Sonda chinesa encontra água escondida na superfície da Lua
A existência de água na Lua não é algo inédito para os cientistas. Na verdade, a NASA identificou evidências da substância no satélite ainda na década de 1990. Por outro lado, pouco se sabe sobre a origem e o comportamento do líquido.
Há teorias: os cientistas acreditam que a Lua estava completamente seca bilhões de anos atrás, mas foi atingida por um fluxo de partículas vindo do Sol que levou a formação de água na superfície. Até hoje, os átomos de hidrogênio presentes no vento solar continuam se ligando às moléculas de oxigênio no regolito lunar e formando H2O.
Hoje, existe um ciclo. Durante o dia, o Sol faz com que a água na superfície evapore, com o líquido voltando durante a noite. Mas esse vai e vem é rápido demais e não parece ter relação com os ventos solares.
Detecção de água na Lua
Um estudo feito por pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências (CAS) e publicado na revista científica parece finalmente mostrar o que está acontecendo. Análises de material lunar recolhido pelo rover Chang’e 5, da China, sugerem que a água na Lua está armazenada em pequenas contas de vidro espalhadas no interior corpo celeste.
Essas contas de vidro, similares a miçangas, podem ter se formado após o impacto de meteoritos na Lua. O calor gerado pelas colisões teria transformado o material ao seu redor nessas minúsculas bolinhas. Então, os ventos solares sopraram átomos de hidrogênio que reagiram com substâncias presas nas esferas envidraçadas.
Os cientistas acreditam que exista hoje cerca de 270 trilhões de quilos de água escondidos sob a superfície lunar. O reservatório seria suficiente para manter uma civilização no satélite, o que já está nos planos dos cientistas. Astronautas usariam a substância não apenas para a própria sobrevivência, mas poderiam também convertê-la em combustível de foguete para missões visando o espaço profundo.