Starlink, serviço de internet via satélite de Elon Musk, já tem dois CNPJs cadastrados no Brasil

A empresa de Elon Musk abriu dois CNPJs no Brasil e pretende trazer seu serviço de internet via satélite até o final deste ano.
Um foguete Falcon 9 sendo lançado com 60 satélites Starlink a bordo de Cabo Canaveral em 6 de janeiro de 2020. Imagem: SpaceX

Em outubro do ano passado, a SpaceX havia anunciado o início dos testes da Starlink, o serviço de internet por satélite da empresa de Elon Musk, nos Estados Unidos. No início deste mês, a companhia decidiu ampliar o seu programa beta, sendo possível fazer uma espécie de “pré-assinatura” até mesmo com endereços aqui do Brasil.

Agora, parece que estamos cada vez mais perto de receber a Starlink por aqui, já que o confirmou que a empresa abriu dois CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) para vender pacotes de internet de até 150 Mb/s.

Segundo o site de tecnologia, em 18 de dezembro de 2020 foi registrada a “Starlink Brazil Serviços de Internet Ltda.”, com capital social de R$ 800 mil e atividade econômica principal de “Telecomunicações por satélite”. No quadro societário da empresa constam Vitor James Urner e a empresa Starlink Brazil Holding Ltda. Esta última, por sua vez, possui a empresa Starlink Holdings Netherlands B.V no quadro societário e, novamente, Vitor James Urner como representante legal e procurador.

Urner confirmou ao Tecnoblog que a empresa é realmente a de Elon Musk, mas que não tem informações sobre os planos da empresa, já que sua função é apenas de representante legal, atuando como um intermediário da empresa no Brasil. De acordo com o site oficial da Starlink, ao inserir um endereço brasileiro no pré-cadastro, aparece a informação de que o serviço estará disponível no país até o final de 2021.

Apesar dos CNPJs indicarem que a empresa parece estar em um estágio avançado para trazer sua internet via satélite ao Brasil, ainda existem alguns procedimentos legais até que ela comece a vender suas assinaturas por aqui. Um dos principais requisitos, por exemplo, é uma aprovação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). No caso, assim como todos os outros provedores de banda larga no país, a Starlink precisaria de uma licença para oferecer o chamado “Serviço de Comunicação Multimídia (SCM)”. Mesmo com todas as questões burocráticas resolvidas, o serviço de internet de Elon Musk deve chegar a um público muito limitado, considerando os preços e condições do serviço. A assinatura do programa beta custa US$ 99 mensais para velocidades que podem variar entre 50 e 150 megabits por segundo. Além disso, ainda é preciso pagar pelo Starlink Kit, que inclui um terminal para se conectar aos satélites, um tripé para montar o equipamento e um roteador Wi-Fi, com preço inicial de US$ 499. Outro ponto importante é que o objetivo da Starlink, assim como os outros serviços de internet via satélite, é levar conexão para áreas em que não há infraestrutura suficiente para as operadoras tradicionais atuarem. Portanto, quem já conta com um pacote de internet, dificilmente vai encontrar vantagens em trocar pela assinatura oferecida por Elon Musk.

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