?????? ?? ???: ???? ?? ??? ???? / Vida digital para pessoas Thu, 10 Oct 2024 17:49:27 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png ??? ?????? ??? ?????? ?? / 32 32 ??????? ?? ??????? ?? TOP10 //emiaow553.com/no-alto-da-amazonia-surge-uma-nova-especie-de-sapo/ Thu, 10 Oct 2024 22:16:12 +0000 //emiaow553.com/?p=601235 Expedição liderada por cientistas da USP descobriu o anfíbio na Serra do Imeri, uma cadeia isolada de montanhas no norte do Amazonas

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Texto: Herton Escobar / Arte: Diego Facundini* / Jornal da USP

No alto de uma montanha no norte da Amazônia, o canto de um sapinho atraiu a atenção dos pesquisadores. Era um canto que eles nunca tinham ouvido antes, num lugar que ninguém nunca havia pesquisado antes ?dois fortes indícios de que se tratava de uma espécie nova.

Escutar o bicho era fácil; encontrá-lo no meio da vegetação, nem tanto. Levou quatro dias para os cientistas capturarem o primeiro exemplar, e dois anos para eles definirem cientificamente a sua identidade. Assim como previsto, tratava-se de uma espécie nova, que eles batizaram de Neblinaphryne imeri, em homenagem à cadeia de montanhas na qual ela foi descoberta: a longínqua Serra do Imeri, na fronteira do Amazonas com a Venezuela.

O trabalho que descreve oficialmente a espécie foi publicado em 25 de setembro na revista científica Zootaxa, assinado por um grupo de pesquisadores do Instituto de Biociências (IB) da USP, do Centro de Pesquisas sobre Biodiversidade e Ambiente (CRBE) da França e da Universidade Autônoma de Madri, na Espanha, que participaram de uma expedição pioneira à Serra do Imeri em novembro de 2022.

Os pesquisadores passaram 12 dias acampados no topo de uma montanha vizinha ao Pico do Imeri, a quase 1.900 metros de altitude, coletando a maior diversidade possível de plantas e animais ao redor do acampamento, em uma das regiões mais preservadas e menos conhecidas da Amazônia. Voltaram para casa com mais de 260 espécies de flora e fauna na bagagem; várias das quais são consideradas inéditas para a ciência. O Neblinaphryne imeri é a primeira dessas a ter sua descrição publicada numa revista científica ?o que equivale a uma certidão de nascimento da espécie.

Um dos sapinhos coletados na expedição e usados para descrever a nova espécie, batizada de Neblinaphryne imeri ?Foto: Leandro Moraes

Um dos sapinhos coletados na expedição e usados para descrever a nova espécie, batizada de Neblinaphryne imeri ?Foto: Leandro Moraes

Paisagem da Serra do Imeri, com o acampamento da expedição e o Pico do Imeri ao fundo ?Foto: Herton Escobar / USP Imagens

Paisagem da Serra do Imeri, com o acampamento da expedição e o Pico do Imeri ao fundo ?Foto: Herton Escobar / USP Imagens

“Logo que chegamos, ouvimos o canto de um sapinho que era claramente novo, pelo menos para nós. E desde os primeiros momentos tentamos encontrar o emissor daquele canto; mas foi difícil porque essa espécie é superpequena e canta muito bem escondida no musgo? conta o biólogo Antoine Fouquet, pesquisador do CRBE e colaborador de longa data da equipe do IB, onde fez pós-doutorado em 2010-2011. Foi ele, ao lado do colega Leandro Moraes, do IB, quem coletou o primeiro exemplar da nova espécie no Imeri.

Para encontrar o bichinho em meio a um emaranhado de musgos e raízes foi preciso usar a técnica de playback, em que o pesquisador grava o canto do animal e toca de volta para ele, na expectativa de atraí-lo para perto ou fazer com que ele se mova, revelando sua localização. “Eu fui atrás de um cantor, comecei a cavar com o Leandro, e depois de alguns minutos fazendo playback um bicho pulou, quando estávamos quase desistindo? relatou Fouquet, em entrevista ao Jornal da USP.

Nos dias seguintes, a equipe capturou outros nove exemplares da espécie (sete machos e três fêmeas no total), com 1,5 a 2 centímetros de comprimento cada um. O Neblinaphryne imeri é predominantemente marrom, com pintinhas brancas e algumas manchas amarelas espalhadas pelo corpo ?principalmente na porção ventral. As fêmeas são um pouco maiores do que os machos, que cantam predominantemente ao amanhecer e ao entardecer. Alguns exemplares foram encontrados em áreas de floresta, entocados no musgo; enquanto outros estavam em áreas abertas, escondidos na vegetação ou entre folhas de bromélias.

O exemplar que serviu de modelo para a descrição da espécie (conhecido como holótipo) foi um macho de 1,6 centímetro, coletado em 16 de novembro de 2022, a 1.800 metros de altitude ?detectado enquanto cantava na entrada de uma toca de tarântula. (O animal escolhido como holótipo não é necessariamente o primeiro a ser coletado, mas o que tem o melhor conjunto de informações associadas a ele, como gravações do canto, fotografias na natureza, localização exata do ponto de coleta e amostras de tecido.)

Todos os animais coletados na expedição estão depositados nas coleções biológicas do Museu de Zoologia da USP.

Parentesco inesperado

Desde o início, os pesquisadores perceberam que se tratava de uma espécie inédita, mas não sabiam a qual linhagem ela pertenceria ?ou seja, em qual braço da árvore genealógica dos anfíbios ela se encaixava. A hipótese preliminar, baseada numa avaliação visual dos animais em campo, era de que seria uma nova espécie de Adelophryne, um gênero de sapinhos que ocorrem tanto nas terras baixas quanto no alto dessas formações montanhosas do norte da Amazônia, conhecidas como tepuis. Análises moleculares (de DNA) e morfológicas mais detalhadas, porém, apontaram uma outra direção.

Para a surpresa dos pesquisadores, os dados indicaram que a parente mais próxima dos novos sapinhos era a Neblinaphryne mayeri, uma outra espécie que o mesmo grupo de cientistas havia descoberto em 2017 numa expedição ao Pico da Neblina ?a montanha mais alta do Brasil, que fica 80 quilômetros a oeste do Pico do Imeri. Por isso a nova espécie foi batizada de Neblinaphryne imeri. (No caso do Neblinaphryne mayeri, o nome da espécie é uma homenagem ao general Sinclair Mayer, do Exército Brasileiro, que foi fundamental para a realização das expedições.)

Espécies irmãs: Neblinaphryne imeri e Neblinaphryne mayeri são linhagens que divergiram de um ancestral comum, ocupando grupos de montanhas distintas no norte da Amazônia

Espécies irmãs: Neblinaphryne imeri e Neblinaphryne mayeri são linhagens que divergiram de um ancestral comum, ocupando grupos de montanhas distintas no norte da Amazônia

“O mais incrível é que as duas espécies são muito diferentes morfologicamente. Jamais imaginamos que elas seriam irmãs? relata o herpetólogo Miguel Trefaut Rodrigues, professor emérito do IB e mentor das duas expedições ?ao Pico da Neblina e à Serra do Imeri. “Você vê que a morfologia externa também engana, muitas vezes.?/p>

Foi só com a análise das características genéticas e osteológicas, obtidas por meio de uma tomografia computadorizada do esqueleto, que os pesquisadores puderam enxergar as semelhanças internas por baixo das diferenças externas, que revelaram o parentesco inesperado.

Hoje, as partes mais elevadas dos maciços da Neblina e do Imeri são separadas por 20 quilômetros de terras baixas, que funcionam como uma barreira à dispersão desses animais entre um e outro grupo de montanhas. Em outras palavras: as espécies estão completamente isoladas uma da outra, apesar da distância geográfica entre elas não ser tão grande assim ?especialmente para os padrões amazônicos.

Um mundo à parte

O conjunto desses ecossistemas de altitude do norte da Amazônia é conhecido como Pantepui. Sua marca registrada são as imponentes montanhas de topo plano e paredões desnudos, como o Monte Roraima e o próprio maciço do Pico da Neblina, que inspiraram a história de O Mundo Perdido, de Arthur Conan Doyle.

Do ponto de vista evolutivo, é como se o Pantepui fosse um bioma à parte da Amazônia, pairando sobre as terras baixas da floresta. As condições ambientais no alto dessas montanhas são diferentes das que existem abaixo delas, principalmente em função da temperatura; e as espécies que se adaptaram a viver na altitude dificilmente descem para as áreas mais baixas e quentes do bioma. Nesse sentido, é como se essas montanhas fossem arquipélagos em um oceano de floresta, que é intransponível para a maioria das plantas e bichos que vivem em suas “ilhas?

Os maciços do Pico do Imeri e do Pico da Neblina ficam no norte do Amazonas, dentro de duas áreas protegidas: a Terra Indígena Yanomami e o Parque Nacional do Pico da Neblina.

Os maciços do Pico do Imeri e do Pico da Neblina ficam no norte do Amazonas, dentro de duas áreas protegidas: a Terra Indígena Yanomami e o Parque Nacional do Pico da Neblina.

Por isso os cientistas suspeitam que as duas espécies de Neblinaphryne sejam endêmicas (exclusivas) de seus respectivos maciços. As evidências genéticas sugerem que elas se originaram de um ancestral comum que viveu naquela região 55 milhões de anos atrás, quando as montanhas do Neblina e do Imeri provavelmente estavam conectadas. À medida que a paisagem foi se transformando e os maciços foram se isolando uns dos outros pela erosão (em função de processos climáticos e geológicos), cada população de sapinho foi também se distanciando e se diferenciando uma da outra, ao ponto de se tornarem espécies diferentes. “Nós estamos ainda em um fase muito inicial de tentar reconstruir essa história; que, por ser muito antiga, é muito complexa? diz Rodrigues.

Até onde os pesquisadores puderam averiguar, a espécie do Pico da Neblina vive em áreas de vegetação aberta acima de 2 mil metros de altitude e se abriga, principalmente, debaixo de pedras; enquanto que a espécie da Serra do Imeri vive entre 1.700 e 2 mil metros de altitude, ocupando tanto áreas de floresta quanto de vegetação aberta. A necessidade de adaptação a essas condicionantes ambientais distintas, segundo os cientistas, poderia explicar porque as espécies divergiram tanto em sua morfologia externa. Os cantos de cada uma também são completamente distintos.

“Essas regiões altas tem uma configuração de ilhas e, tipicamente, cada ilha tem espécies endêmicas por causa do isolamento? explica Fouquet. Segundo ele, o Pantepui abriga pelo menos 11 gêneros de anfíbios endêmicos ou subendêmicos, que não descem ?ou muito raramente descem ?abaixo de 1 mil metros de altitude. “Esses gêneros evoluíram em isolamento durante dezenas de milhões de anos; então o Sir Arthur Conan Doyle não estava tão fora da realidade quando escreveu O Mundo Perdido, imaginando dinossauros e pterodáctilos no topo dos tepuis.?/p>

Peças do quebra-cabeça

Os cientistas ainda têm outras quatro espécies novas de anfíbios e três de lagartos do Imeri para descrever, pelo menos. “Esse é o primeiro de vários artigos e a primeira de várias espécies? diz o professor Taran Grant, especialista em anfíbios do IB-USP, que também participou da expedição à Serra do Imeri e assina o trabalho na Zootaxa.

Descobrir, descrever e estudar a história de vida de novas espécies é uma das tarefas mais básicas e mais importantes para a compreensão e a conservação da biodiversidade. “A primeira pergunta que todo mundo faz para nós é: Quantas espécies vocês descobriram lá na Serra do Imeri? Então essa é a primeira pergunta que a gente tem que responder? pondera Grant. “Bem ou mal, todos os esforços e iniciativas de conservação são baseados em diversidade de espécies.?/p>

Tanto a Serra do Imeri quanto o Pico da Neblina já estão dentro de áreas protegidas ?a Terra Indígena Yanomami e o Parque Nacional do Pico da Neblina ?que não estão sob pressão direta de desmatamento naquela região, pelo menos por enquanto. Mas as mudanças climáticas, impulsionadas pelo aquecimento global, ameaçam a biodiversidade de todo o bioma, e são especialmente problemáticas para essas espécies de altitude, que são adaptadas a temperaturas mais amenas e não têm para onde correr em caso de aquecimento

Pesquisar e proteger essas espécies, portanto, é fundamental tanto para entender o passado quanto para resguardar o futuro da biodiversidade amazônica. “Estamos conhecendo uma parte do planeta que era completamente desconhecida, do ponto de vista da ciência, e isso acaba preenchendo lacunas extremamente importantes na história da vida do planeta, da América do Sul e da Amazônia, como se fossem peças de um quebra-cabeça? explica Rodrigues. “Veja só; nós descobrirmos uma linhagem que a gente nem sabia que existia, com 55 milhões de anos de idade, e isso pode nos contar uma história sobre o nosso continente muito mais antiga do que a gente imaginava.?/p>

Descrever as espécies é apenas o primeiro passo desse processo. Os cientistas ainda planejam aprofundar as pesquisas genéticas e os estudos comparativos para entender melhor as relações de parentesco e a história evolutiva dessas linhagens.

Jornal da USP acompanhou os pesquisadores na Serra do Imeri em 2022 e produziu reportagens em texto e vídeo sobre a expedição, que podem ser vistas aqui e aqui. O projeto foi realizado com apoio do Exército Brasileiro e do programa Biota da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Também assinam o trabalho na Zootaxa os pesquisadores Renato Recoder, Agustín Camacho, José Mário Ghellere e Alexandre Barutel.

Mais informações com o professor Miguel Trefaut Rodrigues ([email protected]) ou Antoine Fouquet ([email protected])

*Estagiário sob supervisão de Moisés Dorado

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?????? ?????-evoplay?????????? //emiaow553.com/maior-anfibio-do-mundo-salamandra-gigante-da-china-pode-ter-9-especies/ Fri, 04 Oct 2024 21:57:46 +0000 //emiaow553.com/?p=600339 Há mais de 20 anos, cientistas sugerem a possibilidade de haver mais espécies. Entretanto, é difícil determinar a diferença apenas ao olhar para a salamandra.

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A salamandra-gigante-da-china, o maior anfíbio do mundo, era considerada uma espécie única, mas, agora, pode representar 9 diferentes espécies.

Conforme um estudo publicado na última quinta-feira (3), pesquisadores usaram dados genéticos para confirmar que o maior anfíbio do mundo é um amálgama de espécies que habitam diferentes bacias hidrográficas da China.

Há mais de 20 anos, cientistas sugerem a possibilidade de haver mais espécies. Entretanto, é difícil determinar a diferença apenas ao olhar para a salamandra.

Melissa Marr, coautora do estudo, explica que, por milhões de anos, a aparência da salamandra-gigante-da-china ?e de suas múltiplas espécies ?não mudou em nada.

Por isso, os pesquisadores recorreram a análises genéticas, comparando os níveis de diferenças dos DNAs entre diferentes populações de salamandras gigantes com o genoma de outras espécies de salamandras.

7 ou 9 espécies? Diversidade da salamandra-gigante-da-china é mínima

Imagem: ZSL/Divulgação

Curiosamente, esta não é a primeira vez que descobrem que a salamandra-gigante-da-china não é uma única espécie. Em 2019, cientistas confirmaram que havia três espécies diferentes do animal, com a Andrias sligoi, ou salamandra gigante do sul da China se tornando o maior anfíbio do mundo.

O animal, que habita o também gigante Rio das Pérolas, no sul da China, chega a crescer até 1,8 metro. Anteriormente, o recorde era da salamandra-gigante-do-japão.

“Nossa pesquisa revela a diversidade oculta. Apesar desses anfíbios serem muitos similares, eles divergem geneticamente em, pelo menos, sete espécies distintas? explica Marr.

Ainda de acordo com o estudo, o número de espécies da salamandra-gigante-da-china pode chegar a nove, mas ainda não há dados que sustentem essa hipótese. Desse modo, é necessário ainda mais esforços para proteger esse grupo extremamente em risco de extinção.

Risco de extinção pela gastronomia chinesa

Aliás, os cientistas que publicaram o estudo demandam o reconhecimento da salamandra-gigante-da-china como um grupo de 9 espécies para garantir que as leis de proteção se adequem à nova perspectiva.

Imagem: ZSL/Divulgação

O pesquisador do Instituto de Zoologia da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL), Samuel Turvey, autor do estudo, explica sobre o risco de extinção do maior anfíbio do mundo.

“A salamandra-gigante-da-china (Andrias davidianus) é uma espécie em perigo crítico de extinção devido à superexploração de populações silvestres da espécie pela indústria de criação de salamandras que abastece o mercado da alta gastronomia chinesa? afirma o pesquisador.

Segundo Turvey, todas as 9 espécies que formam o maior anfíbio do mundo estão em risco de extinção, por isso a urgência para reconhecer as novas espécies da salamandra.

Como o estudo descreve, as novas espécies da salamandra, que não têm nomes, não podem entrar em diretrizes nacionais (ou internacionais) de conservação. Portanto, quatro espécies podem ser excluídas dos projetos de preservação.

“Precisamos focar nossa atenção em descrever e classificar cientificamente as novas espécies para garantir que sejam reconhecidas pela legislação ambiental de preservação?

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??? ???? ???? ??? ?? //emiaow553.com/conheca-o-raro-sapo-galaxia-que-chamou-a-atencao-de-leonardo-dicaprio/ Sat, 17 Aug 2024 15:30:48 +0000 //emiaow553.com/?p=586053 A postagem de Leonardo DiCaprio coincidiu com a publicação de um estudo que fala sobre a ameaça desta espécie devido a vários fatores ambientais.

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O ator Leonardo DiCaprio, famoso não apenas no cinema, mas também pela sua luta pela conservação ambiental, chamou a atenção do público com uma foto do raro e belo sapo-galáxia. No final do ano passado, ele publicou uma imagem do anfíbio em seu Instagram.

A foto do sapo-galáxia foi registrada pelo pesquisador e fotógrafo indiano Sandeep Das. Aliás, a postagem de DiCaprio coincidiu com a publicação de um estudo que aborda o risco de extinção desta espécie por vários fatores ambientais. Veja, abaixo:

“As mudanças climáticas são o principal responsável pela queda no número de anfíbios em todo mundo de acordo com o novo estudo publicado na revista Nature. O estudo analisou dados coletados durante os últimos 20 anos sobre anfíbios ao redor de todo mundo, descobrindo que as mudanças climáticas emergiram como uma das maiores ameaças a sapos, salamandras e outras espécies de anfíbios. O estudo avaliou o risco de extinção de mais de 8 mil espécies de anfíbios de todo mundo, incluindo 2.286 novas espécies. Mais de mil especialistas contribuíram com o estudo, revelando que de cada cinco anfíbios, dois estão ameaçados de extinção. As mudanças climáticas são extremamente preocupantes para os anfíbios muito porque eles são animais particularmente sensíveis a alterações em seus habitats?/em>, diz a publicação de Leonardo DiCaprio com a foto do sapo-galáxia.

Relação com as mudanças climáticas

Sandeep Bas foi um dos autores desse estudo. À época, Bas agradeceu a Leonardo DiCaprio pela publicação trazendo à tona a informação sobre o risco que os anfíbios enfrentam, sobretudo o sapo-galáxia.

Em entrevista à imprensa indiana, Das afirmou acreditar no potencial das imagens como ferramenta para transmitir conhecimento científico às pessoas. Portanto, a decisão de Leonardo DiCaprio em compartilhar tanto o estudo quanto a fotografia de Das, ressalta a importância crucial da conservação de anfíbios e a necessidade urgente de medidas para reduzir a ameaça.

O sapo-galáxia é especial porque a espécie representa os esforços de conservação e preservação de plantas e animais do parque Mathikettan Shola National Park, na Índia.

De acordo com Das, não é comum uma espécie de anfíbios ser escolhida para representar os esforços de conservação de um parque nacional indiano. Porém, a aparência do animal contribuiu para a escolha.

Sapo-Galáxia

Como mostra a foto de Leonardo Dicaprio, o sapo-galáxia possui características bem peculiares. Embora pequeno, com cerca de dois a três centímetros, tem um papel vital no ecossistema delicado das Montanhas Nebulosas dos Gates Ocidentais, da Índia.

O sapo-galáxia tem uma coloração vibrante que serve como um alerta a possíveis predadores, pois indica que a espécie é venenosa. A pele do sapo tem uma secreção de uma substância que pode irritar a pele e as vistas possíveis predadores.

Além disso, o sapo-galáxia é o único representante do seu gênero e subfamilia, destacando sua linhagem evolucionária peculiar e importância ecológica.

Seus parentes mais próximos estão distantes dos Gates Ocidentais encontrados no leste da África. Por falar em evolução, o sapo-galáxia possui suas características para sobreviver em seu habitat. Segundo a Unesco, os Gates Ocidentais são um dos oito lugares com maior biodiversidade no planeta.

O sapo-galáxia não tem tímpanos. Portanto, ele usa a condução óssea para detectar a vibração em seu ambiente. Tal adaptação, possivelmente, ajude o sapo a saltar pelos densos campos das florestas das montanhas nebulosas.

Aliás, o sapo-galáxia não é a primeira espécie peculiar que Leonardo DiCaprio publica em suas redes para chamar atenção à questão ambiental. Em 2022, o ator compartilhou a notícia sobre a descoberta de uma espécie de peixe no Chile.

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??/???????????? //emiaow553.com/sapo-ra-e-perereca-desvende-as-diferencas-e-os-mitos-de-cada-especie/ Fri, 12 Jul 2024 13:00:46 +0000 //emiaow553.com/?p=580248 Características físicas e comportamentais mostram as particularidades de cada animal; uma dica: a rã não é a mulher do sapo

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Reportagem: Camila Neumam/Instituto Butantan

É comum acharmos que sapo, rã e perereca são iguais. Todos eles são anfíbios que pertencem à ordem Anura, palavra que significa sem cauda em grego antigo. Mas apesar das semelhanças físicas, que podem confundir, os três são animais diferentes.

Das mais de 8.400 espécies de anfíbios conhecidas no mundo, 1.188 estão no Brasil. Destas, 1.144 são espécies de anuros, tornando o Brasil o país com a maior diversidade desse grupo de anfíbios no mundo, segundo o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN). O órgão que pertence ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) ressalta que “essa riqueza nos impõe o dever de proteger essas espécies? Mas para que isso aconteça, primeiramente é importante saber diferenciá-las.

Dentro da ordem Anura estão várias famílias de sapos, rãs e pererecas cujas espécies estão em todos os continentes, com exceção da Antártica, onde anfíbios não conseguem sobreviver diante de temperaturas tão geladas. “A principal diferença é que os sapos têm a pele mais seca e preferem ficar na terra. As rãs podem ser macho ou fêmea e gostam de ficar perto de lagoas, assim como as pererecas, que costumam viver em árvores e escalar paredes por terem discos adesivos na ponta dos dedos. Já as semelhanças é que todos os anuros respiram pela pele e pelo pulmão e sugam água pela região inguinal (abaixo da barriga)? esclarece Carlos Jared, que é diretor do Laboratório de Biologia Estrutural do Instituto Butantan.

Os sapos são membros da família Bufonidae (lê-se “bufonide?, que, em todo o mundo, contém cerca de 600 espécies dentre 52 gêneros. A maior família de rãs que existe é a Ranidae (lê-se “ranide?, cujas espécies ocorrem quase que exclusivamente no hemisfério norte. No Brasil não há este tipo de anfíbio na natureza. As rãs servidas em restaurantes ou em casa são da espécie Aquarana catesbeiana, mais conhecidas como rã-touro, que vêm de criadouros de rãs, ou seja, fora da natureza. Esses animais são originários dos Estados Unidos e do Canadá, portanto exóticos em relação à nossa fauna.

“Os portugueses introduziram o termo ‘rã?aqui no Brasil para um bicho que não é rã de verdade, mas é semelhante. As nossas rãs, chamadas de jias ou caçotes, pertencem à família Leptodactylidae, cujas espécies são comuns na América do Sul e Central? afirma Carlos Jared.

As pererecas vivem em árvores e a maioria é da família Hylidae (lê-se hilide), embora haja outras tantas com diferentes espécies. O nome perereca tem origem na palavra pere’reg (“ir aos saltos? em tupi.

Apesar de às vezes causarem medo ou repulsa, a presença de rãs, sapos e pererecas é um indicador de um ecossistema saudável, já que eles conseguem sobreviver somente em lugares não poluídos e são sensíveis às mudanças de ambiente.

“?mais comum encontrá-los próximos a locais úmidos como perto de poças d’água, máquinas de lavar, banheiros ou ambientes com água. Se encontrar um anuro, não tente tocar nele. O animal estará mais assustado que você e tentará fugir, voltando para um local onde não há humanos? esclarece o pesquisador.

Sapos (animais terrestres)

Tudo começa quando sapos machos e sapos fêmeas se encontram na beira da lagoa para acasalarem. As fêmeas botam seus ovos em forma de fita dentro da água. Quando eclodem, se transformam em girinos que nadam até nascerem as patas, trocando o lar pelo ambiente terrestre.

Mais corpulentos e com patas traseiras mais curtas e robustas, os sapos costumam caminhar em vez de saltar e pular. Uma característica comum entre os sapos é a presença de duas grandes glândulas atrás da cabeça, chamadas de glândulas parotoides. É nelas que fica o veneno usado em quem tenta mordê-lo.

Mas o sapo não tem meios de expelir esse veneno sozinho. É o próprio predador ou agressor que aciona esse veneno, através da pressão da mordida, levando os jatos de veneno na boca. Apesar de ser um animal com veneno, o sapo não representa nenhum perigo em quem tocar nele porque a maioria dos venenos dos anfíbios é inofensiva para os humanos. Mesmo assim, é recomendável sempre lavar bem as mãos com água e sabão após manusear um sapo. E fica a dica: é mito dizer que tocar na pele do sapo causa “cobreiro? nome popular do vírus herpes-zóster.

No geral, os sapos, fora do período de reprodução, preferem ficar sozinhos, com um cardápio variado de alimentos ?principalmente insetos. Mas, por terem a pele seca e rugosa, precisam de fontes de hidratação para manterem o metabolismo funcionando. Por isso é comum encontrar sapos em poças de água da chuva ou próximos a máquinas de lavar. Os sapos somente retornam para a lagoa para encontrar fêmeas para reprodução, quando o ciclo de vida começa novamente.

Rãs (animais semiaquáticos)

As rãs passam mais tempo na água do que os sapos, sendo considerados animais semiaquáticos. Quando se deparam com alguma ameaça em terra, saltam com toda sua energia para a água, onde permanecem nadando. Como as rãs passam mais tempo na água ou geralmente ficam mais perto dela quando estão em terra, sua pele permanece úmida e com aspecto mais viscoso e brilhante.

Por terem patas longas e fortes, elas são exímias saltadoras. Mas para saltarem com grande amplitude e rapidez, as rãs gastam muita energia. Quando precisam de mais de três saltos de uma vez, podem até entrar em estafa, tamanho o trabalho.

Um mito comum em relação às rãs é dizer que são “mulher do sapo? Na verdade, há rã macho e rã fêmea, assim como sapo macho e sapo fêmea. As rãs botam ovos na água, mas de forma diferente dos sapos.

Os sapos, rãs e pererecas usam sons específicos (chamados de “canto? para o encontro durante a época da reprodução. É sempre o macho que emite o canto, atraindo a fêmea. Cada espécie tem um canto próprio, característico da espécie, que é o meio de comunicação do casal.

Pererecas (animais arborícolas)

Menores do que os sapos e rãs, as pererecas são mais leves, têm pele muito úmida, lisa e brilhante, e pernas finas e longas. Elas se diferenciam dos demais anuros por terem discos adesivos na ponta dos dedos, semelhantes a ventosas. Essas pernas longas permitem a elas dar amplos saltos e escalar paredes e árvores.

As pererecas habitam quase todo o planeta, especialmente locais úmidos, perto de riachos e córregos onde depositam seus ovos ?os filhotes (girinos) vão se desenvolver na água até se tornarem adultos e irem para a terra. No Brasil existem mais de 350 espécies de pererecas, sendo a da espécie Boana raniceps uma das mais comuns.

Fotomontagem e infográfico: Daniel das Neves

Fotomontagem e infográfico: Daniel das Neves

 

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???+ ?? ??? ??? //emiaow553.com/ela-nao-pula-ela-desfila-perereca-de-folhagem-caminha-lentamente-e-simula-a-propria-morte-quando-ameacada/ Mon, 01 Jul 2024 13:30:09 +0000 //emiaow553.com/?p=578300 Nativo da Mata Atlântica, esse anfíbio gosta de ficar em árvores; em vez de saltar como outras pererecas, anda devagar pelos galhos e se esconde entre as folhas

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Reportagem: Aline Tavares/Instituto Butantan

Conhecida por sua caminhada lenta e delicada, a perereca-de-folhagem (Phyllomedusa burmeisteri) parece quase uma modelo desfilando pelos galhos da Mata Atlântica. Nativa do Brasil, ela não costuma saltar, diferente de outras pererecas, e gosta de ficar em cima de árvores e arbustos, sendo raramente avistada no solo. Não à toa, a palavra Phyllomedusa, do grego “phyllo?(folhas) e “medousa?(rainha), significa “rainha da folhagem?

O animal tem hábitos noturnos e passa o dia camuflado em meio à vegetação, com a cabeça entre as folhas para esconder os grandes olhos. Sua coloração é perfeita para isso: verde brilhante no dorso, amarelada na parte interna das pernas com pequenas manchas e amarelo bem clarinho no ventre, também com manchas.

Se você observar o recinto da perereca-de-folhagem no Museu Biológico do Parque da Ciência Butantan, pode ter dificuldade de encontrá-la: na natureza, ela vive quase sempre escondida no interior da mata. Mas, na época de reprodução, os machos se aventuram nas bordas das florestas, próximo a riachos, onde ficam vocalizando para chamar a atenção das fêmeas. Elas, por sua vez, vão ao encontro dos pretendentes.

A reprodução da perereca-de-folhagem acontece no período das chuvas, entre os meses de outubro e março, e as pererecas acasalam em cima das folhas. As fêmeas depositam, em média, 20 ovos. Eles são colocados sempre nas folhas das árvores, perto de um corpo d’água ou riacho, para que os girinos possam cair na água após a eclosão dos ovos e seguir o seu desenvolvimento.

A busca por alimentação acontece à noite, quando o animal está mais ativo. Para se defender, possui toxinas presentes em toda sua pele, além de um comportamento chamado tanatose. Essa perereca engana os predadores se fingindo de morta, ficando completamente imóvel.

Conheça mais sobre a perereca:

PERERECA-DE-FOLHAGEM

Espécie: Phyllomedusa burmeisteri, do gênero Phyllomedusa e da família Phyllomedusidae

Onde habita: Mata Atlântica, principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais

Características físicas: mede por volta de 8 centímetros e é majoritariamente verde, com a parte interior das pernas amarelada e com manchas

Alimentação: insetos como grilos e moscas

Curiosidades: em vez de pular, como outras pererecas, caminha lentamente pelos galhos, e se finge de morta quando ameaçada

Esse texto foi produzido com a colaboração dos biólogos Adriana Mezini e Marcelo Stefano Bellini Lucas, do Museu Biológico do Instituto Butantan.

 

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??? ????? ??? ????????????? //emiaow553.com/perereca-de-capacete-conheca-o-anuro-de-cabeca-chapada-que-inocula-veneno-quando-ameacado/ Fri, 26 Apr 2024 21:41:29 +0000 //emiaow553.com/?p=566575 A Corythomantis greeningi também se aproveita da cabeça em formato de capacete para isolar a entrada de seus esconderijos por meio da fragmose

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Reportagem: Guilherme Castro/Instituto Butantan

Dona de uma cabeça larga, alongada e cheia de protuberâncias espinhosas, a Corythomantis greeningi, ou perereca-de-capacete, chama a atenção por sua excêntrica habilidade de defesa: inocular veneno por meio de cabeçadas quando ameaçada. O nome científico da espécie, que vem do grego, foi inspirado pelo formato do seu crânio e significa “capacete?[corytho] e “anuro?[mantis, termo que reúne sapos, rãs e pererecas], o que resume bem sua característica de destaque.

A perereca-de-capacete, que faz parte da família Hylidae, é um anfíbio endêmico da Caatinga e pode ser encontrado especialmente em ambientes semiáridos e de pouca chuva. Existem outros anuros de mesmo nome que habitam a Mata Atlântica, embora sejam de espécies diferentes, como as pererecas Nyctimantis brunoi e Nyctimantis arapapa; por isso, é importante atentar-se às suas características para não confundi-los.

Ao longo do processo de evolução, a Corythomantis greeningi desenvolveu uma cabeça em formato de capacete, utilizada para fechar as entradas das frestas nas quais se esconde. Esses bichos entram de ré nos buracos e deixam somente a cabeça exposta, comportamento que leva o nome de fragmose.

A Corythomantis greeningi ou perereca-de-capacete

A Corythomantis greeningi ou perereca-de-capacete

Para se adaptar aos climas secos, a perereca-de-capacete desenvolveu uma camada calcificada na pele que sobrepõe o crânio, o que dificulta a saída da umidade de dentro dos seus esconderijos, um excelente meio de hidratação durante os meses de seca. O crânio, além de ser ossificado, é repleto de espinhos, que são circundados por glândulas cutâneas de veneno.

Quando as pererecas-de-capacete movimentam a cabeça para tentar escapar de alguma investida, cria-se uma pressão que ajuda a furar as glândulas por meio dos espinhos ósseos e, assim, inocular veneno, mesmo sem querer ?a famosa cabeçada.

A habilidade de injetar veneno, que entre os anuros é exclusiva desse grupo, só é possível graças à sua capacidade de mover a cabeça em várias direções, uma característica incomum entre pererecas. Normalmente, esses bichinhos não têm muita flexibilidade no pescoço.

Exemplar da perereca Nyctimantis brunoi

Exemplar da perereca Nyctimantis brunoi

Como todos os anfíbios, a perereca-de-capacete tem comportamento passivo e costuma ficar quieta, mimetizando o ambiente ao seu redor. Quando se sente incomodada é que ela reage para escapar por meio da cabeçada.

Dificilmente as pererecas-de-capacete conseguem injetar toxinas em humanos com suas investidas, mas isso não as torna menos perigosas: seu veneno se assemelha em letalidade ao da jararaca ?ainda que ele seja produzido em escala menor, dado o reduzido tamanho do anuro e o pequeno número de glândulas que possui. Caso a investida seja bem sucedida, o veneno, que causa dor extrema e pode gerar edemas.

A toxicidade da perereca-de-capacete foi descoberta em 2015 pelo pesquisador científico e diretor do Laboratório de Biologia Estrutural do Instituto Butantan, Carlos Jared, durante uma expedição na Caatinga do interior do Rio Grande do Norte.

PERERECA-DE-CAPACETE

Espécie: Corythomantis greeningi (perereca-de-capacete), da família Hylidae, do gênero Corythomantis

Onde habita: Caatinga, ambiente semiáridos com pouca chuva

Características físicas: animal médio, de cabeça alongada, com crista calcificada em forma de pequenos espinhos; pele lisa, dedos e pernas longas com discos adesivos nas pontas, característicos das pererecas

Alimentação: pequenos insetos

Curiosidades: utiliza a cabeça em formato de capacete para agredir seus alvos quando ameaçada e inocular veneno por meio de uma crista espinhosa calcificada; realiza a fragmose –?isola a saída de seus esconderijos, buracos e frestas, utilizando o formato da cabeça

Este conteúdo contou com a colaboração do pesquisador científico e diretor do Laboratório de Biologia Estrutural do Instituto Butantan, Carlos Jared

Referências:

MENDES, Vanessa Aparecida. A biologia, as glândulas de veneno e a secreção cutânea da perereca da caatinga Corythomantis greeningi: um estudo integrativo. 2015. 94 p. Dissertação (Mestrado em Ciências – Toxinologia) – Instituto Butantan, São Paulo, 2015.

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??? ?? ??????????????????? //emiaow553.com/pesquisa-mapeia-sapos-ponta-de-flecha-em-areas-da-floresta-amazonica-ameacadas-pelo-desmatamento/ Sat, 20 Apr 2024 18:30:49 +0000 //emiaow553.com/?p=565230 Preferência dos sapos-ponta-de-flecha é por viver perto de castanheiras para garantir sua reprodução

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Texto: Agência Bori

Highlights

  • Estudo mapeou a distribuição de três espécies de sapos do gênero Adelphobates na Amazônia
  • Espécies venenosas habitam região do arco do desmatamento na floresta amazônica
  • Preferência dos sapos-ponta-de-flecha é por viver perto de castanheiras para garantir sua reprodução

Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) publicado nesta sexta (19) na revista científica “Anais da Academia Brasileira de Ciências?/a> mapeou a distribuição de três espécies de sapos do gênero Adelphobates na floresta amazônica. Elas foram encontradas principalmente na região do arco do desmatamento da floresta, o que as coloca em risco, preocupando cientistas.

A. quinquevittatus, A. castaneoticus e A. galactonotus são sapos de coloração forte, de até quatro centímetros de tamanho, e venenosos. Eles são conhecidos na região amazônica como sapos-ponta-de-flecha ?comunidades indígenas antigas passavam seu veneno em suas flechas. Segundo registros do grupo de pesquisadores, as três espécies vivem ao sul do rio Amazonas. A primeira tem distribuição mais restrita à bacia do rio Madeira, na Amazônia Ocidental, enquanto as outras duas se concentram na margem direita do rio Tapajós, na Amazônia Oriental.

Para mapear a distribuição dos sapos-ponta-de-flecha, a equipe coletou 113 indivíduos das três espécies em diferentes pontos das bacias do rio Madeira, dos rios Tapajós-Xingu e do rio Tocantins, entre 2008 e 2018, e registrou as coordenadas de onde eles foram encontrados. No laboratório, foi feito um sequenciamento genético dos animais para identificar possíveis linhagens genéticas dentro das espécies e montar as árvores filogenéticas que contam a história de sua evolução. Além do registro de ocorrências em campo, um levantamento bibliográfico das ocorrências dos sapos na região amazônica e de variáveis bioclimáticas de vegetação ajudou os pesquisadores a montarem os mapas de distribuição e de provável ocorrência das espécies.

Na procura pelos sapos, a equipe buscou castanheiras ao longo do território amazônico, pois havia registros na literatura científica de que estes animais utilizam as poças d’água temporárias formadas pelas cascas das castanhas para o desenvolvimento dos girinos. “Eles dependem de um ambiente bem preservado, com bastante umidade e com precipitação elevada na época de chuva para se desenvolverem? conta Larissa Medeiros, pesquisadora do Inpa e primeira autora do artigo.

Os sapos-ponta-de-flecha do gênero Adelphobates constam como espécie “pouco preocupante?na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), que mapeia globalmente as espécies da fauna e flora com risco de extinção. Apesar disso, o desmatamento da floresta amazônica pode representar um risco para esses animais. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 90% do desmatamento da Amazônia Legal está nos estados do Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, onde essas espécies são comumente encontradas.

Para Medeiros, a distribuição das espécies de sapos-ponta-de-flecha apontada pelo estudo é ainda mais restrita do que a apresentada no levantamento da IUCN, atualizado em 2023. “O mapa da IUCN considera, por exemplo, a ocorrência de A. quinquevittatus em todo o estado do Acre, mas provavelmente essas ocorrências são de outras espécies, como as do gênero Ranitomeya, que têm coloração semelhante aos sapos-ponta-de-flecha? explica a pesquisadora.

Os registros de ocorrência e distribuição das espécies, relatados no artigo de Medeiros e seus colegas, podem ajudar tomadores de decisão a traçar políticas de conservação ambiental. “Quando investimos em conservação, não preservamos apenas uma espécie, mas todo o local onde ela habita, com todos os recursos que ela e outras espécies precisam para viver e se reproduzir? comenta Medeiros. Ela exemplifica: “A preservação dos sapos protege o ambiente e as castanheiras, que são fonte de renda para várias comunidades locais?

Segundo a autora, existiam poucas informações sobre os sapos-pontas-de-flecha registradas na literatura científica. O estudo atual permite que pesquisadores e pessoas interessadas no assunto conheçam mais sobre as espécies e seus habitats. Para o futuro, o grupo do Inpa pretende focar em descrever melhor a história evolutiva das espécies de sapos-ponta-de-flecha que habitam a Amazônia Oriental.

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?? ????? ? ???? ?? ??? //emiaow553.com/canto-inaudivel-para-humanos-e-usado-por-anfibios-para-se-defender-de-predadores-indica-estudo/ Tue, 26 Mar 2024 22:35:40 +0000 //emiaow553.com/?p=560559 Pesquisadores registram, pela primeira vez na América do Sul, o uso de ultrassom por rã endêmica da Mata Atlântica. Com a maior diversidade de anfíbios do mundo, Brasil pode ter outras espécies com o mesmo comportamento

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Texto: André Julião | Agência FAPESP

Estudo publicado na revista Acta Ethologica registrou, pela primeira vez na América do Sul, o uso de ultrassom por anfíbios. Trata-se também do primeiro registro de uso dessa frequência sonora para defesa contra predadores, o chamado canto de agonia.

“Alguns potenciais predadores dos anfíbios, como morcegos, roedores e pequenos primatas, conseguem emitir e ouvir sons nessa frequência, inaudível para humanos. Uma de nossas hipóteses é que o canto de agonia seja direcionado para algum deles, mas é possível que a ampla frequência seja generalista, para espantar o maior número possível de predadores? conta Ubiratã Ferreira Souza, primeiro autor do trabalho, realizado como parte de seu mestrado no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) com bolsa da FAPESP.

Outra hipótese é que o canto seja usado para atrair outro predador, que por sua vez atacaria o animal que estivesse em vias de predar o anfíbio, no caso, a rã-do-folhiço (Haddadus binotatus), espécie endêmica da Mata Atlântica.

Os pesquisadores gravaram o canto de agonia em duas ocasiões. Quando analisado por um software especial, o som apresentou frequências de 7 a 44 quilohertz, sendo que a partir dos 20 quilohertz ele é inaudível para humanos.

Durante o canto, a rã-do-folhiço faz uma série de movimentos típicos de defesa contra predadores. O animal levanta a parte frontal do corpo e abre a boca jogando a cabeça para trás. Depois, fecha a boca parcialmente, emitindo assim o canto com parte da frequência audível por nós, de 7 a 20 quilohertz, e parte inaudível, de 20 a 44 quilohertz.

“Uma vez que o Brasil tem a maior diversidade de anfíbios do mundo, com mais de mil espécies descritas, não seria de admirar que outras rãs também emitam sons nessa frequência? avalia Mariana Retuci Pontes, coautora do estudo e doutoranda no IB-Unicamp, com bolsa da FAPESP.

Outra espécie

A utilização dessa estratégia por uma segunda espécie pode ter sido descoberta por acaso pela própria pesquisadora. Em janeiro de 2023, durante uma visita ao Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar), no município de Iporanga (SP), Pontes viu sobre uma pedra um indivíduo do que era provavelmente uma rãzinha-da-floresta (Ischnocnema henselii), embora não tenha coletado o animal para identificação precisa da espécie.

Como queria fazer uma foto, a pesquisadora tentou posicionar melhor o animal segurando-o pelas pernas. Pontes foi então surpreendida com o comportamento da rãzinha, que fez o mesmo movimento corporal de defesa e o mesmo som da rã-do-folhiço (H. binotatus). Cerca de um metro distante dela, havia ainda uma jararaca (Bothrops jararaca), o que reforça a evidência de que o comportamento é realizado diante de predadores

Não foi possível fazer a análise do áudio, extraído de um vídeo que a pesquisadora conseguiu fazer, e verificar a presença de ultrassom na rã do Petar. No entanto, o estímulo de puxar as pernas é justamente um dos que os pesquisadores fazem para simular um ataque por predador, usado nos registros de Haddadus binotatus.

“Uma vez que ambas as espécies vivem em ambientes parecidos, a serrapilheira [camada de folhas sobre o solo], são pequenas [entre 3 e 6 centímetros] e têm predadores similares, é possível que Ischnocnema henselii também faça uso desse canto de agonia com ultrassom para se proteger de inimigos naturais? explica Luís Felipe Toledo, professor do IB-Unicamp que orientou o estudo e coordena o projeto ?strong>Da história natural à conservação dos anfíbios brasileiros? apoiado pela FAPESP.

A primeira vez que Toledo suspeitou que Haddadus binotatus emitia sons na frequência inaudível para humanos foi ainda em 2005, quando realizava doutorado no Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (IB-Unesp), em Rio Claro. No entanto, por limitações dos equipamentos usados na época, não era possível verificar frequências acima dos 20 quilohertz.

Os outros registros de uso de ultrassom por anfíbios foram feitos em três espécies da Ásia. No entanto, a frequência é usada para comunicação entre indivíduos da mesma espécie. Em mamíferos, o ultrassom é comum entre baleias, morcegos, roedores e pequenos primatas. O uso para defesa contra predadores era algo inédito até então entre anfíbios.

Agora, os pesquisadores querem responder a uma série de perguntas suscitadas pela descoberta, como, por exemplo, quais predadores são sensíveis ao canto de agonia e como reagem a esse comportamento e mesmo se o som é voltado para eles ou para atrair inimigos naturais dos predadores. “Será que a rã chama uma coruja para atacar a serpente que quer comê-la?? especula Souza.

O estudo teve ainda apoio da FAPESP por meio de Bolsa de Doutorado para Guilherme Augusto Alves e de outro projeto coordenado por Toledo.

O artigo Ultrasonic distress calls and associated defensive behaviors in Neotropical frogs pode ser lido por assinantes em: //link.springer.com/article/10.1007/s10211-023-00435-3.

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????? TOP10 ?? ?????????? //emiaow553.com/sapo-brasileiro-e-considerado-o-menor-anfibio-do-mundo/ Mon, 12 Feb 2024 18:30:11 +0000 /?p=551574 Sapinho pulga mede em média 6,45 milímetros; o animal quebrou recorde de outro sapo da Papua-Nova Guiné. Saiba mais!

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Com apenas 6,45 milímetros, em média, o brasileiro sapinho pulga (Brachycephalus pulex) é o menor anfíbio do mundo. Assim, quebrou o recorde mundial de um outro sapo da Papua-Nova Guiné, cujos representantes adultos medem aproximadamente 7,7 milímetros.

A descoberta da cientista Wendy Bolaños foi publicada na revista Zoologica Scripta. A pesquisa teve apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e do Mohamed bin Zayed Species Conservation Fund.

Sobre o sapinho pulga

Bolaños era mestranda do Programa de Pós-graduação em Zoologia da UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz), no sul da Bahia, quando estudou o animal. 

Ele vive nos topos dos morros, em duas unidades de conservação no estado. A primeira é a Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra Bonita, que fica no município de Camacan. Já a segunda é o Parque Nacional Serra das Lontras, em Arataca.

Em sua pesquisa, a cientista mediu e determinou o sexo de 46 representantes da espécie Brachycephalus pulex. Assim, pode constatar a média de tamanho do animal – e que isso faz com que ele seja o menor anfíbio do mundo.

Sob ameaça

Embora a descoberta de que a espécie é o menor anfíbio do mundo seja um avanço para a ciência, pesquisadores também alertam sobre a necessidade de preservação do animal. De acordo com eles, a última reavaliação do status do sapinho pulga revelou que a espécie está em perigo de extinção.

Por isso, entrou na lista de animais ameaçados da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). Apesar de viverem em duas áreas de conservação, os animais sofrem com as mudanças climáticas.

De acordo com os pesquisadores, espécies geralmente escapam do aumento de temperatura deslocando-se para áreas de montanha. Contudo, aquelas que habitam os topos de morro, como o sapinho pulga, não têm para onde ir.

“Está em nossas mãos garantir que ele não desapareça e que as futuras gerações de brasileiros ainda possam se orgulhar de ter o menor anfíbio do mundo vivendo na Bahia”, alerta Iuri Ribeiro Dias, professor que participou do estudo.

Além disso, os cientistas ressaltam que mais de 40% dos anfíbios do mundo também estão ameaçados de extinção.

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????? ???? ???? ??? ?? //emiaow553.com/efeitos-da-mudanca-climatica-em-anfibios-podem-ser-mais-complexos-do-que-se-imaginava-aponta-estudo/ Mon, 22 Jan 2024 23:07:38 +0000 /?p=547608 Análises de espécies distribuídas em diferentes altitudes na Mata Atlântica revelam que maior amplitude térmica do ambiente nem sempre conduz a maior tolerância térmica dos animais, como se pensava. Trabalho indica diferenças relevantes entre populações de uma mesma espécie

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Texto: André Julião | Agência FAPESP

Ao longo dos anos, muitos trabalhos vêm reafirmando hipóteses das décadas de 1950 e 1960 que associam variações fisiológicas e climáticas. Por exemplo, uma delas diz que espécies expostas a maior amplitude térmica de um ambiente (a diferença entre as temperaturas mínimas e máximas) apresentariam maior amplitude de tolerância térmica.

Um estudo apoiado pela FAPESP e publicado na revista Integrative Organismal Biology mostra que, pelo menos para os anfíbios da Mata Atlântica, isso não é necessariamente verdadeiro.

O trabalho, assinado por pesquisadores brasileiros que atuam em instituições do Brasil, Estados Unidos e Emirados Árabes, aponta que algumas populações vivendo em montanhas, onde a amplitude térmica é grande, não possuem necessariamente maior amplitude de tolerância a mudanças de temperatura do que populações em áreas de menor altitude.

“Essa relação entre maior amplitude térmica e maior amplitude de tolerância às mudanças só ocorreu em duas das cinco espécies que analisamos no estudo? explica Rafael Bovo, primeiro autor do trabalho, realizado como parte de seu estágio de pós-doutorado no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) com bolsa da FAPESP.

Uma vez que uma mesma espécie pode estar presente tanto alguns poucos metros acima do nível do mar quanto no alto de montanhas, uma parte importante do trabalho dos pesquisadores foi justamente garantir amostras de populações de uma mesma espécie distribuídas em diferentes altitudes.

Os testes fisiológicos feitos nos anfíbios indicaram que as espécies não necessariamente têm um valor fixo de tolerância térmica. Portanto, diferentes populações podem apresentar maior ou menor tolerância às mudanças no clima. Segundo as análises, maior tolerância ao frio em populações vivendo em maiores altitudes, onde o clima é mais frio, não necessariamente levou ao aumento da amplitude (janela) térmica. Essa janela é determinada por mais de um fator, como exposição prévia (aclimatação) ou adaptação à temperatura.

“Se analisarmos apenas a tolerância térmica, não é seguro afirmar que todos os anfíbios tropicais estão ameaçados pelas mudanças climáticas globais. Mostramos, na verdade, que algumas populações têm maior potencial para suportar alterações, às vezes até comparáveis com espécies de regiões temperadas que, normalmente, possuem maior amplitude de tolerância térmica do que espécies tropicais? conta Bovo, atualmente pesquisador associado à Universidade da Califórnia, em Riverside, nos Estados Unidos.

Da mesma forma, o estudo mostra que certas populações em uma área de baixa altitude, como a da pererequinha-do-brejo (Dendropsophus minutus), estão vivendo próximas do limite de sua tolerância térmica. Por isso, podem não suportar um aumento maior de temperatura.

Parte dos resultados foi obtida durante o doutorado de Bovo no Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (IB-Unesp), em Rio Claro, também com bolsa da FAPESP.

Uma explicação para que anfíbios vivendo em maiores amplitudes térmicas não tenham adquirido maior janela de tolerância é o fato de muitos passarem a maior parte do dia abrigados, saindo para caçar e se reproduzir apenas à noite. Com isso, se poupam das maiores temperaturas do dia e evitam grandes mudanças nas tolerâncias ao calor. Por outro lado, anfíbios ativos à noite ficam expostos a temperaturas mais frias, especialmente no alto das montanhas, levando a maiores tolerâncias ao frio. Em consequência, apenas a mudança na tolerância ao frio não foi suficiente para alterar significativamente a janela de tolerância de algumas espécies. Isso evidencia o quão complexas são as possibilidades de ajuste ou adaptação ao frio e ao calor.

Montanhas de dados

Os resultados são fruto de experimentos com populações de cinco espécies distribuídas ao longo de gradientes de altitude, que foram do nível do mar até 1.600 metros acima dele, na Mata Atlântica.

Os 225 anfíbios foram coletados em diferentes pontos da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira, nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. Para cada espécie, foram amostradas três a cinco populações, considerando a região geográfica onde foram encontrados os animais.

Para cada população, foram medidos diferentes parâmetros fisiológicos: taxas de desidratação e reidratação, temperaturas críticas mínima e máxima (o mais frio e o mais quente que o indivíduo consegue suportar sem perder funções básicas).

A tolerância térmica ao frio sempre aumentou com a altitude, ao passo que a tolerância ao calor nem sempre mudou, tanto na Serra do Mar quanto na da Mantiqueira. A altitude explicou até 61% da variação da temperatura crítica mínima das espécies (até 4° C menores em altitudes maiores), sugerindo que as baixas temperaturas características das altitudes levam a maior tolerância fisiológica ao frio.

No entanto, a altitude teve menos relação com a variação na temperatura crítica máxima (19% a 36%). Em duas das cinco espécies, o máximo tolerado se reduziu à medida que a altitude aumentou, sendo 0,5° C a 1,8° C menor em populações de terras altas do que nos terrenos mais baixos. A temperatura máxima tolerada foi maior (cerca de 38,5° C) em espécies de corpo maior do que nas pequenas (cerca de 34° C).

“Dado que parâmetros térmicos e do balanço hídrico são fundamentais para a história evolutiva dos anfíbios, também medimos as taxas de desidratação e reidratação e suas relações com as tolerâncias térmicas. O balanço hídrico não apresentou variação consistente com a mudança de altitude e as correlações entre parâmetros hídricos e térmicos foram baixas? diz Bovo.

Para os pesquisadores, o estudo traz alertas importantes sobre as respostas dos organismos à variação climática. Os autores ressaltam que medir apenas uma população como representante de toda uma espécie pode enviesar previsões de vulnerabilidade às mudanças climáticas.

Os resultados reforçam ainda a enorme falta de dados de espécies tropicais, em comparação com espécies de regiões temperadas. As respostas de espécies tropicais às mudanças climáticas podem ser complexas, como mostra o estudo, dificultando generalizações. A Mata Atlântica, com a maior diversidade de anfíbios do mundo, precisa ser mais bem considerada.

Os dados do trabalho já vêm sendo utilizados em modelos matemáticos de previsões do impacto de mudanças climáticas sobre a biodiversidade. Em um deles, por exemplo, está sendo quantificada a vulnerabilidade dos anfíbios do mundo todo ao aumento do aquecimento e da seca.

“São trabalhos em andamento, em colaboração com uma rede de pesquisadores internacionais? relata Bovo, que estabeleceu parcerias durante estágio de pesquisa em outra unidade da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz. Anteriormente, ele já havia feito um estágio na mesma instituição, como parte do doutorado no IB-Unesp, em Rio Claro, todos com bolsa da FAPESP.

A FAPESP apoiou o estudo, ainda, por meio de outros seis projetos (15/19556-4, 16/13949-7, 14/16320-7, 13/04190-9, 18/05839-2 e 21/10910-0). O artigo Beyond Janzen’s Hypothesis: How Amphibians That Climb Tropical Mountains Respond to Climate Variation pode ser lido em: //academic.oup.com/iob/article/5/1/obad009/7084019.

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?? ????? ?????? ??? //emiaow553.com/este-sapo-voador-usa-um-disfarce-de-coco-para-evitar-predadores/ Wed, 13 Dec 2023 20:56:35 +0000 /?p=540521 Vivendo nas florestas tropicais da Ásia, o sapo voador imita o cocô de aves para se proteger durante o primeiro ano de vida

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Pode parecer mentira, mas há sapos que voam. Os anfíbios que conseguem essa proeza são os Rhacophorus nigropalmatus, conhecidos popularmente como sapos voadores de Wallace. E eles são ainda mais surpreendentes: quando estão vulneráveis, um de seus principais disfarces é imitar a aparência de um cocô.

Isso acontece quando o animal está em seu primeiro ano de vida. Durante esse período, o sapo ainda está desenvolvendo as habilidades e características físicas para voar e, por isso, não consegue fugir dos predadores de maneira ágil. Sendo assim, o disfarce é sua principal estratégia de defesa. Isso porque parecer como as fezes de algum outro animal torna os sapos desinteressantes para aqueles que poderiam comê-los.

O segredo está no detalhe

Este sapo voador usa um disfarce de cocô para evitar predadores

(Imagem: Stückler et al. / Reprodução)

Embora tenham coloração verde quando adultos, os sapos voadores ainda são alaranjados e avermelhados no período de juventude. Por isso, se tornam presas fáceis.

Para evitar esse problema, eles se adaptaram e, em sua pele, possuem manchas brancas. Segundo especialistas, é possível que as pintinhas estejam imitando a ureia presente nas fezes dos pássaros, que são seus predadores.

Outras espécies parecem ter aprendido o truque também. Alguns tipos de aranhas caranguejeiras e a lagarta gigante também têm manchas brancas.

Disfarce aprovado

Para testar a validade do disfarce, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Viena testou as técnicas de camuflagem do sapo de Wallace. Para isso, eles pintaram 640 réplicas do animal, feitas em cera.

Em um terço, os pesquisadores utilizaram as cores do disfarce tradicional: pele alaranjada com as manchas brancas. Em outro terço, pintaram de verde, cor da superfície dos sapos adultos. Já no restante, utilizaram tons avermelhados, como os que aparecem nos anfíbios em sua fase juvenil.

Então, os cientistas liberaram 150 pássaros do zoológico de Viena para avaliar os disfarces. O resultado mostrou que as aves predadoras visavam os modelos pintados em vermelho o dobro de vezes que seguiam aqueles disfarçados. As conclusões do experimento foram publicadas na revista Behavioral Ecology and Sociobiology.

Outra estratégia na fase adulta

Além da possibilidade de voar, o sapo adulto da espécie Rhacophorus nigropalmatus também utiliza sua cor verde vibrante como estratégia para afastar predadores. Mas, nesse caso, a coloração não é para o anfíbio se esconder, e sim para assustar outros animais.

Isso porque a cor marcante, em tons brilhantes, geralmente está associada aos chamados sinais aposemáticos, que alertam para a toxicidade de um bicho. É como um aviso de “não me coma”.

Quando os organismos alteram sua aparência dessa maneira para se adequar a uma nova fase da vida, a ciência chama de mudança de cor ontogenética.

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????? ???? ???? ??? ???????? //emiaow553.com/aguas-com-mercurio-contaminam-salamandras-diz-estudo/ Wed, 01 Nov 2023 00:01:11 +0000 /?p=529803 O metal apareceu em 14 espécies de anfíbios dos EUA. Mercúrio é tóxico e pode prejudicar populações inteiras desses animais

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Os anfíbios são o grupo de vertebrados mais ameaçado do mundo – cerca de 41% das espécies estão sob risco de extinção. Até então, relatórios da IUCN (União Internacional pela Conservação da Natureza) mostram que a perda de habitat é a maior ameaça a esses animais. Agora, pesquisadores descobriram outro fator de risco: o mercúrio.

Cientistas realizaram a primeira avaliação em larga escala da substância em anfíbios adultos nos EUA. Os resultados, publicados na revista Environmental Science and Technology, indicam que alguns animais podem atingir níveis muito elevados do metal, a ponto de ficarem intoxicados.

O que é o metilmercúrio

O mercúrio é um metal líquido à temperatura ambiente e altamente tóxico. Já o metilmercúrio é uma variante produzida por micróbios que vivem na água e entram em contato com a substância contaminante.

De modo geral, o metilmercúrio é uma das formas mais tóxicas do metal. Ainda mais preocupante é o fato de que a substância é também o tipo mais “biodisponível” de mercúrio. Isso significa que ele é mais absorvido por organismos vivos.

Geralmente, ele contamina água ou alimentos e, assim, entra na cadeia alimentar. Depois que ele está no organismo, é difícil eliminá-lo. 

Então, ele se acumula nos animais à medida que continuam a se alimentar, um processo que os cientistas chamam de bioacumulação. Dessa forma, é altamente tóxico para vertebrados, desde os humanos até os anfíbios.

Entenda a pesquisa

Analisando o mercúrio presente em amostras de 14 espécies e 26 populações de anfíbios, os pesquisadores encontraram uma alta variação na concentração da substância nos animais. 

Enquanto em alguns representantes das espécies o metal era quase indetectável, em outros os níveis ultrapassaram a referência do que é considerado prejudicial à saúde. Com isso, a maior medição foi 33 vezes o valor da menor. 

De modo geral, a quantidade de metilmercúrio em anfíbios variou de local para local. Além disso, outros fatores influenciaram a concentração da substância, como a dieta, o tamanho e o sexo. 

Contudo, três espécies de salamandras tiveram as maiores concentrações: a Necturus beyeri, a Necturus maculosus e a Eurycea bislineata. Já algumas espécies de sapos tiveram os níveis mais baixos de mercúrio, como Rana clamitans, Rana pretiosa e Anaxyrus boreas.

Agora, com essas informações, pesquisadores dizem que é possível identificar populações de anfíbios que estão sob ameaça de contaminação — ou como o composto pode causar doenças.

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????? ???? 2024-2025? ??? ??? ?? //emiaow553.com/41-das-especies-de-anfibios-estao-ameacadas-de-extincao-diz-estudo/ Mon, 16 Oct 2023 22:43:05 +0000 /?p=525701 Salamandras e tritões formam o grupo mais ameaçado; extinção de anfíbios pode levar ao desequilíbrio ambiental

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Espécies de anfíbios em todo o mundo estão em uma situação crítica: cerca 40,7% delas estão ameaçadas de extinção. A informação é de um relatório publicado na revista científica Nature, que reúne as descobertas da segunda GAA2 (Avaliação Global de Anfíbios).

O estudo envolveu mais de mil conservacionistas e especialistas. Eles avaliaram aproximadamente oito mil espécies de anfíbios que constam na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, feita pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), que é a autoridade global no tema.

O que diz o estudo

É possível dividir os anfíbios em três grupos principais. O mais ameaçado é o grupo de salamandras e tritões, com 60% dos animais ameaçados de extinção. Há também as rãs e sapos (39% ameaçados) e os cecilianos sem membros e serpenteantes (16% ameaçados).

Esta não é a primeira vez que pesquisadores avaliam a situação dos anfíbios a nível mundial. O primeiro relatório da GAA1 (Avaliação Global de Anfíbios) foi publicado em 2004. 

Nele, pesquisadores já relataram as ameaças aos anfíbios que, na época, eram atribuídas principalmente à perda e à degradação do habitat.

Agora, entre as causas do declínio da população desses animais, os pesquisadores também identificaram as mudanças climáticas. De acordo com o relatório, elas são responsáveis por 39% da deterioração do status dos anfíbios desde 2004.

Além disso, a perda de habitat causada por atividades agrícolas, a exploração de madeira e plantas continua responsável, causando cerca de 37% da diminuição da população de anfíbios no mundo.

A região mais afetada pela perda desses animais é a Neotropical, que se estende do deserto mexicano até o sul da América do Sul, na zona subantártica. 

Em geral, a maior porcentagem de espécies ameaçadas está concentrada nas ilhas do Caribe; na Mesoamérica (do sul da América do Norte até a América Central); nos Andes; nas montanhas e florestas de Camarões; na Nigéria; em Madagascar; no Sri Lanka; e também no centro e sul da China.

Desequílibrio ambiental

Na cadeia alimentar, os anfíbios desempenham papéis tanto de predadores quanto de presas. 

Em geral, eles são excelentes controladores de pragas, já que se alimentam de insetos, como mosquitos e moscas. Assim, diminuem a população daqueles que destroem colheitas e transmitem doenças.

Além disso, eles também servem de alimento para animais maiores, como aves e répteis. 

Segundo especialistas, os anfíbios são aliados, porque ajudam a entender a saúde do planeta. Isso porque eles são extremamente sensíveis às mudanças no ambiente.

Dessa forma, quando uma espécie está em perigo, é um aviso de que todo o ecossistema corre riscos.

“Quando protegemos e recuperamos os anfíbios, protegemos e restauramos ecossistemas terrestres e aquáticos, salvaguardamos a diversidade genética de nosso planeta e investimos em um futuro em que toda a vida – incluindo a vida humana – prospera”, disse Jennifer Luedtke, autora do estudo. 

Por isso, os cientistas pedem a ampliação massiva dos esforços de conservação desses animais. Agora, eles querem mobilizar recursos para encontrar espécies desaparecidas, proteger habitats e criar programas de reprodução das espécies.

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?????? ?? ???????? ??? ?? ?? //emiaow553.com/especie-de-sapo-e-batizada-em-homenagem-a-escritor-de-senhor-dos-aneis/ Wed, 22 Feb 2023 23:47:08 +0000 /?p=469628 Com os olhos cor de-rosa, anfíbio encontrado no Equador poderia tranquilamente ter saído de uma das histórias de J.R.R Tolkien. Veja mais

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Cientistas da Universidad San Francisco de Quito, no Equador, encontraram uma espécie de sapo até então desconhecida. O anfíbio foi descoberto no Parque Nacional Río Negro-Sopladora, uma área protegida na região sudeste do país.

O animal ganhou um nome curioso: Hyloscirtus tolkien. O primeiro nome faz referência ao gênero do sapo, como é de praxe. Já o segundo é uma homenagem a JRR Tolkien, autor de “O Hobbit?e “Senhor dos Anéis? A espécie foi descrita na revista científica ZooKeys.

Tolkien não foi homenageado à toa. O britânico criou em suas obras seres fantásticos que caracterizam o universo da Terra Média. E o sapo recém-descoberto poderia facilmente ser uma de suas invenções. 

Estamos falando de um anfíbio relativamente grande, com 65 mm de comprimento. Ele possui um dorso verde acinzentado com manchas amarelas e pretas. Algumas partes de seu corpo trazem detalhes dourados, enquanto sua íris é cor de-rosa.

O animal pertence a um grupo tradicionalmente encontrado dos Andes da Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Esses seres são comuns dos rios e córregos, com os girinos se desenvolvendo entre as rochas das corredeiras. 

Por enquanto, foi encontrado um único indivíduo de Hyloscirtus tolkien em apenas uma localidade. As informações não são suficientes para avaliar o estado de conservação da espécie e seu risco de extinção. 

Agora, os cientistas devem continuar explorando a região para descobrir novos detalhes sobre o sapo e sua população. A equipe deve também analisar como a conservação da espécie pode ser afetada a longo prazo por outras ameaças, como espécies invasoras ou as mudanças climáticas. 

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?? ????? Archives??????? //emiaow553.com/conheca-o-sapo-cururu-de-quase-3-kg-encontrado-na-australia/ Mon, 23 Jan 2023 16:53:18 +0000 /?p=462920 Toadzilla, como foi chamado, foi encontrado por guardas florestais que trabalham no parque nacional de Conway, em Queensland

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Guardas florestais que atuam no parque nacional de Conway, no norte da Austrália, encontraram nada menos do que um sapo-cururu pouco menor do que um cão da raça Pinscher. O anfíbio de 2,7 quilos está sendo considerado por cientistas como o maior de sua espécie já registrado.

O sapo de grandes proporções foi carinhosamente apelidado de “Toadzilla??“toad?que significa sapo em inglês e “zilla?como referência ao monstro gigante “Godzilla? O animal foi avistado após os funcionários pararem em uma trilha para dar passagem a uma cobra. 

Os sapos-cururu atingem, em média, 15 centímetros de comprimento. Toadzilla, por sua vez, passou seus colegas graças a uma dieta rica em insetos, répteis e pequenos mamíferos. “Um sapo-cururu desse tamanho come qualquer coisa que caiba em sua boca”, explicou a guarda florestal Kylee Gray.

A espécie é uma ameaça para o ecossistema australiano. Ela foi introduzida em Queensland em 1935 para controlar o besouro-da-cana (Dermolepida albohirtum), mas acabou causando a extinção local de alguns de seus predadores por ser um animal venenoso.

A competição com espécies nativas por abrigo e recursos também torna o sapo-cururu perigoso para a vida selvagem local. Por conta disso, a equipe retirou o animal marrom e rugoso da floresta, que agora pode ser levado para o Museu de Queensland. 

Esses animais podem viver até 15 anos, mas a idade de Toadzilla ainda não foi descoberta. Os guardas puderam inferir apenas que o anfíbio já existe “há muito tempo?

Desde 1991, o Guinness World Records classifica Prinsen, um sapo de estimação sueco de 2,65 kg, como o maior sapo da história. O meio quilo extra do anfíbio australiano pode derrubar essa marca.

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??? ??????? ??? ?? ?? ? ?? //emiaow553.com/sapos-de-vidro-escondem-todo-seu-sangue-para-se-camuflar/ Thu, 29 Dec 2022 13:59:30 +0000 /?p=458149 Pesquisadores da Duke University usaram câmeras para capturar a transparência da espécie de Fleischmann, que pode estar relacionada à falta de glóbulos vermelhos

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Cientistas descobriram como os minúsculos “sapos de vidro” mantêm a pele transparente, a ponto de ser possível enxergar seu interior através da barriga. Para isso, os pesquisadores usaram câmeras para capturar a transparência da espécie de Fleischmann (Hyalinobatrachium fleischmanni), que se reúnem perto de riachos nas florestas tropicais da América Central.

Na natureza, à noite, horário em que os anfíbios se reproduzem e se alimentam, suas peles são opacas. Mas durante o dia, quando cochilam nas folhas, seus corpos se tornam transparentes, com exceção do verde-limão de suas costas. Assim, eles passam quase despercebidos como gotas de orvalho, atraindo menos atenção de predadores como aranhas e cobras.

Cientistas da Duke University (EUA) estudaram alguns sapos e monitoraram suas mudanças de transparência durante as atividades ao longo do dia, ou sob anestesia. A equipe relatou à revista Science que, dormindo, os animais chegavam a ficar de 34% e 61% mais transparentes do que ativos.

Glóbulos vermelhos nos sapos de vidro

A transparência está possivelmente relacionada à falta de glóbulos vermelhos (hemácias), que contém proteínas de hemoglobina cor de ferrugem. Essas proteínas se ligam ao oxigênio e absorvem a luz, dando ao sangue sua cor vermelha, que mantém a pele opaca.

“Pudemos ver que não havia sangue ali enquanto os animais dormiam? diz Carlos Taboada, biólogo da Duke University e autor do estudo.

Mas para onde vão as células do sangue? Junto com sua equipe, o biólogo utilizou a técnica de imagem fotoacústica, que mapeia as ondas ultrassônicas produzidas quando os glóbulos vermelhos absorvem a luz.

Durante o dia, os fígados dos sapos da espécie aumentavam cerca de 40%, devido aos glóbulos vermelhos nos vasos sanguíneos. Os sapos de vidro são capazes de armazenar 89% das hemácias em seu corpo, enquanto os fígados de outros sapos só podem armazenar cerca de 12%.

Não se sabe ao certo como os animais sobrevivem a essa adaptação extrema, nem como conseguem mover tantas células sanguíneas para o mesmo lugar sem criar um coágulo fatal.

Resolver essas questões pode ajudar a ciência a alcançar melhores tratamentos de coágulos sanguíneos para humanos, segundo Richard White, oncologista da Universidade de Oxford que estudou a propagação do câncer e outras doenças em peixes-zebra translúcidos.

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?? ???? ?? ?????? ?? //emiaow553.com/sapo-raro-esconde-o-proprio-sangue-para-enganar-predadores/ Fri, 23 Dec 2022 23:09:11 +0000 /?p=457594 O pequeno sapo de vidro adquire uma aparência transparente enquanto dorme. Cientistas finalmente conseguiram entender como ele faz isso

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Um grupo de cientistas da Universidade Duke, nos Estados Unidos, conseguiu desvendar o segredo por trás da transparência do Nymphargus bejaranoi ?uma espécie rara de anfíbio conhecida como “sapo de vidro? O estudo que descreve a descoberta foi publicado na revista Science.

É difícil encontrar animais vertebrados transparentes, uma vez que o sistema circulatório está cheio de hemácias ?os glóbulos vermelhos. Porém, o pequeno sapo conseguiu burlar isso.

De acordo com os pesquisadores, o pequeno sapo usa um sistema de camuflagem intrigante: ele consegue “esconder?no fígado 89% dos glóbulos vermelhos de seu sangue. O truque ocorre quando o sapo está dormindo, o que o ajuda a ficar translúcido e mais difícil de ser visto (e capturado) por predadores.

Os biólogos explicam que, durante a soneca dos sapos de vidro, o coração passa a bombear um líquido azulado em vez das hemácias, com estas células se amontoando em bolsas escondidas dentro do fígado do sapo. Isso ajuda a reduzir a dispersão e a absorção de luz por todo o organismo, tornando ele duas ou três vezes mais transparente.

O efeito de camuflagem funciona tanto em terra quanto na água. Porém, é no meio aquático que a transparência é mais visível, permitindo perceber diferenças visíveis entre os corpos dos animais e o ambiente ao redor.

Ao acordar o sapo, as suas células simplesmente se desempacotam e voltam a circular normalmente pelo corpo. No vídeo abaixo, feito pela Science News, é possível ver a diferença da circulação sanguínea enquanto o sapo está dormindo e acordado:

A descoberta é considerada surpreendente, não apenas pelo novo mecanismo de camuflagem em vertebrados, mas também em como esses sapos conseguem manter os seus glóbulos vermelhos todos juntos sem formar coágulos sanguíneos.

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??? ??? ???? ??????????????? //emiaow553.com/brasil-tem-duas-populacoes-de-ra-touro-especie-exotica-transmissora-de-fungo-mortal/ Fri, 12 Aug 2022 19:12:22 +0000 /?p=433555 Análises genéticas do animal, presente em nove estados brasileiros, mostram que linhagem introduzida no país em 1935 prevalece tanto em cativeiro quanto na natureza, dificultando fiscalização. Rã preda e transmite doenças para espécies nativas

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Texto: André Julião, da Agência FAPESP

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realizaram a mais ampla análise genética das populações de rã-touro americana (Aquarana catesbeiana) no Brasil. A conclusão é que há duas populações da espécie no país, ambas presentes tanto em ranários como invadindo ecossistemas locais. O estudo, apoiado pela FAPESP, foi publicado na revista Scientific Reports.

“Confirmamos a existência de pelo menos duas populações diferentes. Uma delas provavelmente descende dos primeiros animais introduzidos no Brasil. Essa população está presente em praticamente todo Sul e Sudeste. A outra é praticamente restrita a Minas Gerais, mas ocorre em menor número em outros estados? conta Gabriel Jorgewich-Cohen, primeiro autor do trabalho, realizado como parte do seu mestrado no Instituto de Biociências (IB) da USP com bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Introduzida no país pela primeira vez em 1935, no Rio de Janeiro, para a produção de carne, a espécie nativa da América do Norte passou a ser criada em praticamente todo Sul e Sudeste. Porém, se espalhou também na natureza, gerando impactos para os ecossistemas locais, principalmente doenças para as quais as espécies nativas não possuem defesa.

“Nossos resultados mostram que as rãs invasoras e de cativeiro são indistinguíveis geneticamente, reforçando a importância da prevenção dos escapes dos ranários? afirma Taran Grant, professor do IB-USP apoiado pela FAPESP, que coordenou o estudo.

Caso houvesse uma maior diversidade genética das populações, seria possível saber com mais precisão a procedência de cada animal. Assim, em tese, análises de rãs-touro capturadas na natureza poderiam apontar uma região ou mesmo um ranário de onde ela ou um ancestral próximo escapou, possibilitando uma melhor fiscalização. Entre as populações introduzidas dessa espécie já estudadas em outros países, porém, a brasileira é a que tem a menor diversidade. A rã-touro é considerada a principal espécie de anfíbio invasora no mundo.

Política de Estado

Os pesquisadores analisaram genes específicos de animais coletados em 38 locais nos sete dos nove estados em que a rã-touro é encontrada invadindo a natureza. Foram analisadas 324 amostras, tanto desses indivíduos “selvagens?quanto dos presentes em ranários.

A conclusão é que a imensa maioria faz parte de uma mesma população, descendente da primeira leva trazida da América do Norte para o Rio de Janeiro em 1935 e depois espalhada pelo país, incentivada por políticas estaduais.

De acordo com as análises, a outra população descende de uma leva de animais trazida nos anos 1970 para Minas Gerais, resultado de uma política pública mais tardia daquele estado, que trouxe as matrizes, provavelmente, dos Estados Unidos ?além do leste daquele país e do sul do Canadá, a espécie é nativa também do norte do México.

“Os resultados das análises genéticas coincidem com essas duas introduções mais bem documentadas, embora fale-se de outras nos anos 1980 e nos anos 2000, além de iniciativas isoladas de alguns produtores. Se houve outros eventos de introdução, há três hipóteses: eram animais com a mesma origem dos que estavam aqui; houve uma miscigenação a ponto de se fundirem às populações já presentes ou simplesmente não coletamos amostras desses indivíduos? explica Jorgewich-Cohen, que atualmente faz doutorado na Universidade de Zurique, na Suíça.

No Brasil, o pico da ranicultura ocorreu nos anos 1980, com cerca de 2 mil ranários em funcionamento. Por uma série de fatores, incluindo falta de investimentos privados e de incentivos públicos, na década seguinte a cultura entrou em decadência, com muitas fazendas abandonadas e animais soltos na natureza.

“A espécie se reproduz facilmente, põe muitos ovos e cresce bastante e rápido, chegando a 15 centímetros. Além disso, é bastante resistente a doenças, podendo conviver com a infecção por fungos ou vírus implicados nos declínios globais de anfíbios, sem necessariamente atrapalhar o seu desenvolvimento? relata Luís Felipe Toledo, professor do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp apoiado pela FAPESP e um dos coautores do estudo.

Invasão americana

Essas características, desejáveis em qualquer espécie para criação, se tornam um múltiplo problema ambiental quando os animais em questão invadem áreas naturais. No caso da rã-touro, os impactos incluem a competição por recursos, como alimento, com as espécies nativas. A espécie norte-americana é ainda um predador voraz, podendo comer não apenas outros sapos como cobras, aves e mesmo pequenos mamíferos. Com seu canto grave, as rãs-touro interferem ainda na reprodução dos anfíbios nativos. “Essas alterações podem ter impactos importantes na reprodução, uma vez que a maioria das espécies de anuros [sapos, rãs e pererecas] depende da comunicação acústica para encontrar, avaliar e escolher os casais? diz Grant.

O problema ambiental mais grave, ou pelo menos o mais documentado até hoje, porém, é a transmissão de doenças. “Como se espalhou pela Mata Atlântica, do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, a rã-touro tem causado vários impactos na fauna nativa. O principal, porém, se deve ao fato de ela carregar o fungo quitrídio (Batrachochytrium dendrobatidis) e o ranavírus, dois patógenos que os anfíbios nativos não têm resistência como ela e que já causaram até extinções de espécies? conta Toledo.

O fungo quitrídio causa a quitridiomicose, se instalando na pele dos anfíbios, interferindo nas trocas gasosas feitas pelo órgão e podendo levar a paradas cardíacas, seguidas de óbito. O patógeno já dizimou populações de ao menos 501 espécies de anfíbios no mundo (leia mais em: //agencia.fapesp.br/36843/ //agencia.fapesp.br/30128/).

O ranavírus também está associado a declínios de populações desses animais e já foi detectado na Mata Atlântica (leia mais em: //agencia.fapesp.br/30610/). Segundo a legislação vigente, caso seja encontrado o fungo quitrídio ou o ranavírus em uma criação, é obrigatório notificar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e fazer o chamado vazio sanitário: todos os animais devem ser mortos e o local desinfetado antes que seja iniciada uma nova criação. No entanto, não é o que ocorre.

“Em praticamente todos os ranários que visitamos foi encontrado o fungo quitrídio. Existe um trânsito intenso de animais dentro do país, com produtores trocando indivíduos entre si com a falsa ideia de que isso vai aumentar a diversidade genética do plantel? diz o pesquisador, que trabalha junto ao MAPA e secretarias estaduais para melhorar a legislação e tentar controlar a espécie no país.

O que o estudo mostra é que a prática de trocar animais entre ranários apenas consolidou as mesmas populações no país, mantidas com baixa diversidade genética. O que não necessariamente atrapalhou a atividade econômica.

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Atualmente, o Brasil produz 400 toneladas anuais de carne de rã-touro. A produção é exclusiva para abastecer o mercado interno. “O interesse na prevenção das doenças causadas pelo fungo quitrídio e o ranavírus é muito incipiente ainda, uma vez que muitos dos produtores nem sequer dão conta de vender o que produzem. Seria preciso melhorar muito a fiscalização. Uma saída alternativa poderia ser desenvolver o setor. Com grandes frigoríficos se interessando pelo produto, obrigatoriamente as exigências sanitárias seriam maiores tanto por parte deles como dos consumidores? encerra Toledo.

O artigo Genetic structure of American bullfrog populations in Brazil pode ser lido em: //www.nature.com/articles/s41598-022-13870-2.

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?? ??? ?? ????????????? //emiaow553.com/salamandras-planam-como-paraquedistas-para-controlar-queda-de-arvores-assista/ Wed, 25 May 2022 19:08:50 +0000 /?p=422623 Há cerca de 200 espécies de salamandras alpinistas em todo o mundo, mas essa é a primeira vez que cientistas descrevem a capacidade de planar no animal. E as imagens dele colocando a habilidade à prova são impressionantes

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Alguns anfíbios são capazes de planar no ar graças às abas que eles possuem na pele. Esse não é o caso da salamandra-errante, que habita as sequoias costeiras do norte da Califórnia, nos EUA. 

O corpo das salamandras não possui nenhum recurso aparente que possibilite que elas planem. Mesmo assim, os anfíbios se jogam sem medo do topo das árvores, chegando ao solo com maestria. 

Pesquisadores da Universidade do Sul da Flórida, nos EUA, resolveram investigar o comportamento. Eles testaram em laboratório cinco salamandras-errantes, que foram “largadas?em um túnel de vento. A queda foi registrada em câmera lenta, e o vídeo é sensacional. Confira:

Ao final, os cientistas concluíram que os anfíbios planavam como paraquedistas, esticando os membros na posição de estrela do mar. Além disso, os animais usavam a cauda para corrigir sua trajetória. 

Todo o esforço dava ao animal um controle preciso sobre a descida e reduzia sua velocidade em cerca de 10%. O estudo completo foi publicado na revista científica Current Biology.

Essas criaturas têm cerca de 10 centímetros de comprimento e pesam cinco gramas. Os pequenos seres têm um corpo relativamente plano, patas longas e pés maiores em proporção ao corpo, o que parece ajudá-los não só a planar, mas também a escalar as grandes sequoias californianas. 

Há cerca de 200 espécies de salamandras alpinistas em todo o mundo. Porém, essa é a primeira vez que cientistas descrevem a capacidade de planar no animal. Agora, os pesquisadores estão usando dinâmica de fluidos computacional e software de reconstrução 3D para determinar como as salamandras se sustentam no ar.

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