemas no coração, alguns tipos de câncer, cirrose hepática, distúrbios mentais e alcoolismo, sofrer ou provocar acidentes e se envolver em violência física. Essa é a mensagem central da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de boa parte dos trabalhos científicos atuais.

“Álcool é uma substância psicoativa, não é remédio? diz o psiquiatra Arthur Guerra Andrade, supervisor chefe do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP). “Pessoas bebem há milhares de anos e esse hábito provavelmente não vai desaparecer das sociedades humanas no futuro. Mas não se sabe com que frequência e em que medida seria seguro ingerir álcool.?/p>

Segundo a OMS, os efeitos negativos do consumo de álcool estão associados à ocorrência de mais de 200 tipos de doenças e acidentes danosos à saúde. No mundo, cerca de 3 milhões de mortes por ano, 5,3% de todos os óbitos, decorrem dos efeitos do álcool. As vítimas fatais entre os homens, os maiores consumidores de bebidas alcoólicas, representam 7,7% do total de mortes masculinas. Nas mulheres, são 2,6%. O impacto negativo da bebida entre jovens adultos é ainda maior: 13,5% das mortes de indivíduos na faixa dos 20 aos 39 anos são atribuídas a problemas causados pelo álcool.

Dados globais, divulgados por um relatório de 2018 da OMS, indicavam que quase 29% das mortes associadas ao álcool eram causadas por acidentes (de carro, quedas, violência interpessoal), 21% por doenças digestivas, 19% por problemas cardiovasculares, 13% por doenças infecciosas, 12% por cânceres e o restante devido a outras enfermidades. No Brasil, a porcentagem de mortes atribuída ao álcool também gira em torno de 5%, com destaque aos óbitos relacionados a acidentes de trânsito e cirrose hepática. Aqui quase 70% das mortes de homens por cirrose estão associadas ao consumo de álcool. Na Arábia Saudita, que proíbe a venda desse tipo de bebida, essa fração é de 4%.

Em razão de avanços no conhecimento científico, as autoridades de saúde de alguns países revisam periodicamente as recomendações referentes à ingestão moderada de bebidas alcoólicas. No início deste ano, o governo do Canadá fez esse movimento e suas novas orientações são muito restritivas. Elas preconizam o consumo de até duas doses de álcool por semana para manter em níveis baixos a probabilidade de desenvolver a longo prazo doenças relacionadas a esse hábito. A ingestão de três a seis doses por semana, nunca mais do que duas por dia, eleva de forma moderada os riscos. Do sétimo drinque em diante, o risco de vir a sofrer consequências na saúde é alto e aumenta a cada dose extra. A diretriz é a mesma para homens e mulheres e vale para qualquer tipo de bebida.

“Nos últimos 10 anos houve realmente um avanço significativo no nosso entendimento da associação entre mortalidade e morbidade e uso de álcool. Temos uma compreensão muito melhor da ligação entre álcool e câncer? disse, em comunicado de imprensa, Catherine Paradis, diretora associada de pesquisa do Canadian Centre on Substance Use and Addiction (CCSA), uma das coordenadoras de um painel de especialistas que revisaram as orientações. Desde o início da década passada, o álcool é classificado como uma substância carcinogênica, com papel conhecido no surgimento de pelo menos sete tipos de câncer: cavidade oral, faringe, laringe, esôfago, fígado, mama e colorretal (ver quadro).

“No caso do tabaco, que também é carcinogênico, sabemos que o tempo de adoção do hábito de fumar tem grande peso no aparecimento de câncer. Quem fuma há mais tempo, tem um risco maior? diz o médico sanitarista Victor Wünsch Filho, da Faculdade de Saúde Pública da USP e diretor-presidente da Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp). “Com o álcool, parece que o tempo de uso da substância tem um peso menor do que o tamanho da dose ingerida no surgimento de cânceres.?Essa seria uma das explicações para as mulheres, que metabolizam mais lentamente o álcool, terem um risco maior de desenvolver câncer de mama devido ao consumo regular da bebida.

Wünsch participou de um grande trabalho realizado pelo projeto International Head and Neck Cancer Epidemiology que analisou a correlação estatística entre a incidência de câncer na cavidade oral, laringe e orofaringe (a parte da garganta logo atrás da boca) e hipofaringe (pouco antes do esôfago), a dose de álcool consumida e há quanto tempo os pacientes bebiam. O estudo, que se baseou em resultados de 26 trabalhos anteriores, analisou dados de mais de 62 mil pessoas, das quais cerca de 40% tinham recebido um diagnóstico de câncer e 60% faziam parte de um grupo de controle. “O risco de câncer aumentou em todos os sítios da cabeça e pescoço em função do número de doses tomadas por dia, mas não em razão do tempo que o indivíduo bebia? conta o médico sanitarista, que desenvolve pesquisas que tiveram apoio da FAPESP. A única exceção ocorreu para o câncer de hipofaringe, cuja probabilidade de ocorrência se elevou em função da dose e do tempo que a pessoa consumia bebidas alcoólicas. O estudo foi publicado no British Journal of Cancer em outubro de 2020.

Os novos limites recomendados no Canadá são bem mais severos do que os preconizados na revisão anterior, de 2011, que aconselhava até 15 doses semanais para homens e 10 para mulheres. Também difere bastante das recomendações difundidas pelos serviços de saúde de outros países para consumo moderado de bebidas alcoólicas entre adultos saudáveis. Nos Estados Unidos, o limite indicado é de até duas doses diárias para homens e uma para mulheres. No Reino Unido, é de 14 doses semanais para ambos os sexos. Na Austrália, que atualizou suas diretrizes no fim de 2020, as recomendações estipulam até 10 drinques por semana, nunca mais de quatro doses em uma única ocasião. Na França, a quantidade de drinques considerada de baixo ou moderado risco é a mesma da Austrália, mas ainda é aconselhado não ultrapassar duas doses em uma jornada e ficar ao menos um dia por semana sem beber.

É preciso tomar cuidado ao comparar as quantidades de doses de bebida alcoólica de diferentes países. Não há um padrão universalmente adotado para estabelecer o que é uma dose de álcool, um drinque. Para a OMS, uma dose padrão contém 10 gramas (g) ?ou 12,7 mililitros (mL) ?de etanol puro. Ela equivale a 285 mL de uma cerveja comum, 100 mL de vinho ou 30 mL de destilados. Mas a dose no Canadá é definida como tendo 13,45 g de álcool. No Reino Unido, 8 g; nos Estados Unidos, 14 g (ver quadro). “No Brasil costumamos adotar a definição de dose recomendada pela OMS? comenta a psicóloga Clarice Madruga, da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo (Uniad-Unifesp). “Hoje sabemos que não há dose segura para consumo de álcool. Em pesquisa é muito comum usarmos o indicador que chamamos de binge drinking, caracterizado pela ingestão, em uma única ocasião, de quatro ou mais doses de bebida para mulheres e cinco ou mais para homens.?Além de levar a eventuais danos de longo prazo à saúde, esse nível do consumo de álcool causa embriaguez e aumenta o risco imediato de acidentes e de violência interpessoal.

Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP

Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP

Para formular diretrizes sobre o que seria um consumo baixo ou moderado de álcool é preciso ter em mãos estudos epidemiológicos de amplo alcance, que levem em conta os mais variados tipos de impacto, de curto e de longo prazo, sobre a saúde das pessoas. O Canadá, por exemplo, constituiu um painel com 23 especialistas que procuram por estudos sobre álcool e saúde disponíveis em 10 bases de dados científicos. Foram considerados trabalhos de revisão e meta-análises publicados entre 6 de janeiro de 2017 e 17 de fevereiro de 2021 que abordassem uma questão central: riscos e benefícios do álcool à saúde de curto e longo prazo e durante a gestação e o desenvolvimento infantil.

As meta-análises são um tipo de estudo epidemiológico que usa técnicas estatísticas para sintetizar ou reunir dados de trabalhos independentes e produzir uma avaliação mais ampla sobre um tema. No final do levantamento, o painel encontrou 16 estudos que passaram pelo crivo dos especialistas. Os dados desses trabalhos foram usados em uma modelagem matemática que levou em conta dados de incidência de doenças e longevidade da população canadense.

“Atualmente, os painéis de especialistas estudam as ligações que existem entre o nível de consumo de álcool e as probabilidades de morte por causas [doenças] sabidamente relacionadas ao uso dessa substância, como cirrose, câncer de mama, derrames e problemas de coração? explica, em entrevista por e-mail a Pesquisa FAPESP, o psicólogo Tim Stockwell, da Universidade de Vitória, um dos participantes do painel canadense. “Foi assim que nosso painel estimou recentemente que apenas seis drinques por semana aumentava o risco de morte por doenças em 1%.?/p>

O número pode parecer pequeno, mas a discussão se dá em níveis de consumo de álcool que são socialmente toleráveis e percebidos por muitas pessoas como plenamente aceitáveis. Então estavam errados os estudos que apontavam que um consumo modesto de álcool, geralmente de vinho tinto, poderia fazer bem ao coração? “A ideia de que o vinho está associado a benefícios para a saúde provavelmente se deve a uma falsa associação. As pessoas que o consomem são mais ricas e têm hábitos mais saudáveis do que outros bebedores? pondera Stockwell. “Os polifenóis podem fazer bem, mas o etanol na bebida não faz. É melhor comer uva todo dia.?Os polifenóis são substâncias presentes na casca de uvas tintas e em outras frutas e alimentos. A despeito das críticas, as pesquisas sobre possíveis benefícios da ingestão moderada de vinho tinto permanecem ativas em vários lugares do mundo (ver quadro).

Artigo de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) publicado em outubro de 2022 na revista científica PLOS ONE calculou que os custos diretos e indiretos (faltas ao trabalho) com problemas de saúde relacionados ao consumo de álcool no Brasil entre 2010 e 2018 foram de cerca de US$ 1,5 bilhão (aproximadamente R$ 7,5 bilhões). Foram gastos US$ 740 milhões com hospitalização, US$ 420 milhões em cuidados com pacientes que não foram internados e US$ 330 milhões devido ao absenteísmo laboral. Em 2018, por exemplo, os custos diretos referentes ao consumo de álcool representaram 0,56% dos US$ 22,8 bilhões gastos naquele ano pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com internações e despesas com paciente. Os valores se baseiam em dados do SUS e do sistema nacional de seguridade. No trabalho, foram considerados 21 tipos de complicações de saúde e acidentes que podem ter relação com o consumo de álcool, de acordo com o padrão adotado no estudo internacional The global burden of disease (O peso global das doenças, em tradução livre).

Alcoolismo, acidentes não intencionais e batidas no trânsito foram, nessa ordem, os problemas que mais geraram gastos de hospitalização. Só o tratamento do câncer de mama, um dos sete tipos de tumor cujo aparecimento pode ser causado pela ingestão de álcool, respondeu por mais de 45% das despesas com doenças associadas a esse hábito que não requereram internações. O estudo levou em conta dados de consumo de álcool no Brasil coletados em 2019 na população adulta, com 18 anos ou mais, pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde.

Segundo essa PNS, 73,4% da população brasileira declarou que não consome semanalmente álcool (62,9% entre os homens e 83,0% entre as mulheres). Mais de 60% dos que bebiam regularmente disseram ingerir menos de 12 gramas de etanol por dia, o índice mais baixo entre os que não se declararam abstêmios. Mesmo assim, por representar a maior faixa dos consumidores, essa fatia de pessoas vistas como bebedores moderados é a que mais impacta o SUS em termos de custos de saúde relacionados a problemas por conta de ingestão de álcool. “Apesar de a categoria de 12 gramas por dia ser a menor em quantidade de álcool consumida, ela é uma das principais em termos de risco atribuído à população, dada a sua maior prevalência? escrevem no artigo Mariana Gonçalves de Freitas e Everton Nunes da Silva, do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da UnB.

Um dado preocupante é que o consumo entre as mulheres, embora ainda em menor escala e menos abusivo do que o dos homens, apresenta tendência de crescimento no Brasil. Na PNS de 2019, 17% das mulheres disseram beber uma vez por semana diante de 13% na PNS anterior, de 2013. Entre os homens houve uma ligeira queda na quantidade de bebedores entre as duas pesquisas, de menos de 1 ponto percentual. Feita desde 2006 pelo Ministério da Saúde, a pesquisa de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (Vigitel) sinaliza que as mulheres também passaram a beber em excesso (mais de quatro doses de 12 g de álcool em uma ocasião) nos últimos 15 anos. No levantamento de 2006, menos de 8% tinham apresentando esse comportamento nos últimos 30 dias, metade da porcentagem verificada em 2020.

No caso das mulheres, um dos principais problemas associados ao consumo de álcool é o aumento do risco de câncer de mama, o mais comum na população feminina. Segundo estudo publicado em 2018 no periódico Asian Pacific Journal of Cancer Prevention, mulheres com menos de 50 anos que consumiam regularmente álcool há pelo menos uma década tinham um risco três vezes maior de desenvolver esse tipo de tumor. O estudo foi feito com 1.506 mulheres atendidas no Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro, das quais 1.100 formaram um grupo de controle (não tinham a doença) e 406 tinham recebido esse diagnóstico. O estudo, no entanto, não detalhou qual era o nível de consumo médio das participantes, apenas se eram abstêmias ou bebiam.

Apesar de um número cada vez maior de estudos e levantamentos enfatizar que não há quantidade segura de álcool a ser ingerida, alguns trabalhos de grupos importantes apontam eventuais benefícios associados ao consumo de pequenas quantidades de bebida para alguns segmentos da população. Artigo publicado na revista médica Lancet em julho de 2022 indica que, entre jovens adultos com idade de 20 a 39 anos, o consumo de álcool só aumenta riscos e não proporciona nenhum benefício à saúde. Para pessoas acima dos 40 anos, o risco varia conforme a idade e a região geográfica que a pessoa vive. No entanto, o trabalho indica que indivíduos mais velhos, sem problemas de saúde, poderiam se beneficiar com o consumo diário de um a dois drinques, cada um deles com 10 g de etanol. Esses eventuais efeitos positivos se concentrariam na área cardiovascular.

Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP

Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP

“Consumido com moderação, o álcool reduz o risco de doença arterial coronariana, de derrame e de diabetes. Mas ele também aumenta a probabilidade de muitos cânceres, de acidentes, de cirrose e de doenças infecciosas, como tuberculose? comenta, em entrevista a Pesquisa FAPESP, a pesquisadora Dana Bryazka, do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME) da Universidade de Washington, dos Estados Unidos, coordenadora do estudo. Com apoio da OMS e de outras agências, esse grupo do IHME coordena o projeto The global burden of disease. Trata-se de um grande esforço internacional que, há mais de 30 anos, estuda o impacto das patologias na mortalidade e morbidade da população do planeta. O artigo na Lancet levou em conta dados do consumo de bebidas alcoólicas de 204 países e seu impacto sobre 22 doenças ou tipos de acidentes.

Atingir um consenso sobre o que seria uma ingestão moderada, ou tolerável, de álcool é muito difícil. Alguns pontos, no entanto, são hoje inegociáveis. Certas parcelas da população não devem beber de forma nenhuma. Esse é o caso dos menores de idade, cujo desenvolvimento cerebral pode ser afetado pelo álcool, e das grávidas e lactantes. “O álcool passa pela placenta, chega ao feto e também é repassado ao bebê na amamentação? afirma Arthur Guerra. Certas situações requerem uma política de tolerância zero com o álcool, como antes de dirigir ou realizar tarefas que possam causar acidentes ou oferecer perigo à vida. É igualmente prudente não beber em excesso antes de tomar decisões importantes. Há inúmeros casos ?alguns anedóticos ?sobre situações que ocorrem sob o efeito do álcool, como casamentos entre desconhecidos em uma capela de Las Vegas, nos Estados Unidos, que, logo em seguida, se arrependem do ato.

Informar a população e os formuladores de políticas públicas sobre os riscos associados ao consumo de álcool, um hábito arraigado na maior parte das sociedades, é a tônica dos estudos mais recentes. Mesmo os mais combativos críticos do papel do álcool nas sociedades não defendem atualmente sua proibição, como ocorreu entre 1920 e 1933 nos Estados Unidos. A chamada Lei Seca norte-americana foi uma medida radical, sem efetividade, e socialmente insustentável. Hoje pouco mais de 10 países, a maioria por motivos religiosos, proíbem total ou parcialmente a venda de bebidas alcoólicas. No Brasil, bebe-se, em média, entre 7 e 8 litros de etanol por ano por habitante. Boa parte dos países da Europa, onde o consumo é mais elevado, ultrapassa 12 litros por ano.

Na pandemia, a bebida se tornou um companheiro de muitas pessoas que estavam isoladas em casa. O consumo aumentou em todo o mundo e a incidência de doenças relacionadas ao álcool também. “O mercado brasileiro é pouco controlado. Não há nem uma licença específica que regulamente quem pode e quem não pode vender álcool? diz Clarice Madruga, da Unifesp. “Precisamos de políticas públicas mais claras e definidas para o setor.?A OMS e autoridades sanitárias pressionam por mais controles na venda do álcool. O governo da Irlanda estuda colocar nos rótulos das bebidas avisos sobre os possíveis malefícios decorrentes do consumo de álcool, como ocorre com o tabaco. Se vier a ser implementada, a medida poderá ser um sinal de uma nova era na relação milenar do homem com as bebidas alcoólicas.

O fim do paradoxo francês?

Em 17 de novembro de 1991, um dos mais bem-sucedidos programas da televisão norte-americana, o 60 Minutes, da rede CBS, levou ao ar um segmento intitulado Paradoxo francês. Em linhas gerais, a emissão dava conta de que a incidência de problemas cardíacos era 40% menor na França do que nos Estados Unidos, a despeito de os europeus terem uma dieta rica em gorduras. Um dos segredos, talvez o principal, dessa aparente contradição seria o consumo moderado de vinho tinto nas refeições entre os franceses. A bebida contém polifenóis, substâncias presentes na casca das uvas vermelhas, que evitariam o entupimento das vias circulatórias.Mesmo antes da popularização dessa ideia no programa, já havia estudos que sugeriam algum grau de proteção cardiovascular em razão da ingestão de quantidades pequenas de bebidas alcoólicas (o excesso sempre foi visto como prejudicial, inclusive ao coração). Mas seu impacto nem de perto se assemelhou ao efeito que o chamado paradoxo francês, atribuído em grande parte ao vinho tinto, teve sobre a opinião pública, médicos e pesquisadores nas últimas décadas. Hoje, mais de 30 anos depois da forte disseminação desse conceito, destacam-se dois pontos com repercussões distintas sobre o consumo de bebidas alcoólicas, sobretudo o vinho tinto.O primeiro é que, em uma série de estudos observacionais, comparativos e não controlados, os benefícios conferidos à bebida podem estar mais ligados a outros hábitos saudáveis dos consumidores moderados de vinho tinto (como se exercitar e ter um padrão de vida melhor) e a problemas prévios de saúde dos abstêmios que fizeram parte desses trabalhos. Esses fatores, se não levados em conta, podem fazer com que a saúde dos que bebem um pouco pareça melhor do que a dos que não ingerem uma gota de álcool. “Embora seja bem estabelecido que o álcool aumenta o risco de cânceres, acidentes e cirrose hepática, há muita variabilidade nos achados de estudos sobre a relação do álcool e de várias outras patologias, sobretudo da doença cardíaca isquêmica? comenta Dana Bryazka, do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME) da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.

O segundo ponto é que, de fato, há trabalhos científicos indicando mecanismos associados a eventuais benefícios cardiovasculares por meio da ingestão de polifenóis presentes no vinho tinto, no suco de uva e em outros alimentos. “Essa associação não ocorre com todas as bebidas alcoólicas, apenas com o vinho tinto? diz o cardiologista Protásio Lemos da Luz, do Instituto do Coração (InCor), ligado à Universidade de São Paulo (USP), estudioso do tema há décadas. “Os polifenóis melhoram a vasodilatação, tem ação antiplaquetária [impede a formação de coágulos sanguíneos] e são anti-inflamatórios. Se não houver nenhum problema de saúde em que se proíba beber, não desaconselho a ingestão de uma taça e meia de vinho por dia, que tem cerca de 25 gramas de álcool.?/p>

Um estudo recente coordenado por Luz, publicado em dezembro de 2022 no American Journal of Clinical Nutrition, sugere que o consumo diário de 250 mL de vinho tinto remodela a flora intestinal, promovendo um perfil considerado geralmente mais favorável. O efeito foi medido em 42 homens, com idade média de 60 anos, que passaram por períodos de três semanas sem tomar a bebida e três semanas consumindo vinho tinto de forma alternada.

Álcool é considerado carcinogênico há mais de uma década

Desde 2012, o etanol presente nas bebidas alcoólicas faz parte do grupo 1 de agentes e substâncias classificados como carcinogênicos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa categoria abrange atualmente 126 itens, sobre os quais há evidência científica suficiente de que são capazes de causar câncer em seres humanos. É a classificação mais severa que um agente pode receber. Substâncias provável e possivelmente carcinogênicas são catalogadas, respectivamente, nos grupos 2A e 2B. As que não provocam câncer são listadas no grupo 3.A classificação da Iarc não indica a probabilidade de um agente provocar câncer em função do grau de exposição dos seres humanos a ele. “Ela não mede se um agente causa mais ou menos câncer do que outro? comenta o médico sanitarista Victor Wünsch Filho, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) e diretor-presidente da Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp). Apenas sinaliza o grau de confiabilidade da informação científica sobre sua capacidade de gerar tumores.Uma gama diversa de compostos químicos, misturas complexas, moléculas farmacêuticas, agentes físicos e biológicos aparecem na listagem da entidade. O tabaco, a poluição atmosférica, a luz solar, os raios gama e X, os vírus HPV e Epstein-Barr são exemplos de carcinógenos dentro do grupo 1 ao lado do etanol. O acetaldeído, um composto químico produzido no processo de metabolização do álcool no organismo e associado à sensação de ressaca, também faz parte dessa categoria.Não se sabe em detalhes os mecanismos que levam o álcool a causar câncer, doença provocada, em muitos casos, pela ação conjunta de múltiplos fatores de risco. Mas algumas alterações biológicas associadas ao surgimento de tumores já são conhecidas. “O acetaldeído, por exemplo, é capaz de promover danos no DNA celular? diz Thainá Alves Malhão, do Instituto Nacional de Câncer (Inca). “O maior consumo de etanol também pode induzir estresse oxidativo por meio do aumento da produção de espécies reativas de oxigênio, que são tóxicas ao material genético e carcinogênicas.?Nas mulheres, o álcool pode elevar os níveis circulantes do hormônio estradiol, alteração que aumenta o risco de câncer de mama.

Por fim, há ainda um efeito indireto da presença do álcool no organismo. Ele age como um solvente e favorece a penetração nas células de outras substâncias carcinogênicas, como as presentes no tabaco.

Artigos científicos:

Canadian Centre on Substance Use and Addiction. Canada’s Guidance on Alcohol and Health: Final Report. jan. 2023
HAAS, E. A. et al. A red wine intervention does not modify plasma trimethylamine N-oxide but is associated with broad shifts in the plasma metabolome and gut microbiota composition. American Journal of Clinical Nutrition. v. 116, n. 6. dez. 2022.
FREITAS, M.G e SILVA, E. N. Direct and indirect costs attributed to alcohol consumption in Brazil, 2010 to 2018. Plos One. 25 out. 2022.
GBD 2020 Alcohol Collaborators. Population-level risks of alcohol consumption by amount, geography, age, sex, and year: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2020. Lancet. v. 400. n. 10347. 16 jul. 2022.
DI CREDICO, G. et al. Alcohol drinking and head and neck cancer risk: the joint effect of intensity and duration. British Journal of Cancer. v. 123. out. 2020.
VIERA. R. et al. Alcohol Consumption as a Risk Factor for Breast Cancer Development: A Case-Control Study in Brazil. Asian Pacific Journal of Cancer Prevention. vol. 19, n. 3. mar. 2018.

 

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??? ??? ??? ?? ???????? //emiaow553.com/como-a-ayahuasca-afeta-o-cerebro-este-estudo-britanico-investigou/ Wed, 22 Mar 2023 12:24:41 +0000 /?p=477239 A ayahuasca possui dimetiltriptamina (DMT), uma substância alucinógena que, no futuro, poderá ser usada em tratamentos de depressão

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A humanidade usa ayahuasca há pelo menos mil anos. A bebida causa alucinações poderosas: alguns usuários relatam até mesmo viagens espirituais e encontros com seres de outras dimensões. 

Agora, cientistas do Imperial College London, no Reino Unido, resolveram investigar os efeitos do alucinógeno no cérebro. Para isso, focaram na dimetiltriptamina (DMT), o composto psicodélico encontrado na Psychotria viridis ?flor usada para fazer a bebida amazônica.

O estudo recrutou 20 voluntários saudáveis. Os cientistas o submeteram em dias diferentes a uma injeção de 20 mg de DMT e um placebo. Então, os pesquisadores registraram a atividade cerebral dos participantes antes, durante e depois do efeito da droga. Os voluntários também relataram suas experiências após tomar a ayahuasca.

A equipe detectou impactos, principalmente, nas áreas altamente evoluídas do cérebro relacionadas ao planejamento, linguagem, memória, tomada de decisões complexas e imaginação. Os cientistas também notaram que as regiões em que conjuramos a realidade tornam-se hiperconectadas, apresentando uma comunicação mais caótica, fluida e flexível.

Segundo os pesquisadores, quanto mais alta a intensidade da experiência, mais hiperconectadas ficavam as regiões do cérebro ligadas a imaginação e outras funções consideradas “de nível superior? O estudo completo foi publicado na revista científicas PNAS.

O DMT já apresentou resultados promissores em estudos clínicos voltados para o tratamento da depressão. Segundo os pesquisadores, ele apresenta a vantagem de ter uma ação curta, diferente da psilocibina (presente nos cogumelos) e do LSD, que podem durar de seis a 10 horas.

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????????????,????????? //emiaow553.com/camundongos-ficam-sobrios-em-instantes-com-medicamento-para-embriaguez/ Thu, 16 Mar 2023 14:40:12 +0000 /?p=475786 Medicamento injetável para embriaguez aumenta o estado de alerta no cérebro, fazendo o indivíduo recuperar a consciência e equilíbrio mais rapidamente

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Pesquisadores do UT Southwestern Medical Center, nos EUA, desenvolveram um medicamento injetável capaz de reduzir rapidamente os efeitos da embriaguez ou intoxicação por álcool. O estudo completo foi publicado na revista Cell Metabolism.

O hormônio FGF21, também conhecido como fator de crescimento de fibroblastos 21, é o principal componente do remédio. A substância produzida pelo fígado parece estar relacionada ao aumento do estado de alerta no cérebro. Basicamente, ela combate os efeitos da intoxicação, como sonolência e falta de coordenação, sem alterar a forma como o álcool é decomposto no corpo.

Por enquanto, os cientistas ofereceram a injeção apenas a roedores. Parte dos camundongos testados foram criados em laboratório para não produzir FGF21 naturalmente. Como consequência, eles demoravam mais para recuperar o equilíbrio e corrigir a orientação de seus corpos após beber. 

O contrário ocorreu com aqueles que foram embebedados, mas ainda produziam FGF21 e também receberam uma dose do hormônio. Esses recuperaram a coordenação e a consciência duas vezes mais rápido do que os camundongos que não receberam a injeção.

Funcionamento do FGF21 no organismo

O FGF21 ativa uma parte específica do cérebro chamada locus coeruleus. Essa região produz noradrenalina, um neurotransmissor que regula o estado de alerta e o despertar do sono. O hormônio também parece aumentar a vontade de beber água e diminuir o desejo pelo etanol.

Os humanos podem consumir o álcool diretamente de bebidas, enquanto animais, como os camundongos, ingerem alimentos açucarados que contêm etanol. Isso leva os pesquisadores a acreditar que o FGF21 pode ter evoluído no corpo para controlar a vontade de consumir muito álcool de uma só vez e, consequentemente, proteger o indivíduo de danos hepáticos. 

Em estudos futuros, a equipe pretende explorar as vias neuronais pelas quais o FGF21 exerce seu efeito moderador no organismo. Além disso, a equipe ainda precisa testar o medicamento para embriaguez em humanos, embora os cientistas estejam confiantes de que encontrarão processos parecidos com aqueles vistos nos roedores.

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??? ??????????, ??? //emiaow553.com/fungo-do-uisque-infesta-cidade-dos-eua/ Tue, 07 Mar 2023 13:44:23 +0000 /?p=473019 O fungo do uísque, como ficou popularmente conhecido, está formando crostas pretas sobre as propriedades de moradores do Tennessee; entenda a história

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De repente, sua casa, seu carro e todas as placas de sua rua são cobertas por uma crosta preta. A mudança imprevista acaba prejudicando o setor imobiliário da cidade em que você vive, além de incomodar os próprios moradores. Você sabe qual é a causa do problema e quem são os culpados, mas brigar na justiça não parece resolver o problema. 

É isso que a população de Lincoln County, no Tennessee, está enfrentando. Seres conhecidos popularmente como fungos do uísque — que se alimentam dos vapores de álcool que saem dos barris usados para envelhecer a bebida –, estão escurecendo a cidade

A zona rural do condado de Lincoln possui nada menos do que seis armazéns da marca Jack Daniel’s. Empresários estão construindo um sétimo e não planejam parar por aí. Segundo representantes da empresa, a ampliação dos armazéns aumentaria a receita anual de impostos prediais para o condado, mas parece que os moradores não estão interessados em tais ganhos.

Patrick Long, um dos moradores da cidade, disse que já gastou milhares de dólares para limpar sua propriedade. A cada três meses, o americano joga água e alvejante de cloro em toda a construção, mas o esforço parece ser à toa. 

Há uma possível solução: a implantação de filtros de ar nos armazéns. A Jack Daniel’s, no entanto, não tem planos de mudar tal estrutura, pois acredita que isso prejudicaria o sabor da bebida adquirido durante o processo de envelhecimento. 

Fungo do uísque

A presença do fungo do uísque foi relatada pela primeira vez em 1870, próximo a uma destilaria de conhaque em Cognac, na França. Ele foi cientificamente nomeado como Baudoinia compniacensis, uma referência ao homem que o descobriu, Antonin Baudoin.

O fungo cresce em qualquer lugar, cobrindo desde plantas até materiais de plástico ou aço. Ele utiliza o vapor do etanol para sua germinação e reprodução, podendo ocorrer tanto em espaços em que há fermentação natural, como pântanos, ou destilarias.  

Ele possui uma estrutura preta aveludada que forma crostas sobre os objetos. O fungo pode matar plantas e árvores, mas não há evidências de que ele apresente riscos à saúde humana.

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???? ??? ??? ??? | ????- ??? ??? ???? //emiaow553.com/pensou-em-pet-beleza-ou-bebida-as-casas-bahia-tem-tudo-que-voce-precisa/ Wed, 15 Feb 2023 15:44:38 +0000 /?p=468456 A maior varejista do Brasil possui uma gama incrível de produtos - para além dos eletrônicos que já amamos e confiamos.

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Casas Bahia é super confiável e perfeita para adquirir o seu eletrônico ou eletrodoméstico. Porém, você sabia que a varejista também é especialista em outros departamentos?

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??? ?????? ?????? ?? //emiaow553.com/cha-quente-cancer-esofago/ //emiaow553.com/cha-quente-cancer-esofago/#comments Thu, 08 Feb 2018 11:10:08 +0000 //emiaow553.com/?p=242482 Existem poucas coisas melhores do que uma xícara de chá quente em um tumultuoso dia frio. Mas conforme sugere um novo estudo publicado nessa segunda-feira (5) no Annals of Internal Medicine, o hábito de algumas pessoas de beber chá ?particularmente aquelas que consomem bebidas alcoólicas e fumam regularmente ?pode estar aumentando suas chances […]

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Existem poucas coisas melhores do que uma xícara de chá quente em um tumultuoso dia frio. Mas conforme sugere um novo estudo publicado nessa segunda-feira (5) no Annals of Internal Medicine, o hábito de algumas pessoas de beber chá ?particularmente aquelas que consomem bebidas alcoólicas e fumam regularmente ?pode estar aumentando suas chances de desenvolver câncer de esôfago. As descobertas também destacam como é complicado descobrir o que de fato causa um câncer.

• Um novo relatório liga radiação de celular a câncer em ratos
• Iniciativas genéticas buscam entender como um tumor se transforma em câncer

Os pesquisadores examinaram dados de um estudo populacional em andamento conhecido como China Karadoorie Biobank. O estudo coletou medidas físicas e relacionadas à saúde em questionários entregues a mais de meio milhão de adultos vivendo na China entre 2004 e 2008. Desde então, ele vem monitorando o desfecho da saúde desses habitantes. Os pesquisadores focaram em cerca de 400 mil pessoas sem câncer no começo do estudo. Mas, até 2015, 1.731 indivíduos foram diagnosticados com câncer do esôfago.

Eles descobriram que pessoas que afirmaram beber chá quente ou fervente estavam mais propícias a desenvolver câncer do esôfago, mas apenas se também possuíssem o costume de consumir álcool e fumar. Tanto álcool quanto cigarro são dois fatores conhecidos por causar esse tipo de câncer.

As pessoas que bebiam chá muito quente e mais de 15 g de álcool (o equivalente a uma dose padrão) por dia estavam cinco vezes mais propícias a desenvolver câncer de esôfago do que pessoas que bebiam chá e álcool menos de uma vez por semana. Semelhantemente, fumantes que bebiam chá muito quente diariamente estavam duas vezes mais propícios a desenvolver o câncer. E o risco era ainda maior em pessoas que se engajavam nos três hábitos.

“Acho que os resultados são muito importantes? diz ao Gizmodo Catherine Carpenter, professora associada de nutrição clínica na Universidade da Califórnia em Los Angeles. “[Mas] não há nenhuma questão que especifica se o chá é cancerígeno por si próprio. Não se trata disso, é sobre manter por um longo período o hábito de consumir bebidas muito quentes.”

Até o consumo regular de chá apresenta um baixo risco de desenvolver alguns tipos de câncer, ela adiciona.

A China, há tempos, é conhecida por ter taxas relativamente altas de câncer de esôfago, o que gera a especulação de que a paixão do país por chá seja parcialmente responsável por isso. Mas as descobertas também ilustram o quão complexo o câncer pode ser.

“Provavelmente, todos os cânceres possuem mais de uma causa, e o que torna isso tão desafiante é que algumas pessoas podem desenvolver um mesmo câncer, mas por razões diferentes? explica Carpenter. “?isso o que torna o estudo do câncer tão difícil.”

A pesquisa sugere que fumar, beber e as queimaduras causadas pelas altas temperaturas das bebidas parecem se amontoar umas sobre as outras para substancialmente aumentar nossas chances de adquirir câncer de esôfago, criando um “coquetel letal? conforme conta Carpenter. Porém, estudos conduzidos em outros lugares também descobriram um aumento no risco de desenvolver câncer por causa de bebidas quentes. Baseada nestas evidências, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer da Organização Mundial de Saúde classificou bebidas quentes como agentes parte do Grupo 2A em 2016, considerando-as como “provavelmente cancerígenas?para as pessoas.

Então, talvez seja o caso de ainda haver um pequeno risco ao constantemente consumir bebidas quentes, ou talvez a pesquisa anterior estivesse de alguma forma incorreta, não considerando adequadamente outros fatores de risco, como beber e fumar.

A conexão entre chá quente e o câncer é ainda mais preocupante para mulheres, mesmo quando o fumo e a bebida são inseridos na mesma equação. Isso pode significar que o gênero tenha um papel inerente em causar o câncer de esôfago. O número de mulheres que bebia chá, tinha câncer de esôfago, fumava e bebia regularmente era menor, o que talvez signifique que a quantidade de pessoas avaliadas não era grande o suficiente para chegar a alguma conclusão sólida nesse aspecto. Enquanto 40% dos homens eram consumidores regulares de chá, apenas 16% das mulheres eram consumidoras regulares da bebida.

Também vale mencionar que, apesar do câncer de esôfago ser muito sério e geralmente uma doença fatal que mata cerca de 400 mil pessoas anualmente, ele é relativamente raro. De acordo com o National Cancer Institute, é estimado que o,5% de homens e mulheres seja diagnosticado com esse tipo de câncer durante a vida. Em comparação, o câncer de mama ?cujo risco também é elevado com o fumo e a bebida ?afeta cerca de 12% das mulheres.

Os pesquisadores, baseados em seus resultados, aconselham consumidores de bebidas alcoólicas e fumantes a maneirarem no chá, O estudo não questiona a temperatura especifica do chá quando ele é consumido pelos avaliados, mas outras pesquisas descobriram que o risco de câncer cai por completo em bebidas abaixo de 65º C ?um nível em que a maioria das pessoas já consome chá e café.

E apesar de isso soar como conselho, é também verdade que você estaria mais saudável se cortasse pelo menos um dos três hábitos. Você não apenas estaria fazendo um favor à sua garganta, mas o restante do seu corpo também apreciaria o gesto.

[Annals of Internal Medicine]

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O café parece ser a bebida mais estudada em excesso; aparentemente, todos os dias somos bombardeados com um novo estudo sobre seu impacto nas causas e nas curas para o câncer. Mas, surpreendentemente, existem vários cientistas que não entendem de verdade seus vários efeitos. Aliás, ele pode estar até mesmo mudando a maneira como saboreamos todas as outras coisas que comemos no dia, segundo o que sugere um estudo.

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Apesar do café ser uma das drogas mais amplamente consumidas, não existe na verdade muita pesquisa sobre seus efeitos no gosto. Uma equipe de pesquisadores em Cornell anteriormente havia notado que a adenosina, substância química que a cafeína bloqueia quando ativa seus efeitos de despertar, pareceu ter um receptor correspondente nas papilas gustativas de ratos. Eles testaram os efeitos da cafeína nos humanos e notaram que ela influenciou como os sujeitos percebiam a doçura, não apenas no café, mas também em outras comidas.

“As pessoas acham que nasceram com uma preferência para doces ou que não gostam de certa coisa”, disse Robin Dando, de Cornell, autor do estudo, em entrevista ao Gizmodo. “Talvez o gosto seja muito mais maleável do que isso.”

E, ainda mais estranho, o estudo da equipe traz a questão de qual o tamanho do efeito que a cafeína tem sobre um placebo.

Os pesquisadores testaram 107 painelistas em Cornell. Cerca de metade deles bebeu café descafeinado adocicado, com a cafeína sendo recolocada no primeiro dia (para o controle da quantidade da substância). A outra metade bebeu café descafeinado adocicado com quinina para substituir o sabor amargo da cafeína e então provou vários compostos representando doce, salgado, azedo e umami. Nenhum grupo soube o que estava recebendo, e todos receberam o copo oposto na sessão seguinte, de acordo com o estudo publicado no periódico Journal of Food Science.

Acontece que o café com cafeína tinha um gosto muito menos doce do que o café com quinina, e a sacarose tinha um sabor menos doce posteriormente. Isso aconteceu provavelmente por causa dos efeitos da cafeína ?ela bloqueia os receptores de adenosina. Os pesquisadores acharam que talvez ela bloqueasse os receptores de adenosina em papilas gustativas da mesma forma que fazia em roedores. “Acho que o fato de que você pode estar mudando seus gostos de comida se você a consome enquanto bebe café é uma ramificação interessante disso”, disse Dando. Isso significa que o seu pop tart não terá exatamente o mesmo gosto se você comê-lo com alguma bebida cafeinada.

O estudo fez outra descoberta estranha. Já que os pesquisadores já tinham uma grande amostra de pessoas bebendo café com cafeína contra as que beberam-no descafeinado, eles decidiram também medir o quão alertas essas pessoas se sentiam após tomar café. Os participantes sentiram uma mudança igual em seu estado de alerta, independentemente de terem bebido “com ou sem cafeína. Isso pode ter acontecido ou por causa do efeito placebo ou por simples condicionamento; você está acostumado à cafeína te acordando, então sente seu efeito com ou sem a presença da substância.

Existem limitações na pesquisa; seus participantes eram três quartos mulheres e quase todas com menos de 40 anos. Além disso, embora Dando tenha achado que a força do estudo era fazer as pessoas tomarem café, em vez de apenas saborear cafeína, houve outros fatores que eles podem não ter sido capazes de controlar. Ele também não controlou outras coisas que poderiam potencialmente afetar os receptores de adenosina, como a ansiedade.

Enviei o estudo a outros especialistas, em busca de uma segunda opinião. Mas, imagina só, o café pode mudar seu dia de maneiras diferentes das que você esperava.

[JFS]

Imagem do topo: Fredrik Rubensson/Flickr

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???? ???? ???????????? //emiaow553.com/dispositivo-que-produz-vinho-continuamente/ //emiaow553.com/dispositivo-que-produz-vinho-continuamente/#respond Sun, 10 Jul 2016 19:09:19 +0000 //emiaow553.com/?p=206821 Daniel Attinger, professor de engenharia mecânica na Universidade Estadual de Iowa (EUA), está desenvolvendo um pequeno dispositivo que produz vinho continuamente.

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Daniel Attinger, professor de engenharia mecânica na Universidade Estadual de Iowa (EUA), está desenvolvendo um pequeno dispositivo que produz vinho continuamente.

Attinger e uma equipe de pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne, um instituto de pesquisa suíço, esperam que a microadega ajude especialistas a avançar seus conhecimentos sobre o processo de fermentação.

O dispositivo de Attinger quer ajudar os produtores de vinho a testar vários processos de fermentação, algo muito importante para o perfil de sabor do vinho – tipos diferentes de levedura produzem notas diferentes.

Sua maior vantagem está no tamanho reduzido e na velocidade (relativamente) alta: o dispositivo é capaz de produzir continuamente cerca de um mililitro de vinho por hora. É pouco, mas imagine diversas máquinas trabalhando ao mesmo tempo! Além disso, processos comuns de fermentação podem levar cerca de duas semanas.

Ele funciona assim:

O dispositivo tem um canal principal através do qual o suco de uva segue o seu caminho. A levedura é colocada em compartimentos adjacentes e alimenta o canal principal através de uma membrana muito fina com buracos chamados nanoporos. É quase como se estivessem em pequenos sacos de chá.

Quando o sumo de uva atinge as leveduras, elas absorvem o açúcar e liberam álcool e CO2 através da membrana. Este processo acontece muito rapidamente, uma vez que o açúcar e a levedura estão confinados num espaço bem pequeno.

Philippe Renaud, chefe do laboratório de microssistemas da EFPL, diz que esta engenhoca poderia ser usada em casa, mas acrescenta: “ela usa um processo simplificado e o resultado não é tão bom quanto o vinho normal”. Eu queria mesmo assim.

[EPFL]

Foto por EPFL/Alain Herzog

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????????????????? //emiaow553.com/receita-cerveja-5000-anos/ //emiaow553.com/receita-cerveja-5000-anos/#respond Tue, 24 May 2016 13:56:01 +0000 //emiaow553.com/?p=203681 A descoberta não é apenas uma sugestão fora do convencional para cervejeiros: ela nos diz algo sobre a cerveja e sua importância no mundo há cinco milênios.

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Uma receita de cerveja com mais de 5.000 anos de idade foi recentemente reconstruída por pesquisadores. É a mais antiga receita dessa bebida na China, e o mais antigo uso documentado de cevada no país.

>>> Como uma ressaca daquelas ajudou um cientista a descobrir o ibuprofeno
>>> Estudo sugere que beber café pode reduzir os danos no fígado causados pelo álcool

A descoberta não é apenas uma sugestão fora do convencional para cervejeiros artesanais: ela nos diz algo sobre a cerveja e sua importância no mundo há cinco milênios.

Arqueólogos da Universidade Stanford escavaram ao longo do rio Wei e encontraram algo intrigante: um jogo incrivelmente completo de equipamentos para fabricação de cerveja. E, na parte interna, estava algo ainda melhor: resíduos da bebida fabricada neles há muito tempo.

Depois de analisar os restos grudados no equipamento, os pesquisadores confirmaram que se tratava de sobras da espuma de uma cerveja de 5.000 anos atrás.

Eles também foram capazes de descobrir a receita por trás dela: uma combinação improvável – mas deliciosa de se ouvir – entre cevada, painço (também conhecido como milhete ou milho-miúdo), lágrimas-de-jó (planta também conhecida como capim-de-nossa-senhora) e tubérculos. A receita foi publicada na revista PNAS.

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Funil de cerveja descoberto nas margens do rio Wei (Jiajing Wang/Universidade Stanford)

Esta receita posiciona o cultivo de cevada na China em 1.000 anos antes das estimativas anteriores. Isso significa que, muito antes de as pessoas comerem cevada na China, elas estavam preparando bebidas alcoólicas com ela. As pessoas plantavam para fazer cerveja e, com o passar do tempo, decidiram comer a cevada também – e não o contrário.

Em outras palavras, a produção de cerveja não foi uma alternativa agrícola que aconteceu porque as pessoas tinham tanto de uma cultura que precisaram encontrar usos alternativos. Em vez disso, a cerveja era uma parte importante de dietas antigas, tanto que havia fazendas inteiras para acomodá-la.

[PNAS]

Foto por Tim Sackton/Flickr

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??? ????? ???? ?? ????? ??? //emiaow553.com/keurig-kold-oficial/ //emiaow553.com/keurig-kold-oficial/#respond Wed, 30 Sep 2015 14:26:58 +0000 //emiaow553.com/?p=185444 A Keurig colocou à venda uma máquina que pode fazer refrigerante usando cápsulas.

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A Keurig é conhecida nos EUA por suas máquinas que fazem café usando cápsulas. Esta semana, ela colocou à venda uma máquina que pode fazer refrigerante da mesma forma.

Falamos antes sobre a Keurig Kold, mas vale a pena relembrar: você coloca água à temperatura ambiente na máquina, insere uma cápsula, e ela produz uma bebida com gás bem geladinha. A máquina leva cerca de um minuto para fazer um copo de refrigerante a 4°C.

O segredo está nas cápsulas: elas contêm o xarope com o sabor, mais esferas de carbonatação que dão gás à bebida. Normalmente, máquinas de refrigerante possuem um cilindro de CO2 para tanto – é o caso da Brastemp B.blend e da Sodastream.

Existem 25 bebidas disponíveis: Coca-Cola normal, Zero e Diet; Fanta; Sprite; Dr. Pepper; chás gelados; variações de refrigerante de gengibre (Ginger Ale) e cerveja-de-raiz sem álcool (root beer); entre outros. A lista completa está aqui.

O problema, claro, é o preço. A Keurig Kold custa US$ 370, o que é bem caro. As cápsulas pioram a situação: um pacote com quatro unidades sai por cerca de US$ 4 a US$ 5. Cada cápsula faz apenas uma única porção de 236 ml.

Eis uma comparação:

– fazer 4 litros de Coca-Cola custaria cerca de US$ 21 (valor de dezessete cápsulas) na Keurig Kold;

– um pack com cerca de 4 litros de Coca-Cola (doze latas de 355 ml) custa US$ 14 na Amazon.

É uma diferença de preço muito grande só para economizar um pouco de espaço na geladeira. Além disso, comprar uma máquina de US$ 370 e um suprimento infinito de cápsulas de US$ 5 por caixa, só para você não ter que lembrar de gelar o refrigerante, é algo bem preguiçoso.

Keurig KOLD Drinkmaker (1)

E as resenhas disponíveis no site da Keurig não são muito animadoras. A máquina pesa 10,7 kg, e tem 30 cm de largura, 44 cm de altura e 49 cm de profundidade. Ela é grande!

Ela é tão grande que não consigo imaginar mantendo-a no meu balcão por um período prolongado de tempo… essa coisa é um monstro absoluto. Eu já tenho espaço limitado no balcão da cozinha.

Para gelar a água, a Keurig Kold leva pelo menos duas horas e faz muito barulho:

Queria que a máquina não demorasse tanto tempo para gelar a água; a minha levou muito mais tempo do que as 2 horas prometidas, e eu tive que desligá-la e começar de novo depois que ela não gelou a água em 4 horas. Eu não gosto que, se você adicionar mais água, a máquina começa de novo todo o processo de resfriamento.

A máquina é fácil de usar, mas ela demorou 2 horas para se preparar e, em seguida, há o método de limpeza e, em seguida, o minuto ou mais para fazer o refrigerante. É muito tempo para uma bebida.

E as cápsulas, além de serem bem grandes – só cabem quatro na caixa – nem sempre funcionam, e não podem ser reutilizadas:

As cápsulas da Kold deixam muito a desejar. De quatro amostras, duas estavam com defeito e não dispensaram qualquer sabor, apenas água gaseificada.

A Keurig Kold está à venda on-line, e deve chegar a lojas físicas nos EUA até o fim do ano.

Keurig KOLD Drinkmaker (3)Keurig KOLD Drinkmaker (2)

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???? ????????, ????????????? //emiaow553.com/uisque-sera-enviado-para-a-estacao-espacial-internacional-mas-nao-para-embebedar-astronautas/ //emiaow553.com/uisque-sera-enviado-para-a-estacao-espacial-internacional-mas-nao-para-embebedar-astronautas/#respond Wed, 05 Aug 2015 18:47:26 +0000 //emiaow553.com/?p=179828 Amostras de uísque será enviadas para o módulo japonês da Estação Espacial Internacional para entender como a maturação da bebida funciona.

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O melhor uísque da Terra está a caminho do espaço.

No começo da semana, a destilaria Suntory anunciou que enviará bebidas alcoólicas ao Kibo, o módulo japonês da Estação Espacial Internacional (EEI). Infelizmente, astronautas não poderão saborear a bebida terráquea. Em vez disso, o uísque será usado para experimentos: cientistas querem saber como a microgravidade pode fazer o álcool envelhecer mais rapidamente. O projeto faz parte de uma colaboração com a JAXA, a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial.

O uísque será enviado do Japão para a EII ainda neste mês, e a bebida será dividida em dois grupos. No primeiro grupo, ela será estudada por um ano em microgravidade, enquanto o segundo a experimentará por dois anos ou mais.

Em um release, a Suntory diz: “Com a exceção de alguns itens como cerveja, bebidas alcoólicas são conhecidas por desenvolver sabores mais maduros com o decorrer dos anos.” Mas? “Ainda não sabemos por completo como isso ocorre”. Então a equipe espera que os experimentos solucionem alguns mistérios alcoólicos. De acordo com um representante da companhia, a pesquisa sugere que ambientes com menores mudanças de temperatura — como, digamos, um satélite em órbita terrestre baixa — contribuem para o amadurecimento do uísque.

O estudo, chamado “Elucidando o Mecanismo de Amadurecimento de Bebidas Alcoólicas”, surge em um período em que o uísque japonês passa por um grande momento global. Ano passado, o uísque da Suntory foi nomeado o melhor do mundo, vencendo até mesmo a Escócia, a capital mundial da bebida.

Acelerar o processo de maturação em condições adversas não é algo novo no mundo científico. Inclusive, já acontece há algum tempo, desde kombucha à bordo da Estação Espacial Internacional, a cerveja fermentada com levedura espacial. [Suntory via Quartz and Wall Street Journal]

Foto de capa: masaomi/Flickr

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??? ?? ????? ???? ?? 5:5? ?? ?? //emiaow553.com/maquina-brastemp-bebidas/ //emiaow553.com/maquina-brastemp-bebidas/#comments Wed, 20 May 2015 15:22:53 +0000 //emiaow553.com/?p=171897 As máquinas que fazem café usando cápsulas estão se tornando mais populares no Brasil. E se uma máquina pudesse fazer café, refrigerante e suco dessa forma?

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As máquinas que fazem café através de cápsulas estão se tornando mais populares no Brasil. E se uma máquina pudesse fazer café, refrigerante e suco dessa forma? Essa é a ideia da Brastemp para a B.blend – mas talvez ela não faça com que você #BebaDessaRevolução.

A B.blend está à venda apenas pela internet por salgados R$ 3.499. As cápsulas custam entre R$ 1,49 e R$ 4,49, vendidas em pacotes de dez unidades.

Quem comprar a máquina ganhará um kit com cem cápsulas, e receberá amostras de sabores que forem lançados no futuro.

A instalação é gratuita, mas precisa ser feita por um técnico especializado, por isso a venda está restrita à Grande São Paulo e região metropolitana de Campinas.

Para gaseificar o refrigerante, a B.blend usa um cilindro de gás que rende até 37,5 litros (cerca de 185 bebidas). Quando acabar, ele precisa ser substituído, e custa R$ 100. A máquina também usa um filtro de água que deve ser trocado de seis em seis meses, e custa R$ 90.

Os sabores

A B.blend permite fazer apenas uma variedade de café – cuja cápsula está esgotada na loja – e de chocolate quente. A variedade é maior quando se trata de suco/néctar, ice tea e refrigerante: no total, são dezoito sabores.

Você pode preparar néctar de morango, laranja, uva ou pêssego por R$ 2,29; a cápsula rende 200 ml de líquido. Também há refrigerantes de cola, cola zero, guaraná, guaraná zero e limão zero, que custam R$ 1,99 por cápsula.

Bblend

A Brastemp fez uma parceria com a Ambev para lançar cápsulas de Guaraná Antartica, que prometem sabor “idêntico ao de garrafa ou lata”. Elas devem ser lançadas até o final do ano.

Também é possível fazer outras bebidas usando a B.blend: frapê de pêssego (R$ 2,49), energético (R$ 4,49) e coquetéis sem álcool – cosmopolitan e margarita (R$ 3,99). A máquina ainda funciona como purificador de água.

Concorrência

Eu não duvido muito do futuro dessas máquinas. Nos EUA, a Sodastream é bastante popular: ela custa a partir de US$ 80 e gaseifica água para criar refrigerantes e sucos. (Ela não faz café nem bebidas quentes.)

A máquina está disponível no Brasil desde 2012: há quatro modelos disponíveis, cujos valores variam entre R$ 299 e R$ 589.

Em vez de cápsulas, ela usa um concentrado SodaMix que você coloca na água: ele custa entre R$ 25 e R$ 35, e rende até doze litros de bebida. São mais de 50 sabores; confira a lista aqui. Claro, você pode colocar os sucos ou aromatizantes que quiser.

A Sodastream requer um cilindro de gás, que custa R$ 60 para troca, e rende até 60 litros de bebida.

Keurig Kold

Ela ganhará uma concorrente em breve nos EUA: a máquina Keurig Kold terá cápsulas de Coca-Cola, Sprite, Dr. Pepper e Snapple, e fará bebidas gaseificadas sem usar um cilindro de gás. Ela deve ser lançada no quarto trimestre por US$ 300.

Isso vem preocupando analistas de mercado, que consideram esse valor alto demais. Imagine se eles soubessem de uma máquina brasileira que sai por R$ 3.500, e ainda assim requer cilindros de gás!

Bblend

A Whirlpool, dona da Brastemp, diz que a B.blend levou quatro anos para sair do papel. O investimento inicial da Ambev nessa joint venture foi de R$ 110 milhões. Foram fabricadas 500 máquinas, todas em Joinville (SC); as cápsulas são feitas na Alemanha pela Bevys.

Em agosto, o projeto prometia algumas novidades que ainda estão para se materializar. “Queremos chegar a ter 200, 500 sabores e fazer parcerias com marcas grandes ou independentes”, disse Fernando Yunes, diretor de Novos Negócios, à Folha.

Na época, Yunes mencionou planos de fabricar as cápsulas no Brasil, e de criar cápsulas de cerveja – elas estavam em testes, mas ainda tinham que lidar com alguns problemas, como o colarinho. Também ficou aberta a possibilidade de alugar a máquina, do mesmo jeito que a Brastemp aluga filtros.

Você pagaria R$ 3.500 por uma máquina que depende de cápsulas proprietárias com preços não muito competitivos, e que requer troca de filtro e cilindro?

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