bet365 promo;login bet365;bet365 odds / Vida digital para pessoas Fri, 26 Jul 2024 15:38:39 +0000 pt-BR hourly 1 //wordpress.org/?v=6.6 //emiaow553.com/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/12/cropped-gizmodo-logo-256-32x32.png 라바 카지노;루피 카지노;카지노 디시 / 32 32 마카오 방문객 1분기 대비 2배 증가;온라인바카라 //emiaow553.com/beber-moderadamente-ou-abstinencia-veja-o-que-e-melhor-nesta-analise-cientifica/ Fri, 26 Jul 2024 17:16:26 +0000 //emiaow553.com/?p=582522 Cientistas canadenses analisaram 107 estudos que abordam a relação entre o consumo moderado de álcool e a longevidade para determinar a verdade sobre os resultados

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Com certeza você já ouviu alguém dizer que beber uma taça de vinho após o jantar, ou tomar uma cervejinha moderadamente, traz benefícios à saúde similares à abstinência de álcool. Essa tese, aliás, é embasada por diversas pesquisas científicas. Mas é por isso que devemos ficar atentos ao viés.

Mas agora, uma nova análise científica, publicada na quarta-feira (24), desafia essa tese de que beber moderadamente é bom para a saúde. Veja abaixo.

Cientistas canadenses analisaram 107 estudos que abordam a relação entre o consumo moderado de álcool e a longevidade. Eles descobriram que a maioria desses estudos comparava quem bebia com quem não bebia álcool, mas sem considerar os motivos pela abstinência.

Alguns abstêmios dos estudos são pessoas que largaram ?ou reduziram o consumo ?a bebida por motivos de saúde.

A análise aponta, portanto, uma falha na metodologia científica dos estudos que enviesou os resultados. A conclusão desses estudos, que aponta que quem bebe moderadamente é mais saudável, não é verdadeira.

Cuidado com o viés

De acordo com os cientistas, quando se considera o viés nas pesquisas, os benefícios aparentes do consumo moderado “somem?

Além disso, estudos com mais dados qualitativos ?que incluem participantes mais jovens e classifica a abstinência entre quem nunca bebeu e quem reduziu ou parou de beber ?não apresentam evidências que beber moderadamente traz benefícios à saúde.

Portanto, a análise científica contradiz estudos anteriores que sugeriam um efeito “curva J? ou seja, beber moderadamente resulta em uma menor taxa de mortalidade.

Tim Stockwell, co-autor da análise, afirmou que as estimativas de benefícios à saúde através do consumo de álcool “foram exageradas, enquanto os riscos foram subestimados na maioria dos estudos anteriores?

Embora os riscos de beber moderadamente sejam pequenos, os estudos não deveriam propagar benefícios inexistentes, segundo Stockwell.

A análise científica encontrou apenas seis entre os 107 estudos feitos adequadamente para evitar o viés de pesquisa.

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바카라 파로리 배팅법;바카라사이트, 카지노;카지노사이트킴 //emiaow553.com/se-comer-pao-nao-dirija-teste-do-bafometro-do-detran-gera-polemica/ Mon, 22 Jul 2024 19:26:57 +0000 //emiaow553.com/?p=581860 Um vídeo do Detran-GO mostra o teste do bafômetro acusando consumo de álcool em quem comeu fatias de pão. Assista!

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Uma teste de bafômetro realizado pelo Detran-GO (Departamento Estadual de Trânsito de Goiás) confirmou a presença de álcool em algumas marcas de pão de forma. O órgão detectou quantidade suficiente para ser registrada como infração de trânsito. Porém, usuários criticaram o método que o teste foi realizado.

A ideia para o teste surgiu após a Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) lançar um estudo afirmando haver níveis de álcool acima do esperado em algumas marcas de pão de forma, incluindo Visconti, Bauducco, Wickbold e Panco.

A presença de álcool no pão se deve ao processo de fermentação, natural na produção do alimento. Por isso, a Anvisa pretende avaliar a necessidade de medidas regulatórias para as empresas cujos pães apresentam alto teor alcoólico.

No chamado “Tem álcool no seu pão de forma”, o estudo indicou que a ingestão de duas fatias de pão pode levar a resultados positivos no teste de bafômetro.

Portanto, para confirmar a hipótese, o Detran-GO, publicou um vídeo que mostra o bafômetro acusando álcool em duas pessoas que comeram fatias de pão das marcas Visconti. O bafômetro acusou 0,12 mg de álcool por litro de ar expelido, excedendo assim 0,05 mg/L, o limite que determina se o motorista está alcoolizado.

A concentração de álcool no sangue entre 0,05 mg/l e 0,33 mg/l é uma infração gravíssima. Além disso, um nível igual ou superior a 0,34 mg/l é crime de trânsito.

Ainda no vídeo divulgado pelo Detran-GO, o teste do bafômetro com o pão da marca Pullman deu negativo. Confira:

Vídeo do Detran-GO gera polêmica

Usuários na internet criticaram o vídeo por ter sido feito por uma influenciadora — chamada de “blogueirinha do trânsito” — em vez de um especialista no assunto. Os comentários ressaltaram que o teste do bafômetro foi realizado sem qualquer metodologia científica. Por isso, os usuários classificaram o vídeo como uma desinformação compartilhada por uma conta governamental.

Por sua vez, o Detran-GO disse — em outro vídeo — que o álcool presente no pão não é absorvido pelos pulmões. Portanto, após alguns minutos, o exame de bafômetro não detecta a substância no corpo.

Além disso, a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) questionou a metodologia do estudo da Proteste. De acordo com a Abimapi, o estudo tem falhas e inconsitências.

Já a Pandurata Alimentos, fabricante dos pães Bauducco e Visconti, afirmou seguir rigorosos padrões de segurança alimentar e cumprir a legislação vigente. Por fim, a Bimbo, fabricante do pão Pullman, não se manifestou sobre o assunto.

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빅카지노 【보증업체】 가입코드 이벤트 쿠폰;온라인바카라 //emiaow553.com/mito-ou-verdade-beber-azeite-previne-ressaca/ Sat, 20 Jul 2024 17:51:50 +0000 //emiaow553.com/?p=581313 A prática existe há décadas e se sustenta na tese de que o azeite de oliva forma uma camada de proteção no estômago, mas será que evita a ressaca?

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Após o produtor musical Benny Blanco afirmar no programa de Jimmy Fallon que tomar um gole de azeite de oliva antes de beber pode evitar a ressaca, a ideia se popularizou no TikTok.

“Meu amigo Nino foi quem me ensinou essa estratégia. Esses caras mais velhos da Itália que vieram para os EUA diziam: ‘antes de beber, tome um gole disso [azeite] que você não vai ter ressaca. É impossível? Blanco explicou ao apresentador do The Tonight Show.

O vídeo viralizou e inspirou influencers a tentar o mesmo. Alguns afirmaram que o método funciona de verdade.

@skylermapes

#stitch with @FallonTonight unlikely but it will be a smooth exit 🤌🏽🫒? class= #oliveoil #oliveoiltok

?original sound – Skyler

Contudo, será que beber azeite realmente previne a ressaca? De acordo com a ciência, não há evidências comprovando esse efeito, mas o azeite pode atrasar absorção de álcool.

Mito ou verdade? 

A prática existe há décadas e se sustenta na tese de que o azeite de oliva, devido ao alto nível de gorduras polinsaturadas, forma uma camada de proteção no tecido epitelial do estômago. Esse efeito atrasa o ritmo que o sangue absorve o álcool.

Mesmo assim, há dúvidas sobre a afirmação sobre a eficácia de beber azeite de oliva para evitar a ressaca. Isso porque a absorção de álcool ocorre essencialmente no intestino delgado. O estômago absorve apenas 20%.

Portanto, mesmo que o azeite possa desacelerar a absorção inicial pelo estômago, a maior parte do álcool ainda será absorvida posteriormente, durante o processo digestivo.

Além disso, o metabolismo do álcool, que envolve a mudança química do figado através de suas próprias proteínas, é a principal causa por trás dos sintomas da ressaca, como dores de cabeça e náusea.

O azeite de oliva não consegue interferir nesse processo metabólico do álcool de modo a alterar a consequência ?e os sintomas ?da ressaca.

Especialistas indicam outros métodos para prevenir a ressaca, que envolvem vários fatores, como beber mais água e se alimentar, além de moderar na bebida. Beber água antes, durante e após consumir álcool ajuda a manter os níveis de hidratação e reduzir o impacto da ressaca.

A alegação do azeite de oliva evitando a ressaca pode consistir, na verdade, em um efeito placebo.

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하이리밋슬롯-카지노사이트킴 //emiaow553.com/pesquisa-mostra-presenca-de-alcool-em-paes-de-forma/ Fri, 12 Jul 2024 22:58:52 +0000 //emiaow553.com/?p=580493 Levantamento foi feito pela Proteste

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Texto: Bruno Bocchini/Agência Brasil

Pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), divulgada nesta quinta-feira (11), mostra que há presença de álcool em produtos de diversas marcas populares de pães de forma.

De acordo com o levantamento, se os pães fossem bebidas, os produtos de cinco marcas seriam considerados alcoólicos, ou seja, com teor de álcool superior a 0,5%: Visconti (teor alcoólico de 3,37%), Bauducco (1,17%), Wickbold 5 Zeros (0,89%), Wickbold Sem Glúten (0,66%), Wick Leve (0,52%), e Panco (0,51%).

Algumas marcas de pães também poderiam não passar no teste do bafômetro, dependendo da quantidade ingerida pelo consumidor. Considerando os índices do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a quantidade segura de álcool no organismo (circulando no sangue) seria abaixo de 3,3 gramas (g) de álcool. De acordo com a pesquisa, duas fatias do pão de forma da marca Visconti teriam o equivalente a 1,69 g de álcool; da Bauducco, a 0,59 g; e da Wickbold 5 Zeros, a 0,45 g.

“Para grávidas e lactantes, a ingestão recorrente de álcool, mesmo que em baixas doses, pode afetar o aprendizado e ocasionar problemas de memória. A síndrome alcoólica fetal (SAF), ocasionada pela ingestão de álcool, é caracterizada por anormalidades no neurodesenvolvimento do sistema nervoso central, retardo de crescimento e problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade? diz o texto da pesquisa.

O estudo mostra ainda que, caso os pães fossem medicamentos fitoterápicos, seria necessário haver advertências nas embalagens de oito marcas brasileiras. De acordo com as diretrizes pediátricas europeias, o valor limítrofe de advertência para a presença de álcool em medicamentos fitoterápicos é de 6 miligrama por quilo (mg/kg) de peso corporal para crianças. Considerando uma criança de 12,5 kg, a taxa limite seria de 75 mg.

Essa quantidade é superada, em uma única fatia de pão, nas marcas Visconti (843 mg de etanol), Bauducco (293 mg), Wickbold 5 Zeros (233 mg), Wickbold Sem Glúten (165 mg), Wickbold Leve (130 mg), Panco (128 mg), Seven Boys (125 mg), Wickbold (88 mg).

De acordo com o levantamento, a contaminação dos pães com o álcool pode ocorrer no momento de a indústria acrescentar conservantes nos produtos. “O álcool usado para diluição do conservante [colocado após o pão passar pelo forno] deve ser evaporado até o consumo em si do pão, mas se houver um abuso na quantidade do antimofo ou em sua diluição, isso pode não ocorrer e ocasionar em um pão com um teor de etanol muito elevado? diz o texto da pesquisa.

Em nota, a Pandurata Alimentos, responsável pela fabricação dos produtos Bauducco e Visconti, disse que que adota rigorosos padrões de segurança alimentar em todo seu processo produtivo e na cadeia de fornecimento. “A empresa possui a certificação BRCGS (British Retail Consortium Global Standard), reconhecida como referência global em boas práticas na indústria alimentícia, e segue toda a legislação e regulamentações vigentes.”

A Agência Brasil tenta contato com os demais fabricantes citados na pesquisa e está aberta para incluir seu posicionamento no texto.

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슈퍼헐크카지노 【보증업체】 바카라사이트;온라인바카라 //emiaow553.com/sintomas-de-abstinencia-alcoolica-podem-aparecer-mesmo-sem-interrupcao-de-consumo/ Fri, 12 Jul 2024 16:53:41 +0000 //emiaow553.com/?p=580357 Psiquiatras do Hospital das Clínicas explicam a fundo a síndrome de retirada do álcool

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Texto: J. Perossi*/Jornal da USP

Segundo dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, em 2021 cerca de 18% da população brasileira fez uso abusivo do álcool, bebendo mais de cinco doses em uma única ocasião do mês. Caso o uso abusivo se torne frequente, o quadro pode evoluir para dependência de álcool, caracterizada pelo uso descontrolado, constante em quantidades progressivamente maiores da substância. João Castaldelli-Maia, psiquiatra e professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, conta mais sobre os sintomas da abstinência: “O paciente começa a tremer, fica muito ansioso, com elevação da pressão arterial, e pode inclusive convulsionar, o que pode levar à morte?

O psiquiatra explica que a abstinência pode se manifestar mesmo que o usuário não interrompa totalmente o consumo. Basta reduzir a dose, ou beber bebidas fermentadas mais suaves no lugar de destilados, que o alcoólico começa a manifestar sintomas, que podem durar até 15 dias. “A abstinência dura até 15 dias nos relatos, mas os piores momentos acontecem em torno do segundo dia até o sétimo dia. A confusão mental pode se manifestar durante a abstinência, que a gente dá o nome de delirium tremens, a pessoa fica delirante tremendo, e isso é um marcador de gravidade muito grande, que já necessita um suporte intensivo? expõe Castaldelli-Maia

João Castaldelli-Maia ?Foto: Lattes

João Castaldelli-Maia ?Foto: Lattes

Diferenças de gênero

Joana Rodrigues Marczyk, psiquiatra do Programa da Mulher Dependente Química do Hospital das Clínicas, explica que os sintomas de dependência e abstinência se manifestam de maneiras diferentes entre homens e mulheres: “As mulheres têm uma chance maior de evoluir mais rápido para um transtorno pelo uso de álcool, porque o organismo da mulher reage de uma forma um pouco mais sensível. Mulheres desenvolvem dependência pelo uso de álcool num tempo mais curto e fazem quadros com mais consequências físicas, como lesão hepática, por exemplo? conta a psiquiatra.

E as diferenças são também sociais. Enquanto homens dependentes costumam começar a beber em eventos sociais, bares com os amigos, as mulheres possuem uma tendência maior a enxergar, no consumo de álcool, uma forma de automedicação: “Nas mulheres, o álcool entra como uma automedicação, normalmente para aliviar algum tipo de sintoma de alguma outra comorbidade psiquiátrica, um episódio depressivo ou um transtorno ansioso que não está tratado. Ela começa a fazer o uso do álcool numa tentativa de se tratar daquilo que está sentindo? argumenta Joana.

Joana Rodrigues Marczyk ?Foto: Linkedin

Joana Rodrigues Marczyk ?Foto: Linkedin

Acompanhamento especializado

Justamente pela gravidade dos sintomas, não é recomendado que uma pessoa dependente de álcool interrompa o uso sem acompanhamento profissional. Joana Marczyk explica que remédios ministrados em ambulatório podem ajudar no processo. “As drogas que a gente costuma usar no tratamento de abstinência são os benzodiazepínicos, especificamente o Diazepam. A medicação entra justamente para evitar aqueles sintomas físicos, tremores, sudorese, taquicardia, aumento de pressão, porque são esses sintomas físicos que muitas vezes fazem o paciente voltar a beber.?/p>

A psiquiatra conta também que, em casos mais graves, a internação se faz necessária: “Se for um caso muito grave, o paciente vai ter que estar num ambiente de internação durante a retirada mesmo. Então, essa é a primeira coisa que a rede de apoio, família ou amigos, pode fazer para proteger essa pessoa que faz uso constante de álcool?

Se alguém próximo de você está passando por um processo de retirada de álcool, não estigmatize a internação! É um processo doloroso, mas pode ser necessário para interromper a dependência.

*Sob a supervisão de Marcia Avanza e Cinderela Caldeira

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그랜드토토 【보증업체】 2024-2025년 카지노 사이트 추천 //emiaow553.com/estudo-em-ratos-misturar-energetico-com-alcool-pode-afetar-o-cerebro/ Wed, 10 Jul 2024 18:02:16 +0000 //emiaow553.com/?p=579949 De acordo com um estudo italiano, misturar energético com álcool é algo que pode trazer danos para o cérebro com o tempo.

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Quem frequenta baladas sabe que a palavra “combo?é, basicamente, misturar álcool com energético, sendo tão comum na vida notura que aparece até em músicas. No entanto, a mistura entre álcool e energético pode não ser tão legal assim, segundo um novo estudo, que sugere que os ‘combos?podem prejudicar a função cerebral. 

Experimentos em ratos mostraram que misturar energéticos com álcool pode causar problemas cognitivos de longo prazo. Os resultados foram publicados na revista Neuropharmacology.

Realizado por um grupo de pesquisadores das Universidades de Cagliari e de Catania, na Itália, o estudo analisou os efeitos do consumo de álcool e energético, separadamente, e também da mistura das duas bebidas, em ratos adolescentes.

Experimentos com padrões diversos, como ressonâncias e testes comportamentais, avaliaram a função cognitiva dos ratos durante 53 dias após o consumo.

Os cientistas dividiram os ratos em quatro grupos aleatórios, sendo cada um sujeito a formas diferentes de tratamentos, correspondendo a consumos excessivos de álcool.

O experimento começou quando os ratos tinham 28 dias de vida, com os pesquisadores inserindo um tubo diretamente no estômago do rato para administrar a substância. O procedimento continuou até que os ratos estivessem com 37 dias.

Um grupo de ratos recebeu uma quantidade de álcool similar à dois drinks consideravelmente fortes para humanos. Outro grupo recebeu o correspondente a duas latas de 375 ml de energético. Já o terceiro, recebeu uma mistura de álcool com energético, enquanto o quarto grupo recebeu água, pois era a amostra de controle.

Resultados

Os testes revelaram que os ratos que consumiram a mistura entre álcool e energético apresentaram mudanças permanentes na capacidade de aprender e relembrar. Além disso, o estudo mostra mudanças no hipocampo do cérebro desses ratos, ou seja, um impacto na área responsável pelo aprendizado e pela memória.

Segundo o estudo, misturar álcool e energético afeta a plasticidade do hipocampo. Isso que prejudica a capacidade do cérebro em se adaptar e mudar ao responder a novas informações e demandas.

Os ratos que tomaram álcool e energético apresentaram, inicialmente, um boost em certas funções e métricas do cérebro, mas com curta duração. A bebida deu “asas aos ratos”, mas, com o passar do tempo, eles chegaram à fase adulta apresentando uma queda na capacidade cerebral.

Entretanto, os resultados do estudo ainda precisam ser confirmados em pesquisas com humanos, pois há diferenças prováveis dos efeitos de energético e álcool entre gêneros devido aos hormônios.

De acordo com o estudo, ainda há pouca informação sobre os efeitos de longo prazo em funções centrais do cérebro pelo consumo de energético e álcool durante a adolescência. 

A questão que o estudo aponta é sobre os riscos desse hábito durante o desenvolvimento do cérebro, por isso o foco é em adolescentes. Aliás, tanto álcool quanto energéticos, bem como a mistura de ambos, são populares entre os mais jovens por diversas razões. Além das festas, muitos jovens tomam energético para passar a madrugada estudando.

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ABOUT US;온라인바카라 //emiaow553.com/nova-camera-veicular-australiana-pode-detectar-sinais-de-embriaguez/ Sun, 30 Jun 2024 23:05:22 +0000 //emiaow553.com/?p=577605 Câmera foi capaz de classificar a embriaguez de motoristas com 75% de precisão geral. Novo sistema poderá bloquear a partida do carro

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Pesquisadores da Universidade Edith Cowan, na Austrália, criaram uma nova tecnologia de câmera veicular capaz de detectar embriaguez no volante. De acordo com o artigo, publicado pela IEEE Xplore, o sistema utiliza dados de imagens de câmeras RGB padrão para detectar sinais faciais.

Para desenvolver a criação, 60 voluntários usaram um simulador de direção interno enquanto uma câmera de vídeo RGB convencional gravava seus rostos. Eles foram divididos em grupos de diferentes níveis de intoxicação: sóbrio, baixo e grave.

Usando um sistema de aprendizado de máquina, os sinais consideravam características faciais, direção do olhar e posição da cabeça, por exemplo. A tecnologia foi capaz de classificar a intoxicação alcoólica com 75% de precisão geral nos três níveis.

Para os pesquisadores, o sistema poderia utilizar versões das câmeras voltadas para o motorista, como as do painel. Dessa forma, poderiam impedir a partida do carro em casos de detecção de intoxicação, diferente de métodos que dependem de direção prolongada para identificar problemas.

“Nosso sistema tem a capacidade de identificar níveis de intoxicação no início de uma viagem, permitindo a possível prevenção de motoristas com deficiência na estrada”, explicou Ensiyeh Keshtkaran, estudante de doutorado da Edith Cowan University, em um comunicado.

O Doutor Syed Zulqarnain Gilani, professor sênior da universidade, acrescenta que a câmera que detecta a embriaguez é a primeira a empregar uma câmera RGB padrão para detectar níveis de intoxicação alcoólica com base em sinais no rosto do motorista.

“O próximo passo da nossa pesquisa é definir a resolução de imagem necessária para empregar esse algoritmo. Se os vídeos de baixa resolução forem suficientes, esta tecnologia pode ser empregada por câmeras de vigilância instaladas nas estradas, e as agências de aplicação da lei podem usá-la para evitar dirigir [embriagado]”, concluiu.

Vale lembrar que, em 2021, a Europa já investia no bafômetro imobilizador. O dispositivo “anti-arranque”, conectado ao sistema de partida do veículo trava a partida ao detectar que o motorista pode estar sob o efeito de álcool. Leia mais no Giz Brasil.

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안전카지노사이트 ;바카라사이트;카지노사이트킴 //emiaow553.com/adolescentes-extrovertidos-com-baixa-resiliencia-emocional-sao-mais-propensos-ao-consumo-precoce-de-alcool/ Sat, 22 Jun 2024 18:48:59 +0000 //emiaow553.com/?p=577037 Álcool e adolescência: mais de 70% dos jovens da amostra de estudo consomem bebidas alcoólicas ao menos uma vez por mês

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Texto: Agência Bori

Highlights

  • Pesquisa em escolas do ensino médio de Fortaleza (CE) mostra que 71% dos jovens entre 13 e 19 anos da amostra bebem pelo menos uma vez por mês
  • Fatores como fumar na escola e ter pais ou responsáveis que bebem estão associados ao consumo precoce de álcool, além de falta de resiliência emocional
  • A religião é fator protetivo da exposição precoce a bebidas alcoólicas ao oferecer suporte social e impor preceitos comportamentais aos jovens

As bebidas alcoólicas são consumidas cada vez mais cedo por jovens brasileiros ?e esse comportamento tem relação com o seu ambiente e suas habilidades socioemocionais. Em escolas públicas de Fortaleza, Ceará, adolescentes extrovertidos com baixa capacidade de lidar com frustrações são duas vezes mais propensos a consumir álcool antes dos 15 anos, em comparação a jovens que desenvolvem resiliência emocional. É o que mostra estudo inédito da Universidade Estadual do Ceará (Uece) publicado na segunda (17) na “Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa?/a>.

Entre os fatores de risco para o consumo precoce de álcool, o estudo também destaca comportamentos de bullying e tabagismo no ambiente escolar, não ter religião e ter pais ou responsáveis que bebem.

Para chegar a esses resultados, os pesquisadores analisaram o comportamento de 528 estudantes do primeiro ano do ensino médio de 12 escolas públicas da capital cearense. As unidades em questão são adeptas do tempo integral, que adota atividades em dois turnos ?uma política que tem a intenção de promover o acesso a uma educação integral, além de retirar os jovens de situações de vulnerabilidade fora da escola. Os estudantes, com idade entre 13 a 19 anos, responderam a seis questionários, com questões sobre seu padrão de consumo de álcool.

A amostra da pesquisa era composta por adolescentes do sexo feminino (63,1%), pardos (54,7%), com uma religião cristã (51,5%). Cerca de 37% confirmaram a prática de consumo precoce de álcool e 71% afirmaram que fazem uso de bebidas alcoólicas pelo menos uma vez por mês.

A associação de álcool e bullying, tema inicial da pesquisa, é alvo de alerta de autoridades em saúde e educação. Segundo levantamentos nacionais, a prevalência de adolescentes que consomem álcool varia de 20% a 26%. Além disso, essas pesquisas também destacam o uso cada vez mais precoce desse consumo, com início a partir dos 12 anos. A prática do bullying também tem se tornado comum no ambiente escolar. Quatro em cada dez estudantes brasileiros já vivenciaram a intimidação sistemática com uso de violência física, verbal ou psicológica, segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2021.

O trabalho se destaca por incluir variáveis individuais, psicológicas e sociais no modelo explicativo sobre álcool e bullying, segundo destaca a autora principal do estudo Dayse Alves, que é professora do curso de Medicina da Uece. Entram neste modelo o comportamento dos pais e responsáveis e comportamentos na escola e entre colegas.

Os resultados mostram que ter uma religião protege os adolescentes da exposição precoce a bebidas alcóolicas ?relação já corroborada por outras pesquisas. Isso se explica pelo fato de a religião ajudar os jovens a lidar com as questões éticas e existenciais, além de impor preceitos comportamentais, segundo os especialistas. “?importante destacar que outros contextos de suporte social e maior supervisão podem ajudar os adolescentes a fazerem um consumo menos nocivo do álcool, além da religião? avalia Alves.

Para a pesquisadora, a identificação de fatores de risco permite mapear caminhos para a prevenção ao consumo precoce e abuso de álcool na adolescência ?com ênfase, por exemplo, no desenvolvimento de resiliência emocional. “Tomar iniciativa social e ter entusiasmo são cruciais para se desenvolver relações saudáveis. No entanto, se um/uma adolescente possui alto engajamento social, mas baixa resiliência emocional, ele/ela pode acabar utilizando o álcool como forma de enfrentar problemas emocionais e psicológicos, além de que pode se tornar mais vulnerável à influência dos pares’? alerta.

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카지노사이트 코인카지노;바카라사이트;카지노사이트킴 //emiaow553.com/antirressaca-cientistas-criam-gel-que-nao-deixa-voce-ficar-bebado/ Sun, 26 May 2024 14:31:01 +0000 //emiaow553.com/?p=571753 Gel antirressaca é feito à base de proteínas do leite e nanopartículas de ouro e ferro. Ele é capaz de neutralizar os efeitos do álcool

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Cientistas do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, desenvolveram um gel revolucionário que promete evitar a ressaca. A substância, à base de proteínas do leite e nanopartículas de ouro e ferro, tem a capacidade de neutralizar os efeitos do álcool no organismo. Mas há um porém: o gel também impede que você fique bêbado.

Funciona da seguinte forma: ele atua diretamente no trato digestivo, quebrando o álcool em ácido acético antes que ele alcance a corrente sanguínea.

Dessa forma, o fígado não precisa passar pela etapa tóxica do acetaldeído, responsável pelos sintomas da ressaca. No entanto, como o álcool só faz efeito após entrar na circulação sanguínea, o gel impede que você fique embriagado.

Embora a impossibilidade de ficar bêbado possa ser vista como uma desvantagem, há situações em que isso pode ser útil. Por exemplo, para quem aprecia o sabor de drinks, vinhos e cervejas, mas não deseja os efeitos alcoólicos, o gel é uma alternativa.

Além disso, pessoas com intolerância genética ao acetaldeído, mais comum em algumas populações do leste da Ásia, podem se beneficiar dessa tecnologia.

Os pesquisadores realizaram os testes iniciais em ratos, com resultados promissores. Agora, resta saber se essa inovação chegará às prateleiras e se será adotada por aqueles que buscam curtir a vida sem os incômodos da ressaca. A pesquisa foi publicada na revista Nature Nanotechnology.

Além do gel antirressaca, álcool pode fazer bem?

O consumo de álcool é um dos hábitos mais longevos da humanidade, registrado há pelo menos 10 mil anos. Porém, o consumo exagerado do álcool tem malefícios bem estabelecidos.

Por outro lado, diversos estudos publicados recentemente mostram que a ingestão moderada de bebidas alcoólicas até pode reduzir o risco de doença cardíaca, diabetes e até mesmo demência.

Uma pesquisa, feita pelo Instituto Central de Saúde Mental de Mannheim, na Alemanha, apontou que pessoas com 75 anos ou mais que bebem diariamente uma cerveja ou uma taça de vinho correm menor risco de demência senil.

A equipe chegou a essa conclusão após analisar mais de 3 mil pessoas dessa faixa etária, sem sinais de demência, que se consultaram com um clínico geral. Os cientistas acompanharam o grupo depois de 18 meses e, novamente, depois de três anos. Nesse período, apenas 217 indivíduos desenvolveram demência.

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바카라사이트순위;바카라, 바카라사이트;카지노사이트킴 //emiaow553.com/alcool-70-liquido-vai-sumir-do-mercado-daqui-uma-semana-entenda/ Mon, 29 Apr 2024 10:53:03 +0000 //emiaow553.com/?p=565170 Após a pandemia, venda de álcool 70% líquido volta a ser proibida pela Anvisa para evitar acidentes; veja alternativas

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A comercialização de álcool líquido 70% em supermercados e outros estabelecimentos no Brasil vai voltar a ser proibida. A determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) começa a valer já a partir do dia 30 de abril.

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A proibição existe há mais de 20 anos, mas foi suspensa nos últimos anos devido à pandemia de Covid-19, devido à pouca informação sobre o vírus no início e pelo uso de insumos importados para a produção do álcool em gel 70%. A mudança passou a permitir a venda diretamente ao consumidor até o fim de 2023, com possibilidade de esgotamento dos estoques até 29 de abril deste ano.

Riscos do álcool 70%

O impedimento da venda do álcool na concentração 70% visa combater acidentes. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 150 mil internações acontecem por ano em decorrência de queimaduras. A Anvisa destaca que a situação de maior risco envolve o uso do álcool para acender churrasqueiras e fogueiras. Isso porque ele é altamente inflamável e espalha com facilidade, podendo até ocasionar explosões.

Por essa razão, em 2002, a agência limitou a liberação de álcool líquido em maiores concentrações para uso profissional, como em ambientes médico-hospitalares, por exemplo. O órgão destaca que continua disponível no mercado o álcool etílico 70% em outras formas, como gel, lenço impregnado, aerossol, além do álcool líquido com concentração inferior a 54º GL (medida de álcool líquido Gay Lussac).

Embora também seja inflamável, o álcool em gel tem menor capacidade de espalhamento, reduzindo os riscos. Além disso, a maior quantidade de água no álcool com menores graduações diminui seu potencial de explosão. Ou seja, são opções mais seguras.

Abras critica proibição pela Anvisa

A Abras (Associação Brasileira de Supermercados), criticou a decisão. A associação alegou que a proibição “retirará do consumidor o acesso ao produto de melhor relação custo-benefício, comprovadamente eficaz nos cuidados com a saúde, na sanitização de ambientes e na proteção contra doenças”.

O vice presidente da entidade, Marcio Milan, disse, em nota, que “o setor supermercadista fez uma campanha bem-sucedida de orientação e esclarecimentos que proporcionaram um comportamento sensato e seguro destes sanitizantes”. Desde 2022, mais de 64 milhões de unidades de álcool líquido 70% foram comercializadas pelos supermercados.

Entretanto, a ABIPLA (Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional), apoia a medida.

Como substituir o álcool 70% líquido?

Segundo Ubiracir Lima, conselheiro do CFQ ?Conselho Federal de Química, a concentração ideal para ação antimicrobiana do álcool é próxima a 70%. No entanto, ele acrescenta que o álcool 46° INPM (equivalente a 54° GL), classificado como desinfetante pela Anvisa, também pode eliminar micro-organismos prejudiciais à saúde.

“Por isso, o consumidor deve ficar atento ao rótulo do produto e verificar se realmente se trata de um produto desinfetante ou de um limpador de uso geral”, explica Priscilla Saraiva, gerente de vendas da TOPLAND. “O álcool 46° INPM pode ser enquadrado das duas formas, mas apenas o desinfetante comprovadamente elimina micro-organismos”. Ela destaca que, na graduação menor, o produto também fica mais barato.

A assessora técnica de regulação e sustentabilidade da ABIPLA, Lizandra Moraes, indica três pontos de atenção para o consumidor. “Jamais misturar produtos de limpeza por conta própria, sempre verificar se o rótulo do saneante possui o número de Registro ou de Notificação da ANVISA e seguir as informações de uso e manipulação presentes na embalagem. Tomados esses três cuidados, pode ter certeza de que o produto vai cumprir sua missão”, garante.

O Giz Brasil pode ganhar comissão sobre as vendas. Os preços são obtidos automaticamente por meio de uma API e podem estar defasados em relação à Amazon.

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뱅크 카지노;네임드 카지노;레고 카지노 //emiaow553.com/paises-devem-aumentar-impostos-sobre-alcool-e-bebidas-acucaradas-pede-oms/ Wed, 06 Dec 2023 22:53:07 +0000 /?p=538790 A Organização Mundial da Saúde publicou um manual técnico para orientar países a taxar bebidas não saudáveis

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Todos os anos, cerca de 2,6 milhões de pessoas morrem no mundo pelo consumo de álcool. Some a isso mais 8 milhões de mortes causadas pela alimentação inadequada e já são mais de 10 milhões de mortes. Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma maneira de diminuir esses números é a aplicação de impostos sobre bebidas não saudáveis, como as alcoólicas e as açucaradas.

De modo geral, o consumo excessivo de álcool e açúcar está ligado a doenças não transmissíveis, como câncer, diabetes e doenças cardíacas. Ou seja, aumentar a tributação desses produtos desencoraja a compra pela população e estimula empresas a produzirem alimentos mais saudáveis.

De acordo com a OMS, um estudo indicou que aumentar o preço de bebidas alcoólicas em 50% ajudaria a evitar mais de 21 milhões de mortes durante um período de 50 anos. Além disso, também aumentaria a arrecadação em US$17 trilhões, o que equivale à receita de oito das maiores economias do mundo em um ano.

A tributação de produtos prejudiciais cria populações mais saudáveis. Isso tem um efeito positivo em cascata em toda a sociedade – menos doenças e debilitações, e receitas para os governos fornecerem serviços públicos. No caso do álcool, os impostos também ajudam a prevenir a violência e lesões no trânsito

Dr. Rűdiger Krech, diretor de Promoção da Saúde da OMS

Segundo a organização, a medida recebe apoio da população. Em uma pesquisa realizada pela empresa Gallup em parceria com a OMS e a Bloomberg Philanthropies, 7 mil pessoas da Colômbia, Índia, Jordânia, Tanzânia e dos Estados Unidos responderam perguntas sobre a percepção de doenças crônicas não transmissíveis. Como resultado, a maioria deles afirmou que apoia o aumento de impostos sobre produtos não saudáveis.

Qual o cenário atual?

De acordo com a OMS, ao menos 148 países aplicam impostos sobre bebidas alcoólicas. Em média, a parcela de imposto no preço de cervejas a nível mundial é de 17,2%, enquanto nos destilados a porcentagem atinge 26,5%. Contudo, em muitas regiões bebidas como o vinho estão isentas de imposto. Especialmente na Europa, onde ao menos 22 países não taxam esse produto com álcool.

Enquanto isso, cerca de 108 nações têm algum tipo de tributo sobre bebidas açucaradas. Mas isso representa apenas 6,6% do preço dos refrigerantes. Além disso, metade desses países também tributam a água, o que a OMS não recomenda.

No Brasil, a reforma tributária que está sob votação inclui um “imposto do pecado“, que permite a sobretaxa de produtos considerados nocivos à saúde, como o álcool e o cigarro, por exemplo. O governo federal pretende aprová-la até o início do recesso parlamentar, no final de 2023.

Bons exemplos

Como referência de sucesso, a OMS apresentou o caso da Lituânia. O país aumentou o imposto sobre o álcool em 2017, com objetivo de diminuir o consumo e as mortes associadas ao seu uso.

Dessa forma, a nação aumentou a arrecadação dessa taxa de ?34 milhões em 2016 (R$1,2 bilhão, em conversão direta) para ?23 milhões em 2018 (R$1,7 bilhão, em conversão direta). Além disso, as mortes associadas ao consumo de álcool caíram de 23,4 por 100 mil pessoas em 2016 para 18,1 por 100 mil pessoas em 2018.

Para ajudar países que querem aplicar impostos sobre bebidas alcoólicas, a OMS também lançou um manual técnico sobre política e administração de impostos sobre álcool.

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카지노사이트 리버카지노;바카라사이트;카지노사이트킴 //emiaow553.com/cientistas-estudam-efeito-do-ozempic-na-reducao-do-consumo-de-alcool/ Tue, 29 Aug 2023 00:38:13 +0000 /?p=515094 Efeito foi observado por usuários do medicamento; pesquisadores indicam relação entre mecanismo do Ozempic e dopamina

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No último ano, as prescrições e buscas pelo medicamento Ozempic aumentaram consideravelmente. Antes usado apenas para tratamento de diabetes, o remédio ganhou fama por sua capacidade de auxiliar a perda de peso rápida. Agora, pesquisadores estudam mais um efeito em potencial.

Médicos e pacientes começaram a notar um efeito colateral marcante: o Ozempic parece reduzir o desejo das pessoas por álcool. Além disso, aparentemente outras pessoas já perceberam o mesmo efeito com substâncias como o tabaco opioides. Há também quem relate a redução de comportamentos compulsivos como jogos de azar e compras online.

Nos consultórios e nas casas de quem utiliza o medicamento, a constatação veio como surpresa. Mas para parte da comunidade científica o efeito já era esperado.

O Ozempic e o papel da dopamina

O Ozempic é um remédio que possui como ativo a substância semaglutido, que pertence à classe de medicamentos GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon 1). Ele age regulando os níveis de açúcar no sangue e, por isso, dá a sensação de saciedade por mais tempo após as refeições.

Mas o Ozempic não tem apenas esse efeito no organismo. Estudos mostram que ele também reduz a liberação de dopamina em uma região do cérebro chamada de estriado, que é que controla a motivação.

Dessa forma, alimentos gordurosos, bebidas alcoólicas e nicotina, por exemplo, que costumam liberar dopamina, fazem com que uma pessoa sinta vontade de repetir a dose. Contudo, o Ozempic pode cortar esse efeito.

Isso já foi observado em estudos com animais: o GLP-1 reduziu o consumo de nicotina, opióides e psicoestimulantes, como a cocaína e a metanfetamina.

Ainda é cedo

Há mais de uma década, um grupo de pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, têm estudado isso. Como resultado, já publicaram quase uma dúzia de estudos sobre os mecanismos desses medicamentos no consumo de álcool e na recaída de animais viciados.

Embora os resultados sejam promissores, ainda existem diversas variantes desconhecidas, que exigirão anos de pesquisa aprofundada. Isso porque o Ozempic pode não funcionar contra o álcool da mesma maneira para todos – especialmente com pessoas que não têm obesidade.

Um pequeno estudo realizado com outro medicamento GLP-1 descobriu que a substância reduziu o consumo de álcool em pessoas com obesidade, mas aumentou o consumo em pessoas que não têm obesidade.

Ainda não se sabe o motivo, mas futuros estudos devem se aprofundar na questão.

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양방 배팅;수익구조;바카라 에이스 //emiaow553.com/delivery-de-alcool-na-pandemia-causou-aumento-do-consumo-de-bebida/ Sun, 09 Jul 2023 12:27:26 +0000 /?p=501717 Facilidade de entregar bebidas alcoólicas em casa também elevou o consumo de álcool durante a Covid-19

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O aumento da oferta de delivery de bebidas alcoólicas durante as restrições da pandemia, quando as pessoas não podiam sair de casa para conter a propagação da Covid-19, impulsionou o consumo de álcool nos Estados Unidos.

A constatação está em um estudo da Faculdade Johns Hopkins Bloomberg de Saúde Pública, em Baltimore (EUA), publicado em dezembro

A pesquisa mostra que mais estados norte-americanos permitiram a entrega domiciliar de álcool aumentou de 2020 a 2022. Em janeiro de 2020, dois meses antes da primeira contaminação no país, a modalidade existia em 21 dos 50 estados do país. Em janeiro de 2022, o número saltou para 38. 

Mas a facilidade de receber álcool em casa também elevou o consumo. Segundo o estudo, os participantes que receberam álcool em suas casas foram quase duas vezes mais propensos a relatar consumo excessivo da bebida do que aqueles que não tiveram acesso à tele-entrega. 

“Embora muitos estados tenham expandido suas leis [de delivery] durante a Covid-19 como forma de ajudar as empresas, poucos consideraram o potencial impacto na saúde pública? disse Elyse Grossman, a principal autora do estudo. 

Pesquisa não analisou consumo dos jovens 

O estudo entrevistou 838 adultos dos EUA em maio de 2020. Mas o potencial de danos do delivery de álcool pode ser muito maior. Isso porque a pesquisa não examinou os hábitos de consumo dos jovens. 

Mas, segundo Grossman, é possível que os menores de 21 anos também tenham consumido mais bebidas alcoólicas por causa dos incentivos ao delivery. O motivo: muitos varejistas e motoristas de entrega não verificavam as identidades no momento da compra. 

“Temos a hipótese de que os hábitos de consumo dos jovens também foram impactados negativamente pela expansão das leis de entrega em domicílio”, afirmou a pesquisadora. “No futuro, é importante que a saúde pública receba maior peso quando os estados estiverem considerando decisões políticas que aumentem o acesso ao álcool? pontuou. 

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카지노쿠폰;바카라사이트,카지노사이트,온라인카지노사이트 //emiaow553.com/alcool-acompanha-a-humanidade-desde-o-surgimento-de-cidades-e-agricultura/ Fri, 09 Jun 2023 16:45:03 +0000 /?p=495421 Há 10 mil anos, chineses faziam uma bebida fermentada a partir de uma mistura de arroz, mel e frutas

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Texto: Marcos Pivetta/Revista Pesquisa FAPESP

Há cerca de 10 mil anos, no chamado período Neolítico, marcado pelo surgimento dos esboços das primeiras cidades e início do processo de domesticação de plantas para a nascente agricultura, o homem provavelmente passou a conviver mais intimamente com um elemento constituinte dessa nova sociedade: as bebidas alcoólicas fermentadas (os destilados apareceriam milênios mais tarde). Em 2004, a equipe do arqueólogo norte-americano Patrick McGovern, da Universidade Estadual da Pensilvânia, detectou por métodos químicos resíduos de um fermentado elaborado a partir de uma mistura de arroz, mel e frutas, que poderia modernamente ser definido como algo entre um vinho e um saquê, em pedaços de vasos de 9 mil anos atrás encontrados no sítio arqueológico de Jiahu, no centro-leste da China. Esse é o registro mais antigo conhecido da produção de uma bebida alcoólica.

Em sua longa história, o álcool se tornou a droga psicoativa mais difundida nas sociedades. Ligadas ao convívio social, a rituais metafísicos ou a cerimônias religiosas, as bebidas estiveram presentes em todas as civilizações do passado e hoje permanecem aceitas na maioria dos países, com exceção de pouco mais de uma dezena de nações islâmicas. Na Mesopotâmia, há cerca de 6 mil anos, os sumérios já consumiam vinho e cerveja, hábito imortalizado em desenhos feitos em tabletes de pedra. No Antigo Egito, a cerveja era a bebida do povo e o vinho da elite.

A Antiga Grécia e depois Roma, com sua enorme influência cultural, difundiram e legitimaram o hábito de beber, sobretudo vinho, no Ocidente. O termo de origem grega simpósio, hoje usado para designar encontros intelectuais com a finalidade de discutir algum tema, significa originalmente beber junto ?e era isso que homens influentes faziam à mesa após festivas refeições em casas abastadas. O cristianismo também teve um papel importante na disseminação do vinho. Na Bíblia, a planta mais citada é a videira e o primeiro milagre atribuído a Jesus é a transformação da água em vinho, bebida que, posteriormente, seria adotada como o sangue de Cristo na cerimônia da eucaristia.

Pintura de Baco, o deus grego do vinho.

Pintura de Baco, o deus grego do vinho. Imagem: Uffizi Gallery? Wikimedia Commons

Essa dimensão espiritual e ligada a festividades está presente nas mais diversas culturas. No livro Selvagens bebedeiras: Álcool, embriaguez e contatos culturais no Brasil colonial (séculos XVI-XVII) (Alameda Editorial, 2011), o historiador João Azevedo Fernandes (1963-2014), que foi professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), fala, por exemplo, da produção do cauim, um fermentado à base de mandioca feito exclusivamente pelas mulheres de povos indígenas do Brasil. “Os cauins eram fundamentais para as cerimônias que marcavam alguns dos momentos mais importantes do ciclo de vida dos Tupinambá, como os casamentos e funerais? escreveu Azevedo na sua tese de doutorado em que se baseia a obra.

Hoje, o consumo de bebidas alcoólicas não está associado aos árabes, provavelmente devido à grande penetração, entre esses povos, da religião islâmica, que, a partir do século VII, baseada no livro sagrado do Alcorão, passou a condenar seu consumo. Mas o próprio termo álcool é de origem árabe, a exemplo da palavra alambique. Não por acaso, é atribuída aos árabes a introdução na Europa medieval, por volta do século X, do processo de destilação, que consiste na separação dos constituintes de uma mistura líquida por meio de sua vaporização parcial. Essa operação é a base da elaboração de uma categoria de bebidas, a dos destilados, que engloba o conhaque, o uísque, o gim e um sem-número de aguardentes.

Embora embriaguez, comportamentos antissociais e eventuais malefícios físicos tenham sido associados à ingestão excessiva de líquidos fermentados e destilados em diferentes momentos da história e sociedades, o álcool, em suas variadas formas, foi um companheiro da prática médica desde a Antiguidade. Vinhos, cervejas e destilados foram empregados como tentativas de amenizar os sofrimentos do corpo, ora como se fosse um remédio propriamente dito, ora como o veículo no qual se misturava um tratamento, ou, no caso das bebidas mais potentes, fazendo o papel dos modernos anestésicos. Até o século XVIII, era mais seguro beber vinho, cuja fermentação matava parte dos germes em seu líquido, do que a água que se conseguia nas cidades.

Representação de consumo de cerveja no Antigo Egito.

Representação de consumo de cerveja no Antigo Egito. Imagem: Staatliche Museen zu Berlin, Ägyptisches Museum und Papyrussammlung

Para o historiador Henrique Soares Carneiro, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), o álcool e as drogas em geral são um dos elementos fundadores da civilização humana por seu valor econômico, social e cultural. “Desde o fim do século XIX, a história das drogas é, antes de tudo, a história de suas regulações, de como elas são autorizadas a circular nas sociedades e das políticas de repressão, incitações e tolerância a seu uso? comenta Carneiro, coordenador do Laboratório de Estudos Históricos de Drogas e Alimentação da FFLCH. Mais do que possíveis danos à saúde, a proibição do uso de certas substâncias na sociedade industrial, como conta o historiador no livro Drogas ?A história do proibicionismo (Autonomia Literária, 2018), se dá por razões religiosas, econômicas (não afetar a produção de bens) ou simplesmente por controle do Estado. Nasce assim o conceito moderno de três tipos de drogas: as ilícitas, as lícitas medicinais e as também legais de uso recreativo, como o tabaco e as bebidas alcoólicas.

Embora por vezes resvalem em argumentos econômicos ou morais, as discussões atuais sobre quanto um bebedor moderado poderia consumir de álcool se insere, em grande medida, dentro do debate científico a respeito de (novos) efeitos deletérios associados a essa substância intoxicante. Mas sempre há quem prefira também colocar nessa equação argumentos socioculturais, além da questão física. “Não sou médico, mas, pelo que li, aceito que o álcool é prejudicial ao ser humano no sentido fisiológico. Porém, se olharmos para as pessoas de forma holística, pode ser que os efeitos de seu consumo moderado sejam benéficos em geral ?ou seja, que seu dano fisiológico seja equilibrado ou superado pelos benefícios emocionais, uma sensação de bem-estar, de relações sociais lubrificadas, ou desfrutar de ocasiões sociais? diz, em entrevista a Pesquisa FAPESP, o historiador neozelandês Rod Phillips, da Universidade Carleton, no Canadá, autor de livros sobre a história do álcool e do vinho. “?verdade que não precisamos do álcool para obter esses benefícios, mas nos acostumamos culturalmente a usá-lo para esses fins.?/p>

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ABOUT US;온라인바카라 //emiaow553.com/limite-considerado-como-consumo-moderado-de-alcool-cai-no-mundo/ Fri, 12 May 2023 23:41:54 +0000 /?p=489841 Aumento de casos de câncer e de outras doenças associadas a poucas doses de bebida desafia a noção de beber com parcimônia

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Texto: Marcos Pivetta/Revista Pesquisa FAPESP

Beba com moderação. A frase que embala as propagandas de bebidas alcoólicas recorre ao bom senso das pessoas, mas deixa em aberto um ponto central: com quantos copos de cerveja, taças de vinho ou doses de destilado se faz um consumidor regrado? É razoável argumentar que não há um número mágico universal, que se adéque a todos os públicos. Esse limite dependeria de uma série de fatores, como idade, sexo, constituição física, características genéticas, estilo de vida e estado geral de saúde do indivíduo, além do teor alcoólico do líquido ingerido.

A maioria das cervejas tem cerca de 5% de álcool, aproximadamente dois quintos do teor de etanol predominante em vinhos e espumantes. A cachaça, o uísque, a vodca, o gim ?enfim, os destilados ?têm por volta de oito vezes mais álcool do que a cerveja. Então, além da quantidade, o tipo de bebida consumida também entra na equação da moderação. Isso sem falar que, não raro, a ocasião às vezes induz o bebedor ao copo. Quem recusa um chopinho numa mesa de bar com os amigos ou um brinde numa festa de casamento ou aniversário?

Não há consenso na literatura científica sobre quanto seria beber com parcimônia, algo como um padrão de consumo sem repercussões negativas ou com impactos quase desprezíveis na saúde física e mental. Nas últimas décadas, alguns estudos sugeriam que o consumo de pequenas doses de álcool, geralmente vinho tinto, poderia ser benéfico ao coração, mas o tema permanece polêmico e hoje é contestado por muitos trabalhos. O pouco que se ganharia em termos de proteção cardiovascular seria anulado pelo aumento da probabilidade do surgimento de outras doenças (ver quadro).

A conclusão dominante de um conjunto de estudos e recomendações mais recentes é a de que não há dose, por pequena que seja, com risco zero à saúde. Quanto menor for a ingestão de álcool, menor o risco de desenvolver doenças relacionadas a esse hábito, como problemas no coração, alguns tipos de câncer, cirrose hepática, distúrbios mentais e alcoolismo, sofrer ou provocar acidentes e se envolver em violência física. Essa é a mensagem central da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de boa parte dos trabalhos científicos atuais.

“Álcool é uma substância psicoativa, não é remédio? diz o psiquiatra Arthur Guerra Andrade, supervisor chefe do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP). “Pessoas bebem há milhares de anos e esse hábito provavelmente não vai desaparecer das sociedades humanas no futuro. Mas não se sabe com que frequência e em que medida seria seguro ingerir álcool.?/p>

Segundo a OMS, os efeitos negativos do consumo de álcool estão associados à ocorrência de mais de 200 tipos de doenças e acidentes danosos à saúde. No mundo, cerca de 3 milhões de mortes por ano, 5,3% de todos os óbitos, decorrem dos efeitos do álcool. As vítimas fatais entre os homens, os maiores consumidores de bebidas alcoólicas, representam 7,7% do total de mortes masculinas. Nas mulheres, são 2,6%. O impacto negativo da bebida entre jovens adultos é ainda maior: 13,5% das mortes de indivíduos na faixa dos 20 aos 39 anos são atribuídas a problemas causados pelo álcool.

Dados globais, divulgados por um relatório de 2018 da OMS, indicavam que quase 29% das mortes associadas ao álcool eram causadas por acidentes (de carro, quedas, violência interpessoal), 21% por doenças digestivas, 19% por problemas cardiovasculares, 13% por doenças infecciosas, 12% por cânceres e o restante devido a outras enfermidades. No Brasil, a porcentagem de mortes atribuída ao álcool também gira em torno de 5%, com destaque aos óbitos relacionados a acidentes de trânsito e cirrose hepática. Aqui quase 70% das mortes de homens por cirrose estão associadas ao consumo de álcool. Na Arábia Saudita, que proíbe a venda desse tipo de bebida, essa fração é de 4%.

Em razão de avanços no conhecimento científico, as autoridades de saúde de alguns países revisam periodicamente as recomendações referentes à ingestão moderada de bebidas alcoólicas. No início deste ano, o governo do Canadá fez esse movimento e suas novas orientações são muito restritivas. Elas preconizam o consumo de até duas doses de álcool por semana para manter em níveis baixos a probabilidade de desenvolver a longo prazo doenças relacionadas a esse hábito. A ingestão de três a seis doses por semana, nunca mais do que duas por dia, eleva de forma moderada os riscos. Do sétimo drinque em diante, o risco de vir a sofrer consequências na saúde é alto e aumenta a cada dose extra. A diretriz é a mesma para homens e mulheres e vale para qualquer tipo de bebida.

“Nos últimos 10 anos houve realmente um avanço significativo no nosso entendimento da associação entre mortalidade e morbidade e uso de álcool. Temos uma compreensão muito melhor da ligação entre álcool e câncer? disse, em comunicado de imprensa, Catherine Paradis, diretora associada de pesquisa do Canadian Centre on Substance Use and Addiction (CCSA), uma das coordenadoras de um painel de especialistas que revisaram as orientações. Desde o início da década passada, o álcool é classificado como uma substância carcinogênica, com papel conhecido no surgimento de pelo menos sete tipos de câncer: cavidade oral, faringe, laringe, esôfago, fígado, mama e colorretal (ver quadro).

“No caso do tabaco, que também é carcinogênico, sabemos que o tempo de adoção do hábito de fumar tem grande peso no aparecimento de câncer. Quem fuma há mais tempo, tem um risco maior? diz o médico sanitarista Victor Wünsch Filho, da Faculdade de Saúde Pública da USP e diretor-presidente da Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp). “Com o álcool, parece que o tempo de uso da substância tem um peso menor do que o tamanho da dose ingerida no surgimento de cânceres.?Essa seria uma das explicações para as mulheres, que metabolizam mais lentamente o álcool, terem um risco maior de desenvolver câncer de mama devido ao consumo regular da bebida.

Wünsch participou de um grande trabalho realizado pelo projeto International Head and Neck Cancer Epidemiology que analisou a correlação estatística entre a incidência de câncer na cavidade oral, laringe e orofaringe (a parte da garganta logo atrás da boca) e hipofaringe (pouco antes do esôfago), a dose de álcool consumida e há quanto tempo os pacientes bebiam. O estudo, que se baseou em resultados de 26 trabalhos anteriores, analisou dados de mais de 62 mil pessoas, das quais cerca de 40% tinham recebido um diagnóstico de câncer e 60% faziam parte de um grupo de controle. “O risco de câncer aumentou em todos os sítios da cabeça e pescoço em função do número de doses tomadas por dia, mas não em razão do tempo que o indivíduo bebia? conta o médico sanitarista, que desenvolve pesquisas que tiveram apoio da FAPESP. A única exceção ocorreu para o câncer de hipofaringe, cuja probabilidade de ocorrência se elevou em função da dose e do tempo que a pessoa consumia bebidas alcoólicas. O estudo foi publicado no British Journal of Cancer em outubro de 2020.

Os novos limites recomendados no Canadá são bem mais severos do que os preconizados na revisão anterior, de 2011, que aconselhava até 15 doses semanais para homens e 10 para mulheres. Também difere bastante das recomendações difundidas pelos serviços de saúde de outros países para consumo moderado de bebidas alcoólicas entre adultos saudáveis. Nos Estados Unidos, o limite indicado é de até duas doses diárias para homens e uma para mulheres. No Reino Unido, é de 14 doses semanais para ambos os sexos. Na Austrália, que atualizou suas diretrizes no fim de 2020, as recomendações estipulam até 10 drinques por semana, nunca mais de quatro doses em uma única ocasião. Na França, a quantidade de drinques considerada de baixo ou moderado risco é a mesma da Austrália, mas ainda é aconselhado não ultrapassar duas doses em uma jornada e ficar ao menos um dia por semana sem beber.

É preciso tomar cuidado ao comparar as quantidades de doses de bebida alcoólica de diferentes países. Não há um padrão universalmente adotado para estabelecer o que é uma dose de álcool, um drinque. Para a OMS, uma dose padrão contém 10 gramas (g) ?ou 12,7 mililitros (mL) ?de etanol puro. Ela equivale a 285 mL de uma cerveja comum, 100 mL de vinho ou 30 mL de destilados. Mas a dose no Canadá é definida como tendo 13,45 g de álcool. No Reino Unido, 8 g; nos Estados Unidos, 14 g (ver quadro). “No Brasil costumamos adotar a definição de dose recomendada pela OMS? comenta a psicóloga Clarice Madruga, da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo (Uniad-Unifesp). “Hoje sabemos que não há dose segura para consumo de álcool. Em pesquisa é muito comum usarmos o indicador que chamamos de binge drinking, caracterizado pela ingestão, em uma única ocasião, de quatro ou mais doses de bebida para mulheres e cinco ou mais para homens.?Além de levar a eventuais danos de longo prazo à saúde, esse nível do consumo de álcool causa embriaguez e aumenta o risco imediato de acidentes e de violência interpessoal.

Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP

Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP

Para formular diretrizes sobre o que seria um consumo baixo ou moderado de álcool é preciso ter em mãos estudos epidemiológicos de amplo alcance, que levem em conta os mais variados tipos de impacto, de curto e de longo prazo, sobre a saúde das pessoas. O Canadá, por exemplo, constituiu um painel com 23 especialistas que procuram por estudos sobre álcool e saúde disponíveis em 10 bases de dados científicos. Foram considerados trabalhos de revisão e meta-análises publicados entre 6 de janeiro de 2017 e 17 de fevereiro de 2021 que abordassem uma questão central: riscos e benefícios do álcool à saúde de curto e longo prazo e durante a gestação e o desenvolvimento infantil.

As meta-análises são um tipo de estudo epidemiológico que usa técnicas estatísticas para sintetizar ou reunir dados de trabalhos independentes e produzir uma avaliação mais ampla sobre um tema. No final do levantamento, o painel encontrou 16 estudos que passaram pelo crivo dos especialistas. Os dados desses trabalhos foram usados em uma modelagem matemática que levou em conta dados de incidência de doenças e longevidade da população canadense.

“Atualmente, os painéis de especialistas estudam as ligações que existem entre o nível de consumo de álcool e as probabilidades de morte por causas [doenças] sabidamente relacionadas ao uso dessa substância, como cirrose, câncer de mama, derrames e problemas de coração? explica, em entrevista por e-mail a Pesquisa FAPESP, o psicólogo Tim Stockwell, da Universidade de Vitória, um dos participantes do painel canadense. “Foi assim que nosso painel estimou recentemente que apenas seis drinques por semana aumentava o risco de morte por doenças em 1%.?/p>

O número pode parecer pequeno, mas a discussão se dá em níveis de consumo de álcool que são socialmente toleráveis e percebidos por muitas pessoas como plenamente aceitáveis. Então estavam errados os estudos que apontavam que um consumo modesto de álcool, geralmente de vinho tinto, poderia fazer bem ao coração? “A ideia de que o vinho está associado a benefícios para a saúde provavelmente se deve a uma falsa associação. As pessoas que o consomem são mais ricas e têm hábitos mais saudáveis do que outros bebedores? pondera Stockwell. “Os polifenóis podem fazer bem, mas o etanol na bebida não faz. É melhor comer uva todo dia.?Os polifenóis são substâncias presentes na casca de uvas tintas e em outras frutas e alimentos. A despeito das críticas, as pesquisas sobre possíveis benefícios da ingestão moderada de vinho tinto permanecem ativas em vários lugares do mundo (ver quadro).

Artigo de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) publicado em outubro de 2022 na revista científica PLOS ONE calculou que os custos diretos e indiretos (faltas ao trabalho) com problemas de saúde relacionados ao consumo de álcool no Brasil entre 2010 e 2018 foram de cerca de US$ 1,5 bilhão (aproximadamente R$ 7,5 bilhões). Foram gastos US$ 740 milhões com hospitalização, US$ 420 milhões em cuidados com pacientes que não foram internados e US$ 330 milhões devido ao absenteísmo laboral. Em 2018, por exemplo, os custos diretos referentes ao consumo de álcool representaram 0,56% dos US$ 22,8 bilhões gastos naquele ano pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com internações e despesas com paciente. Os valores se baseiam em dados do SUS e do sistema nacional de seguridade. No trabalho, foram considerados 21 tipos de complicações de saúde e acidentes que podem ter relação com o consumo de álcool, de acordo com o padrão adotado no estudo internacional The global burden of disease (O peso global das doenças, em tradução livre).

Alcoolismo, acidentes não intencionais e batidas no trânsito foram, nessa ordem, os problemas que mais geraram gastos de hospitalização. Só o tratamento do câncer de mama, um dos sete tipos de tumor cujo aparecimento pode ser causado pela ingestão de álcool, respondeu por mais de 45% das despesas com doenças associadas a esse hábito que não requereram internações. O estudo levou em conta dados de consumo de álcool no Brasil coletados em 2019 na população adulta, com 18 anos ou mais, pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde.

Segundo essa PNS, 73,4% da população brasileira declarou que não consome semanalmente álcool (62,9% entre os homens e 83,0% entre as mulheres). Mais de 60% dos que bebiam regularmente disseram ingerir menos de 12 gramas de etanol por dia, o índice mais baixo entre os que não se declararam abstêmios. Mesmo assim, por representar a maior faixa dos consumidores, essa fatia de pessoas vistas como bebedores moderados é a que mais impacta o SUS em termos de custos de saúde relacionados a problemas por conta de ingestão de álcool. “Apesar de a categoria de 12 gramas por dia ser a menor em quantidade de álcool consumida, ela é uma das principais em termos de risco atribuído à população, dada a sua maior prevalência? escrevem no artigo Mariana Gonçalves de Freitas e Everton Nunes da Silva, do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da UnB.

Um dado preocupante é que o consumo entre as mulheres, embora ainda em menor escala e menos abusivo do que o dos homens, apresenta tendência de crescimento no Brasil. Na PNS de 2019, 17% das mulheres disseram beber uma vez por semana diante de 13% na PNS anterior, de 2013. Entre os homens houve uma ligeira queda na quantidade de bebedores entre as duas pesquisas, de menos de 1 ponto percentual. Feita desde 2006 pelo Ministério da Saúde, a pesquisa de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (Vigitel) sinaliza que as mulheres também passaram a beber em excesso (mais de quatro doses de 12 g de álcool em uma ocasião) nos últimos 15 anos. No levantamento de 2006, menos de 8% tinham apresentando esse comportamento nos últimos 30 dias, metade da porcentagem verificada em 2020.

No caso das mulheres, um dos principais problemas associados ao consumo de álcool é o aumento do risco de câncer de mama, o mais comum na população feminina. Segundo estudo publicado em 2018 no periódico Asian Pacific Journal of Cancer Prevention, mulheres com menos de 50 anos que consumiam regularmente álcool há pelo menos uma década tinham um risco três vezes maior de desenvolver esse tipo de tumor. O estudo foi feito com 1.506 mulheres atendidas no Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro, das quais 1.100 formaram um grupo de controle (não tinham a doença) e 406 tinham recebido esse diagnóstico. O estudo, no entanto, não detalhou qual era o nível de consumo médio das participantes, apenas se eram abstêmias ou bebiam.

Apesar de um número cada vez maior de estudos e levantamentos enfatizar que não há quantidade segura de álcool a ser ingerida, alguns trabalhos de grupos importantes apontam eventuais benefícios associados ao consumo de pequenas quantidades de bebida para alguns segmentos da população. Artigo publicado na revista médica Lancet em julho de 2022 indica que, entre jovens adultos com idade de 20 a 39 anos, o consumo de álcool só aumenta riscos e não proporciona nenhum benefício à saúde. Para pessoas acima dos 40 anos, o risco varia conforme a idade e a região geográfica que a pessoa vive. No entanto, o trabalho indica que indivíduos mais velhos, sem problemas de saúde, poderiam se beneficiar com o consumo diário de um a dois drinques, cada um deles com 10 g de etanol. Esses eventuais efeitos positivos se concentrariam na área cardiovascular.

Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP

Alexandre Affonso / Revista Pesquisa FAPESP

“Consumido com moderação, o álcool reduz o risco de doença arterial coronariana, de derrame e de diabetes. Mas ele também aumenta a probabilidade de muitos cânceres, de acidentes, de cirrose e de doenças infecciosas, como tuberculose? comenta, em entrevista a Pesquisa FAPESP, a pesquisadora Dana Bryazka, do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME) da Universidade de Washington, dos Estados Unidos, coordenadora do estudo. Com apoio da OMS e de outras agências, esse grupo do IHME coordena o projeto The global burden of disease. Trata-se de um grande esforço internacional que, há mais de 30 anos, estuda o impacto das patologias na mortalidade e morbidade da população do planeta. O artigo na Lancet levou em conta dados do consumo de bebidas alcoólicas de 204 países e seu impacto sobre 22 doenças ou tipos de acidentes.

Atingir um consenso sobre o que seria uma ingestão moderada, ou tolerável, de álcool é muito difícil. Alguns pontos, no entanto, são hoje inegociáveis. Certas parcelas da população não devem beber de forma nenhuma. Esse é o caso dos menores de idade, cujo desenvolvimento cerebral pode ser afetado pelo álcool, e das grávidas e lactantes. “O álcool passa pela placenta, chega ao feto e também é repassado ao bebê na amamentação? afirma Arthur Guerra. Certas situações requerem uma política de tolerância zero com o álcool, como antes de dirigir ou realizar tarefas que possam causar acidentes ou oferecer perigo à vida. É igualmente prudente não beber em excesso antes de tomar decisões importantes. Há inúmeros casos ?alguns anedóticos ?sobre situações que ocorrem sob o efeito do álcool, como casamentos entre desconhecidos em uma capela de Las Vegas, nos Estados Unidos, que, logo em seguida, se arrependem do ato.

Informar a população e os formuladores de políticas públicas sobre os riscos associados ao consumo de álcool, um hábito arraigado na maior parte das sociedades, é a tônica dos estudos mais recentes. Mesmo os mais combativos críticos do papel do álcool nas sociedades não defendem atualmente sua proibição, como ocorreu entre 1920 e 1933 nos Estados Unidos. A chamada Lei Seca norte-americana foi uma medida radical, sem efetividade, e socialmente insustentável. Hoje pouco mais de 10 países, a maioria por motivos religiosos, proíbem total ou parcialmente a venda de bebidas alcoólicas. No Brasil, bebe-se, em média, entre 7 e 8 litros de etanol por ano por habitante. Boa parte dos países da Europa, onde o consumo é mais elevado, ultrapassa 12 litros por ano.

Na pandemia, a bebida se tornou um companheiro de muitas pessoas que estavam isoladas em casa. O consumo aumentou em todo o mundo e a incidência de doenças relacionadas ao álcool também. “O mercado brasileiro é pouco controlado. Não há nem uma licença específica que regulamente quem pode e quem não pode vender álcool? diz Clarice Madruga, da Unifesp. “Precisamos de políticas públicas mais claras e definidas para o setor.?A OMS e autoridades sanitárias pressionam por mais controles na venda do álcool. O governo da Irlanda estuda colocar nos rótulos das bebidas avisos sobre os possíveis malefícios decorrentes do consumo de álcool, como ocorre com o tabaco. Se vier a ser implementada, a medida poderá ser um sinal de uma nova era na relação milenar do homem com as bebidas alcoólicas.

O fim do paradoxo francês?

Em 17 de novembro de 1991, um dos mais bem-sucedidos programas da televisão norte-americana, o 60 Minutes, da rede CBS, levou ao ar um segmento intitulado Paradoxo francês. Em linhas gerais, a emissão dava conta de que a incidência de problemas cardíacos era 40% menor na França do que nos Estados Unidos, a despeito de os europeus terem uma dieta rica em gorduras. Um dos segredos, talvez o principal, dessa aparente contradição seria o consumo moderado de vinho tinto nas refeições entre os franceses. A bebida contém polifenóis, substâncias presentes na casca das uvas vermelhas, que evitariam o entupimento das vias circulatórias.Mesmo antes da popularização dessa ideia no programa, já havia estudos que sugeriam algum grau de proteção cardiovascular em razão da ingestão de quantidades pequenas de bebidas alcoólicas (o excesso sempre foi visto como prejudicial, inclusive ao coração). Mas seu impacto nem de perto se assemelhou ao efeito que o chamado paradoxo francês, atribuído em grande parte ao vinho tinto, teve sobre a opinião pública, médicos e pesquisadores nas últimas décadas. Hoje, mais de 30 anos depois da forte disseminação desse conceito, destacam-se dois pontos com repercussões distintas sobre o consumo de bebidas alcoólicas, sobretudo o vinho tinto.O primeiro é que, em uma série de estudos observacionais, comparativos e não controlados, os benefícios conferidos à bebida podem estar mais ligados a outros hábitos saudáveis dos consumidores moderados de vinho tinto (como se exercitar e ter um padrão de vida melhor) e a problemas prévios de saúde dos abstêmios que fizeram parte desses trabalhos. Esses fatores, se não levados em conta, podem fazer com que a saúde dos que bebem um pouco pareça melhor do que a dos que não ingerem uma gota de álcool. “Embora seja bem estabelecido que o álcool aumenta o risco de cânceres, acidentes e cirrose hepática, há muita variabilidade nos achados de estudos sobre a relação do álcool e de várias outras patologias, sobretudo da doença cardíaca isquêmica? comenta Dana Bryazka, do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME) da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.

O segundo ponto é que, de fato, há trabalhos científicos indicando mecanismos associados a eventuais benefícios cardiovasculares por meio da ingestão de polifenóis presentes no vinho tinto, no suco de uva e em outros alimentos. “Essa associação não ocorre com todas as bebidas alcoólicas, apenas com o vinho tinto? diz o cardiologista Protásio Lemos da Luz, do Instituto do Coração (InCor), ligado à Universidade de São Paulo (USP), estudioso do tema há décadas. “Os polifenóis melhoram a vasodilatação, tem ação antiplaquetária [impede a formação de coágulos sanguíneos] e são anti-inflamatórios. Se não houver nenhum problema de saúde em que se proíba beber, não desaconselho a ingestão de uma taça e meia de vinho por dia, que tem cerca de 25 gramas de álcool.?/p>

Um estudo recente coordenado por Luz, publicado em dezembro de 2022 no American Journal of Clinical Nutrition, sugere que o consumo diário de 250 mL de vinho tinto remodela a flora intestinal, promovendo um perfil considerado geralmente mais favorável. O efeito foi medido em 42 homens, com idade média de 60 anos, que passaram por períodos de três semanas sem tomar a bebida e três semanas consumindo vinho tinto de forma alternada.

Álcool é considerado carcinogênico há mais de uma década

Desde 2012, o etanol presente nas bebidas alcoólicas faz parte do grupo 1 de agentes e substâncias classificados como carcinogênicos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa categoria abrange atualmente 126 itens, sobre os quais há evidência científica suficiente de que são capazes de causar câncer em seres humanos. É a classificação mais severa que um agente pode receber. Substâncias provável e possivelmente carcinogênicas são catalogadas, respectivamente, nos grupos 2A e 2B. As que não provocam câncer são listadas no grupo 3.A classificação da Iarc não indica a probabilidade de um agente provocar câncer em função do grau de exposição dos seres humanos a ele. “Ela não mede se um agente causa mais ou menos câncer do que outro? comenta o médico sanitarista Victor Wünsch Filho, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) e diretor-presidente da Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp). Apenas sinaliza o grau de confiabilidade da informação científica sobre sua capacidade de gerar tumores.Uma gama diversa de compostos químicos, misturas complexas, moléculas farmacêuticas, agentes físicos e biológicos aparecem na listagem da entidade. O tabaco, a poluição atmosférica, a luz solar, os raios gama e X, os vírus HPV e Epstein-Barr são exemplos de carcinógenos dentro do grupo 1 ao lado do etanol. O acetaldeído, um composto químico produzido no processo de metabolização do álcool no organismo e associado à sensação de ressaca, também faz parte dessa categoria.Não se sabe em detalhes os mecanismos que levam o álcool a causar câncer, doença provocada, em muitos casos, pela ação conjunta de múltiplos fatores de risco. Mas algumas alterações biológicas associadas ao surgimento de tumores já são conhecidas. “O acetaldeído, por exemplo, é capaz de promover danos no DNA celular? diz Thainá Alves Malhão, do Instituto Nacional de Câncer (Inca). “O maior consumo de etanol também pode induzir estresse oxidativo por meio do aumento da produção de espécies reativas de oxigênio, que são tóxicas ao material genético e carcinogênicas.?Nas mulheres, o álcool pode elevar os níveis circulantes do hormônio estradiol, alteração que aumenta o risco de câncer de mama.

Por fim, há ainda um efeito indireto da presença do álcool no organismo. Ele age como um solvente e favorece a penetração nas células de outras substâncias carcinogênicas, como as presentes no tabaco.

Artigos científicos:

Canadian Centre on Substance Use and Addiction. Canada’s Guidance on Alcohol and Health: Final Report. jan. 2023
HAAS, E. A. et al. A red wine intervention does not modify plasma trimethylamine N-oxide but is associated with broad shifts in the plasma metabolome and gut microbiota composition. American Journal of Clinical Nutrition. v. 116, n. 6. dez. 2022.
FREITAS, M.G e SILVA, E. N. Direct and indirect costs attributed to alcohol consumption in Brazil, 2010 to 2018. Plos One. 25 out. 2022.
GBD 2020 Alcohol Collaborators. Population-level risks of alcohol consumption by amount, geography, age, sex, and year: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2020. Lancet. v. 400. n. 10347. 16 jul. 2022.
DI CREDICO, G. et al. Alcohol drinking and head and neck cancer risk: the joint effect of intensity and duration. British Journal of Cancer. v. 123. out. 2020.
VIERA. R. et al. Alcohol Consumption as a Risk Factor for Breast Cancer Development: A Case-Control Study in Brazil. Asian Pacific Journal of Cancer Prevention. vol. 19, n. 3. mar. 2018.

 

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안전하고 자본력 업계 1위 카지노 토즈(TOZ) //emiaow553.com/cerveja-lager-surgiu-em-1602-revela-estudo-veja-onde-foi/ Fri, 05 May 2023 13:52:02 +0000 /?p=487680 Com registros históricos e dados genéticos, cientistas traçaram as origens da levedura por trás da cerveja lager, líder do mercado mundial

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As cervejas lagers dominam o mercado mundial, mas as origens da levedura por trás da sua fermentação, a Saccharomyces pastorianus, são misteriosas. Agora, pesquisadores da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, e da University College Cork, na Irlanda, acreditam ter solucionado a questão.

Eles estudaram registros históricos e dados sobre a evolução de diferentes espécies de levedura para chegar à conclusão de que as lagers provavelmente se originaram em 1602, em uma cervejaria da corte de Maximiliano, o Grande, na alemã Munique. O estudo foi publicado na revista FEMS Yeast Research.

As cervejas lagers são uma das três grandes famílias da bebida, ao lado das ale e lambic. São cervejas com cores e aromas discretos, de baixa fermentação ?um processo de baixa temperatura em que as leveduras, que transformam açúcares em álcool e gás carbônico, ficam depositadas no fundo do recipiente.

As ales, por outro lado, são bebidas de alta fermentação, em que a levedura Saccharomyces cerevisiae fica no topo dos tanques e produz cervejas mais alcoólicas e frutadas. Elas são as primeiras cervejas da história.

A S. pastorianus, levedura das lagers, é uma espécie híbrida que surgiu do cruzamento entre a S. cerevisiae e uma levedura selvagem tolerante ao frio, Saccharomyces eubayanus, no início do século 17. E, segundo as novas descobertas, o pontapé para o surgimento da espécie foi a introdução de S. cerevisiae em um ambiente onde S. eubayanus estava presente ?e não o contrário, como se costuma acreditar.

Os pesquisadores vasculharam registros cervejeiros da Europa Central para remontar a história. Eles descobriram que a levedura das ales veio da Boêmia para Munique, onde se fazia cerveja de trigo pelo menos desde o século 14, e a hibridização aconteceu na cervejaria de Munique, por volta de 1602.

Os cervejeiros locais compartilharam a nova levedura S. pastorianus entre si ?e, com o passar do tempo, ela se espalhou pela Europa.

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바카라사이트,카지노사이트;온라인카지노사이트 //emiaow553.com/alcool-tem-mais-efeito-em-pessoas-com-ansiedade-e-depressao-diz-estudo/ Sun, 30 Apr 2023 22:02:58 +0000 /?p=485709 Estudo sugere que pessoas com transtorno de ansiedade ou depressão têm maior risco de desenvolver vício em álcool, e vice-versa. Analise os detalhes

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Os efeitos do álcool, como euforia, ressaca e alcoolismo, são mais intensos em pessoas com transtornos de ansiedade e depressão. É o que mostra uma pesquisa da Research Society on Alcoholism, dos EUA, publicada na sexta-feira (28). 

Os resultados mostram que essas substâncias afetam pessoas com distúrbios psicológicos com muito mais força que indivíduos que nunca tiveram esse tipo de doença, mesmo quando o consumo de álcool ocorre em quantidades exatamente iguais. 

O estudo comparativo pediu que 25,7 mil adultos norte-americanos relatassem seus sintomas ao consumir álcool e suas experiências com ansiedade e humor. Eles foram separados em três grupos:

  • Pessoas que enfrentam um quadro de transtorno internalizante, como depressão e ansiedade, atualmente (4.700 indivíduos) 
  • Pessoas que tiveram um diagnóstico semelhante no passado, mas estão em remissão (3.000 indivíduos) 
  • Pessoas que nunca tiveram esse tipo de transtorno (18.000 indivíduos) 

Ao computar os dados em uma análise estatística, os pesquisadores identificaram que as pessoas com transtornos internalizantes se tornam dependentes de álcool mais rapidamente que outras, mesmo quando o consumo ocorre em níveis parecidos. 

Assim, o estudo sugere que pessoas com transtorno de ansiedade ou depressão têm maior risco de desenvolver alcoolismo ?e vice-versa. “Ter alcoolismo ou um transtorno internalizante aumenta substancialmente o risco de desenvolver o outro no futuro? diz a pesquisa, que não se vale de marcadores biológicos. 

Paradoxo do dano 

Além da euforia e ressaca, pessoas com transtornos internalizantes também têm maior risco de virarem alcoólatras, mostrou a pesquisa. Segundo os dados, pessoas com distúrbios atuais ou em remissão manifestaram mais sintomas de alcoolismo que as que nunca tiveram essas condições mentais. 

A pesquisa usou os dados como exemplo do “paradoxo do dano? Ou seja, as consequências negativas do uso de substâncias dentro de determinados grupos ultrapassam os danos causados pelas mesmas substâncias para outros. 

No álcool, o paradoxo do dano é especialmente verdadeiro. Pesquisas já mostraram que, embora o consumo seja maior entre as classes média e alta, são as pessoas mais pobres que sofrem os piores efeitos da bebida, como a mortalidade por doenças, por exemplo. 

Nos participantes com mais de um diagnóstico, a dimensão do paradoxo do dano foi maior. Segundo a pesquisa, isso significa que indivíduos com mais de um transtorno psicológico, como depressão e ansiedade juntos, têm maior tendência a desenvolver alcoolismo que pessoas sem esse diagnóstico. 

Outros fatores também se mostraram “altamente preditivos?para o alcoolismo, diz o estudo. São eles: 

  • pessoas mais jovens 
  • pessoas do sexo masculino
  • ter ensino superior 
  • ter um parente próximo com problemas com álcool 

Por outro lado, ser branco e ganhar até US$ 30 mil (pouco mais de R$ 150 mil no câmbio atual) ou mais por ano foram associados a um menor risco de alcoolismo. 

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아시아 핸디캡 //emiaow553.com/macacos-usam-rodopios-para-ficar-bebados-e-fugir-da-realidade-diz-estudo/ Fri, 17 Mar 2023 20:30:26 +0000 /?p=476299 Pesquisa identificou que rodopios de macacos se assemelham aos de dançarinos profissionais e artistas de circo - e servem para deixar os primatas doidões

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Os humanos não são os únicos que acham divertido alterar o estado mental — usando álcool ou outros entorpecentes: um estudo mostrou que os macacos giram pendurados em árvores simular um efeito como se estivessem “bêbados”.

A conclusão está em um estudo da Universidade de Warwick, da Inglaterra, publicado na terça-feira (14). 

Os pesquisadores analisaram 40 vídeos do YouTube com gorilas, chimpanzés e orangotangos que giravam sozinhos em cordas e trepadeiras. 

Os rodopios chegavam a 1,5 rotações por segundo em turnos de cinco giros por vez. Segundo o estudo, os movimentos estão no mesmo nível de dançarinos profissionais e artistas de circo. 

Quanto mais eles giravam, maior era a probabilidade de soltarem a corda. Quando isso acontecia, os macacos ficavam visivelmente tontos, como se estivessem “bêbados”. Alguns sentavam ou deitavam, enquanto outros se moviam antes de tombar no chão. 

Os motivos para esses animais se comportarem assim não estão claros, mas uma hipótese é que eles estivessem à procura da vertigem como uma forma de “entretenimento? Isso porque, nos vídeos, os animais rodopiavam propositalmente, como se estivessem dançando. 

“[A dança] é um mecanismo conhecido entre os humanos por facilitar a regulação do humor, vínculo social e aumentar os sentidos. O paralelo entre o que os macacos estavam fazendo e o que os humanos fazem foi além da coincidência? diz o estudo. 

Segundo os pesquisadores, essa pode ser uma forma de entender se os ancestrais dos humanos também buscavam experiências para alterar a mente. “Se todos os grandes símios procuram vertigem, é muito provável que nossos ancestrais também fizessem isso? disse em comunicado Adriano Lameira, coautor do estudo. 

“Essa característica humana de buscar estados alterados é tão universal, histórica e culturalmente, que levanta a intrigante possibilidade de que isso seja algo potencialmente herdado de nossos ancestrais evolutivos?

Mas aqui vai uma dica: não faça isso em casa. Os pesquisadores tentaram rodopiar na mesma intensidade que os macacos para ver qual era a sensação ?e ela não foi nada boa. Os cientistas relatam que sentiram “tontura severa?e não aguentaram mais que três rodadas parecidas com a dos animais. 

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마추자 토토사이트 보증업체;온카패스 //emiaow553.com/camundongos-ficam-sobrios-em-instantes-com-medicamento-para-embriaguez/ Thu, 16 Mar 2023 14:40:12 +0000 /?p=475786 Medicamento injetável para embriaguez aumenta o estado de alerta no cérebro, fazendo o indivíduo recuperar a consciência e equilíbrio mais rapidamente

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Pesquisadores do UT Southwestern Medical Center, nos EUA, desenvolveram um medicamento injetável capaz de reduzir rapidamente os efeitos da embriaguez ou intoxicação por álcool. O estudo completo foi publicado na revista Cell Metabolism.

O hormônio FGF21, também conhecido como fator de crescimento de fibroblastos 21, é o principal componente do remédio. A substância produzida pelo fígado parece estar relacionada ao aumento do estado de alerta no cérebro. Basicamente, ela combate os efeitos da intoxicação, como sonolência e falta de coordenação, sem alterar a forma como o álcool é decomposto no corpo.

Por enquanto, os cientistas ofereceram a injeção apenas a roedores. Parte dos camundongos testados foram criados em laboratório para não produzir FGF21 naturalmente. Como consequência, eles demoravam mais para recuperar o equilíbrio e corrigir a orientação de seus corpos após beber. 

O contrário ocorreu com aqueles que foram embebedados, mas ainda produziam FGF21 e também receberam uma dose do hormônio. Esses recuperaram a coordenação e a consciência duas vezes mais rápido do que os camundongos que não receberam a injeção.

Funcionamento do FGF21 no organismo

O FGF21 ativa uma parte específica do cérebro chamada locus coeruleus. Essa região produz noradrenalina, um neurotransmissor que regula o estado de alerta e o despertar do sono. O hormônio também parece aumentar a vontade de beber água e diminuir o desejo pelo etanol.

Os humanos podem consumir o álcool diretamente de bebidas, enquanto animais, como os camundongos, ingerem alimentos açucarados que contêm etanol. Isso leva os pesquisadores a acreditar que o FGF21 pode ter evoluído no corpo para controlar a vontade de consumir muito álcool de uma só vez e, consequentemente, proteger o indivíduo de danos hepáticos. 

Em estudos futuros, a equipe pretende explorar as vias neuronais pelas quais o FGF21 exerce seu efeito moderador no organismo. Além disso, a equipe ainda precisa testar o medicamento para embriaguez em humanos, embora os cientistas estejam confiantes de que encontrarão processos parecidos com aqueles vistos nos roedores.

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류현진 Archives;【토토사이트】스포츠토토 //emiaow553.com/exagerou-veja-os-efeitos-do-alcool-sobre-o-cerebro/ Mon, 20 Feb 2023 17:32:39 +0000 /?p=466460 Estudos mostram que, mesmo em quantidades pequenas, o consumo de álcool atrapalha o sono e pode causar danos ao bem-estar

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A gente sabe: o Carnaval é uma época propícia a meter o pé na jaca. Mas, antes de encher o caneco como se não houvesse amanhã, é bom lembrar que, uma hora, a conta chega. E o problema é que beber demais pode ter efeitos muito mais duradouros que uma ressaca no dia seguinte.

Um levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) de 2018 mostra que o álcool pode afetar as condições de saúde mental e aumentar o risco de problemas cognitivos e demência. Por outro lado, cortar o consumo de álcool pode se transformar em um “combustível?para o cérebro. 

“Vemos o mundo através de óculos cor-de-rosa quando estamos bebendo? explicou Tim Stockwell, cientista do Instituto Canadense para Pesquisa do Uso de Substâncias, à CBC

“Mas o efeito de longo prazo é que, mesmo em poucas horas, o álcool age como um depressor [do sistema nervoso central], e essa melhora do humor é substituída por cansaço, fadiga e ansiedade? 

Mesmo em quantidades pequenas, bebidas alcoólicas atrapalham o sono e já são associadas ao humor deprimido. Quando o consumo é excessivo, pode acelerar e intensificar os altos e baixos emocionais. 

Um estudo do final da década de 1990 sugere que pacientes com transtornos de humor e ansiedade devem se abster de beber mesmo moderadamente. O motivo: o álcool afeta o curso clínico de modo adverso e piora a resposta ao tratamento. 

O que acontece com o cérebro? 

O sistema nervoso é o mais afetado pelo etanol, o tipo de álcool mais comum nas bebidas. Isso porque é uma molécula pequena e facilmente solúvel em água, o que faz com que seja facilmente “carregada?pelo sangue por todo o corpo. 

Ao chegar no sistema nervoso central, a molécula interage com neurotransmissores que fazem a comunicação entre as células. É como se o etanol as “bagunçasse? ele inibe a atividade do cérebro e faz com que os nossos sentidos fiquem embaralhados. 

Daí a sensação de euforia, prazer e excitação. Como nossos neurotransmissores estão “perdidos? nos sentimos com concentração reduzida, menos atenção, queda na memória recente e menor capacidade de julgamento. A região responsável pelo controle dos movimentos também se “perde? o que prejudica o equilíbrio. 

A partir daí é um efeito cascata. Os neurotransmissores do cerebelo e do aparelho vestibular já estão tão desorganizados que causam problemas na articulação das palavras e visão duplicada. Se o consumo de álcool foi maior, a cognição e coordenação motora também perdem espaço, e é essa perda que aumenta os riscos de acidentes de trânsito. 

Envelhecimento do cérebro 

Quem bebe sempre tem chances mais altas de se deparar com o envelhecimento mais rápido do cérebro. É o que mostra uma pesquisa da Universidade de Wisconsin de março de 2022. 

No estudo, pesquisadores reuniram dados do Biobank, o maior banco de dados de saúde do mundo, criado pelo Reino Unido em 2006. Ao analisar ressonâncias magnéticas do cérebro de quase 40 mil adultos, a equipe viu que pessoas que consumiam álcool constantemente tinham uma estrutura cerebral diferente. 

Mais especificamente, essa diferença reside no fato de que pessoas habituadas a beber com frequência tinham, em sua maioria, mudanças na substância branca do cérebro, muitas vezes relacionada ao aumento do risco de derrames e demência. 

Precisa parar de beber? 

Longe de dizer a alguém o que fazer (especialmente no Carnaval), mas uma pesquisa da Universidade de Londres mostrou que pessoas que pararam de beber relataram ter menos ansiedade, depressão e autoestima melhor depois de seis meses sem álcool. 

Mas, falando nos efeitos a longo prazo, é difícil saber exatamente quantos copos de cerveja por semana podem causar alterações cerebrais. Reduzir pode ser um bom caminho, assim como dar uma pausa ?talvez depois do feriado? ?para ver como o corpo responde. 

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