Startup bilionária quer ressuscitar o pássaro dodô, extinto no século 17
Além do tigre da Tasmânia e do mamute lanoso, a startup americana Colossal Biosciences agora quer ressuscitar o dodô, ave extinta no século 17.
Em comunicado, a empresa disse que conseguiu decodificar todo o genoma do animal e, a partir de agora, pretende trabalhar para trazer a espécie de volta. Como? Usando a tecnologia de células-tronco.
Como você deve imaginar, cientistas não podem simplesmente pegar a “receita” para fazer um dodô no seu DNA e recriar a espécie do zero. Para que ela volte a existir, é preciso que os genes específicos do dodô sejam colocados no embrião de um animal vivo.
Por isso, os próximos passos são os mais complexos. Primeiro, os pesquisadores vão comparar a informação genética que encontraram com os genes de aves parecidas, como os pombos.
A partir daí, eles precisarão descobrir quais mutações fazem o dodô ser o que é, como explicou Beth Shapiro, geneticista líder do projeto, ao jornal britânico . “O que tentamos fazer é isolar os genes que distinguem o dodô”, afirmou ela. Caso não tenha ficado claro ainda, isso algo é muito difícil, e seria inédito na ciência.
Investimento, no entanto, não é o problema. A startup levantou US$ 225 milhões para o projeto, que começou em 2021. Na conversão direta, o valor equivale a mais de R$ 1,1 bilhão. A Colossal Biosciences em US$ 1,5 bilhão – quase R$ 7,5 bilhões no câmbio atual.
Resultados
Se tudo der certo, a ave criada pela pesquisa se tornaria um híbrido muito parecido com o ancestral. Então, a startup planeja reintroduzir os pássaros nas Ilhas Maurício, seu local de origem.
Como dissemos acima, a Colossal Biosciences também trabalha para ressuscitar o mamute lanoso e o tigre da Tasmânia (também conhecido como tilacino). O dodô seria o primeiro pássaro a ser recriado companhia. É um passo importante, uma vez que a técnica de edição de genes depende de um ovo externo.
Segundo a startup, a pesquisa deve projetar a conservação das espécies e carimbar um possível caminho para ajudar animais a sobreviverem à atual crise ambiental global.
“Estamos claramente no meio de uma crise de extinção. E é nossa responsabilidade trazer histórias e empolgar as pessoas de uma forma que as motive a pensar sobre a crise de extinção que está acontecendo agora”, completou Shapiro.
Mas nem todo mundo concorda com isso. Muitos biólogos defendem que é mais inteligente salvar as espécies que já existem antes que sejam extintas, e não trazer versões parecidas com ancestrais que deixaram de estar adaptadas há centenas de anos.