Conheça os fantasmas orais que alteram a sensibilidade da língua

Também conhecida como "síndrome da boca ardente", condição causa alucinações na língua. Entenda como seu cérebro pode tapear você.
Os fantasmas orais que habitam a sua língua
Imagem: Pixabay/Reprodução

Você provavelmente já queimou a língua com alguma bebida quente. A sensação de formigamento e ardência pode ser bastante incômoda, mas costuma passar após alguns minutos. 

Algumas pessoas não têm a mesma sorte. Aqueles que sofrem da chamada podem ficar com gostos ou sensações na boca que perduram por um longo período de tempo, mesmo sem que o paciente tenha ingerido uma comida diferente ou machucado a língua. 

Os fantasmas orais, responsáveis pela sensação, não estão necessariamente na boca, mas sim no cérebro humano. Pesquisadores acreditam que a causa esteja em uma lesão nos nervos que transportam as informações do paladar da boca para o cérebro.

Há três nervos em cada lado da boca que coletam os sabores. Porém, se um deles for danificado, os outros se tornam mais responsivos. Para os cientistas, quanto mais profundamente os nervos gustativos forem machucados, maior a probabilidade de alguém obter um fantasma.

Infecções de ouvido, traumatismo craniano, radioterapia e quimioterapia são alguns dos problemas que podem prejudicar nervos do paladar, podendo desencadear a síndrome. Pacientes com fantasmas orais podem sentir gostos doces ou amargos, além de queimação, dor ou formigamento em qualquer região da boca.

Estudos estimam que 3,7% dos adultos possuem fantasmas orais. Mulheres na pós menopausa parecem ser as principais afetadas pela síndrome, o que pode estar associado ao fato da queda na capacidade de sentir gosto amargo que ocorre durante a menopausa.

O tratamento não requer procedimentos invasivos. O clonazepam (ou rivotril) em doses baixas pode aliviar os sintomas em parte dos pacientes afetados. Ao que parece, ele reprime a hipersensibilidade do cérebro às mensagens dos nervos gustativos não danificados, evitando as sensações extras. A síndrome pode passar após alguns dias, durar anos ou aparecer e desaparecer repetidamente. Os casos variam de pessoa para pessoa.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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