A Polícia Federal deflagrou, na última quinta-feira (9), uma operação que terminou com a prisão de quatro pessoas aliadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre os presos está o ex-assessor especial do governo, Felipe G. Martins, que seria o responsável por entregar a “minuta do golpe” — rascunho de decreto que estabeleceria um estado de exceção para a possibilitar alteração do resultado das eleições — ao ex-presidente.
De acordo com a investigação, pelo menos seis núcleos trabalhavam disseminando informações falsas e narrativas de fraude antes mesmo das eleições presidenciais de 2022. O objetivo era criar justificativas para um eventual golpe de estado em caso de derrota do então candidato do PL no pleito.
As prisões foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após solicitação da PF que conduz uma investigação que reúne elementos e evidências de vários inquéritos, incluindo o que apura a atuação de milícias digitais responsáveis por uma onda constante de ataques à democracia e outro dedicado a esclarecer detalhes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
O ex-chefe do executivo foi um dos alvos da operação que, segundo um advogado de defesa, confiscou o passaporte do ex-presidente e o proibiu de deixar o território brasileiro.
Supremo libera vídeo de reunião da alta cúpula do governo
O , que mostra detalhes de uma reunião realizada em julho de 2022,. Nele, o então presidente e ministros de Estado discutem ações para disseminar a narrativa de fraude nas eleições daquele ano.
Segundo Moraes, a divulgação destas falsas narrativas foi fundamental para manter a mobilização de militantes de extrema direita em acampamentos próximo a instalações militares, além de “dar uma falsa percepção de apoio popular, pressionando integrantes das Forças Armadas a aderirem ao Golpe de Estado em andamento”.
O download do material está autorizado, e pode ser feito .
Rascunho de discurso pós-golpe
Na operação da última quinta, a Polícia Federal ainda encontrou um , uma medida de exceção que garante os poderes do Legislativo e Judiciário temporariamente ao Poder Executivo para a garantia da ordem.
O documento foi encontrado no escritório de Jair Bolsonaro na sede do PL, o partido ao qual é filiado, e, segundo as autoridades, é mais um indício de que o governo anterior desejava permanecer no poder utilizando métodos ilegais e antidemocráticos.
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