?? ??? ????????, ?????? //emiaow553.com/tag/aves/ Vida digital para pessoas Fri, 04 Oct 2024 19:43:34 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png VS??????????? //emiaow553.com/tag/aves/ 32 32 ??? ???? ??? ??????, ?????????? //emiaow553.com/cobertura-florestal-e-tipo-de-ambiente-moldam-diversidade-funcional-de-aves-insetivoras-na-mata-atlantica/ Fri, 04 Oct 2024 20:25:27 +0000 //emiaow553.com/?p=600337 Áreas mais desmatadas têm menos espécies, que são mais similares entre si e exercem as mesmas funções ecológicas, mostra estudo conduzido por pesquisadores da UFSCar e da Unesp. Segundo os autores, tal fenômeno compromete a resiliência do ecossistema

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Texto: Emilio Sant’Anna | Agência FAPESP

Cinco séculos de exploração econômica e desmatamento deixaram marcas profundas na Mata Atlântica. Um estudo publicado na revista Environmental Conservation aponta uma delas ao mostrar que a cobertura florestal e o tipo de ambiente são responsáveis por moldar a diversidade funcional das aves insetívoras no bioma. A pesquisa revela que a fragmentação da floresta pode levar à perda de espécies que desempenham funções ecológicas específicas, como o controle de pragas, e destaca a importância de manter a conectividade entre os fragmentos florestais para preservar a biodiversidade e as funções ecológicas essenciais.

O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com apoio da FAPESP (projetos 13/50421-2, 20/01779-5, 21/08534-0, 21/10195-0 e 22/10760-1). A área pesquisada foi o corredor ecológico da região Cantareira-Mantiqueira, no sudeste da Mata Atlântica. Ela cobre aproximadamente 700 mil hectares e conecta o Parque Estadual da Cantareira ao Parque Estadual da Serra da Mantiqueira. A região é formada por diversos mosaicos paisagísticos, com variações de perda florestal e diferentes usos da terra.

A maioria dos remanescentes florestais tem menos de 100 hectares, é isolada e formada por florestas secundárias em estágios de iniciais a médios de sucessão. Essas áreas são cercadas por diferentes formas de uso da terra, incluindo pastagens, agricultura em pequena escala, silvicultura, florestas em regeneração e áreas urbanas.

Os resultados mostraram que áreas com maior cobertura florestal abrigam mais espécies com diferentes funções ecológicas. Áreas com menor cobertura florestal têm diversidade funcional reduzida, comprometendo a resiliência do ecossistema e a oferta de serviços ecológicos essenciais.

“Isso é particularmente importante nas nossas áreas de estudo, muitas vezes compostas por matas secundárias. Ou seja, essas regiões abrigam hoje apenas uma fração das espécies que possuíam originalmente, devido à degradação que o ambiente sofreu? afirma o biólogo Enzo Coletti Manzoli, que conduziu o trabalho durante seu mestrado, realizado na UFSCar sob a orientação de Augusto João Piratelli, professor do Departamento de Ciências Ambientais.

Espécies sensíveis

A Mata Atlântica cobre aproximadamente 15% do território brasileiro e está presente em 17 Estados. Nessas áreas vivem mais de 70% da população brasileira, responsáveis por 80% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Hoje, restam cerca de 12% de sua cobertura original, de acordo com dados da Fundação SOS Mata Atlântica.

Além da cobertura florestal, o tipo de ambiente desempenha um papel crucial. Florestas secundárias e áreas regeneradas, apesar de não serem equivalentes às florestas primárias em termos de biodiversidade, ainda proporcionam hábitats importantes para espécies de aves insetívoras. No entanto, porções altamente urbanizadas ou convertidas para agricultura intensiva mostraram uma drástica redução na diversidade funcional dessas aves.

“O desflorestamento e a fragmentação têm sido os principais fatores de impacto sobre as espécies de aves nas últimas décadas. Em nossa pesquisa, percebemos como esses ambientes impactados podem conter menos nichos disponíveis para que as espécies de aves ocupem. Consequentemente, o comportamento das comunidades é afetado, podendo levar a uma lacuna na dinâmica de compensação entre as espécies? explica Manzoli.

Uma das descobertas mais preocupantes foi a constatação de que a fragmentação da floresta pode levar à perda de espécies que desempenham funções ecológicas específicas, como o controle de pragas. Isso ocorre porque espécies com características funcionais únicas são frequentemente as mais sensíveis à perda de hábitat e a mudanças ambientais. “Isso significa que as aves especialistas e suas funções ecossistêmicas podem estar sendo excluídas desses ambientes, pois já existem espécies generalistas ocupando os nichos dos quais essas aves precisam para ocorrer nessas matas em regeneração? diz Manzoli.

O resultado dessa perda de diversidade funcional não se limita apenas à própria mata degradada. Áreas ocupadas por plantações, onde originalmente havia floresta, podem também ser afetadas pela menor presença de aves insetívoras. Ou seja, a atividade econômica responsável pela derrubada da Mata Atlântica sofre com os problemas que causou ao bioma.

Piratelli ressalta ainda que as áreas de pastagens representam uma pequena parcela da avifauna original, enquanto ambientes como os brejos abrigam algumas espécies não encontradas nas áreas mais florestais. “A fragmentação e a degradação dos hábitats podem levar a extinções locais e à perda de funções ecológicas. Isso é preocupante tanto para a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica quanto para a produção agrícola”, diz o orientador da pesquisa.

Os pesquisadores utilizaram uma combinação de métodos de campo, incluindo observações e gravações de sons das aves, para catalogar as espécies presentes em diferentes áreas de estudo. Para avaliar a relação entre a cobertura florestal, o tipo de ambiente e a diversidade funcional das aves, foram aplicadas técnicas de análise estatística avançada.

A pesquisa destaca a necessidade de integrar a conservação da biodiversidade com práticas de uso sustentável da terra. Em áreas onde a agricultura e a urbanização são inevitáveis, medidas como a criação de áreas protegidas, o manejo sustentável de florestas secundárias e a implementação de práticas agrícolas favoráveis à biodiversidade podem mitigar os impactos negativos sobre a diversidade funcional das aves.

“O poder de predição dos índices de diversidade funcional pode ser bastante útil para apoiar a tomada de decisão em projetos de uso da terra. Podemos ter ambientes cuja diversidade seja baixa, mas que funcionalmente as aves ali presentes sejam muito diferentes em características entre si e que, por isso, elas forneçam serviços ecossistêmicos mais variados? explica Manzoli.

Os autores do estudo também destacam a importância de políticas de conservação que promovam a restauração e a conectividade dos fragmentos florestais e a importância de considerar a diversidade funcional nas decisões do uso da terra. “Os próximos passos são verificar como os serviços ecossistêmicos são afetados e quantificar em modelos ecológicos o quanto disso se reflete economicamente? diz Manzoli. “No meu doutorado testaremos os impactos nas funções ecológicas juntamente com o impacto nos índices de diversidade funcional. Estou ansioso para ver os novos resultados.?/p>

O artigo Forest cover and environment type shape functional diversity of insectivorous birds within the Brazilian Atlantic Forest pode ser lido em: //doi.org/10.1017/S0376892924000080.

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??? ????? ??? ???? ???????????? //emiaow553.com/fezes-fossilizadas-tem-resquicios-de-parasitas-que-ainda-infectam-animais/ Wed, 02 Oct 2024 22:24:41 +0000 //emiaow553.com/?p=599615 Pesquisadores encontraram pela primeira vez registros de protozoários em aves que viveram onde agora é o Brasil por volta de 30 milhões de anos atrás

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Texto: Enrico Di Gregorio/Revista Pesquisa Fapesp

Parasitas são um grande problema para a medicina aviária. Alguns deles são microscópicos, como os protozoários, e podem infectar aves silvestres e de cativeiro e causar doenças como a coccidiose, letal para galinhas domésticas. Paleontólogos e parasitologistas brasileiros descobriram, por meio de análises de fezes fossilizadas (chamadas de coprólitos), que aves foram infectadas com parasitas similares aos de hoje entre 34 milhões e 23 milhões de anos atrás na região onde agora é Tremembé, em São Paulo, conforme mostrou um artigo publicado em abril na revista International Journal of Paleopathology.

Nesse período, parte do Oligoceno, a região onde agora é o Vale do Paraíba era ocupada por grandes mamíferos (Pyrotheria), parecidos com as antas atuais e os hipopótamos (Notoungulata), e animais menores como roedores, morcegos, cobras, sapos, peixes e aves. No mesmo ambiente, invisíveis a olho nu, estavam parasitas como os protozoários. Todos eles habitavam os entornos ou as águas de um lago, que alternava entre momentos de seca e cheia a depender do clima.

Quando esses animais morriam ou defecavam, os materiais orgânicos sobre o solo argiloso eram, por vezes, cobertos de novas camadas do mesmo sedimento, que após milhões de anos viravam rochas. Nas condições adequadas, como falta de oxigênio e movimentação do solo, alguns dos restos biológicos se fossilizavam.

Os pesquisadores usaram microscópios, líquidos levemente salinizados e gotas de glicerina para analisar as amostras, e conseguiram identificar uma boa quantidade de microrganismos. “Encontramos 13 tipos morfológicos diferentes, eu nunca esperaria achar essa quantidade em um material paleontológico? lembra o paleoparasitologista Gustavo do Carmo, que realizou a pesquisa como parte de seu mestrado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e atualmente faz doutorado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A bacia de Taubaté, onde fica a formação Tremembé, foi descoberta na primeira metade do século XIX e o trabalho de Carmo foi o primeiro a estudar parasitas do passado nos fósseis da bacia de Taubaté.

Coprólito de ave (parte branca) guarda indícios de parasitas.

Coprólito de ave (parte branca) guarda indícios de parasitas. Imagem: Gustavo do Carmo? UFMG

Os microrganismos foram divididos em dois grupos de protozoários: coccídios da família Eimeriidae e ameboides da família Archamoebae. As espécies não foram identificadas porque o material estava muito degradado e as formas parasitárias não estavam completamente desenvolvidas.

Esses microrganismos, como alguns da família Eimeriidae, ainda causam problemas de saúde em animais. “Aqueles do gênero Eimeria infectam aves de todas as ordens e podem causar coccidiose; já os do gênero Isospora são conhecidos por infectar pássaros de gaiola e ajudam a entender a ecologia daqueles que estão em ambientes silvestres? relata o biólogo Bruno Berto, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), coautor do artigo. “As amebas são as que têm registro menos frequente em aves.?/p>

Por essa relevância atual, o estudo é observado com atenção por veterinários. “Identificar parasitas com determinadas características em aves ancestrais e analisar como eles se encaixam na evolução pode ajudar no diagnóstico em laboratórios e tratamentos hoje em dia? defende Berto.

Sítio Santa Fé faz parte da formação Tremembé, descoberta no século XIX

Sítio Santa Fé faz parte da formação Tremembé, descoberta no século XIX. Imagem: Hermínio Ismael de Araújo Júnior / Uerj

Esse foi o primeiro registro de protozoários em coprólitos de aves do Oligoceno brasileiro. A paleontóloga Paula Dentzien Dias, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), especialista em coprólitos, que não participou do estudo, ressalta a riqueza do material. “?raro encontrar parasitas no registro paleontológico, somente em 2006 foram encontrados ovos em coprólitos da Bélgica? conta. “O segundo achado, feito no Rio Grande do Sul em 2013, foi datado como do Permiano do Brasil? diz, referindo-se ao período ente 299 milhões e 252 milhões de anos atrás, aproximadamente.

A novidade permitiu aos cientistas entender melhor como os parasitas evoluíram em conjunto com as aves. A ameba encontrada era conhecida principalmente em seres humanos, mas a pesquisa mostrou que ela infectou aves no passado. “Entender as interações dos organismos e quando alguns grupos atuaram como parasitas no passado, bem como quais animais foram parasitados, é essencial para compreender a evolução das espécies? afirma Dias.

Os pesquisadores também descobriram que algumas características dos parasitas evoluíram antes do que se pensava, como a micrópila (uma espécie de válvula de saída dos oocistos, as estruturas arredondadas onde se desenvolvem as formas infectantes dos parasitas) e a membrana que fica em cima dela, chamada de capuz polar.

Além da importância veterinária, os parasitas têm papel central na ecologia. “Eles podem interferir diretamente na reprodução ou na alimentação dos hospedeiros? diz Carmo. A presença de aves infectadas, como indicam os coprólitos, mostra que as espécies ancestrais de Taubaté contribuíram bastante para a proliferação dos parasitas naquele período.

Não foi possível precisar quais espécies ou grupos de aves foram infectados. Abutres, urubus e animais parecidos com flamingos e galinhas são alguns dos que viviam na região na época. Uma outra pista que os excrementos revelaram é que os hospedeiros eram onívoros, com uma dieta de peixes, artrópodes e plantas.

Agora, o objetivo é ampliar esses diagnósticos para entender melhor a história evolutiva dos parasitas. “Já conseguimos identificar helmintos no mesmo sítio de Tremembé e estamos estudando materiais de outros animais e regiões, como coprólitos de dinossauros de Minas Gerais? conclui Carmo.

A reportagem acima foi publicada com o título ?strong>Parasitas do Oligoceno?na edição impressa nº 343, de setembro de 2024.

Artigo científico
CARMO, G. M. et al. Protozoan parasites of birds from the Tremembé formation (Oligocene of the Taubaté Basin), São Paulo, Brazil. International Journal of Paleopathology. v. 45. 23 abr. 2024.

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????????????, ???, ?????????? //emiaow553.com/fotografias-permitem-estudar-fosseis-destruidos-no-incendio-do-museu-nacional/ Wed, 25 Sep 2024 16:57:22 +0000 //emiaow553.com/?p=597500 Pesquisadores descreveram espécies de aves a partir de imagens de alta resolução

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Texto: Enrico Di Gregorio/Revista Pesquisa Fapesp

Na noite de 2 de setembro de 2018, chamas causadas por um curto-circuito na rede elétrica do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN-UFRJ) se espalharam rapidamente pela parte interna do prédio e consumiram 90% do acervo científico da instituição, formado de peças geológicas, arqueológicas, etnográficas, zoológicas e paleontológicas ?no caso dos fósseis, cerca de 40% foi perdido. Desde então, pesquisadores se organizaram para tentar recuperar, de diversas formas, objetos que não foram destruídos.

Enquanto alguns deles escavaram as cinzas em busca do que não tinha sido totalmente queimado, outros conseguiram achar, em fotografias guardadas em acervos digitais, registros em alta qualidade de uma parte do material perdido. Foi a partir de imagens que paleontólogos descobriram espécies às quais pertenciam seis fósseis de aves, conforme descrito em um artigo publicado em julho na revista Journal of Ornithology.

As peças eram ossos dos pés: um fragmento do tarsometatarso e quatro falanges, uma delas conectada a uma pontiaguda garra das aves antigas. No dia do incêndio, as peças estavam em uma estante na Coleção de Paleovertebrados do museu e foram completamente destruídas pelas chamas.

Para estudar o material, os pesquisadores fotografaram, na mesma escala e posição, outros materiais ósseos de aves parecidas e compararam os esqueletos. A conclusão foi de que o tarsometatarso perdido um dia pertenceu a uma ema (Rhea americana) e as falanges a aves de rapina da família dos acipitrídeos, que reúne águias, harpias e gaviões, por exemplo. A presença das emas indica que, no passado, a região onde agora é o interior do Ceará tinha uma vegetação esparsa, como a paisagem atual do Cerrado e da Caatinga. “Os acipitrídeos vivem ali até hoje. Já as Rhea desapareceram por um período, mas foram reintroduzidas e hoje também podem ser encontradas? diz o paleontólogo João Paulo da Costa, estudante de doutorado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e primeiro autor do artigo.

Para a paleontóloga Luciana Carvalho, do Museu Nacional, o método é confiável. Ela não participou do estudo, mas é responsável pela curadoria da coleção de fósseis de vertebrados da instituição. “As fotografias podem, sim, servir para análise. O importante é que sejam de boa qualidade, tenham sido tiradas de vários ângulos do fóssil e não sejam muito editadas.?/p>

Além das conclusões científicas, a pesquisa mostra a importância dos registros fotográficos e dos acervos digitais de coleções fossilíferas. “?uma forma de proteger as informações? defende Costa. Antigamente, na paleontologia, registros desse tipo eram impossíveis. Quando paleontólogos queriam registrar seus fósseis, apelavam para desenhos científicos feitos à mão.

Alguns dos ossos fotografados eram de aves de rapina, como esse gavião-de-coleira

Alguns dos ossos fotografados eram de aves de rapina, como esse gavião-de-coleira. Imagem: Herminio Ismael Araujo Junior / MN-UFRJ (fóssil) | Luciano Bernardes (foto do avião-de-penacho)

Agora há câmeras fotográficas, e também aplicativos de celular que permitem aos paleontólogos fazer modelos digitais e tridimensionais dos fósseis. No Museu Nacional, atualmente os pesquisadores usam vários desses métodos para digitalizar a coleção que sobreviveu ao incêndio. Contudo, de acordo com Carvalho, ainda não é possível ter uma dimensão precisa de quanto do material perdido já havia sido fotografado.

Em São Paulo, iniciativas semelhantes ocorrem no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP). “O MZ-USP está começando a construir um acervo digital do seu material paleontológico e neontológico [relacionado a organismos que ainda existem] com o uso de máquinas fotográficas e tomógrafos? afirma o paleontólogo Hussam Zaher, diretor do museu.

A questão é que a digitalização do acervo cria facilidades e desafios ao mesmo tempo, uma vez que o processo demanda tempo e protocolos de registro e análise. No Museu Nacional, as estantes de fósseis de vertebrados ocupam um espaço de 105 metros quadrados (m2). “?uma coleção muito grande e temos falta de equipamentos, espaço e profissionais? afirma Carvalho. Zaher acrescenta que, mesmo com a melhor tecnologia, os exemplares digitais não substituem os físicos.

Os ossos descritos no estudo de Costa foram encontrados pela primeira vez em 1961 pelos paleontólogos Carlos de Paula Couto e Fausto Luís e Souza em uma cavidade esculpida pela água em uma rocha ?chamada de tanque natural ? no Sítio Paleontológico João Cativo, no município de Itapipoca, Ceará. De lá, foram enviados com vários outros fósseis descobertos na região para o Museu Nacional.

Esse foi o primeiro registro de fósseis de aves em tanques naturais do Nordeste brasileiro, apesar de essas cavidades naturais existirem em abundância por ali, com material paleontológico em seu interior. “O caso das aves é especial porque os ossos desses animais são pneumáticos [ocos e com paredes finas capazes de armazenar ar], e isso faz com que eles sejam mais vulneráveis à quebra e degradação depois que o animal morre? afirma Costa. “Além disso, geralmente as pessoas dão uma atenção maior aos animais da megafauna.?/p>

Artigo científico
COSTA, J. P. da et al. Fossil birds from the João Cativo paleontological site, Itapipoca, Ceará, Brazil. Journal of Ornithology. On-line. 26 jul. 2024.

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??? ????? ???????? //emiaow553.com/aves-incendiarias-sao-capazes-de-provocar-incendios-florestais-de-proposito/ Sat, 07 Sep 2024 16:15:58 +0000 //emiaow553.com/?p=591717 Três espécies de aves tem chamado atenção como as mais inesperadas causadoras de incêndios florestais como estratégia de caça

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Na paisagem silenciosa das florestas da Austrália, três espécies de aves “incendiárias” tem se destacado como as mais inesperadas causadoras de queimadas florestais. Um estudo, publicado no periódico científico Journal of Ethnobiology, mostrou que milhafres-pretos (Milvus migrans), milhafres-assobiadores (Haliastur sphenurus) e falcões-berigora (Falco berigora) espalham o fogo de propósito para capturar presas.

Elas fazem isso, de acordo com os cientistas, para ajudar na busca por comida. Elas se alimentam de insetos e outros pequenos animais que tentam fugir das chamas.

“Ao redor de uma frente ativa de fogo, pássaros ?geralmente milhafres-pretos, mas às vezes falcões-berigora ?pegam um graveto e levam para uma área não queimada para começar um novo incêndio? diz Bob Gosford, ornitólogo do Conselho Central de Terras na cidade australiana de Alice Springs.

“Observadores relatam tentativas individuais e cooperativas, muitas vezes bem-sucedidas, de espalhar intempestivamente incêndios florestais por meio de uma única ocasião ou de repetidos transportes de gravetos em garras ou bicos? escrevem os autores do estudo

Comportamento das aves já foi observado pelos aborígines 

Milhafres-pretos, uma das aves "incendiárias

Milhafres-pretos, uma das aves “incendiárias”. Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

Ainda não está claro o quão comum é esse comportamento. Cientistas tentam descobrir sobre a frequência e se esta técnica é exclusiva dessas espécies, tanto na Austrália como no resto do mundo. Para isso, os pesquisadores planejam fazer experimentos em condições controladas.

De acordo com o Bob Gosford, essas aves de rapina prosperam em incêndios florestais. Elas sobem e descem perto das linhas de fogo do incêndio nas savanas tropicais da Austrália.

“O milhafre-preto e o falcão-marrom vão até as linhas de fogo porque lá é um frenesi de caça? disse ele em uma entrevista de 2016 à Australian Broadcasting Corporation. “?um frenesi alimentar, porque saem dessas pastagens pássaros pequenos, lagartos, insetos, todos fugindo do incêndio.?/p>

A crença de que essas aves são incendiárias têm a capacidade de espalhar as chamas vem de longa data. Os aborígines australianos já haviam percebido esse comportamento há muito tempo e já chegaram até a celebrar em antigas danças cerimoniais.

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???? ???? ???? ??? ?? //emiaow553.com/nos-limites-de-seu-ambiente-ideal-aves-capricham-na-escolha-de-alimento/ Fri, 09 Aug 2024 18:45:39 +0000 //emiaow553.com/?p=584994 Estudo prevê uma diminuição na variedade de frutos consumidos, prejudicando a dispersão de sementes e a sobrevivência de plantas a longo prazo

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Texto: Gilberto Stam/Revista Pesquisa Fapesp

Um estudo publicado este mês na revista científica Science (19/7), envolvendo equipes de 10 países incluindo pesquisadores brasileiros, sugere que ambientes estressantes, como nos extremos de sua distribuição geográfica, podem afetar a estratégia de alimentação das aves. Os pesquisadores notaram que as aves escolhem frutos de tamanhos diferentes se estiverem no centro ou na borda de seu hábitat, com implicações importantes para as dinâmicas florestais.

“Quando estão na região mais central de sua área de distribuição, as aves comem frutos de tamanhos variados? diz o ecólogo brasileiro Lucas Martins, pesquisador de pós-doutorado da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia. Quando estão perto da fronteira de sua distribuição, são mais seletivas e escolhem os maiores frutos que conseguem abocanhar. Uma ave do Cerrado, por exemplo, tende a comer frutos maiores em relação ao tamanho do próprio bico quando vive perto de outro ambiente, como a Amazônia ou a Caatinga. As exceções são aquelas aves com dietas mais variadas, incluindo itens como insetos. “Por terem uma fonte alternativa de alimento, essas aves podem adquirir energia por meio de outros recursos em vez de comer os maiores frutos possíveis? deduz o ecólogo.

Os pesquisadores estudaram 97 espécies de aves e 831 de plantas frutíferas, em 126 localidades dos seis continentes, usando dados de estudos conduzidos em diversos países. As informações incluíam características como o tamanho da abertura do bico da ave, a frequência de alimentação e o tamanho dos frutos ingeridos.

O saí-azul (Dacnis cayana) se alimenta de frutos, mas também néctar e insetos

O saí-azul (Dacnis cayana) se alimenta de frutos, mas também néctar e insetos. Imagem: João Victor Cardoso Fernandes

Segundo Martins, é provável que, escolhendo frutos maiores e mais nutritivos, as aves que vivem próximo das bordas de suas distribuições adquiram a energia da qual precisam para lidar com fatores de estresse típicos dessas áreas, que podem variar desde temperaturas desafiadoras a uma menor abundância de alimento disponível. A quantidade de predadores e a competição entre aves por alimentos também podem aumentar para algumas espécies perto das bordas, já que a composição da fauna tende a mudar na transição entre hábitats.

“O trabalho fez uma análise ampla e conseguiu identificar uma variação até então desconhecida no comportamento alimentar das aves? destaca a bióloga Camila Ribas, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que não participou do estudo.

No entanto, ela ressalta que a distribuição é um dado impreciso para aves. “?comum encontrar espécies fora da distribuição antes atribuída a elas, o que acaba ampliando a área de ocorrência conhecida? relata. Outro problema é que a classificação das aves nem sempre é bem resolvida ?duas populações podem ser vistas como espécies separadas ou uma única, conforme a definição aplicada por cada pesquisador.

A bióloga considera que estudos com bancos de dados são importantes e podem permitir novas sínteses de processos naturais. “No entanto, é importante fazer trabalho de campo para aumentar a quantidade de informações e melhorar sua qualidade.?/p>

O sabiá-do-campo (Mimus saturninus) habita áreas de campo e urbanas em boa parte do país

O sabiá-do-campo (Mimus saturninus) habita áreas de campo e urbanas em boa parte do país. Imagem: Rodrigo Missano / Unesp

Migração das plantas

Segundo a bióloga Carine Emer, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e do Instituto Juruá, na Amazônia, e coautora do artigo, o comportamento das aves pode ter implicações ecológicas importantes. “A tendência é que, com as mudanças climáticas, o ambiente fique cada vez mais estressante para as aves? antecipa.

Segundo ela, ao passar a selecionar frutos maiores, as aves podem acabar deixando de lado as espécies que produzem frutos menores, que também são importantes na composição das florestas e perdem a carona que pode levá-las para longe da árvore-mãe. Entre as funções ecológicas desempenhadas pelas aves está essa dispersão de sementes, depositadas com as fezes depois de digeridos os frutos. Se essa parceria entre plantas e dispersores falha, algumas plantas podem não conseguir se estabelecer em outras regiões, o que também pode prejudicar a recuperação de áreas degradadas que dependem do aporte de sementes a partir dos locais onde a biodiversidade se mantém.

Outro fator que afeta a dispersão de sementes são as quedas acentuadas da população de animais, processo chamado de defaunação. A redução mundial de dispersores de sementes já diminuiu a capacidade das plantas de se adaptar às mudanças climáticas em 60%, segundo outro artigo publicado na revista Science em janeiro de 2022. Isso acontece em grande parte porque os animais são responsáveis pelo transporte das sementes de 90% das espécies de árvores das florestas tropicais.

Artigos científicos
MARTINS, L. P. et al. Birds optimize fruit size consumed near their geographic range limits. Science. v. 385, n. 6706. 19 jul 2024.
FRICKE, E. C. et al. The effects of defaunation on plants?capacity to track climate change. Science. v. 375, n. 6577. p. 210-4. 13 jan 2022.

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????? MMA??????, ?????? //emiaow553.com/maior-repositorio-sobre-caracteristicas-de-mamiferos-aves-repteis-e-anfibios-e-criado-com-auxilio-de-ia/ Fri, 19 Jul 2024 17:54:10 +0000 //emiaow553.com/?p=581567 Plataforma reúne mapas de distribuição de todas as espécies de tetrápodes, como são chamados os vertebrados terrestres com quatro membros. Técnicas computacionais foram usadas para preencher lacunas nos casos em que faltavam informações

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Texto: André Julião | Agência FAPESP

Pesquisadores recorreram à inteligência artificial para complementar e consolidar uma série de informações até então dispersas sobre os chamados tetrápodes ?superclasse de vertebrados terrestres possuidores de quatro membros, como é o caso de mamíferos, aves, répteis e anfíbios.

Reunidos no repositório TetrapodTraits, os dados permitem aos usuários, por exemplo, conhecer os serviços ecossistêmicos prestados em uma determinada área ou estudar um grupo de espécies distribuído pelo mundo. Podem ainda ser úteis para esforços de conservação.

O trabalho teve apoio da FAPESP e foi publicado ontem (11/07) na revista PLOS Biology.

“Até agora, quem quisesse fazer um trabalho sobre múltiplos grupos de espécies precisava consultar diferentes bancos de dados, harmonizar essas informações para garantir que estava tratando das mesmas espécies em cada dataset e ainda lidar com a falta de dados sobre muitas delas. Nosso banco tem dados completos e harmonizados, no contexto espacial, filogenético e ecológico para cada espécie? explica Mario Moura, pesquisador do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) apoiado pela FAPESP e líder do estudo.

Mais do que a soma de outros bancos de dados, acrescido de informações contidas na literatura científica, o repositório tem como diferencial o uso de inteligência artificial para completar as informações deixadas em aberto pelos estudos científicos realizados até hoje sobre esse grupo de animais.

“Nas espécies em que faltavam informações, nosso algoritmo cruzou as que existiam sobre a própria espécie com as de outras evolutivamente próximas. Após 10 mil simulações, chegou-se a um valor que está agora informado no nosso banco de dados, com a ressalva de que é deduzido por inteligência artificial? explana.

Foram incluídos valores observados, predições e fontes de informação para as 33.281 espécies de tetrápodes de que se tem notícia. Os dados incluem tamanho corporal (comprimento e peso), período de atividade (noturno ou diurno), micro e macro-hábitat (aquático, terrestre, arborícola, fossorial etc.), ecossistema (floresta, savana, deserto etc.), grau de ameaça de extinção (criticamente ameaçado, não ameaçado, vulnerável etc.), mapa de ocorrência, se vive ou não em ilha, preferências ambientais e dados sofre influência humana na área de distribuição da espécie.

O repositório, com quase 800 mil entradas de dados, envolveu o uso de mais de 3,4 mil referências, sendo que 66% dessas informações foram harmonizadas a partir de bancos já existentes. Os pesquisadores focaram nas cinco informações que mais faltam nessas fontes: tamanho e massa corporal, período de atividade, micro-hábitat e grau de ameaça. Apenas 43% dos tetrápodes tinham todos esses dados disponíveis em repositórios.

Com a adição manual de informações contidas na literatura científica e os valores calculados por inteligência artificial, em 24 atributos desses animais existem agora 98% de informações completas.

Lacunas

O trabalho é parte do VertLife, plataforma criada na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, onde Moura realizou pós-doutorado. Desde 2012, a iniciativa vem criando bancos de dados por grupos de espécies. O TetrapodTraits também engloba informações do projeto Map of Life, que consolida mapas de distribuição provenientes de diferentes fontes.

Ao levantar um número tão grande de informações, sobre tantas espécies, os pesquisadores puderam entender os diferentes vieses na coleta de dados de história natural. Em um trabalho anterior, Moura havia apresentado os principais direcionamentos adotados em estudos sobre répteis (leia mais em: agencia.fapesp.br/40631).

“As espécies que mais se conhecia eram as de tamanho e peso maior, mais fáceis de serem detectadas. As que faltavam mais dados eram as de pequeno porte, como animais com menos de um grama, nem sempre possíveis de serem pesados nas balanças mais comuns? conta Moura.

“Existe muito conhecimento sobre o período de atividade de animais diurnos, enquanto a maioria dos dados faltantes foi predita como sendo referente a espécies noturnas, o que pode indicar maior dificuldade de amostragem desse grupo? avalia.

O TetrapodTraits terá uma plataforma interativa em que os usuários poderão atualizar os dados existentes, algo fundamental para manter a relevância do repositório. Isso porque novas espécies são descritas o tempo todo, outras reclassificadas. “Esse dinamismo é muito laborioso nos estudos de biodiversidade? comenta Moura.

O estudo também tem apoio da FAPESP por meio de outros três projetos (20/12558-0, 22/15247-0 e 16/25358-3).

O artigo A phylogeny-informed characterisation of global tetrapod traits addresses data gaps and biases pode ser lido gratuitamente em: //journals.plos.org/plosbiology/article?id=10.1371/journal.pbio.3002658.

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???? ??? ?? 1? ??? ??(TOZ) //emiaow553.com/nova-especie-de-ave-da-caatinga-e-descoberta-e-tem-origem-em-variacoes-historicas-do-sao-francisco/ Fri, 28 Jun 2024 12:45:23 +0000 //emiaow553.com/?p=577892 Oscilações climáticas na Caatinga resultaram no surgimento da espécie Sakesphoroides niedeguidonae. A foto apresenta uma fêmea dessa espécie

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Texto: Agência Bori

Highlights

  • Pesquisa avaliou dados como a plumagem, o canto e a genética de 1079 indivíduos e concluiu que as chocas-do-nordeste são, na verdade, duas espécies
  • Resultados sugerem que mudanças climáticas históricas e variações no curso do rio São Francisco tiveram papel importante na separação dessas espécies irmãs
  • As descobertas podem contribuir para a criação de estratégias mais eficazes de preservação para esses animais e favorecer os cuidados com o bioma Caatinga

Dados genéticos de um grupo de aves da Caatinga conhecidas como choca-do-nordeste indicam que alterações no curso do rio São Francisco e oscilações climáticas ocorridas ao longo de um milhão de anos causaram a divisão do grupo em duas espécies distintas. Uma delas foi descrita pela primeira vez nesta terça (18) na revista científica “Zoologica Scripta? O artigo é fruto de parceria entre o Instituto Tecnológico Vale (ITV), o Museu Paraense Emílio Goeldi e as universidades federais do Pará (UFPA) e do Rio Grande do Norte (UFRN).

Os indivíduos da nova espécie, nomeada Sakesphoroides niedeguidonae, até então, eram considerados parte da espécie Sakesphoroides cristatus. Porém, o estudo descobriu diferenças genéticas, de plumagem e de canto entre os grupos.

Os pesquisadores analisaram características da plumagem, das formas e as medidas corporais de 1079 aves, incluindo 92 exemplares preservados em museus e 987 fotografias digitais. Além disso, estudaram 115 gravações sonoras atribuídas às chocas-do-nordeste, 58 amostras de material genético e 568 registros de ocorrência que indicavam a distribuição geográfica dessas aves. Com as informações em mãos, estimaram ainda a história genética do grupo e as relações de parentesco entre as linhagens. Também foi possível inferir o tamanho populacional e os nichos climáticos ?ou seja, a distribuição de indivíduos de acordo com condições climáticas ?ocupados pela espécie ao longo de sua história.

A equipe identificou dois padrões distintos no canto das aves, que coincidiam com diferenças na plumagem das fêmeas. Ao mesmo tempo, os dados genéticos revelaram a presença de dois grupos diferentes nas amostras, com uma diferença no material genético de 1,8%. Alexandre Aleixo, pesquisador do ITV autor do artigo, explica que, se todos os indivíduos pertencessem à mesma espécie, como se acreditava antes do estudo, esse número seria próximo de zero. “Comparamos as informações com outras espécies da mesma família e vimos que esse valor é até maior do que o encontrado entre outras espécies já reconhecidamente há séculos como diferentes? completa Pablo Cerqueira, atualmente pesquisador-bolsista do ITV e primeiro autor do artigo.

Os achados chamam atenção para a diversidade da Caatinga. “Estamos vendo que a Caatinga tem espécies ainda não descritas de todos os grupos e, quanto mais frequente for a incorporação de dados moleculares nos estudos, maior é a chance de encontrar novas espécies? comenta Aleixo. Cerqueira destaca que esse foi o primeiro estudo a mostrar um novo padrão evolutivo para as aves da região, sinalizando que ainda há muito a ser descoberto.

O estudo pode contribuir para a criação de estratégias de proteção para essas espécies e para o ecossistema como um todo, além de abrir espaço para outras pesquisas. “Os futuros estudos ecológicos e populacionais podem ser mais focados em cada uma das espécies, avaliando se os tamanhos populacionais estão sofrendo influência do desmatamento e se variam com o aumento de temperatura? exemplifica Cerqueira.

A partir da hipótese de diversificação da Caatinga mediada pelo rio São Francisco e das oscilações climáticas históricas, o grupo planeja continuar testando esses padrões em outras espécies com distribuição similar. “Queremos também trabalhar com genomas completos em torno dessa nova espécie e entender melhor como é a relação com a espécie irmã quando elas se encontram? conclui Aleixo.

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????????? ?? ????????? //emiaow553.com/especie-de-ave-presente-na-colombia-e-no-peru-e-registrada-pela-primeira-vez-na-amazonia-brasileira/ Wed, 03 Apr 2024 13:33:46 +0000 //emiaow553.com/?p=561671 Tangará-do-oeste (Chiroxiphia napensis) já havia sido registrado na Colômbia e no Peru; primeiro registro na Amazônia foi feito entre os rios Japurá e alto Amazonas

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Texto: Agência Bori

Highlights

  • A distribuição do tangará-do-oeste (Chiroxiphia napensis) é provavelmente mais ampla do que se pensava, tanto no Brasil como na Colômbia
  • Cientistas também projetaram a distribuição geográfica do tangará-príncipe (C. pareola) e do tangará-de-coroa-amarela (C. regina)
  • A compreensão da distribuição geográfica pode ajudar em medidas de preservação das espécies

Um estudo feito por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) confirmou que uma espécie de pássaro, o tangará-do-oeste (Chiroxiphia napensis), ocupa parte do território amazônico. Esse é o primeiro registro brasileiro da ave e expande significativamente o entendimento da distribuição geográfica da espécie. A descoberta foi descrita em artigo publicado na sexta (29) na revista científica “Acta Amazonica?/a>.

O registro foi feito pelos pesquisadores a partir da observação de exemplar da espécie do Inpa coletado em 2014, na margem direita do rio Japurá, no Amazonas. O estudo também projetou a distribuição geográfica na Amazônia de outras duas espécies próximas, o tangará-príncipe (C. pareola) e o tangará-de-coroa-amarela (C. regina). Elas são frequentemente reconhecidas como populações da espécie tangará-príncipe, embora apresentem diferenças em plumagem.

Trabalhos anteriores envolvendo análises filogenéticas moleculares, que analisa as diferenças genéticas das espécies pelo DNA, também ofereceram suporte para reconhecer as características das três aves como espécies distintas. Além disso, a equipe utilizou registros de museus e observações de campo para revisar e expandir os mapas de distribuição das espécies dentro do complexo Chiroxiphia pareola ?uma forma de considerar as três espécies.

Segundo a pesquisa, a espécie Chiroxiphia napensis ocorre no Brasil, especificamente na área entre os rios Japurá e alto Amazonas. Ela tem pelagem preta e azul, no dorso, e vermelha, na cabeça. Ela havia sido apenas registrada na Colômbia e no Peru.

“As espécies, que antes eram tratadas como uma coisa só, agora são categorizadas como diferentes. Assim, era necessário que suas distribuições fossem revisadas? explica o pesquisador do Inpa Arhur Gomes, um dos autores do artigo. Ele comenta que ainda existem algumas lacunas de amostragem para entender a distribuição geográfica precisa dessas espécies.

Os resultados alteram a compreensão atual sobre a biodiversidade da Amazônia e têm implicações diretas para a conservação dessas espécies. “Entender as distribuições de espécies na Amazônia pode nos revelar muitas coisas, como a própria história da formação desse bioma? comenta Gomes.

Com uma distribuição geográfica mais ampla do que se pensava anteriormente, medidas de proteção podem ser ajustadas para garantir a preservação dessas aves. Além disso, a pesquisa desafia a noção de que grandes áreas da Amazônia são homogêneas em termos de biodiversidade, mostrando que há muito ainda a ser descoberto.

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?? ?? ????? ????? ?? //emiaow553.com/por-que-os-passaros-comem-as-proprias-e-outras-fezes/ Thu, 14 Mar 2024 18:31:35 +0000 /?p=557951 Estudo identificou benefícios à microbiota intestinal das aves, mas cientistas alertam que hábito também pode ser nocivo à saúde dos pássaros

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Se você pensa que, assim como muitas pessoas, as aves comem frutas e grãos no café-da-manhã, você está enganado. Longe de ser a refeição ideal do ponto de vista dos humanos, muitas vezes elas se voltam para uma outra massa: as fezes, sejam as próprias, ou de outros pássaros.

Como nada na natureza acontece de maneira aleatória, cientistas sabiam que esse hábito traria algum benefício para as aves. Agora, eles identificaram qual é em um estudo publicado na revista Biological Reviews

De acordo com a pesquisa, as fezes de pássaros fornecem nutrientes, energia e auxiliam na adaptação a ambientes quando elas estão se desenvolvendo.

Aves e sua microbiota intestinal

O estudo concluiu que o hábito de comer fezes, também conhecido como coprofagia, molda a microbiota intestinal das aves selvagens. Isso porque elas têm contato com nutrientes e microrganismos – especialmente as bactérias – de diferentes locais, tipos de alimentos e períodos do ano. 

Dessa forma, o comportamento é especialmente importante para aves migratórias, que têm de se adaptar conforme mudam de ambiente. Geralmente, esses pássaros viajam longas distâncias e “fazem a transição entre estados metabólicos de jejum e abastecimento enquanto voam ao redor do mundo”, segundo o estudo.

Mas de maneira geral, o hábito de comer fezes auxilia todos os pássaros, já que permite que absorvam nutrientes perdidos ou deficientes. Contudo, há também o lado negativo desse hábito.

“Dependendo de sua faixa geográfica, comportamento e interações com outros animais e ambientes, as aves – especialmente as migratórias – podem espalhar eficientemente patógenos ao redor do mundo”, explica a Barbara Drigo, autora da pesquisa.

Além disso, comer fezes de pássaros também pode aumentar sua exposição a antimicrobianos, especialmente pesticidas e produtos de limpeza. Isso, por sua vez, pode levar à resistência antimicrobiana.

Fezes, sim, mas pão, não

Os benefícios de comer fezes para os pássaros explicam também o porquê muitos cientistas repreendem o hábito que pessoas têm de alimentá-los com migalhas de pão. De acordo com Drigo, esse alimento reduz a diversidade da microbiota intestinal das aves.

Já se elas recebem alimentos locais naturais, por exemplo, o trato digestivo se mantém mais saudável.

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?????? ?????????????????? //emiaow553.com/esta-especie-de-beija-flor-muda-de-cor-com-a-luz-assista/ Fri, 16 Feb 2024 15:52:25 +0000 /?p=552203 Vídeo mostra macho da espécie beija-flor-de-anna mudando de cor com o movimento da cabeça; entenda como isso acontece

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Com machos adultos de aparência extravagante, com penas rosas ou vermelhas na região da cabeça e da garganta; e fêmeas de manchas mais discretas, o pássaro beija-flor-de-anna (Calypte anna) surpreende por sua habilidade de mudar de cor com o movimento. Mas, na verdade, tudo não passa de uma ilusão.

Pouco conhecida no Brasil, essa espécie da costa Oeste da América do Norte possui coloração iridescente. Ou seja, varia conforme a mudança do ângulo de incidência da luz. Com a chegada da idade, os pássaros machos têm suas penas juvenis substituídas por plumagens coloridas de adultos devido aos pigmentos das penas, sobretudo melanina e carotenóides.

Tudo isso faz parte de seu ritual de acasalamento, quando os machos voam até 40 metros de altura em direção ao sol, exibindo suas cores para as fêmeas. Além disso, as penas sofrem influência da qualidade da dieta e servem como indicativos de nutrição para parceiros ou rivais.

Diferentemente de outros colibris, os beija-flores-de-anna também cantam como parte do namoro, produzindo um som rouco. Uma vez que as aves machos e fêmeas só se reúnem para o acasalamento, as fêmeas são as únicas responsáveis pela construção do ninho e o cuidado com os filhotes.

O beija-flor-de-anna pode ser visto em lugares como o Alasca, Canadá e o México, segundo o Laboratório Cornell de Ornitologia, nos EUA. Isso ocorre principalmente em espaços abertos como florestas e parques, por exemplo. Mas, desde a década de 1950, têm expandido seu alcance, em partes, devido a jardins urbanos, atraídos por alimentadores de beija-flores e “flores amigáveis”.

O curioso nome da espécie é uma homenagem à duquesa italiana Anna Massena, do século 19. A expectativa de vida de um beija-flor-de-anna é de em média oito anos e meio. Já o tamanho de uma ave da espécie é de cerca de 10 cm e entre três e seis gramas de peso.

Veja a mudança de cor do beija-flor-de-anna abaixo:

Com informações de National Center For Biotechnology Information, Bird Chronicle, Nature Mapping Foundation, Arizona-Sorona Desert Museum e Nature Canada.

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??????? ?? ? 20?? ????? ?????????,??????,????????? //emiaow553.com/humanos-levaram-1-500-especies-de-aves-a-extincao-segundo-estudo/ Sat, 23 Dec 2023 17:10:04 +0000 /?p=542483 Número de espécies de aves que já entraram em extinção é o dobro do que se pensava - e provavelmente os humanos são culpados

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A extinção de um animal pode acontecer como consequência de eventos naturais, como a que aconteceu com os dinossauros. Em outros casos, ela é consequência direta da ação humana – e isso pode ser mais comum do que se pensava. Um novo estudo publicado na revista Nature Communications revelou que os humanos provavelmente são responsáveis ​​pela extinção de 12% das espécies de aves que já não existem mais.

Como foi feita a pesquisa

Durante o estudo, cientistas do Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido construíram um modelo de extinção de aves. Para isso, combinaram as informações de casos documentados e registros fósseis.

Também realizaram cálculos para estimar as extinções desconhecidas em 1.488 ilhas, considerando fatores como a riqueza de espécies em cada local, o tamanho da ilha, o clima e o isolamento geográfico.

Como resultado, descobriram que uma em cada nove espécies de aves foi extinta nos últimos 126 mil anos. Esse número é maior que o dobro do que especialistas estimavam anteriormente.

Além disso, os dados sugerem que mais da metade das espécies já extintas nunca foram documentadas.

O papel dos humanos

Ao longo dos séculos, os humanos desencadearam ondas de extinção de aves por meio de desmatamento, da caça e da introdução de espécies não nativas. No entanto, os registros são escassos, uma vez que começaram há apenas 500 anos.

No entanto, estudos como este recente oferecem uma ideia do papel do homem na ameaça às espécies de aves. O modelo da pesquisa sugeriu que cerca de 1.300 a 1.500 espécies de aves desde o Pleistoceno Tardio desaparecerem — provavelmente como resultado das atividades humanas.

Em alguns lugares do planeta, isso fica mais evidente. Por exemplo, as ilhas foram bastante afetadas, sendo local de 90% das extinções de aves conhecidas. Quase dois terço delas aconteceram na região do Oceano Pacífico.

Segundo os pesquisadores, houve três grandes ondas de extinção desde o Pleistoceno Tardio. Uma delas, há cerca de 700 anos, aconteceu quando os humanos chegaram pela primeira vez às ilhas do Havaí, Ilhas Marquesas e Nova Zelândia, momento em que as taxas de extinção foram 80 vezes mais altas do que o esperado.

Especialistas consideram que os resultados oferecem lições importantes sobre a necessidade de rastrear e conservar as espécies de aves que ainda existem no planeta hoje. Agora, os dados do estudo podem servir como base para políticas públicas e metas de biodiversidade.

“Se mais espécies de aves vão ou não se extinguir depende de nós”, afirma Rob Cooke, autor do estudo.

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???? ???? ???? ??? ?? //emiaow553.com/cientista-encontra-passaro-raro-na-colombia-metade-macho-metade-femea/ Thu, 14 Dec 2023 15:35:02 +0000 /?p=540653 Biólogo avistou representante de Saí-Verde cujas cores das penas indicavam que o pássaro tinha um lado fêmea e outro macho

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Era um dia comum de férias e o biólogo Hamish Spencer estava na Colômbia quando a aparição de um animal super raro mudou o curso de seu ano. Um curioso pelo estudo de aves, John Murillo, lhe apontou um representante do pássaro Saí-Verde (Chlorophanes spiza) em uma das árvores das quais estavam próximos.

Embora a coloração das penas dessa espécie indiquem o sexo do animal, algo nele era diferente. Geralmente, os pássaros verdes são fêmeas, enquanto os azuis são machos. Mas o Saí-Verde que estava na sua frente era meio verde e meio azul.

“É muito marcante, eu tive o privilégio de ver isso”, disse Spencer, que logo de cara soube do que se tratava: ginandromorfismo bilateral.

O que é ginandromorfismo bilateral?

O ginandromorfismo bilateral acontece em animais que normalmente têm sexos separados. Ele surge quando há um erro na divisão celular feminina ao produzir um óvulo e, em seguida, há a dupla fertilização por dois espermatozoides. Dessa forma, o animal é gerado tanto com características masculinas quanto femininas.

Os principais grupos nos quais o fenômeno foi registrado incluem espécies animais que apresentam forte dimorfismo sexual. Por exemplo, o ginandromorfismo bilateral acontece mais frequentemente com insetos, especialmente borboletas, crustáceos, aranhas, até mesmo lagartos e roedores. Segundo Spencer, esse fenômeno é raro em aves, mas importante para compreender o comportamento sexual dos pássaros.

O caso do pássaro na Colômbia

“Muitos observadores de pássaros poderiam passar toda a vida deles sem ver um ginandromorfo bilateral em qualquer espécie de ave“, comenta Spencer. Frente ao evento raro que presenciou, o pesquisador elaborou um relatório sobre a descoberta, publicado no Journal of Field Ornithology.

Segundo a pesquisa, esse caso na Colômbia foi apenas o segundo exemplo registrado de ginandromorfismo na espécie em mais de 100 anos. No entanto, ele acredita que isso demonstra que ambos os lados do pássaro podem ser machos ou fêmeas.

Agora, Spencer espera que  a descoberta inovadora inspire as pessoas a “valorizar exceções”, já que sempre revelam algo interessante. “Fiquem sempre atentos a curiosidades”, conclui o pesquisador.

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??? ???? ?? //emiaow553.com/pegadas-de-120-milhoes-de-anos-sao-evidencias-mais-antigas-de-aves-no-hemisferio-sul/ Thu, 23 Nov 2023 18:38:04 +0000 /?p=535131 De início, cientistas pensaram ser pegadas de dinossauros, depois identificaram como aves que parecem animais de transição

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Era um dia de maré baixa na costa sul da Austrália e Melissa Lowery estava procurando por fósseis de dinossauros nas pedras. Caçadora voluntária dessas marcas históricas, ela não esperava encontrar algo diferente: a evidência mais antiga da presença de aves no hemisfério sul do planeta.

“Foi um momento de pura alegria e total admiração quando percebi que havia encontrado pegadas“, revelou. No total, a jovem encontrou 27 delas. De acordo com especialistas, elas sobreviveram por cerca de 128 milhões de anos.

Como eram as aves

De início, quando Lowery encontrou as pegadas, pensou que realmente eram vestígios de dinossauros. Ela faz parte do projeto Dinosaur Dreaming, que é uma parceria entre o Museu de Victoria, a Universidade Monash e a Universidade de Tecnologia de Swinburne, que busca evidências desses animais.

Apesar de ter recebido as imagens das pegadas quando foram descobertas, o paleontólogo Anthony Martin só percebeu que eram de aves quando visitou o local pessoalmente. Ele utilizou uma lista de características para comprovar essa informação.

 

Pegadas de 120 milhões de anos são evidências mais antigas de aves no hemisfério sul

(Imagem: Museums Victoria/ The guardian/ Reprodução)

Por exemplo, as pegadas tinham três dedos voltados para frente, bem espaçados entre si, com um ângulo maior que 90°. Além disso, havia impressões com garras afiadas, inclusive aquelas utilizadas para pousar.

No entanto, o especialista acredita que os animais eram aves diferentes do que as conhecidas hoje em dia. 

“Os teríamos reconhecido como pássaros – um animal pequeno e peludo com uma estrutura leve. Mas, ao olhar para eles, pareceriam cada vez mais estranhos. Ele abriria a boca e você veria dentes. E teria uma cauda sem penas”, explicou.

Segundo o pesquisador, isso caracterizaria um animal de transição entre as aves de hoje e seus ancestrais, dinossauros.

O que os fósseis contam sobre a história

Pela localização e data das pegadas, especialistas acreditam que elas ocorreram em um local próximo ao pólo sul, parte do supercontinente Gondwana, que incluía a Antártida. De acordo com um estudo sobre os fósseis publicado na revista PLOS One, as aves provavelmente migraram para a região durante o período de primavera ou verão.

Antes da descoberta, as evidências indicavam que as aves se originaram cerca de 160 a 150 milhões de anos atrás no hemisfério norte. Na Austrália, um osso fossilizado de 105 milhões de anos também foi encontrado perto do local das pegadas.

“Com uma pegada, você sabe que o animal estava bem ali. Um osso pode se mover, mas uma pegada não pode. Quando você encontra dinossauros e pegadas de pássaros juntos, sabe que eram contemporâneos”, contou Tom Rich, autor do estudo, ao The Guardian.

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??? ?? ???????? //emiaow553.com/por-que-os-passaros-tem-olhos-com-cores-diferentes/ Fri, 20 Oct 2023 23:18:15 +0000 /?p=527179 As respostas envolvem muitos aspectos, de pigmentos a genes, passando também pela função que a cor dos olhos cumpre na vida dos pássaros

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Os pássaros costumam chamar a atenção pelas cores vibrantes de suas penas. No entanto, o colorido dos seus olhos é um aspecto igualmente fascinante — e que também desempenha um papel importante. 

Contudo, compreender o mecanismo pelo qual cada tom preenche a íris dos pássaros é complexo. São diversos fatores que influenciam esse processo, e ainda há pouca literatura científica sobre o tema.

Pigmentos e genética

Em geral, a cor dos olhos dos pássaros pode ser atribuída à presença de pigmentos específicos: as melaninas, os carotenoides, as pteridinas e as purinas. 

Além disso, outros fatores também contribuem para essa seleção. Entre eles, estão a presença de vasos sanguíneos, as fibras de colágeno, os cristais de colesterol, as gotículas de lipídios e outros elementos estruturais. 

Ainda, para complicar mais o entendimento deste mecanismo, pesquisadores descobriram que um mesmo resultado de cor pode ser obtido de diferentes maneiras em espécies distintas.

Isso tem explicação na genética. No entanto, os genes relacionados à cor dos olhos das aves são, em grande parte, desconhecidos. 

Apenas recentemente foi identificado um gene específico da cor dos olhos em pombos. Três grupos de pesquisa descobriram que uma mutação em um gene chamado SLC2A11B resulta na ausência de pigmento pteridina amarelo, criando os conhecidos olhos pérola. 

Até agora, no entanto, nenhum gene semelhante foi identificado em populações de aves selvagens.

A cor com função

Além da complexidade dos pigmentos e estruturas envolvidas, a cor dos olhos de aves ainda tem relação com outro aspecto: a comunicação. Especialistas acreditam que este aspecto físico pode servir como um meio de atrair parceiros durante a época de acasalamento.

Por exemplo, estudos mostraram que os machos de algumas espécies usam íris coloridas para atrair fêmeas. Além disso, algumas garças e pelicanos apresentam olhos mais coloridos durante a temporada de acasalamento, o que pode desempenhar um papel na seleção de parceiros.

Em complemento, a comunicação entre as aves não se limita à atração – também pode envolver intimidação. Um estudo com gralhas demonstrou que a cor brilhante dos olhos as tornava mais hesitantes em se aproximar de ninhos, agindo como um mecanismo de defesa.

Embora essas descobertas sejam o início da compreensão sobre o tema, a pesquisa nesse campo ainda está em andamento. No futuro, serão necessários estudos com diversas outras espécies de aves para desvendar o mistério.

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?????????????- ??? ??? ???? //emiaow553.com/os-opostos-se-atraem-nao-entre-as-aves-marinhas/ Sun, 08 Oct 2023 22:35:57 +0000 /?p=523710 Novo estudo com gaivotas indica que os casais de aves marinhas duram mais tempo juntos quando tem personalidades semelhantes

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Casais de aves marinhas com personalidades semelhantes são menos propensos a procurar outro parceiro. Isso porque eles têm maior probabilidade de serem pais bem-sucedidos. O estudo da Universidade de Liverpool foi publicado em artigo na revista Ethology.

Entenda a pesquisa

Em geral, as aves marinhas são monogâmicas e vivem muito tempo, geralmente mantendo o mesmo parceiro. Contudo, parte delas se reproduz em condições muito complexas, o que torna difícil para apenas uma delas oferecer cuidados suficientes para criar os filhotes.

Isso faz com que os pais dependam um do outro para ajudar a encontrar comida e proteger o ninho. 

Dessa forma, uma das poucas coisas que podem levar as aves marinhas a buscar um novo parceiro é a perda de seus filhotes, causada pela falta de compatibilidade nos cuidados entre elas.

Para investigar este aspecto, pesquisadores estudaram uma população selvagem de gaivotas-tridáctilas em Svalbard, no Círculo Ártico.

Eles testaram a personalidade de cada uma dessas aves marinhas com objetivo de avaliar seu nível de ousadia, que envolveu o estudo de sua reação a um brinquedo pinguim de plástico azul. 

Então, a equipe de pesquisa comparou as personalidades dentro dos pares acasalados, observando o sucesso deles como pais.

A parceria entre as aves marinhas

Eles descobriram que casais com uma diferença maior na personalidade tinham mais chances de perder seus filhotes. Isso, por sua vez, tornava a separação do casal mais provável.

“Nossas descobertas sugerem que ter personalidades semelhantes dentro dos pares facilita aos pais prever e responder ao comportamento um do outro”, explica Fionnuala McCully, autora da pesquisa.

Segundo os cientistas, as aves marinhas passam longos períodos separadas de seus filhotes quando estão procurando comida no mar. Dessa forma, aquela que fica cuidando da prole precisa tomar decisões sem ter o parceiro como referência. 

Quando elas têm personalidades semelhantes, é provável que tomem decisões semelhantes, que beneficiem ambas. Dessa forma, a pesquisa sugere que os relacionamentos animais podem precisar exatamente da mesma coisa que os humanos.

Ainda assim, os pesquisadores alertam para o risco da espécie. Apesar de ser a gaivota mais comum do mundo, as populações de gaivotas-tridáctilas estão em declínio dramático em todo o mundo.

Como principais motivos, estão as mudanças climáticas e outras atividades humanas, como a pesca excessiva. Assim, é ainda mais difícil para elas criar seus filhotes até a idade adulta.

Com isso em mente, nenhum nível de compatibilidade de personalidade será suficiente para preparar as gaivotas-tridáctilas para os desafios que enfrentam no futuro.

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?????? ??? ?? ???????? ??? ??? //emiaow553.com/aprendizagem-vocal-ajuda-aves-nas-habilidades-cognitivas-diz-estudo/ Mon, 18 Sep 2023 12:11:35 +0000 /?p=519046 Em experimentos, aves que possuem aprendizagem vocal demonstraram melhor capacidade de resolução de problemas

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“A ideia de que a linguagem permitiu aos humanos serem uma espécie mais avançada é uma suposição que alguém fez um dia sem realmente tentar prová-la”. A frase é do cientista de neurobiologia americano Erich Jarvis, em entrevista ao site PopSci

O foco de sua pesquisa é a aprendizagem vocal e, para trazer luz à questão, ele e sua equipe recorreram ao estudo sobre aves canoras. Elas são aves que cantam e fazem isso imitando sons existentes, dependendo da experiência em vez do instinto.

A lógica da aprendizagem vocal desses pássaros é a mesma que a dos bebês. Em geral, eles aprendem a quebrar o discurso contínuo que ouvem dos adultos em unidades individuais de som. Depois, com o tempo, passam a juntar palavras, o que leva ao aprendizado da linguagem.

Ao analisar esse fenômeno com as aves de sua pesquisa, Jarvis e sua equipe perceberam que a capacidade de imitar sons está associada a melhores habilidades de resolução de problemas e também a cérebros maiores. Os resultados do estudo foram publicados na revista Science.

Entenda a pesquisa

Os cientistas realizaram sete experimentos cognitivos em 214 aves canoras de 23 espécies diferentes. Eles avaliaram duas habilidades frequentemente associadas à inteligência. 

A primeira é o aprendizado por associação e a segunda é o aprendizado por reversão, no qual um animal ajusta seu comportamento para obter uma recompensa. 

Além disso, os testes comportamentais examinaram a resolução de problemas dos pássaros – por exemplo, de que forma descobrem como remover um objeto para acessar a recompensa de comida. 

Em seguida, eles analisaram se o fato delas serem aves que possuem aprendizado vocal ajudou com que desenvolvessem essas habilidades. Eles fizeram isso comparando o comportamento das aves canoras com outras que não aprendem a imitar sons.

De modo geral, os autores do estudo notaram uma forte relação entre a aprendizagem vocal e a capacidade de resolução de problemas. As espécies de aves aprendizes vocais conseguiram elaborar ideias inovadoras, como pegar sementes ou uma minhoca presa sob um copo, removendo o obstáculo, perfurando-o ou desmontando-o.

Outro resultado importante foi a relação da aprendizagem vocal com o tamanho do cérebro. As 21 espécies de aves aprendizes vocais tinham cérebros um pouco maiores em relação ao tamanho do corpo.

Isso pode acontecer por inúmeros fatores. Para Jarvis, é possível que elas tenham mais neurônios, ou então evoluíram para ter um espaço craniano maior. Dessa forma, a característica pode ter originado circuitos extras nas conexões cerebrais.

O que é ser inteligente?

Os pesquisadores ressaltam que os resultados não significam que as espécies de aves que não eram aprendizes vocais eram estúpidas. Em vez disso, mostra que elas não evoluíram essa forma particular de inteligência. 

“Temos que ser cuidadosos e muito específicos quando falamos de inteligência, porque realmente depende de quais traços estamos falando”, explica Jean-Nicolas Audet, também autor do estudo.

Ainda assim, os cientistas não conseguiram responder o porquê dessa relação, já que as áreas do cérebro responsáveis pela aprendizagem vocal não são as mesmas que são ativadas quando é preciso solucionar um problema.

Agora, o próximo passo é analisar mais os cérebros das aves canoras e descobrir quais genes ou outras regiões cerebrais conectam essas duas áreas.

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???? ?? Archives??????? //emiaow553.com/o-curioso-caso-do-cientista-que-se-disfarcou-de-pombo-para-estudar-aves/ Wed, 06 Sep 2023 17:03:48 +0000 /?p=517312 Cientista pretendia estudar a linguagem da espécie chapim-real; infelizmente o experimento com as aves não deu certo

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Um pesquisador japonês ultrapassou os esforços comuns por um estudo científico. Especialista em aves, ele se fantasiou como um pombo na tentativa de passar despercebido enquanto observava uma espécie nas florestas da cidade de Nagano, na região centro-sul do Japão.

O disfarce foi necessário porque as aves que ele queria observar se sentem ameaçadas com a presença humana. Seu objetivo era se aproximar da espécie Parus major, conhecida como chapim-real, para estudar sua linguagem.

Elas conseguem memorizar rostos e, quando avistam uma pessoa, emitem gritos de alerta. Depois, toda sua comunidade tende a mudar de local.

A ideia do disfarce de pombo

Durante o início do estudo, o pesquisador ainda não se disfarçava. No entanto, um dia ele teve que se aproximar do ninho dos chapins para pesar seus filhotes. 

Desde então, as aves mudaram seus sons habituais de alerta característico. Isso passou a acontecer toda vez que o avistaram, o que tornou difícil realizar pesquisas sobre a linguagem destes pássaros.

Pensando em evitar este problema para conseguir observar a espécie, o cientista decidiu usar uma máscara cobrindo seu rosto. O acessório imitava a cabeça de um pombo e era de pelúcia.

 

Apesar de não divulgar sua identidade, o pesquisador contou com a ajuda de seu amigo Toshitaka Suzuki. Professor associado da Universidade de Tóquio, foi ele quem publicou o processo do cientista misterioso no X, antigo Twitter.

Infelizmente, o experimento não deu certo. As aves perceberam a presença do cientista, mesmo disfarçado. Ele ainda tentou seguir com seu estudo durante um ano, mas sem sucesso.

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?????? ??? ??? ?????? //emiaow553.com/concurso-de-fotografia-de-aves-femeas-traz-imagens-impressionantes-veja/ Sun, 06 Aug 2023 20:02:50 +0000 /?p=508457 Fotos mostram a beleza da vida das aves fêmeas e chamaram a atenção dos organizadores do concurso da National Audubon Society

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Conhecida pelo seu concurso anual de fotografia de aves selvagens, a organização National Audubon Society, dos EUA, anunciou na última semana os vencedores da 14ª edição. As imagens chamam a atenção por mostrar a beleza das aves fêmeas.

Por causa do seu visual exuberante e cheio de cores, normalmente os pássaros machos são mais fotografados pelos amantes das aves. Porém, o concurso mostra que as fêmeas também podem encantar os observadores de pássaros.

O beija-flor fêmea de Costa suga o néctar de uma flor. Imagem: Melissa Harnish/Audubon Photography Awards/Divulgação

O Projeto Galbatross ?que inclui fotógrafos, observadores de pássaros, escritores e cientistas ?busca dar mais visibilidade para as fêmeas de pássaros e é responsável por julgar os inscritos no concurso. A categoria existe há três anos. e fez tanto sucesso que recebeu mais de 900 inscrições em 2023.

Visibilidade para preservação

Uma das espécies fotografadas é a toutinegra de asas douradas, um animal que enfrentou uma queda em sua população de forma acentuada nos últimos 45 anos.  No inverno, essas aves voam para as florestas no sul do México e até o sul do Equador. Lá, as fêmeas tendem a se estabelecer nas florestas, enquanto os machos se reúnem nas montanhas.

Um martim-pescador decola de um galho, exibindo manchas avermelhadas no peito e nas laterais que só as fêmeas têm. Imagem: Jerry Ende/Audubon Photography Awards/Divulgação

“A comunidade científica tende a não ver machos e fêmeas separadamente tanto em estudos sobre conservação? disse Joanna Wu, ornitóloga da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, em entrevista à revista do Instituto Smithsonian.

De acordo com ela, as fêmeas tendem a ter uma taxa de sobrevivência menor do que os machos. A razão para essa tendência não é totalmente clara. Porém, um dos motivos pode ser o peso da reprodução ?chocar ovos e cuidar dos filhotes pode ser fisicamente desgastante.

Por isso, segundo a especialista, quando se fala em preservação de aves, também é preciso levar isso em consideração. As fêmeas também se movimentam mais quando jovens, o que pode acarretar maiores riscos de sobrevivência, como maior exposição a predadores.

O beija-flor fêmea de Costa suga o néctar de uma flor. Imagem: Melissa Harnish/Audubon Photography Awards/Divulgação

Este ano, quem ganhou a categoria foi a fotógrafa Karine Aigner, que registrou a espécie norte-americana Baltimore Oriole. Na imagem, o pássaro é visto com fios finos e claros de grama presos em seu bico, formando uma “armadura” de grama fina (a imagem que ilustra o início desta máteria).

Uma fêmea de francelho americano, o menor falcão da América do Norte, pega um inseto em seu bico

Uma fêmea de francelho americano, o menor falcão da América do Norte, pega um inseto em seu bico. Imagem: Robert Kaplan/Audubon Photography Awards/Divulgação

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?????? ???????????? //emiaow553.com/cranios-de-3-milhoes-de-anos-sao-de-ancestral-do-menor-pinguim-do-mundo/ Mon, 10 Jul 2023 23:53:28 +0000 /?p=503451 Os fósseis da Nova Zelândia são de uma das menores espécies de pinguim extintas já encontradas

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Pesquisadores da Universidade Massey e do Museu Te Papa, na Nova Zelândia, examinaram dois crânios de pinguim com 3 milhões de anos que integram a coleção do museu. Na análise, descobriram que as ossadas pertenciam a espécie Eudyptula wilsonae.

Trata-se de uma das menores espécies de pinguins extintas já encontradas. Os crânios quase completos são de um pinguim adulto e um indivíduo jovem, achados anteriormente na Ilha Norte (ou Te Ika-a-Māui). As descobertas aparecem em um estudo científico publicado no Journal of Paleontology.

Os pesquisadores não têm certeza de qual era o tamanho exato do pinguim. Mas os fósseis são bastante semelhantes aos crânios do gênero Eudyptula, que contém as menores espécies de pinguins que habitam o planeta atualmente ?com cerca de 30 cm de comprimento e 1 kg.

Há duas subespécies destes pequenos pinguins, que vivem na Nova Zelândia, na Austrália e na Tasmânia. Os cientistas não têm certeza de onde as aves mini se originaram, mas a equipe do novo estudo afirma que as descobertas sugerem que o gênero veio da Nova Zelândia.

“Esses fósseis recém-descobertos mostram que os kororā [palavra da língua Māori para ‘pinguim pequeno’] fazem parte dos ecossistemas costeiros da Nova Zelândia há pelo menos três milhões de anos? disse Daniel Thomas, da Universidade Massey, em comunicado.

A linhagem dos pequenos pinguins teria permanecido quase inalterada desde então. “O clima mudou muito ao longo deste tempo, e esta linhagem tem resistido a essas mudanças? disse Thomas.

O nome da nova espécie de pinguim é uma homenagem ao falecido ornitólogo neozelandês Kerry-Jayne Wilson, especialista em aves marinhas e defensor da conservação ambiental.

A mesma equipe de pesquisa também descobriu recentemente o maior pinguim que já andou no planeta. A espécie Kumimanu fordycei, que viveu há 59,5 milhões de anos, pesava 154 kg.

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???????????? //emiaow553.com/machos-infieis-e-migracao-estudo-analisou-causas-do-divorcio-de-aves/ Thu, 06 Jul 2023 18:25:55 +0000 /?p=502600 Mais de 90% das aves são monogâmicas. Mas o vínculo acaba pelo impulso masculino de espalhar genes por aí e pelos desencontros da migração

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A grande maioria das aves são monogâmicas ?mais de 90% delas têm apenas um parceiro, contra 5% dos mamíferos, por exemplo. Isso significa que um macho acasala com uma única fêmea, e eles mantêm o vínculo por um período que varia conforme a espécie. Isso pode durar uma estação reprodutiva, várias estações sucessivas e até a vida inteira (como fazem os albatrozes).

Deixe o romantismo para lá: as aves se relacionam com exclusividade porque, presume-se, seus filhotes têm uma chance muito maior de sobreviverem se os pais cooperarem na sua criação. Mas nem tudo são flores. Volta e meia, um indivíduo acasala com outro parceiro quando o vínculo anterior ainda não acabou. Os ornitólogos, ou especialistas nesses seres emplumados, chamam este comportamento de “divórcio?

Agora, pesquisadores da Sun Yat-sen University, na China, descobriram dois fatores que são os principais responsáveis pelo término de relacionamentos: a promiscuidade masculina e a distância migratória. Eles publicaram o estudo nesta quarta (5) na revista Proceedings of the Royal Society B.

Para determinar os dois fatores, a equipe reuniu dados publicados anteriormente sobre taxas de divórcios para 186 espécies de aves. Eles também analisaram as informações com base nas relações evolutivas dos animais ?e descobriram que espécies próximas têm taxas de divórcio semelhantes. É o caso dos albatrozes, cisnes e gansos, por exemplo, que são relativamente bons em manter o vínculo ao longo da vida.

A promiscuidade leva ao divórcio à medida que os machos encontram novas parceiras para reprodução, gerando filhotes com mais frequência e espalhando seus genes por aí. A traição não é vantajosa para as fêmeas, por outro lado ?provavelmente porque a produção de ovos tem alto custo energético, e elas preferem qualidade em vez de quantidade.

A migração é outro fator importante no divórcio entre aves porque gera desencontros: o casal pode chegar ao destino de forma assíncrona ou cada um acabar pousando em um local diferente. Os pesquisadores ainda notaram que a chance da separação acontecer aumenta de acordo com a distância da migração.

“Essas descobertas? escrevem os autores, “indicaram que o divórcio pode não ser uma simples estratégia adaptativa (por seleção sexual) ou não adaptativa (por perda acidental de um parceiro) em aves, mas pode ser uma resposta mista ao conflito sexual e ao estresse do ambiente.?/span>

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