Sismógrafo detectou terremoto na colisão de navio com Ponte Rio-Niterói
Navio abandonado foi arrastado pelo vento e colidiu contra a ponte. Terremoto gerado foi sentido por sismógrafos do Observatório Nacional
O Observatório Nacional (ON) revelou na última terça-feira (13) que registrou um terremoto associado à colisão de um navio contra a Ponte Rio-Niterói, ocorrido em novembro passado. O abalo gerado atingiu magnitude 1,6, classificado pelos especialistas como um “microtemor”.
O tremor foi registrado por um sismógrafo localizado dentro do campus do observatório, no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro – instalado há cerca de cinco quilômetros de distância do local da colisão.
O navio graneleiro abandonado – batizado São Luiz –, estava ancorado na Baía de Guanabara desde 2016. No dia 14 de novembro, durante uma mudança de tempo, a embarcação foi arrastada pelo vento e acabou se chocando contra a estrutura da ponte, entre os pórticos 11 e 12.
As ondas sísmicas geradas pelo impacto se propagaram com ligeireza – com velocidade mínima de 1000 metros por segundo – sendo registradas pouco tempo depois pelo sismógrafo que fica no subsolo do prédio do ON.
O sismólogo Diego Coelho explica que o equipamento é instalado diretamente em contato com um afloramento rochoso, para amplificar o registro das ondas sísmicas. Ele funciona com uma massa suspensa por molas (ou pêndulos), que oscilam caso ocorra uma movimentação do solo.
O sismógrafo também produziu uma “sonificação” do impacto do navio, conforme pode ser escutado abaixo:
O cientista afirma que o terremoto registrado foi pequeno e que até mesmo um estádio de futebol cheio de pessoas pode gerar um evento do tipo. “Tremores com magnitudes menores que 3 são considerados microtremores e por muitas vezes são imperceptíveis à maioria da população. Somente quem está muito perto do foco sentirá esse tipo de abalo”, ressaltou Coelho.
De acordo com o , o navio estava vazio no momento da colisão. Não houve feridos e a estrutura da ponte não foi comprometida. A embarcação foi rebocada para a região portuária do Rio, e a Marinha abriu um inquérito para investigar as causas do incidente.
O navio pertence à empresa Navegação Mansur, porém, ele está abandonado, por conta de uma disputa judicial. Ele tem 200 metros de extensão, por 30 m de largura, e pesa 52 mil toneladas.