Especialistas afirmam que, após uma década “calma”, o Sol pode passar por um pico de atividade, que vai durar anos. É o que cientistas chamam de “máximo solar”.
Esse comportamento vai resultar em mais erupções solares e explosões de energia emitidas pelo Sol, que têm potencial para afetar redes de energia elétrica da Terra.
Mas por que, afinal, isso está acontecendo? Mathew Owens, professor de física espacial da Universidade de Reading, Inglaterra, explicou ao que “a cada 11 anos, os campos magnéticos do Sol se tornam tão instáveis que invertem os pólos norte e sul magnéticos, desequilibrando a polaridade de nossa estrela“. Essa instabilidade ativa ainda mais os campos magnéticos da superfície do Sol, levando ao “máximo solar”.
As tempestades solares são capazes de criar rajadas de energia eletromagnética. Embora nunca tenham sido um problema no passado, os cientistas temem que a dependência dos seres humanos à eletricidade e conectividade os torne mais vulneráveis aos efeitos.
Por sorte, o último ciclo solar, por volta 2010, foi “o menor em cerca de 100 anos”. A pior tempestade solar até hoje aconteceu em 1859. Na época, com muito menos tecnologia, ela derrubou apenas as linhas telegráficas. Mas, e hoje? Qual o potencial de uma tempestade solar realmente intensa?
Quais os riscos
Devido à interferência que partículas carregadas emitidas pelo Sol têm na ionosfera, essa energia pode atrapalhar também a comunicação — afetando viagens aéreas. O envio de sinais de GPS à Terra, bem como sinais de rádio, também pode ser atrapalhado.
Um estudo de 2018 concluiu que uma enorme tempestade solar causou a explosão de duas dúzias de minas marítimas ao sul do porto de Haiphong, no Vietnã do Norte, em 1972.
Uma tempestade geomagnética mexe com a carga magnética da ionosfera, criando correntes na ionosfera que interagem com as partículas no solo. A interação entre essas partículas cria correntes elétricas capazes de bagunçar a rede elétrica da Terra, causando problemas em transformadores, por exemplo.
A boa notícia é que, de acordo com os físicos, este ciclo não deve ser o maior que já visto. Além disso, a ciência está melhorando em detectar tempestades com antecedência. E prevê-las pode evitar muitos acidentes, inclusive no próprio espaço.