A Nona Sinfonia de Beethoven, a última feita pelo músico alemão e uma das mais famosas até hoje, faz 200 anos nesta terça-feira (7). A Sinfonia nº 9 foi o ápice da carreira de Beethoven, e tornou-se um marco da música clássica ocidental. Considerada um apelo pela “irmandade global”, o quarto movimento foi incorporado em eventos cerimoniais de organizações internacionais como a UNESCO e os Jogos Olímpicos, por exemplo.
Sua primeira apresentação aconteceu em Viena, na Áustria, durante uma academia, como eram chamados os grandes concertos da época. A Nona Sinfonia estava na programação junto a “Missa solene” e “A Consagração da Casa”, outras duas composições de Beethoven. A melodia da sinfonia se baseou parcialmente no poema “Ode à Alegria”, de Friedrich Schiller.
Em 1824, 30 membros da comunidade musical de Viena enviaram uma carta a Beethoven solicitando que apresentasse sua sinfonia em Viena, onde morava o compositor, em vez de Berlim. Na década, o compositor não aparecia diante do público vienense — que preferia os compositores italianos –, há 12 anos. Porém, ele concordou.
O artista insistiu em reger a sinfonia, ficando de costas para o público durante toda a apresentação, segundo o escritor de sua biografia, Maynard Solomon. No entanto, o maestro oficial do concerto, Michael Umlauf, instruiu os músicos a ignorarem Beethoven. Isso porque, por ser surdo, ele não era considerado confiável para marcar o compasso. Segundo testemunhas entre os 2 mil participantes, o compositor ficou atrasado vários compassos.
9ª Sinfonia de Beethoven revolucionou a música
De acordo com o que disse Teddy Abrams, diretor musical da Orquestra de Louisville e vencedor do Grammy como maestro, ao The Conversation, a Nona Sinfonia foi a primeira peça musical longa da época. Com 74 minutos, ela conta com quatro movimentos longos, sem juntar sequências mais curtas. Isso fez da obra mais coesa, coerente e revolucionária, segundo ele.
Além disso, a sinfonia também inovou ao utilizar um coro em uma sinfonia e reprisar elementos dos movimentos anteriores no último, o que era incomum na época.
Rumores afirmam também que, por volta de 1980, o presidente da Sony, Akiyo Morita, e sua esposa, insistiram que o novo formato de mídia de CDs, projetados pela empresa em parceria com a Philips, tivesse uma duração de pouco mais de 74 minutos a fim de caber a sinfonia completa.
No quarto movimento da sinfonia, Beethoven incluiu uma mensagem de paz para o século 21 com a “Marcha Turca”. A marcha apresenta dois instrumentos típicos da Turquia: o prato e o bumbo. Segundo o compositor britânico Gabriel Prokofiev, tratava-se de uma mensagem da discriminação dos europeus contra os turcos.
Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.
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