Como supercomputadores estão ajudando a combater o novo coronavírus

Uma série de empresas, incluindo IBM, Microsoft e Google, junto com universidades e laboratórios dos EUA, se uniram para formar o Consórcio de Computação de Alto Desempenho (HPC, na sigla em inglês) contra o COVID-19.
Supercomputador
Supercomputador no Laboratório Nacional Oak Ridge, no Tennessee. Foto: Carlos Jones/ORNL
Uma série de empresas, incluindo IBM, Microsoft e Google, junto com universidades e laboratórios dos EUA, se uniram para formar o Consórcio de Computação de Alto Desempenho (HPC, na sigla em inglês). Essa nova parceria foi criada para fornecer aos cientistas recursos de supercomputação enquanto tentam descobrir como combater a doença causada pelo coronavírus, conhecida como COVID-19.

Diante de uma doença que se espalha rapidamente, os cientistas podem criar milhares de modelos em supercomputadores para entender melhor a epidemia, caracterizar o vírus e elaborar potenciais vacinas e tratamentos. Os organizadores do novo consórcio fornecerão 16 sistemas de supercomputação aos pesquisadores, bem como uma comunidade para se engajar na luta em conjunto.

“O benefício de ter um consórcio é acelerar a descoberta científica que tem que acontecer para desenvolver uma vacina, entender o vírus e futuramente matá-lo”, disse Michael Rosenfeld, vice-presidente da Data Centric Solutions da IBM, ao Gizmodo. Ele disse que os supercomputadores de alto desempenho podem ser capazes de fazer em minutos ou horas o que os computadores normais fazem em dias, meses ou anos. O consórcio possui atualmente supercomputadores da IBM, Amazon, Google e Microsoft; já as universidades que fazem parte do programa são o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a Instituto Politécnico Rensselaer; além dos Laboratórios Nacionais do Departamento de Energia dos EUA incluindo o Lawrence Livermore, Oak Ridge, e Los Alamos, bem como NASA e a National Science Foundation. O consórcio está encorajando os pesquisadores de COVID-19 a submeter propostas por meio de um portal central, que um comitê diretor analisará a fim de conectar os pesquisadores com os recursos corretos de supercomputação.

Os centros de supercomputação sempre forneceram suporte de computação discricionária para emergências, como aconteceu em tempos de furacões, segundo Kelly Gaither, diretora de análise de saúde do Texas Advanced Computing Center. Ela disse ao Gizmodo que não é preciso ter medo de dedicar tempo para combater o coronavírus.

E o que os cientistas vão fazer com os supercomputadores durante esta pandemia? Muitos estão tentando compreender a estrutura do vírus e a sua proteína, bem como a diferença em relação a outros coronavírus, como o que causou a SARS (síndrome respiratória aguda grave).

Os supercomputadores já demonstraram o seu valor no combate à doença nessa frente; o supercomputador Summit do Laboratório Nacional de Oak Ridge permitiu aos pesquisadores reduzir 8.000 moléculas potenciais de combate ao vírus para apenas 77, por exemplo.

Outros estão usando os computadores para gerar simulações de como a pandemia poderia ocorrer, quando o pico ocorrerá, quanto tempo durará dependendo de quais medidas estão em vigor e quais os locais que mais precisarão de suprimentos – tudo isso referente aos Estados Unidos.

Os cientistas já têm apresentado propostas para pesquisar o vírus usando recursos de supercomputação dos Estados Unidos. A National Science Foundation (NSF) lançou um relacionadas ao COVID-19 no início deste mês e já financiou 10 subsídios de retorno rápido, totalizando mais de US$ 1,5 milhão, segundo um porta-voz da NSF. Rosenfeld disse ao Gizmodo que o consórcio oferece aos pesquisadores uma oportunidade de colaborar de maneiras que eles não poderiam anteriormente. Entre essas possibilidades está ajudar uns aos outros a colocar seu código em funcionamento mais rapidamente nos processadores, por exemplo. Gaither disse que isso encoraja os cientistas de diferentes especialidades a se conectarem e resolver problemas de novas maneiras e a pensar criativamente sobre como incorporar supercomputadores em suas pesquisas. Embora seja impossível prever quanto tempo durará essa pandemia, podemos esperar que novos avanços científicos nos ajudem a vencê-la mais cedo e a aumentar o nosso conhecimento para futuras epidemias.

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